domingo, 26 de julho de 2020

“ Tentando estabelecer uma amizade “ 45

Assistimos cerca de cinco episódios e então, Lavínia dormiu nos meus braços. Já é final de tarde e eu não quero ir embora. 

- Lavínia dormiu? - Clarissa perguntou e eu assenti. Ela dormiu com a cabeça em meu peito e o braço em volta da minha cintura. Ainda bem que dormiu. Ela é uma provocação ambulante e eu não quero machucá-la, então tento me segurar ao máximo pra evitar sofrimento, mesmo que pra isso nós dois tenhamos que sofrer um pouco. Muito, na verdade, muito. 

- Nossa, chega de série! Tá me dando fome de novo. - Keven disse. Os quatro trocaram inúmeros beijos nesse meio tempo e eu fiquei apenas querendo. 

- É né?! A gente continua numa próxima vez. - Talita disse e desligou.

- Posso dormir aqui? - Marco olhou Clarissa. 

- Claro. - Ela respondeu com uma voz doce. Ela é totalmente caída por ele.

- E você vai lá pra casa? - Keven quis saber e eu suspirei. Isso é chato quando eu também não posso fazer o mesmo. 
 
- Posso ir, mas volto ainda hoje. - Talita disse.

- Topo. - Ele sorriu. 

- E eu? - Disse e eles riram de mim. 

- Essa tá difícil hein?! - Marco disse, olhando Lavínia.

- É uma situação delicada. - Falei, enquanto ela continua com a respiração pesada. Acariciei seu braço. 

- Cê gosta muito dela né?! - Clarissa perguntou e eu assenti numa careta. 

- Demais! - Falei. 

- Os dois são complicados. - Talita disse. 

- Eu acho que a Lavínia deveria... - Keven começou a falar, mas foi interrompido.

- Tô ouvindo. - Ela murmurou contra meu peito e nós gargalhamos. Ela acabou sorrindo também e então sentou-se devagar. - Tudo falando de nós dois né?! - Encolheu os olhos. É linda quando acorda.

- O que você ouviu? - Clarissa duvidou. 
 
- Quando você perguntou pra ele. - Ela olhou a irmã e eu sorri. - Não sou boba, filha! - Ela disse de uma forma debochada. 

- Nunca duvidei. - Clarissa disse. 

- Acho que é hora de ir. - Levantei. 

- Mas já? - Lavínia me olhou.

- Quer que eu fique? - Ela me olhou por uns instantes. 

- Os meninos não vão agora. - Ela fugiu da resposta. 

- O Marcolito vai ficar pra dormir. Talita vai lá pro Keven. 

- É? - Ela ficou desapontada e eu segurei o sorriso. Todos olhando pra ela. 

- Se você quiser eu fico. - Voltei a quase implorar e ela riu nervosa olhando a todos que responderam com risadas. 

- Luan, Luan... - Jogou a cabeça no encosto do sofá e colocou as mãos no rosto. Entendi. Ela prefere que eu vá. 

- Beleza. - Eu ri. - Eu vou embora. - Ela voltou a me olhar e então comecei a me despedir de Marco e Clarissa. Em seguida falei com Keven e Talita, perguntei se os dois queriam carona, Talita disse que vão no carro dela e me agradeceu. 

- Te levo até a porta. - Lavínia levantou.

- Tchau, gente. - Falei e eles responderam. Seguimos até a porta, ouvindo os quatro falar sobre estar com fome. Parei de frente pra ela já do lado de fora, ela encostou na porta e me olhou. 
- Tá toda descabelada. - Ela fez careta e eu tentei arrumar um fio teimoso. 

- Quando você vem de novo? - Eu ri. 

- Não sei. Cê pode ir me ver também. 

- Não. Pra gente ficar num quarto de hotel? Tá maluco. - Eu ri dela.

- Cê fica em outro, medrosa. 

- Medrosa nada. - Ela ergueu as sobrancelhas. 

- Tá, sei. Mas então, eu vou indo... - Lhe abracei e ela suspirou em meus braços. 

- A gente vai se falando? 

- Sim. - Respondi. - O que cê tem, mulher? Eu não vou fugir. - Falei e ela riu. Desfiz o abraço e nos olhamos. 

- Não é isso. Eu só não quero me afastar de você. 

- Tem certeza que isso é o melhor, Lavínia? - Questionei. - Não é pior a gente ficar mantendo um contato, morrendo de vontade um do outro? É muito mais difícil de superar. 

- Mas pra superar eu não quero me afastar. 

- Você quer me enlouquecer, é isso. 

- Não, Luan. - Ela me olhou com uma carinha dengosa e eu quase não me segurei para beija-la. - Eu adoro sua amizade também e eu não preciso perder tudo né?! 

- Eu tô aqui, cê não tá perdendo nada. - Olhei em seus olhos. 

- Tá. Me desculpa por passar essa confusão toda

- Nós dois somos uma confusão, loirinha. - Ela riu e então nos calamos. - Nenhum beijinho? - Propus e ela me repreendeu com olhar. - De amigo, pô. 

- Selinho? - Ela foi irônica. 

- É, pode ser. É o que tá tendo né?! 

- Até parece que você vai ficar satisfeito com um selinho. Olha bem pra minha cara. - Ela riu e eu sorri. 

- Você é muito espertinha e gostosa. Eu precisava dizer que você tá muito gostosa nessa roupa. 

- Luan! - Me repreendeu de novo. 

- É, pô. - Olhei seu corpo da cabeça aos pés e ela grunhiu. 

- Cê vai embora. Anda! Provocador! - Eu tive que rir. 

- Tá muito boa. - Fiz uma careta de aprovação e ela bateu em meu ombro. 

- Vai logo! - Me apressou e eu ri. 

- Beijo, loirinha. 

- Beijo. - Fez bico, soltando beijo de longe e eu fui para o elevador. Gostosa, linda! Fui sorrindo até o estacionamento. Não encontrei ninguém no caminho. Ainda bem. Ao ligar o som e pegar o trânsito, comecei a pensar. Não sei se devemos continuar próximos como antes. Não sei se eu aguento isso. Eu tô com um tesão acumulado, eu sou apaixonada por ela e ela parece estar irredutível sobre sua decisão. Eu preciso ver minha terapeuta. Nunca passei tanta vontade como passei hoje, trago comigo uma frustração enorme no peito. Porra, queria tá matando a saudade na cama dela, ouvindo ela, sentindo ela, dentro dela. Ouvir os dois casais marcando de ter esse momento, acabou comigo. Eu tenho coração também, tenho vontades e o mais complicado: estou envolvido nessa situação.

Meu celular tocou no sinal fechado e eu decidi atender:

- Oi. - Não olhei quem era.

- Você esqueceu seu chocolate. - Lavínia. Automaticamente eu relaxei. 

- Pode comer, meu amor. - Falei carinhosamente. - Eu comi um pouco, mas enjoei logo. Cê come, eu sei que as mulheres gostam disso quando estão nesses dias. - O sinal abriu, continuei meu trajeto.

- Tá. Vou comer então. Beijo. 

- Outro. Fica com Deus.

- Cê também. - E desliguei.


(...)


Passou-se uma semana. Aquela ligação foi o último contato mais longo que tive com Lavínia. Foi escolha minha. Preciso me proteger também. Vi minha terapeuta ontem, ela me disse várias verdades. Duras verdades, mas que eu precisava ouvir. Hoje eu estou em um dia completo de reflexão, em um voo para mais um show. Cerca de dois dias não falo com Lavínia. Em todos os outros dias, foi ela quem buscou contato. Eu basicamente só respondi. Posso parecer grosso, mas eu preciso me reorganizar.

Pensei, pensei, analisei e não consegui dormir nada até pousarmos. Meu sono está mais desregulado que o comum. Ando dormindo bem menos, pensando nela e na nossa situação quase o tempo todo. Me masturbei umas três vezes essa semana pensando nela. E foram poucas vezes, se eu seguisse minhas vontades... tenho praticado autocontrole.

Quando entrei em meu quarto e pude ficar sozinho. Meu celular tocou.
Jamile. Suspirei, atendendo em seguida.

- E aí, Jamis. 

- Oi, Luan. - Ela disse animada. 

- Como cê tá? 

- Tô bem. E aí, me conta. Na correria de sempre?

- É, a mesma coisa de sempre. 

