sexta-feira, 24 de maio de 2019

“ Luau “ 03

Eu confesso que quando Marco me chamou para o fim de semana em casais, detestei a ideia. Não queria conhecer ninguém e muito menos aguentar uma mulher querendo me dar o tempo todo. Porque geralmente é assim. Eu nem faço esforço. As vezes é bom, mas ultimamente tem ficado sem graça. Porém, o que a amizade não faz? Aceitei seu convite, depois de ver a foto da loira. Ela, por foto, pareceu incrivelmente linda. Mas, o que eu não esperava era sentir um impacto tão forte quando vi ela pessoalmente. É uma mistura de linda, com gostosa, com meiguinha. É pequenina, tem um rosto que nenhum outro ser humano chega perto de ter, sem contar com o corpo. Que corpo! Eu fiquei querendo de imediato. Depois de conversar com ela... fodeu. Eu quis mais ainda. Senti ela um pouco travada, não demonstrou muito interesse além de seu jeito de olhar. O olhar diz uma coisa, enquanto as atitudes dizem outra. Quando lhe falei sobre meu interesse, levei um fora. Um fora justificado. Ela perdeu o namorado e deve ter sido uma barra passar por sua situação. Isso não anulou minha atração e minha vontade de ficar com ela, mas vou respeitar seu tempo e sua história.

Agora são 22:00 horas. As meninas acabaram de terminar de arrumar as comidinhas na mesa, próximo a piscina. Vesti uma camisa moletom de mangas longas e uma bermuda. Tá fazendo um friozinho gostoso, agradável. Sentei na grama, ao lado de Marco.
- Capricharam né? - Meu amigo disse.

- Elas são muito prendadas. - Sorri. Ficou muito bom. Nosso luau improvisado.

- Cê sabe que tá faltando Refri né?! - Lavínia falou com Clarissa e eu a olhei. Tá tão gata! Que porra! Fez um coque nos cabelos, fez uma maquiagem básica e escolheu uma camisa de lã, também com mangas longas. A cor é preta. Um shortinho preto também, fazendo um contraste adorável com sua pele branquinha.

- Sei. Os copos também. Vem, me ajuda. - Clarissa chamou. Enquanto nós dois esperamos nossas companhias. Marco está dedilhando levemente as cordas do violão. Vai ser uma noite de moda.

- E aí? - Ele perguntou assim que as meninas sumiram.

- O que? - Perguntei. 

- Lavínia. Nada?

- Nada. - Fiz uma careta insatisfeito. - Pelo jeito não vai sair do nada. Ela terminou um namoro de muito tempo, muito intenso, à pouco tempo. Acho que tô sem chance.

- Porra. Não sabia. Mas percebi as olhadas dela pra você.

- É, ela quer, mas não sente que é o momento ainda. Tô respeitando. Ela é muito gente boa. Gostei de conhecer.

- Ela é gente boa pra caralho. Cuida da irmã como uma mãe, cê precisa ver.

- As vezes a Clarissa é quem assume esse papel. - Rimos de leve.

- É, elas se cuidam. - Ficamos um segundo em silêncio. - Tô pensando em oficializar o lance com a Clarissa.

- Pô, massa. Hoje?

- Não sei. - Riu de leve. - Antes de irmos embora. Se rolar hoje, vou falar com ela hoje. - Antes que eu pudesse falar algo, as duas voltaram.

- Tudo pronto, babys! - Lavínia disse sorrindo, colocando os copos na mesa.

- Então venham. - Marco chamou. Clarissa deixou Refrigerante na mesa e então sentou-se ao lado de Marco. Lavínia sentou-se ao meu lado e eu olhei seu rosto. Ela me olhou e sorriu. Cheirosa que só ela... Dei um apertão em seu nariz, em forma de brincadeira. Ela tentou se afastar e então larguei seu nariz.

- Idiota. - Me deu um empurrão de leve e eu ri, abraçando-a de lado, lhe dando um beijo no rosto. Ela é muito irresistível. Ouvi sua risadinha de leve.

- Bora começar os modão? - Marco falou.

- Vamos, meu cantor, tocador e compositor, preferido. - Clarissa disse, olhando Marco de uma forma totalmente boba. Ela tá muito na dele. Ele então... Lavínia riu e eu acabei acompanhando-a.