- Cê tá namorando ou não? - Mudou de assunto e eu ri. Sendo direta como sempre. 

- Não, tô solteiro. 

- Eu vi várias matérias sobre a loira do carnaval. Eu lembro dela. Cês tavam de rolo?

- Sim, estávamos. Mas acabou tudo se atrapalhando muito. 

- Eita! Eu posso ser sincera? 

- Fala. - Eu ri, já esperando. 

- Não queria perder meu amigo de foda. 

- Jamile! - Eu a repreendi e ela gargalhou. 

- É verdade, ué. Me desculpa o egoísmo. 

- Beleza, tudo bem. - Eu sorri. Ela é maluquinha mesmo. 

- Próxima semana eu tô indo pra SP. Cê vai tá em casa?

- Depende do dia. - Engoli seco, me sentindo meio sufocado. Lá vem tentação. 

- Vou chegar na quinta. 

- Vou tá em casa na quinta, eu acho. 

- Então cê podia ir me buscar no aeroporto e aí a gente ficava lá no hotel. - Fiquei em silêncio, pensando. Não sei se quero isso. Meu consciente não quer, mas o meu corpo precisa liberar toda minha tensão. 

- Cê chega que horas? - Finalmente falei. 

- Umas 17:00 horas. 

- Beleza. Eu te pego lá.

- Ah, mas você vai me pegar mesmo. - Eu ri mais uma vez. - A gente tem muito pra conversar. Bruna me disse que vai fazer o lançamento oficial da marca dela.

- É. Ela vai. Cês deviam marcar de se ver.

- Já tá marcado. Tô indo a trabalho. Mas não posso deixar de ver vocês. Você sabe que eu amo vocês, né?! 

- Eu sei. Nós também amamos você. - Ela riu.

- Ela decidiu fazer a comemoração no dia do aniversário dela né?! 

- Isso. decidiu ontem, pelo menos eu fiquei sabendo ontem. 

- Já é mês que vem! Tá bem aí. 

- É, tá muito pertinho. 

-Então a gente se vê na quinta e conversa mais, tá? 

- Beijo, minha linda.

- Beijo. - E então ela desligou e eu me joguei na cama soltando o ar. Não sei mais o que estou fazendo.

“ você tem medo de dar errado e se sentir fracassado “ lembrei das frases que minha terapeuta falou. “ Você não deve dar tanto poder a alguém que nem faz mais parte da sua vida. “ “ Vocês eram muito novos naquela época, para de viver seu passado. “ Você merece tentar, ela merece ter uma chance “ “ Acredito que ela está sofrendo tanto quanto você. “ “ Se você acha que ficar sem falar com ela melhora sua saúde mental, continue. “

E então meus pensamentos se perderam. Eu sei que ela tem toda razão. Lavínia é ciumenta, será mesmo que ela suportaria? Sem falar das nossas vidas totalmente ao contrário. Ela é diurna, eu sou noturno. Tudo é muito complicado!


Hoje meu pai veio comigo, meu tio Max também. Teremos uma reunião logo mais, mas eu me sinto exausto. Coloquei barulhinho de chuva no celular e tentei relaxar. Eu preciso de um cochilo. Fechei os olhos e me permiti relaxar. O sono não demorou a me vencer.

(...)

Acordei com meu celular tocando, ainda atordoado, eu atendi.

- Oi. - Minha voz saiu rouca. 

- Cê esqueceu da reunião? Estamos te esperando no meu quarto. - Meu pai disse.

- Pô, acabei dormindo. Tô chegando. 

- Tá ok. - E então desligou. Levantei lentamente e procurei meus chinelos. Fui até o banheiro e me olhei no espelho. Minha cara é de total sono. Não troquei de roupa, apenas coloquei um boné e fui encontrá-los.

Bati na porta do quarto de meu pai, logo que cheguei e ele rapidamente abriu. 

- Entra. - E assim fiz.

- É alguma coisa muito séria? - Fiz careta.

- É. - Max riu nervoso.

- Eita! - Fiquei um pouco tenso.

- Ele não quis me adiantar nada. - Meu pai falou. E então, sentamos numa mesinha. 

- Pode começar, uai. - Eu falei, trocando a posição do meu boné. Típico de quando fico ansioso.

- Eu precisava falar com vocês. É algo pessoal, mas que envolve o profissional. Minha mulher tá grávida. - Eu abri a boca muito surpreso e meu pai bateu uma mão na outra com um sorrisão. 

- Caralho! Parabéns, macaco. - Eu disse.

- Cê queria tanto, cara! Parabéns! - Meu pai disse. 
 
- Obrigado. Nós estamos bem felizes e fora eu e ela, só sabem vocês. Eu pedi a ela pra conversar com os dois primeiro. Vocês me deram uma oportunidade de trabalho incrível! Eu nunca vou conseguir agradecer o suficiente, mas não posso manter essa rotina de shows enquanto ela está grávida. Eu queria comunicar que não tenho como continuar no cargo.

- O que? - Meu pai franziu a testa.

- Tá maluco, boi? A gente vê um jeito né, pai?

- Claro. Você pode alterar sua função. Pode fazer algo voltado pra central de fãs, ou pra loja on-line.
 
- Eu realmente ficaria feliz. Pra caralho! - Riu de leve. - Ela precisa de mim próximo agora e eu quero estar próximo. Eu quero conduzir mais de perto meu restaurante. - É, Max tem um restaurante em sua cidade. Mais puxado pra uma churrascaria, mas ainda sim, nomeado de restaurante. 

- Então eu posso acertar isso ainda hoje. Não se preocupa, cê continua com a gente. - Meu pai esclareceu.

- Eu dou toda razão a você, Max. Se você quiser continuar, nós vamos dar um jeito.

- Eu quero, quero sim. Obrigado. Vocês são feras. 

- Que isso. Da um abraço aqui. - Meu pai levantou e eles se abraçaram. Fiz o mesmo em seguida. O parabenizamos mais uma vez. Lembrei da suspeita de Lavínia. Eu realmente pensei em ser pai. Pela primeira vez foi tão real. O risco era real. Agora meu tio vai ser pai e eu continuo estagnado na minha vida amorosa por um caso do passado. Eu realmente preciso lutar contra isso. Gostaria que fosse mais fácil na prática.

Voltei para meu quarto, enquanto meu pai ficou encarregado de verificar como fica exatamente a situação de Max.

Deitei na cama, peguei meu violão em busca de distração e relaxamento. Preciso esquecer tudo que vem com a Lavínia.

Como se soubesse que estou pensando nela, meu celular vibrou com uma mensagem sua. Não me segurei e fui olhar sem pensar duas vezes.

É uma imagem de carne moída com macarrão, em um recipiente de isopor.

“ Tô comendo o cê ama kkkkkkk “

Eu sorri. Coisa linda lembrando de mim!

Respondi:

“ kkkkkkkk não chego nem perto “

“ Você tá comendo muito tarde. “

Já são quase 16:00 horas. Essa mulher se sobrecarrega demais.

“ Só tive tempo agora “

“ Como cê tá? “


“ Tô bem. E você? “


“ Tá tudo bem também. “

“ Quando você vai aparecer, sumido “

Suspirei.

“ Tô viajando, só quando eu tiver folga. “


“ Tá. Bons shows pra você. “

“ Obg “

“ bj 😘 “


E assim se encerrou mais uma das nossas conversas estranhas. Não adianta eu esticar o assunto, ficar procurando conversar mais. Tenho que achar meus meios e me afastar. Eu preciso disso. Preciso me reestruturar. Lavínia mexeu muito comigo. Ainda mexe. Eu ainda sou apaixonado e não lembro de um sentimento ter durado tanto tempo desde que fiquei famoso. Acho que pela história que ela tinha antes de mim, como foi quando nos conhecemos, ela resistiu a mim e depois se mostrou totalmente aberta ao que tinha comigo. Essa mulher tem algo diferente, mas eu preciso ser forte até que eu me sinta pronto suficiente pra ser o que ela merece. Lavínia me merece por inteiro, sem confusões do passado.








3/3 
As meninas me convenceram ( na verdade fizeram um abaixo-assinado pra eu fazer essa mini maratona e talvez assim vocês não me matem depois desses capítulos 🙃🙊 )
Bjs, Jéssica 

“ Chamego “ 44

Acordei menstruada. A tão esperada chegou e eu me previni. Tomei um banho relaxante, lavei meus cabelos, hidratei em casa mesmo. Ouvi meu celular tocando, mas não atendi. Depois eu retorno. Continuei com meu ritual de beleza. Passei uma máscara em meu rosto e então fui para meu quarto. Vesti uma calcinha azul escuro, passei óleo corporal e então coloquei uma música. A chamada é de minha mãe. Depois eu retorno. Coloquei um sutiã de renda, sem bojo e fui para sala ainda com o creme no cabelo e com a máscara no rosto. Encontrei as meninas tomando café da manhã. Clarissa somente de toalha, Talita com um camisão.

- Bom dia, chuchus. - Falei, já sentando.

- Bom dia. - Talita falou com a voz ainda rouca.

- Bom dia. Cê acordou inspirada né?! - Clarissa me olhou. 

- Foi. - Sorri. - Quem preparou o café hoje?

- Eu. - Talita disse.

- A louça é sua. Secar e guardar, sou eu. - Clarissa me disse.

- Tudo bem. - Comecei a comer, enquanto falamos sobre o fuso horário e o quanto vai ser cansativo se adaptar novamente. Talita se retirou, alegando ir tomar banho. Clarissa e eu fomos para a louça.
 
- Nossa, Talita suja muita coisa. - Clarissa reclamou.

- Para de ser faladeira, você também comeu e sujou. - Ela me olhou e nós rimos. 

- Marco me mandou uma mensagem, dizendo que eles vem pra almoçar. - Arregalei os olhos. - Calma, eles vão trazer o almoço. - Respirei aliviada. 

- Que susto, sua doida. - Ela riu. 

- Luan vem. - Me avaliou.

- Eu sei, Clarissa. Ele já tinha falado que vinha. 

- E aí? - Ela quis saber.

- O que? - Me fiz de desentendida. 

- Vocês... 

- Não. - Respondi rapidamente. - Somos só amigos. - Olhei ela, enquanto lavo uma xícara. 

- Tá. Tudo bem. - Sorriu pra mim, tentando me deixar confortável. 

- O que eles vão trazer? - Eu quis saber.

- Não perguntei. - Continuamos nossa tarefa doméstica, entre um assunto e outro. Ao terminar, voltamos para nossos respectivos quartos. Tirei o creme dos cabelos e a máscara também. Escolhi um filme, enquanto vou para a batalha de secar meus cabelos. No decorrer do filme, acabei ficando envolvida com a história de superação totalmente emocionante. É, eu sequei meus cabelos em meio às lágrimas. Mas não são simples lágrimas, eu chorei do início ao fim do filme! Quando acabei de secar os cabelos, foi o tempo do filme terminar. Funguei, feliz pelo final do filme. Foi um bom final. Respirei fundo e levantei. 

- Lavínia! - Ouvi minha irmã chamar. - Os meninos estão aqui. 

- Droga. - Murmurei, fungando. Sei que todo esse sentimentalismo tem relação com minha menstruação. - Tô indo. - Falei mais alto e fui até meu closet. Peguei uma calça de tecido molinho, listrada branco e perto. Peguei um top preto, tomara que caia e fui ao banheiro rapidamente olhar meu rosto. Não posso negar que não chorei. Meu coração está acelerado. Luan tá aqui! Olhei a roupa em meu corpo mais uma vez e tentei disfarçar a cara de choro. Procurei meus chinelos e então abri a porta do quarto, indo em direção a sala. Meu coração vai sair pela boca. Assim que cheguei na sala, encontro Luan, de pé, olhando pra mim. Ele sorriu e então franziu a testa.

- Foi só um filme. - me expliquei logo e ele sorriu. - Oi, gente. - Cumprimentei Keven e Marco que estão sentados. As meninas, pude ver que estão na cozinha, organizando o que eles trouxeram. 

- Oi. - Responderam juntos, animadamente. Me aproximei de Luan e ficando na ponta dos pés, o abracei. Ele me abraçou com vontade, acariciando minha cintura. Fechei os olhos e inalei seu cheiro. Estou com um frio na barriga terrível. 

- Saudade de você. - Ele disse.

- Eu também senti saudade. - Desfiz o abraço e o olhei sorrindo. Ele tá lindo! Usando uma calça da adidas, tecido molinho. A calça é azul escuro e ele está usando uma camisa sem mangas, branca, e chinelinhos. Lindo demais! 

- Eu também senti falta da melhor cunhada do mundo. - Ouvi Marco e eu revirei os olhos, indo em direção a ele. 

- Eu sou a única que você tem. - E os meninos riram. Ele levantou-se para me abraçar. 

- Bom ter vocês aqui de novo. - Ele disse.

- É bom estar de volta também. - E então desfiz o abraço.

- Eles trouxeram muita coisa gostosa! - Talita comemorou da cozinha, enquanto Keven levantou para me abraçar também. 

- Oi, Keven. - Eu sorri e ele também. Nos abraçamos. 

- Obrigado por não ter deixado a Talita ficar lá. 

- Mas ela era uma das que mais queria voltar. - Nós rimos e desfizemos o abraço. 

- Vem, gente! Bora comer! - Clarissa chamou. E então os dois comilões foram quase correndo. Luan segurou meu pulso, delicadamente. 

- Teu nariz tá muito vermelhinho, loira. - Ele me olhou bem de perto.

- Foi a droga do filme. - Suspirei e ele sorriu. - Eu tô naqueles dias, então o vento soprou mais forte, eu choro. 

- Anw! É uma bebezinha. - Ele me abraçou e eu sorri. Amo o abraço dele. Cheirou meus cabelos. 

- Ei, casal de amigos, venham. - Marco foi irônico.

- Ele é um filho da mãe. - Luan murmurou e então nos aproximamos do restante. Sentamos e começamos a nos servir. 

- Como foi a viagem? - Keven falou. 

- Nós fizemos muita coisa. - Talita disse. E então ela começou a tagarelar. Talita é a melhor pessoa para contar, afinal, ela consegue ser naturalmente engraçada. Clarissa e eu, apenas complementamos tudo que ela falava. Os meninos se divertiram com cada história. Claro, alguns detalhes como o reencontro da Clarissa o ex, meu beijo no cara da balada, Talita que acabou dando vários foras nessa mesma balada, entre outros, foram ocultados. 

- Mas é bom tá de volta né?! - Keven perguntou a ela.

- É maravilhoso.

- Aqui tem eu, neguinha. - E então nós rimos. 

- Convencido pra caramba! - Talita falou sorrindo.

- É neguinha, loirinha... vou te chamar de branquinha. - Marco disse.

- Ela já tem o apelido dela. - Luan se meteu.

- Luan, cê num vem não. Seu safado! - Clarissa falou e nós gargalhamos.
 
- Certo, fico na minha se me der sobremesa. - Luan segurou o sorriso.

- Não tem. - Clarissa ergueu as sobrancelhas.

- Cê tá me negando sobremesa? Loira, e aí? - Ele quis um posicionamento meu.

- Pensei que vocês iriam cuidar disso. Trouxemos o almoço, vocês a sobremesa. - Keven falou.

- Ah, mas esse não foi o combinado, querido! - Talita rebateu.

- A gente chegou ontem de viagem. Aproveitadores! - Clarissa falou.

- Tem chocolate. Trouxemos chocolate de lá. - Eu disse. Os meninos comemoraram batendo palmas e começou outra discussão, afinal, as meninas foram acusadas de esconder o chocolate. Peguei na geladeira e dei uma barra pra cada. Luan me olhou intensamente e eu fiquei corada. 

- Quem vai lavar a louça? - Talita falou.

- Eu já lavei hoje. - Falei. 

- E eu já sequei. - Clarissa também disse. 

- E eu fiz o café. - Talita voltou a falar.

- Ah, então cês querem que a gente faça? - Marco reclamou. 

- Eu quem levei esses dois até o restaurante. - Luan tentou se safar.

- Mas quem foi comprar? Nós dois. - Keven falou.

- Beleza, cada um lava o seu. - Clarissa levantou e já foi lavar o dela. Ficamos na mesa, até que um por um, fez seu trabalho. Luan e eu fomos os últimos e naturalmente todos foram para sala. A parte do naturalmente, é ironia, eles quiseram nos deixar sozinhos. Ele começou a lavar primeiro e eu fiquei ao seu lado, esperando minha vez. 