- Grude né? - Me olhou fazendo careta.

- Deus me livre, mas quem me dera. - Brinquei e eles gargalharam. - Vai, vai, bora começar!

- Bora de Antigona? - Marco perguntou.

- Puxa. - Ele começou e eu acompanhei. Para minha surpresa, as meninas começaram a cantar também. Lavínia começou a tentar me irritar, puxando as pontinhas do meu cabelo, apertando minhas bochechas. Vez ou outra, durante as músicas, ela fez esse tipo de coisa. Parecendo criança. Ela me encanta desse jeito. Tô muito fodido. Atraído por uma mulher que não quer nada com ninguém. Marco me passou o violão, após algumas músicas. Clarissa o beijou.

- Escolhe a próxima. - Falei com Lavínia.

- Deixa eu pensar... - Fez um bico muito bonitinho.

- Ah, cara! Me ajuda. - Falei, enquanto o casal a nossa frente, estão trocando sussurros.

- Tô pensando, uai. - Me olhou.

- Não tô falando disso. Tô falando de você.

- Para. - Ela riu de leve, apertando minhas bochechas mais uma vez. - Vamos cantar mais uma de Zezé e Luciano. - Encostou sua cabeça em meu ombro. - Chega! - Brigou com o casal a nossa frente.

- Vai se ferrar. - Sua irmã disse, revirando os olhos, ao desgrudar a sua boca dos lábios de Marco.

- Ela não me respeita, Luan. - Me disse e então nós rimos. 

- O que tem pra comer? - Marco levantou. Clarissa o acompanhou. Logo eles se aproximaram da mesa. Comecei a cantar, enquanto Lavínia escuta, balando o tronco de um lado pro outro, bem de leve.

- Me ensina. - Ela disse após a música acabar.

- A letra?

- Não, a tocar violão.

- Pega. - Lhe dei o violão e vi meu amigo se afastar com Clarissa. Os dois estão comendo, acho que querem ter um momento só deles.

- Tá, por onde começo? - Olhou o violão.

- Posiciona essa mão aqui. A outra aqui. - Falei, lhe ajudando. - Cê tem que saber como tudo funciona antes de começar. Vou te explicar. - Comecei a falar detalhe por detalhe, enquanto ela escuta e tenta fazer o que lhe oriento. Seus erros me causaram risadas em alguns momentos, seu esforço é bonitinho de ver. Não tenho ideia de quanto tempo ficamos nessa aula, entre risadas e aprendizagem.

- Vocês não imaginam a notícia que temos pra dar! - Clarissa apareceu eufórica, de repente. Pelo sorriso do meu amigo, logo soube. - Estamos namorando. - Ela mostrou um anel de compromisso muito delicado e de bom gosto. 

- Mentira! - Lavínia colocou as mãos na boca, sorrindo.

- Enfim né?! - Falei, já levantando para abraçá-los. Lavínia fez o mesmo e então trocamos abraços com eles.

- É lindo. - Lavínia elogiou o anel da irmã, tocando a jóia.

- Eu também achei. - Elas trocaram um olhar de extrema cumplicidade. 

- Ganhou na loteria, viado. - Falei com a Marco. 

- Eu sei disso. - Ele sorriu. - Valeu por ter topada esse fim de semana. Tu é foda.

- Tamo junto. 

- Vamos brindar ao novo casal. - A Loirinha que anda me deixando na vontade, disse. Colocamos vinho nos copos e brindamos. Clarissa deu a ideia de colocar músicas para tocar em seu celular mesmo, para dançarmos. Começou a tocar um sertanejo apaixonado. Deixamos os copos na mesinha. Sorri feliz por estar vivendo esse momento. Minha vida é sempre tão corrida. Está sendo tão bom passar o fim de semana nessa tranquilidade, com pessoas legais. É tão diferente da minha rotina. Aqui eu não tenho mulher caindo em cima de mim o tempo todo, não tenho câmera apontada pra mim a cada segundo... Sou muito grato por tudo, mas as vezes, sair da rotina é tão bom. Olhei Lavínia. Que mulher! Segurei sua mão com delicadeza, lhe puxei com a mesma delicadeza para junto de meu corpo. Ela passou os braços em volta do meu pescoço e eu, os meus em volta da sua cintura. Olhei seus olhos e me perdi neles. Uma imensidão verde e brilhante. Ela sorriu e que porra! Poderia ser menos linda. 