- Tô achando você tão calado. - Comentei. É, ele tira suas brincadeiras, mas não é como antes. 

- Tô tentando me comportar como seu amigo. - Me olhou rapidamente, voltando sua atenção para ensaboar o prato. 

- Não precisa mudar pra ser meu amigo. 

- Precisa sim. Eu não posso flertar com você, nem te beijar. - Suspirei. 

- Não vamos falar disso.

- Foi você quem perguntou. - Passou para o copo.

- Só não fica todo estranho. 

- Tá. Posso tentar. - Sorriu de lado. Que clima mais estranho! Voltamos ao silêncio e então ele falou: - Como foi ter Bernardo tão perto de novo? De certa forma, foi isso que aconteceu né?! - Eu sabia! Algo está incomodando ele! 

- Foi intenso. - Falei sinceramente. Ele enxaguou o prato e o copo, parando e me dando atenção. 

- Me fala mais. 

- Luan, ele sempre vai ter um espaço especial na minha vida.

- Eu sei. 

- Então, eu chorei bastante. Foi complicado. Ainda mais agora que eu sou apaixonada por você e você não me quer.

- Opa, não é bem assim. - Ele se defendeu.

- Você me entendeu. Minha cabeça ficou uma confusão. Eu visitei ele no cemitério e acho que esse foi o pior dia. Mas eu também sonhei com ele, falava de você pra ele. 

- E aí? - Ele sorriu de lado.

- Ele ficava feliz. - Me contive em dizer apenas isso. Não quero parecer mais apaixonada do que ele pensa. 

- Você sabe que eu te quero, Lavínia. Eu só não tô no tempo que cê quer. Mas eu te quero pra caralho. - Suspirei. Ai, Deus! Eu tô morrendo de vontade de beijar ele. Me segura. 

- Nossos momentos são diferentes. Continuar do jeito que estava, só ia me machucar mais. 

- Eu sei. 

- Mas eu sou doidinha por você. - Sorri. 

- Não fala isso. Tá me seduzindo? - Eu ri. O que eu tô fazendo? Tô maluca! Só pode! 

- Certo. Chega. - Tirei meus olhos dos dele. - Chega pra lá pra eu levar o meu. - E assim ele fez. 

- Você fala umas coisas e termina o assunto numa covardia tão grande. - Ele reclamou e eu ri. 

- Luan! Não me julga. - Ele riu também.

- Longe de mim, mas isso causa um impacto, loirinha. - O olhei e vi aquele olhar faminto, misturado com um brilho. Ai, droga! Voltei minha atenção para a louça. 

- Tô até calada. - Dei de ombros. 

- Você é uma safada covarde. - Eu gargalhei e ele sorriu. Enxaguei o que ensaboei e ele suspirou. 

- Quero te dar teu presente. Eu comprei mais de um. - Falei feito criança animada e ele riu. 

- Tô ansioso. Quero ver se você acertou no presente. 

- Claro que acertei. - Nos afastamos da pia e fomos para a sala. Encontramos os dois casais. Keven e Talita trocando um beijo, Clarissa mostrando fotos da viagem para Marco. 

- Ou, chegamos! Parou a palhaçada. Negócio de beijo, de casalzinho... cês se coloquem no meu lugar. - Ele brincou. Aí está o Luan que eu conheço. Todos nos olharam. 

- Continuam melhores amigos para sempre? - Marco brincou. 

- Quase uma irmã. - Ele passou o braço em volta do meu ombro e todos rimos. 

- Ridículo. - Eu disse. 

- Nós podemos dividir um sofá? - Ele me olhou.

- Luan, é claro! - Revirei os olhos, sei que ele só quer me provocar. Sentamos juntos com Clarissa e Marco. 

- Cadê meu presente? - Ele quis saber.

- É verdade! - Meu cunhado disse. - E o meu, amor? 

- Bora lá buscar. - Clarissa chamou e todas nós levantamos, indo para o quarto. 

- Será que vão gostar? - Talita perguntou.

- Claro que vão. - Minha irmã disse confiante.

- Quem vai amar é o Marco. Ele vai ganhar de nós três. - Eu disse e elas riram.

- Espera só a zoação. - Talita falou e então entramos cada uma em seus quartos. Peguei os de Luan e o de Marco. Ao sair do quarto, encontrei as meninas andando um pouco à frente. Chegamos até a sala juntas.
 
- Uou! - Marco comemorou. 

- Bora lá. - Clarissa disse e colocamos tudo em cima da mesinha de centro. 

- Para de suspense. - Eu disse.

- Ah não. Uma de cada vez. Todo mundo quer ver. - Keven disse. E eu senti meu rosto queimar. Não sei se pela forma que Luan não para de me olhar, ou por saber que eles vão zoar nós dois. 

- Tá, vai. Clarissa primeiro. - Talita disse.

- Eu me empolguei um pouco. - Ela riu, pegando a primeira embalagem. - Comprei um par de tênis. Eu achei muito sua cara. - E entregou pra ele, que abriu com um sorriso no rosto. 

- Amor, é muito massa! Irado! - Marco disse empolgado.

- Foda! - Luan elogiou.

- Mandou bem, Clarissa. - Keven elogiou também. 

- E eu ainda comprei uma camisa. 

- Ah, não. - Marco sorriu derretido pra ela. Eles são lindos. E então ela entregou pra ele. Logo que abriu vimos a camisa preta com um raio colorido. Nós todas achamos parecidíssima com ele. 

- Meu amor! Caralho! - Ele levantou-se e beijou ela, lhe abraçando em seguida. Pude ouvir ele dizer: - Obrigado. Eu te amo, vida. 

- Eu também te amo. - E então desfizeram o abraço. - Talitinha agora. - E então, minha amiga pegou a sacola com presente e entregou para Keven. 

- Tô sendo um princeso mimado. - Ele disse e nós rimos. Ele abriu e se deparou com dois bonés e duas toucas. Uma personalizada com nome dele, outra totalmente preta. Um boné branco com um x na frente, o outro com o nome “ music “ nas duas laterais. - Caramba! Me amarrei! - Keven levantou e abraçou ela, lhe beijando em seguida. - Você é foda. É demais! - Ele disse olhando nos olhos dela. - Obrigado. Obrigado por ter lembrado carinhosamente de mim. - Eu quase derreti ao ouvir. Esses dois vão acabar namorando...

- Eu sempre lembro. - E então deram mais um beijo. - Tenho outro presente pra dar, mas esse, não é pro Keven. É algo simbólico, eu trouxe pro mala do Marco. 

- Você me ama! Eu já sabia! - Ele gritou e nós rimos. Ela lhe entregou o pequeno pacotinho. - Você sabe que me ama. - Ele disse enquanto abria o presente. Encontrou um chaveiro com pingente de violão. - Ah, cara! Se algum dia eu já discordei dessa mulher, vocês esqueçam. - Eles se abraçaram. - Mas não vai pensando que eu te amo tanto assim. - Ele fez careta.

- Para de ser ridículo! - Ela retrucou e desfizeram o abraço. 

- Tá vendo só? A gente tenta dar uma chance, mas essa daí não colabora. - Sentou-se novamente.
 
- Agora é a Lavínia! - Clarissa disse animada. E eu fiquei sem graça pois Luan não para de me olhar intensamente. Porra! 

- Eu trouxe dois presentes pro Luan. - Entreguei os dois de uma vez só.

- Será que acertou no presente? - Ele me olhou desconfiado. 

- Abre logo. - Sorri envergonhada. Ele abriu primeiro a sacola da Camisa. Pude perceber que ele leu a frase e em seguida me olhou com um sorriso. Eu acertei! - Parece com a sua tatuagem. - Ele assentiu e mostrou para os outros, lendo a frase. 

- O meu foi o melhor, cês me desculpem. - Ele disse.

- Para de ser provocador. - Clarissa disse e ele riu, abrindo o segundo presente. E então pegou o cordão nas mãos. 

- Caralho. - Ele disse admirando. - Lavínia... - Ele me olhou e eu soube: realmente acertei. Eu sou demais. 

- Porra! Mandou bem, cunhada. - Marco disse ao ver. 

- Já vou colocar agora. - Luan disse e assim fez. - Ficou bom? - Ele olhou pra mim. Quer saber a minha opinião. 