- Eu tô muito feliz por eles. - Sussurrou, toda feliz.

- Eu também. - Olhei o casal ao lado, que agora troca um beijo apaixonado.

- Não sei dançar esse tipo de música. - Confessou e riu de leve. 

- Eu também não. - Falei, pensando no quão encantadora ela é. Em nenhum momento faz tipo, ou pose, só porque está comigo. Ela se sente confortável em ser ela mesma. Isso me deixa contente. É tão diferente de todas que tenho conhecido durante os últimos anos. - Deixa eu te falar um negócio. 

- Fala. - Me olhou atentamente.

- Quero te ver outras vezes. Acho que nós vamos ser grandes amigos. - Ela sorriu.

- Ah, vamos sim. Você é um cara bacana. 

- Você também. - E então a tensão sexual subiu. Ela olhou minha boca e eu engoli seco, morrendo de vontade. 

- Podemos marcar alguma coisa depois. - Eu disse, olhando sua boca. 

- É. - Ela gemeu frustada e fechou os olhos, fazendo uma careta. Sorri, entendendo tudo. Ela também tá se segurando,

- Você quer e fica evitando. - Inclinei a cabeça pro lado, ela me olhou.

- É complicado. - Me abraçou forte.

- Eu sei. - Apertei sua cintura de leve e ela beijou meu pescoço. 

- Você é muito alto. Tô na ponta dos pés. - Riu de leve. 

- Você que é baixinha demais. - Desta vez, eu beijei seu pescoço.

- Tô esperando o beijo. - Clarissa disse e Lavínia se afastou de mim.

- Para, palhaça. - A baixinha sorriu sem graça, me olhou rapidamente. Lhe abracei novamente. 

- Não precisa ficar sem graça. - Sussurrei, sorrindo.
Ficamos mais algumas horas conversando, cantando. Lavínia e eu trocando olhares, algumas carícias inocentes, ou quase inocentes. Decidimos ir dormir, cada um para seu quarto. Clarissa e Marco permaneceram no jardim. 

(...)

Acordei com alguém batendo na minha porta. Levantei, vestindo apenas uma cueca boxe preta. Abri a porta, apenas com um olho aberto. Ainda é madrugada! 

Você vai se atrasar, porra! - Marco reclamou e me deu um tapa na testa. 

- Vai se foder! - Tentei lhe acertar de volta, mas ele correu rindo. Tá feliz da vida, esse viado. Fechei a porta e fui ao banheiro. É, Luan, a folga acabou. Tomei banho, fiquei pronto e comecei a arrumar minha bagagem. Clarissa e Marco ficaram o tempo todo reclamando, afinal, todos esperam por mim. Bateram na porta pela milésima vez. - Já tô terminando! Que porra! - Reclamei e então abriram a porta, logo a loirinha dos olhos verdes apareceu

- Vim saber se precisa de ajuda. - Sorriu. Ela é ainda mais linda pela manhã, sem maquiagem. Sorri e ela entrou.

- Tá tudo espalhado. - Falei.

- Você é bem organizado né?! - ironizou, pegando uma camiseta na poltrona. Se aproximou e a dobrou, colocando dentro da mala. - Vai caçando suas coisas que eu arrumo.

- Vontade de te dar um beijo. - Falei, sério, olhando pra ela. Quero mesmo. Essa mulher é sensacional! Ela riu, levando na brincadeira.

- Vai logo, Luan. - Fiz o que ela disse, enquanto dividia comigo que também se atrasou e que também deixou pra arrumar a mala na última hora. Porém, disse que, diferente de mim ela é organizada, então não teve tanto trabalho.
Quando finalmente terminamos, soltei um “ ufa “ e ela sorriu, sentando em minha cama, ao lado da mala.

- Posso dar só um beijinho de agradecimento? - Não custa nada tentar. Me aproximei e ela riu

- Não. Não pode. - Suas mãos me alcançaram, devido minha proximidade e ela colocou as mãos em minha barriga, me impedindo de me aproximar mais. 

- Nenhum? Rapidinho. - Implorei. Não queria perder a chance de beijar sua boca. 

- Nenhum. Anda, vamos. - Ela levantou, se desviando de mim. 

- Lavínia... Você é muito malvada, cara. - Franzi a testa e fiz um bico. 

- Te espero lá embaixo. - Soltou beijo, se divertindo com a situação. Essa mulher consegue me deixar maluco! Ela age totalmente diferente das outras. Soltei um grunhido de frustração. Merda!







Oiiiiii demorei? Não né?! Capítulo cheio de chamego dos doissss! Quem tá shippando???? Quem quer o beijo???? Hahahahaha Os dois estão querendo, Luan não perdendo a chance de tentar pelo menos um beijo... Será que demora pra rolar ou já tá perto? Quem tem palpite? Clarissa namorando com Marco... Será que isso vai aproximar ou afastar nosso casal??? Quero saber o que estão achando!

Enfimmmm consegui responder os comentários! 😍

Bjs, Jéssica ❤️

sábado, 11 de maio de 2019

“ O motivo do fim do namoro “ 02



Quando acordei, percebi que já era noite. Sou uma péssima companhia mesmo. Meu celular começou a tocar e tateei a cama, procurando, mas não achei.


- Droga. - Sentei e levantei o travesseiro. Logo vi o danadinho e o nome da minha mãe aparecendo. - My love! - Atendi falando em inglês.


- Hi, my life! - Rimos. - Como você tá?


- Bem. E você? Continua morrendo de saudade?


- Continuo. As duas foram de uma vez só. - Lamentou.


- Daqui a pouco nos vemos, mãe.


- Daqui a pouco nada. Só daqui a dois meses. Talita tá muito animada pra esse recomeço. - Suspirei ao lembrar de minha cunhada.


- Ainda bem. Quero que ela seja muito feliz aqui.


- Eu quero que as três sejam felizes aí. Ela fala muito pouco sobre o irmão, aparentemente está forte.


- Um dia desses conversamos bastante sobre o que aconteceu. - minha mãe suspirou.


- O que importa é não esquecer de seguir em frente.


- É, eu sei.


- Como tá sendo o fim de semana?


- Clarrisa mais apaixonada que nunca. - Ri de leve.


- Ele é um bom rapaz mesmo, filha?


- É, ele trata ela como se fosse uma princesa. São lindos juntos.


- Fico mais tranquila. E você?


- Eu o que?


- Ninguém? Soube que seria um fim de semana de casais.


- Clarissa te contou, claro. É um amigo do Marco, mãe. Muito gente boa, divertido. Mas eu ainda não me sinto preparada pra dar esse passo.


- Mas também não se fecha toda. Da um chance.

- Não tô me fechando, mãe.

- Você faz isso, Barbie. E sabe que faz. - revirei os olhos. Ela tem razão.

- Certo. Tenho que ir encontrar eles.

- Certo. Beijão.

- Beijo. - Desliguei e então passei a mão por meu rosto. Levantei, me olhei no espelho e vi o quão amarrotada estou. Acabei rindo sozinha. Meu rosto está muito rosado. Bastante rosado. Ele fica assim em todas as vezes que fico muito tempo levando sol. Passei um hidratante apropriado e então saí do quarto. Achei tudo muito silencioso. Quando eu cheguei à sala, vi Marco dormindo, Luan e Clarissa maquiando o coitado. Os dois concentrados, nem sequer me viram chegar.

- Não acredito, gente. - Eles se assustaram e me repreenderam com o olhar. Coloquei as mãos na boca, para abafar minha risada. Me aproximei e vi o estrago. Tadinho. - Tadinho. - Sussurrei. Luan olhou pra mim e franziu a testa, então tocou bem de leve minha bochecha. Ah, é a minha pele rosada. - O sol. - Expliquei, mesmo sem ele formular a pergunta em voz alta.

- Ajuda, Lavínia! - Minha irmã disse e eu neguei com a cabeça.

- Não vou participar disso. - Caminhei até o outro sofá e fiquei observando eles deixarem a situação ainda mais engraçada.

Eles terminaram e então colocaram as mãos na cintura. Seguraram o riso e então se olharam.

- Bate aqui, parceiro. - Minha irmã ergueu a mão e Luan então bateu a sua na dela. Neguei com a cabeça sorrindo.

- Ele vai ficar bravo. - Falei e os dois me olharam.