- Ficou ótimo. - Eu sorri e ele levantou. 

- Um selinho de amigos, vai. - Keven provocou e Luan ficou me avaliando. 

- Não. - Eu logo respondi e ele sorriu. Me abraçou forte. 

- Obrigado. Você acertou muito. 

- Beijinho! Beijinho! Beijinho! - Todos começaram a gritar. 

- Não, Luan. - Eu pedi baixinho. Não quero recair. 

- Relaxa. - Ele desfez o abraço. - Só na bochecha, gente. Ela é minha amiga. - E então assim ele fez. Beijou minha bochecha e em seguida mais embaixo, no canto da boca. Bati em seu braço e ele sorriu me olhando. 

- Eu ainda não acabei. - Tentei falar com o barulho que estão fazendo. - Trouxe algo pro Marco. 

- Ah, ele é o queridão. - Keven disse.

- O que eu posso fazer? Essa família me ama. - Disse convencido. Lhe dei meu presente e ele abriu. - Cunhada... poxa! Cê acertou nesse hein?! Cara! Vou usar essas meias com esse tênis e com essa camisa e com esse chaveiro. - Eu tive que rir dele. Levantou e me abraçou. - Obrigado. Mesmo. Eu gostei muito.

- Que isso. Na sua próxima viagem você trás chocolate pra mim. - Eu disse e todos riram. Ele desfez o abraço.

- Sabia que tinha algo por trás disso. - Encolheu os olhos me olhando. 

- Presentes distribuídos, vamos assistir? - Clarissa deu a ideia.

- Coloca naquela série. O combinado foi a gente só assistir juntos. - Keven falou.

- Quem manteve a palavra? - Talita quis saber, enquanto cada uma se aproxima de seus lugares. Voltei a sentar junto de Luan e ele passou o braço em volta do meu ombro, enterrando o rosto em meu pescoço. Quero muito beijar ele. Essa proximidade toda não ajuda. 

- Obrigado, viu? - Olhou em meus olhos. - Eu adorei tudo. Não trouxe nada pra você na minha última minha viagem, mas na próxima eu recompenso. 

- Sua última viagem não foi focada exatamente em compras né?! - Alfinetei e ele fez careta.

- Bora esquecer, por favor. - Eu revirei os olhos.

- Você manteve, Luan? - Talita perguntou.

- O que? - Ele a olhou. 

- A palavra, tonto! - Ela disse e eu ri. 

- Ah, sim. Mantive. Não assisti desde a última vez que estivemos juntos. 

- Beleza. Nós também não. - Clarissa falou e então pegou o controle remoto. 

- Cês tem cerveja aí? - Keven quis saber. 

- Tem sim. - Talita respondeu. 

- Trás uma pra cada. - Marco pediu e ela lhe mostrou o dedo do meio.

- Quem quiser vai pegar. - Disse antes de ir. 

- Cê trás a minha, princesa? - Keven pediu carinhosamente e ela assentiu feio idiota. Ah, a paixão. 

- Cê vai beber? - Luan me olhou, acariciando meu ombro.

- Só uma. 

- Eu busco pra nós. - Levantou e foi até lá. Marco o acompanhou. 

- Clarissa, cê coloca fé nessa amizade? - Keven perguntou.

- Lá vem! Fica calado, Keven. - lhe joguei uma almofada e ele riu. Enquanto minha irmã simulou um zíper com o dedo em sua boca. Logo os três voltaram e nós começamos a beber, assistindo. Bebi um gole da garrafinha e dei uma mordida no chocolate. 

- Lavínia! - Luan sussurrou rindo baixinho. 

- Meus gostos são peculiares. - O olhei sorrindo e ele olhou minha boca. Ah, Deus! Lhe abracei e dei um beijo em sua bochecha. Quando tentei sair do abraço, ele me manteve juntinha. Acariciou minhas costas e então eu aproveitei pra cheirar seu pescoço. Eu estava me segurando pra fazer isso. 

- Morde. - Ele pediu baixinho, acho que não ouviram por conta do barulho da tv. O pedido dele distribuiu ondas de Excitação por todo meu corpo. 

- Não. - Sorri contra sua pele. 

- Vai. - Ele pediu novamente, pousando a mão em meus cabelos. E então eu fiz. Mordi ele, sentindo um aperto em meus cabelos. Mordi de novo e em seguida lambi. A respiração dele mudou. Chupei devagarinho e ele puxou mais meus cabelos. Me afastei com um sorriso safado no rosto. Eu gosto de saber que provoco ele. Me olhou mordendo os lábios e negou com a cabeça, engolindo seco. Bebi mais da cerveja e voltei minha atenção para a série, que é realmente fantástica. Esse homem colado comigo é uma tentação sem tamanho.






2/3

“ Memórias registradas “ 43



Os dias foram se passando. E eu tive momentos indescritíveis em Sidney! Tivemos o jantar na casa dos meus sogros. Foi uma noite em que eu chorei bastante após chegar em casa e também quando pude ir até o quarto de Bernardo. Vimos fotos e naquele dia Talita compartilhou em seu Instagram uma delas:



“ Das lembranças boas dessa vida ❤️ “ 

Tive também uma noitada com minhas amigas. Fomos a uma balada e o máximo que consegui foi dar um beijo em um cara. Somente um beijo e lembrei de Luan imediatamente. Meu coração reclamou comigo, então eu decidi ficar somente com minhas amigas, primas, Talita e Clarissa. Fiz uma publicação nesta noite também:


“ True love, girls ❤️ “ 

Fui até a empresa e participamos de um dia muito produtivo. Vimos gráficos, dados, fizemos reuniões e o melhor: tiramos três horas para fazer a prévia de lançamento dos próximos produtos. Houve uma cerimônia toda especial, onde foram convidadas trinta clientes locais mais ativas em nossas redes sociais e ela puderam experimentar em primeira mão os mais novos produtos. Eu participei disto, dando dicas, foi como um curso por um dia. Realmente gratificante e eu dividi toda minha felicidade em meu Instagram:
 “ Hoje foi um dia todo especial! Nos stories vocês entederão tudo! Vão lá! “ 




Houve uma manhã ainda com foco no trabalho. Clarissa e eu fizemos um vídeo falando sobre Sra. Make no Brasil, para o Instagram da loja. Foi uma conversa em inglês, com legenda em português. Mostramos alguns produtos que foram apresentados para nós no momento do vídeo. A ideia foi de Talita com Ella, as duas marketings da empresa. Os produtos também serão lançamento. Houveram vários posts com fotos nossas:



Nós também fizemos as nossas.

Clarissa:


“ Confiram nosso vídeo no @sramake, está muito divertido! 😍 “

Eu:



“ @sramake nos surpreendendo! Vejam o vídeo completa no insta da loja 🥰 “ 




Quase todos os dias falei com Luan. Ele puxou assunto uma única vez, ao responder um storie meu. Era um vídeo na praia, antes mesmo de eu ir, mandei uma foto pra ele através do WhatsApp:


E ele elogiou

“ Coisa mais linda! “

Houveram mais jantares com minha família, reunimos as tias, primas, pai e mãe em um barzinho muito animado. Fiz um registro desta noite também:


“ Coradinha depois de um dia de praia 😛 “ 

Postei foto com Talita, em um dos nossos vários encontros:
 “ Amo tanto que dói! 🤩 “ 

Meu sogro postou foto comigo, quando fomos até o seu restaurante:

 “ 👨‍👧 “

Ele usou um emoji de pai e filha. Eu realmente os amo!




Hoje, no último dia, postei fotos com minha mãe em um de nossos momentos no spa. Fomos eu, Clarissa, ela e Talita. Fizemos massagem, foi revigorante:
 “ Já sinto saudade parte 1. 🥺 “ 

Em seguida postei com meu pai, em uma das nossas visitas a sua casa:


“ Já sinto saudade parte 2. 🥺 “ 




Fiz muito mais do que pensei em todos esses dias. Aproveitei muito mais. Senti as mais diversas sensações. Eu chorei de tristeza, chorei de alegria, dancei, beijei. Visitei Bernardo no cemitério. É, ele não foi cremado. Foi enterrado junto com o avô paterno. Este dia eu fiquei péssima. O dia todo. E então, pela noite, sonhei com ele. Sonhei que conversávamos no jardim da sua casa e então eu falava de como estava minha vida, falava de Luan. E explicava o quanto ele me fez bem, me tirou do luto, me fez perceber que a vida continua. Falei também do quanto estou apaixonada, então ele disse:
É, eu vejo tudo. Você sempre será o meu amor e eu sei que sempre serei amado por você. Mas vocês tinham que se encontrar. Eu estou muito feliz. Minha alma se enche de luz. Seja feliz, minha pequena.