- Bora esperar pra ver o show agora. - Luan disse com um sorriso sapeca. Ele gostou mesmo de zoar seu amigo. Sentou-se ao meu lado e minha irmã sentou na poltrona.

- Faz tempo que cês tão fazendo isso? - perguntei e então Luan pegou minha mão, que estava em cima da minha perna e ficou se entretendo com minhas unhas.

- Faz não. - Minha irmã respondeu. Luan mantém os olhos fixos em minha mão e então olhei minha irmã. Ela fez cara de apaixonada pra nós dois e eu revirei os olhos. A verdade é que esse jeito dele me desarma. Desarma quase totalmente. É gentil comigo o tempo todo. É engraçado e muito seguro. O fato de ele ser seguro, o torna ainda mais sexy.

- Sono bom hein?! - Me olhou.

- É, eu sou uma péssima companhia. - fiz careta e ele riu.

- Claro que não, pô. - olhou todo o meu rosto, atenciosamente. - Você fica linda demais com as bochechas rosadas assim. A pontinha do nariz também. Linda né? - olhou minha irmã e ela riu de leve, concordando. Encolhi meus olhos e neguei com a cabeça.

- Luan, minha irmã pode ser muito maldosa. Ela pode interpretar muito mal o seu elogio.

- Eu? - Minha irmã se fez de desentendida. Luan riu e começou a acariciar minha mão. Receber um carinho é tão bom. Marco se mexeu e então nossa atenção se voltou toda pra ele. Abriu os olhos e sorriu ao ver Clarissa. Minha irmã não aguentou e caiu na gargalhada, Luan fez o mesmo e eu, claro, não resisti.

- Que porra é essa? - Marco sentou-se rápido.

- Cara, cê ficou muito lindo. Fofão! - Luan disse entre risadas.

- Eu não participei disso. - Ergui minhas mãos em modo de defesa.

- O que vocês fizeram? - Ele levantou-se bem sério. Se direcionou até um espelho que tem na sala mesmo. - Vão se ferrar! Os dois! - Ele esfregou o rosto, enquanto nós continuamos rindo. - Isso foi muita sacanagem. - Virou-se e apontou o dedo pra nós. - Isso não foi legal, seus... - Respirou fundo. Saiu em passos largos e eu fiz careta.

- Ele não gostou. - Fiz careta, secando as lágrimas nos cantinhos dos olhos.

- Vai lá, Clarissa. - Luan passou a mão pelos cabelos, despreocupado.

- Eu não. - Ela cruzou os braços. - Ele tá bravo. A ideia foi sua, Luan.

- Mas você aceitou. Estamos juntos nessa, Clarissa. Ele não vai ficar bravo com você por muito tempo. De mim ele pode até ficar um tempo a mais, fazer charminho... Mas você? - Eu o observei enquanto ele fala. Como pode ser tão lindo? Puta que pariu! Ele me olhou e sorriu. Eu me sinto terrivelmente atraída. Desviei o olhar e respirei fundo. O cheiro dele, me causa uma vontade de pega-lo, cheirar seu pescoço até a morte. É um cheiro irresistível.

- Vai lá, mana. Conversa com ele. - Falei. Ela fez uma careta, se mostrando insegura.

- Será? - Perguntou.

- Vai, uai. - Luan e eu falamos juntos.

- Certo, entendi, eu vou. - Levantou-se e então logo sumiu no corredor. Luan riu e eu o olhei.

- Você nem se preocupa né. - Sorri.

- Ele vai ficar de boa, cê vai ver. Conheço esse daí. - Neguei com a cabeça e então senti uma de suas mãos em meus cabelos. - Teu cabelo é tão gostosinho de sentir. - Olhei pra ele e vi o que ele quer. Não. Eu não posso.

- Milhões em hidratação né?! - Fiz cara de convencida e ele riu. Mordeu o lábio inferior e olhou minha boca. Por favor, Luan.

- Só temos mais um dia aqui.

- Um dia é muito tempo.

- Depende.

- Verdade. Depende. - Concordei.

- Eu gostei muito de te conhecer. - Seu carinho em meus cabelos continuam.

- Certeza? - encolhi os olhos, tentando deixar a conversa descontraída.

- É sério. - Ele riu de leve. - A gente teve uma sintonia de cara né?!