No outro dia, eu acordei radiante. Foi justamente o dia que fomos ao restaurante da família dele. Foi quando eu fui sincera ao dizer que tinha conhecido outra pessoa e estava apaixonada. O sonho que tive com ele me impulsionou a fazer isso, a ser aberta com seus pais. Acho que devo essa conversa a eles.

Não tive uma reação muito feliz da parte deles. Óbvio, me disseram que estavam, mas eu pude ver o choque neles. É, eu também demorei a ceder ao Luan pois eu senti o mesmo choque. Algo do tipo: Eu não sou mais do Bernardo. Não tenho mais ele.

A mesma coisa aconteceu com seus pais: ela não é mais namorada do nosso filho, ela é livre e achou alguém. Alguém que ocupa o lugar que deveria ser dele.

O clima ficou um pouco tenso, isso me entristeceu. Mas eu realmente os compreendo. É algo a ser processado aos poucos. Neste dia eu voltei mais triste pra casa.

Hoje volto ao Brasil. Vou levando presentes para Luan e para Marco. Acabei comprando além da camisa, um cordão pro Luan que tem um pequeno violão de pingente. É claramente masculino, mas ao mesmo tempo delicado. Lembrei muito dele. Para meu cunhado, levei várias toucas e meias coloridas. É, as vezes ele usa junto com Tênis. Fica bem estiloso, mas eu sempre faço graça com ele. Não posso perder a oportunidade.

(...)

Seguimos para o aeroporto. Hoje o noite está bem fria. Batemos fotos, enquanto esperamos a chamada pro nosso voo. Minha mãe nos acompanhou, foi um acordo entre ela e meu pai. Um recebeu, o outro levaria de volta.

Entrei no Instagram e vi uma publicação de Chloe, minha amiga:
“ miss you ❤️ “ 




E mais abaixo, uma publicação de Isla:
“ Love u 🥺❤️ “ 




Meus olhos encheram de lágrimas. Eu vou sentir saudade de todas. Mas volto na certeza de que aproveitamos bastante esses dias.

Procurei umas das fotos que Talita bateu agorinha e postei uma:

“  ✈️ “ 




Larguei o celular e me senti ansiosa pois Luan vai estar em casa, de folga, e ele combinado com Marco, vão nos ver. Eu não sei como vai ser esse reencontro, mas quero manter minha palavra. Afinal, eu sei que se isso continuar eu só vou me machucar mais. É péssimo. Minha situação é uma droga. Talita está fazendo graça com minha mãe e isso chamou minha atenção. 

- Essas duas... - Clarissa disse rindo. Então Talita e minha mãe começaram a fazer uma dancinha ridícula. Todos começaram a olhar.

- Gente, por favor. - Eu pedi, morrendo de vergonha. Mas não me contive por muito tempo. Clarissa gargalhou, chamando mais atenção e eu acabei acompanhando. Foi nesse momento que ouvimos a chamada de nosso voo. Então a dança parou, as risadas também. Chegou a hora de irmos. Os pais de Clarissa optaram por não vir. Foi uma decisão em conjunto. Eles odeiam despedidas, segundo Talita, já choraram o bastante antes de ela sair de casa. 

- Chegou a hora. - Talita disse.

- Não esqueçam, continuo sendo apoio pra vocês. Me liguem sempre que for preciso. Sempre. Não pensem duas vezes. - Minha mãe se dispôs. 

- Nós sabemos. - Sorri. Clarissa lhe dei um abraço demorado. Falaram algumas coisas que não pude ouvir. Em seguida fiz o mesmo.

- Vai com Deus tá? Eu confio demais em você, mas sabe que sempre que quiser voltar, estaremos aqui. 

- Eu sei. Obrigada, mãe. 

- Sei também que está completamente apaixonada pelo cantor, só quero que você siga o que é melhor para seu coração. Você merece ser muito feliz. - Meus olhos lagrimejaram.

- Obrigada. - Falei com a voz embargada. - Eu amo você.

- Eu amo mais ainda. - E então me apertou. Foi inevitável segurar as lágrimas. 

- Não aguento mais chorar. - Talita disse ao ver eu desfazer o abraço com minha mãe. - Eu amo você.  Eu vou sentir saudade demais. - E então as duas se abraçam. Houveram mais palavras somente entre elas duas. E então desfizeram o abraço. Todas emocionadas. - Amo por tudo que representa na minha vida. Muito obrigada, viu?! 

- Ah, para com isso! Você é como uma filha pra mim. - Eu sorri com as duas.

- Linda! - Talita disse. - Só não fica tão linda quando está estressada. Mal posso esperar pelo próximo video-chamada e encontrar você esgotada de estresse. - Nós gargalhamos. Isso faz parte dos nossos dias. Nem todos os dias são flores. Acontece divergências de opiniões, todas temos nossos dias ruins como todo ser humano. 

- Precisamos ir. - Clarissa disse e fungou. - Esperamos vocês lá, mãe. 

- Nós vamos. Manda beijo pro seu namorado.

- Tá. - Minha irmã sorriu. Marco falou com nossos pais por video chamada. Foi hilário! Meu cunhado é um conquistador mesmo...

Demos os últimos acenos e fomos para o local de embarque.

Logo me vi dentro do avião. Sentamos as três juntas, o voo é de primeira classe. Meus sogros fizeram questão, não nos deixaram pagar por isso. Tentei relaxar, mas ouvi Clarissa fungar, chorando silenciosamente. 

- Clarissa, assim fica difícil. - Talita fez bico. 

- Me desculpa. - Ela falou com a voz embargada. - Será que vai ser sempre tão difícil? - Ela me olhou e eu engoli o choro.

- Eu acho que sim. - Sorri sem ânimo. 

- Vou pedir comida e então vou melhorar. - Ela disse e eu não pude deixar de rir. 

- Eu vou ler, isso vai me distrair. - Talita abriu seu livro. 

- E eu vou assistir um filme até o sono me vencer. - E então, todas nós nos encarregamos de procurar distrações.

17:00 horas depois...

Chegamos ao Brasil já na madrugada. Pedimos um uber e fomos com nossas imensas malas para o apartamento. Eu dormi a maior parte do voo, então vou sofrer com o fuso horário. 

- Vocês estão com sono? - Perguntei ainda dentro do carro.

- Nadinha. Eu dormi no meio da leitura. - Talita riu do banco da frente.

- E eu também. - Clarissa sorriu. 

- Acho que isso vai nos prejudicar um pouco. - Falei ironicamente e nós rimos. Seguimos o restante do trajeto em silêncio. Ao entrarmos em casa, suspiramos juntas.

- É bom estar de volta. - Eu disse.

- Nossa, como é bom! - Clarissa concordou.

- Cheirinho de lar. Cheirinho de correria pela manhã, cansaço no final do dia, cheirinhos dos boys mais lindos da cidade vindo aqui. - E então caímos na risada ao perceber a referência que ela fez menção a Luan, Marco e Keven. Meu celular tocou, é uma mensagem. Luan.

“ Já chegou? “

Deixei pra responder logo mais. 

- O que vamos fazer agora? - Clarissa nos olhou. 

- Eu não tenho um pingo de sono. - Talita fez careta.

- Eu tenho uma ideia chata, mas a gente não vai encontrar hora melhor pra isso. Amanhã é domingo, na segunda já começa tudo novamente. 

- Fala logo. - Clarissa me apressou.

- Ela gosta do suspense. - Talita revirou os olhos e eu ri.

- Desfazer as malas! - Dei um pulinho e bati uma mão na outra. Elas me olharam entediadas e eu voltei a gargalhar. 

- Amei a ideia. - Talita fez careta, balançando os braços em uma falsa alegria.

- Muito feliz com a ideia. - Clarissa deu pulinho, mas o semblante é de desânimo total. Gargalhei mais.

- Ridícula! Isso que você é. - Talita disse e pegou sua mala, indo para seu quarto. 

- Péssima. - Clarissa disse e também pegou sua mala, seguindo Talita.

- Vocês me amam, eu sei. - Fiz o mesmo que elas. Seguimos cada uma para seus quartos e tudo está limpinho. Fizemos um pedido de faxina ontem, nada paga a satisfação de encontrar nosso apê arrumadinho. Larguei minha mala no canto e me joguei na cama. Que saudade desse cantinho. Peguei meu celular e respondi Luan.

“ Cheguei ao Brasil tem quase 1hr “

“ Cê ainda tá acordado? “


“ Tô né. Durmo tarde “

“ Também fiquei querendo saber de você “

Sorri.

“ Obrigada por lembrar, lindo “

Ele me respondeu na mesma hora, mudando de assunto:

“ Nós vamos aí, mais tarde. “

“ Tá de pé mesmo. Keven vai também. “

Isso me preocupou.

“ Você sabe que não é um encontro de casais né?! “


“ Cê não quer que eu vá? “

Revirei os olhos.

“ Não tô falando isso.. “

“ Quero muito ver você, só tô deixando claro as coisas “


“ Isso tá mais que claro pra mim “


“ Então não fica chateado? “

“ 🥺 “


“ Não tô chateado. “

“ Vou te ver com os caras. “


“ Assim eu fico mais feliz ☺️ “


“ Kkkkkk bobona. Agora eu vou dormir. “

“ Bjo, 😘 “


“ Bjão 😘 “

“ Dorme bem “




Larguei meu celular, suspirando. Que situação mais complicada! Fui tomar banho, afinal, Clarissa já avisou sobre nossa chegada aos nossos pais logo que chegamos.

Tomar banho, no meu chuveiro é realmente aconchegante. Nossas vidas aqui e la são tão diferentes e eu amo as duas realidades.

Uma vez limpinha, eu vesti meu pijama. E como sugeri as meninas, comecei a desfazer minhas malas. Olhei as horas no celular: 3:00.

Me ocupei, ouvindo minhas músicas e demorei um pouco pra organizar tudo.

Quando finalmente terminei, olhei as horas e o relógio já marca mais de 5:00 da manhã.

Segui para minha cama e tentei dormir.

Acredito que por voltas das 6:00, peguei no sono.










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domingo, 19 de julho de 2020

“ E o pensamento lá em você “ 42

Acordei pela manhã com algumas pessoas em cima de mim, gritando. Logo identifiquei as vozes. Minha irmã, minhas duas primas. Soltei um xingamento e elas riram.

- Nós marcamos um almoço juntas! - Mia disse.

- Já é a hora do almoço? - Me espantei.

- É o fuso, relaxa. - Minha irmã disse, nosso diálogo sempre em inglês por aqui.

- Não deveria ter dormido tanto. - Resmunguei.

- Eu acordei agorinha. Olha pra mim, tô de pijama. - Observei bem ela.

- E com rímel borrado. Cê não tirou a maquiagem! - Eu ri e minhas primas me acompanharam.

- Para. Clarissa tem todo um charme singular. - Ella defendeu.

- Ah, você para. - Fiz careta.

- Ela não entende, prima. - Clarissa se defendeu.

- Vê se levanta pra nós irmos. - Mia falou.

- Tá. Eu já tô descendo.

- Comer e depois compras. - Ella sorriu.

- Eu amo! - Gritei e nós rimos.

- Vamos esperar vocês lá embaixo. - Mia falou. Soltei beijo e elas saíram. Levantei com um sorriso no rosto. A conversa com Luan fresquinha na memória, o sonho também. Já tinha esquecido como era estar apaixonada. Já acordo pensando nele. Trouxa. Bufei, sentindo meu humor mudar por esse pequeno detalhe. Adentrei ao banheiro e vi meu estado. Não muito atrás de Clarissa. Tirei minhas roupas e me joguei no chuveiro. Não molhei os cabelos pra agilizar nossa saída. Minha barriga reclamou de fome.

Optei por um vestido cinza, cabelo solto e só. Passei um batom clarinho e protetor solar que já vem com uma corzinha, dando um ar de saúde. Passei perfume e não chequei meu celular. Ultimamente vem sendo uma loucura. As fãs do Luan realmente entraram na minha vida. Sempre comentam, a maioria shippa nós dois. Uma parcela me acha metida e que eu não mereço ele. Outra parcela ama meu trabalho. Eu me divirto.

Desci e encontrei todas prontas. Ninguém em casa, além dos funcionários.

- Clarrisa, que milagre! - Eu alfinetei.

- Eu sou sempre pontual. - Ergueu as sobrancelhas.

- Ah, tá! - Mia disse e nós rimos.

- Você já passou a informação de que não vamos almoçar aqui? - Olhei pra ela, já caminhando para a saída.

- Já sim. - E então, muito empolgadas, entramos no carro de Mia. Ela vai ser a motorista do dia. Colocamos uma playlist boa e fomos cantando o trajeto inteiro! Acabei gravando um storie da do trânsito, com a voz das meninas de fundo.

Ao chegar em um restaurante já conhecido, descemos do carro. Aqui são somente comidas típicas do país. Parece que todos sabem do que eu realmente preciso. Entramos e escolhemos uma mesa.

- Que saudade dessas comidinhas! - Eu disse empolgada ao pegar o cardápio já disponível na mesa.

- Ai, poxa! Tô salivando. - Clarissa falou.

- Vamos aproveitar. - Ella bateu uma mão na outra.

Em meio as nossas escolhas, ouvi uma voz masculina chamar por Clarissa. Bradley. Seu primeiro namorado. Ele foi um imbecil com minha irmã. Traiu ela várias vezes.

- Você tá por aqui! Não sabia. - Ele sorriu.

- É, tô. - Ela deu um sorriso de lado. Completamente insatisfeita.

- Levanta, me dá um abraço. - Ela, mesmo contra vontade, levantou educadamente e o abraçou. Eu quase vomitei.

- Imbecil. - Ella sussurrou. Nós fomos testemunhas do quanto ela sofreu por ele. Desfizeram o abraço.

- Esse encontro foi muito coisa do destino. - Ele disse. Nós estudávamos todos juntos. Ele nasceu aqui. Vive aqui até hoje, está profissionalmente na área de arquitetura.

- Então né?! - Ela continuou com um sorriso totalmente forçado.

- Lav! - Ele falou comigo, usando um apelido do tempo de escola. Apenas acenei com um sorriso sem mostrar os dentes. - Você acha que poderíamos... - Ele se voltou para Clarissa e então ela o interrompeu.

- Bradley, eu estou em um momento com minhas meninas. - Ela deu um fora nele. E eu soltei fogos por dentro! Só então percebi que minhas primas e eu estamos observando como total espectadoras.

- Ah, tudo bem. Eu não tive a intenção, me desculpa. - Ele disse. Sorriu para nós sem graça e acenou. - Adorei ver você. Você tá linda. - E então abraçou ela mais uma vez. Mia fez cara de nojo. Em seguida, ele se foi. Clarissa soltou o ar e sentou.

- Merda de encontro! De todas as pessoas do mundo, encontro meu ex imbecil. - Ela reclamou.

- Idiota. Ele age normalmente. - Mia revirou os olhos.

- Para tirar minha ânsia de vômito, vamos decidir o que pedir e tomar um suco. - Eu disse.

- Concordo. - Ella voltou sua atenção ao cardápio. E então, como nada que Bradley é, o assunto foi encerrado.

- Vocês tiraram a tarde de folga? - Clarissa quis saber após pedirmos nossa comida.

- Sim. Tínhamos horas dentro, então decidimos que hoje seria um ótimo dia, precisamos de um tempo juntas. - Mia disse.

- Ai, sinto saudade de vocês. - Lamentei.

- Nós éramos grudadas. - Ella falou.

- Desde o colégio. - Eu ri e elas me acompanharam.

- O primeiro beijo... - Mia relembrou e nós rimos de novo.

- Ah, gente. Eu fui a pior de todas! - Clarissa disse.

- Claro que não. - Protestei.

- Eu que fui. - Ella disse.

- Não, não. Vamos ser justas. Eu tropecei numa maldita bolinha decorativa e bati com a bunda no chão! - Mia disse e nós gargalhamos.

- Isso foi péssimo. - Clarissa falou entre risadas.