- É, parece que a gente já se conhecia, sei lá.

- É. E eu percebi uma coisa também, não sei se você conseguiu reparar. - franzi a testa.

- O que?

- Eu tô querendo muito ficar com você. - Meu coração acelerou e eu senti minha respiração alterar. Um pânico misturado com ansiedade e desejo. Uma péssima mistura.

- Luan, eu conversei com você logo que cheguei. Nós só passamos algumas horas juntos, você não pode ter certeza que quer ficar comigo e... - Suspirei. Que desculpa mais ridícula.

- Tenho. Tenho certeza sim. - Ergueu as sobrancelhas.

- Eu não posso. - mordi meu lábio.

- Pensei que você estivesse solteira. O ex é mesmo ex?

- Estou solteira. - Fiquei calada por um segundo e então respirei fundo. - Acho que chegou a hora de eu te contar com mais detalhes. - Ele me olhou com toda atenção. - Eu namorei uma única vez. Durante quase um ano. Ele foi um grande homem, representou muito pra mim. Nos conhecemos muito antes de nos envolvermos. Eu o encontrava as vezes, pois seus pais são muito amigos dos meus. - ele assentiu. - Bernardo acabou se aproximando muito. Sua irmã também. Em pouco tempo já iniciamos um namoro. Eu nunca quis namorar sério e nunca foi um objetivo. Mas aí ele apareceu... - Suspirei novamente. - Eu estava muito apaixonada e... e foi aquela coisa arrebatadora. Você já sentiu? - Ele assentiu. - Até que com seis meses de namoro, nós descobrimos que ele estava com câncer. E já estava muito avançado. Não teve muito o que fazer, o dinheiro não adiantou. Infelizmente ele não resistiu após seis meses lutando. - Senti meus olhos lagrimejando. - Eu estive com ele o tempo todo. Vivi tudo junto dele. Ele faleceu há alguns meses e esse é o maior motivo de eu estar aqui. Está sendo como um recomeço sabe? Eu estava muito depressiva lá em Sidney. A loja já era planejado e então viemos pra cá. Minha cunhada chega essa semana pra completar a equipe administrativa. Ela, minha irmã e eu. Você entendeu tudo agora?

- Entendi. Nossa... Entendi. Sinto muito. É uma doença horrível. Perdi minha avó dessa forma.

- Então você tem ideia de como é.

- Eu tenho.

- Então, é por isso que eu ainda não consigo. Não vou negar de forma alguma, eu me sinto atraída por você, mas isso deve acontecer com a grande maioria das mulheres. - bufei e ele riu de leve. - Mas eu ainda não consigo. Tudo bem pra você?

- Tudo sim. Relaxa, vamos ser amigos. - Sorri ao ver que não foi tão difícil quanto pensei.

- Então, amigos? - Lhe estendi minha mão.

- Amigos. - Ele apertou. - Mas você não chega muito perto com esse teu cheiro, esse sorriso e principalmente esses olhos. É sacanagem. - Eu ri. - Acabei de pedir, Lavínia. - Mordi meu lábio, segurando a risada.

- Desculpa. Posso te dar um abraço?

- Rapidinho. Não confio no meu autocontrole no momento. - Brincou e eu ri alto. O abracei e senti seu sorriso contra meu pescoço, sua mão acariciando minhas costas.

- Você é sensacional. - Falei. Ele realmente é uma pessoa nota mil. Como pode em tão pouco tempo, me deixar encantada desse jeito?










OIIIII MENINAS! Um capítulo repleto de acontecimentos hein?! Finalmente Luan soube com mais detalhes o que aconteceu com o último relacionamento de Lavínia. Alguém aí imaginava que era algo relacionado a isso? Foi um motivo bem triste, pelo jeito ela ainda não superou o que aconteceu. Ele deixou mais que claro, que está querendo ficar com ela. O que vocês acharam dessa honestidade? Será que vem uma grande amizade por aí?


Ainda estou sem conseguir responder os comentários e isso tá me deixando triste, queria interagir com vocês.:( Se tiver alguém que tenha blogger, ou que saiba mais ou menos como me ajudar, deixem o número nos comentários que eu chamo. Por favor! Obrigada por cada comentário. Eu li todos e adorei vê-los. Isso impulsiona.

Bjos, Jéssica ❤️