- Mas que ideia a nossa... - Balancei a cabeça. - Combinar de beijar juntas, no mesmo dia. Na festa do Barry.

- Você lembra o nome dele! - Mia se surpreendeu.

- Claro, ele era legal. - Eu ri.

- Lembro como se fosse hoje. Eu fui para a cozinha, toda convencida com meu suco tá? Ele chegou perto de mim e disse que era apaixonado por mim. E eu disse que sentia o mesmo! - Clarissa relembrou. Nós rimos.

- Todos já sabiam. Eram vários recadinhos. - Eu disse. - No meu caso foi na escada. Fui ousada. Chamei ele e quando chegamos no início da escada eu falei: você vai me beijar ou não? Por dentro, minhas pernas tremendo. - Gargalhei.

- Eu foi pior. A mãe dele conseguiu chegar logo após o beijo. Ela viu, com certeza! Aquilo pra mim, na época, foi o fim. - Ella falou.

- Foi horrível meu primeiro beijo. - Eu disse.

- Nada supera o meu, ok? Houve, simplesmente, uma queda! - Nós voltamos a rir. E assim foi toda nossa tarde. Relembramos momentos, falamos nossas piadas internas, fomos as nossas lojas favoritas. E eu, Lavínia única na fase da terra, comprei uma camisa pro Luan.

Tudo começou com Clarissa querendo comprar um tênis para o Marco. Eu acompanhei e na mesma loja, vende-se camisas também. Eu achei a cara dele. É branca com uma frase “ Sou feliz porque canto “ em inglês. Ele tem algo muito semelhante a isso tatuado no braço. Eu lembro, pois essa conversa rolou através do WhatsApp. Ele me mandou a foto de uma por uma, explicando e eu fiz o mesmo. No meu caso, as minhas não tem muito significado e são todas em lugares que não ficam muito exposto. Mas ele já beijou cada uma dela... Óh, Deus!

Seguimos para casa com o sol se pondo. Meu celular tocou.
Talita.
Atendi, ela disse que passou o dia revendo suas amigas de faculdade e nos convocou a ir jantar em sua casa. Aceitamos, obviamente. O combinado ficou em: minhas família ir jantar com a família dela. Mais um desafio. Lá, a lembrança de Bernardo vai ser mil vezes mais marcante. Mas eu sei, preciso enfrentar.

|| Luan ||

São 4:00 horas da manhã e eu não consigo dormir. Eu só penso nela. Penso na postagem que ela fez com o ex, penso na nossa última conversa. Ela disse que ainda tá apaixonada por mim. Passei a mão por meu rosto.

Na minha última manhã, após a ligação dela, eu bebi. Como raramente bebo. Conversei com meus amigos, cantamos. Marquinhos, Douglas, Marco, Keven, Max, já estão sabendo que não estou mais com a loirinha. Tentei ser o mais breve possível. Não é segredo que eu acho nosso lanche muito nosso. Evito dividir ao máximo. Mas eles sabem, eles simplesmente sabem que eu sou caidinho por ela. Tivemos um dia de homens. Cada um falou sobre suas mulheres, obviamente aproveitaram para reclamar delas também. Marquinhos e eu, apenas rimos de cada conversa, já que somos os totalmente solteiros. Max reclamou de sua esposa que sempre reclama da toalha na cama, da falta de organização dele. Douglas falou sobre a teimosia de Juliana. Mas eu sei que ele é um teimoso também. Marco falou sobre o stress semanal de Clarissa. Eu entendo. Lavínia sempre parecia exausta durante a semana. Keven falou sobre Talita, mas eu acho que foi mais um comentário, do que reclamação. Disse que percebe que ela ainda não se sente totalmente segura com ele.

Houveram inúmeras conversas e conselhos. Almoçamos a comidinha feita por minha irmã, ela nos deu esse mimo. Deixou para trabalhar somente após o almoço. Foi um dia bom, mas eu bebi tudo pensando nela, em como tudo se desenrolou e nesse meu bloqueio que não consigo vencer.

Eu dormir no final da tarde e acordei cerca de duas horas atrás. Eu só penso nela. Eu estou tão fodidamente apaixonado!

Peguei meu celular e entrei no Instagram em busca de algo sobre ela. Vi uma foto dela com uma morena, a legenda é somente um coração:
“ ❤️ “

Que mulher do sorriso lindo!
Meu celular vibrou e uma mensagem dela apareceu. Meu coração acelerou drasticamente. Li sua mensagem

“ Comprei presente pra você 👀 “

Sorri pensando no quanto ela me surpreende.

“ Ah, não! “

“ Diz logo o que é “

Logo apareceu digitando na tela.

“ Você ainda tá acordado? “

“ Isso é hora de dormir, Luan “

Eu ri.

“ Tá me regulando, Lavínia? “

E então ela respondeu:

“ 🙄 “

Mandei-lhe outra mensagem:

“ O que cê comprou? “

“ É uma coisa que achei sua cara “

“ Me da uma pista 🙆🏻‍♂️ “

“ Cê vai ter que esperar... “

“ Mas eu garanto, você vai gostar 😌 “

“ Hummmm “

“ Tô ansioso e com saudade “

“ Eu também sinto sua falta. “

“ Logo, logo tô de volta. “

“ Tenho que me organizar pra um jantar. “

“ Beijo 😘🤍 “

“ Vai lá, aproveita “

“ Beijo 🤍 “

E assim a conversa se encerrou. Nós sempre usamos o coração branco em nossas conversas. Inclusive o nome dela está salvo como “ Loirinha 🤍 “ Fiz ela mudar o meu nome no celular dela de um simples “ Luan “, para “ Minha Saudade 🤍 “ É, isso foi difícil de conseguir. Foi durante uma das nossas conversas através do WhatsApp. Ela resistiu bastante, mas eu tenho meu charme. Consegui convencê-la e a fiz mandar print pra mim. Ela insistiu pra que eu colocasse a mesma coisa, porém eu argumentei que loirinha é muito especial pra mim, me faz lembrar dela. É algo muito dela, muito nosso. Mas deixei claro que ela é minha saudade. E eu não menti.

Então, ela comprou um presente pra mim... Não sei porque sou tão bobo. É claro que eu sou especial pra ela, significo algo. O fato de não estarmos na mesma sintonia emocionalmente, não impede nossos sentimentos um pelo outro.

Deitei e fechei meus olhos. O sono não veio. Levantei, peguei meu violão e compus. Vi o sol nascer e se tornar forte no céu. Parei para olhar minhas anotações e gravações. Acabei de criar duas músicas. Espero trabalhar as duas futuramente. Entrei no Instagram novamente e vi uma postagem dela: 

 “ Esse é o batom Maria, da @sramake, o nome do batom foi em homenagem a minha avó materna que adoravaaaaa batom vermelho! Lindo não é?! 😍 Acabei de saber que ele está incluído no próximo lançamento! Fiquem de 👀. “




Tá linda pro tal jantar. Senti ciúmes só de pensar em outros homens olhando pra ela, admirando. É uma completa gata! Nem parece real. Eu fico impressionado todas as vezes. Sempre, sempre me impressiono. Não resisti em comentar

“ Caramba, loira! 🤤 “

E então choveu curtidas no meu comentário, pessoas me marcando na foto dela. Já sabem que temos um certo envolvimento. Não é puramente amizade. Ela não se incomoda com isso, muito menos eu.

Essa mulher é apaixonada por mim, caralho! Eu sou um filho da puta sortudo! Com um sorriso no rosto, decidi que agora sim, era hora de dormir.











Oiiiiiii!!! Meninas, esses dois mesmo longe não esquecem um do outro! Luan não ligou como vocês queriam 😂 Mas ele está sim inseguro como vocês queiram hahahaha
Ainda tem mais dessa viagem. O que vem no próximo????
Vocês gostaram? Me digammm!!!

{ eu vi o comentário da Cátia e não, eu não esqueci de você. Salvei seu número, mas não aparece no WhatsApp. É como se não fosse um número de WhatsApp, vê se você colocou certinho e comenta pra eu saber e tentar te colocar no grupo de novo. Bjaommm }

Obrigada a cada comentáriooooo!!! Tô gostando mto da interação no grupo tbbb! Vocês sempre podem dar ideias, comentar sobre o que estão achando. Eu adoro isso! Obrigada!
Bjs, Jéssica ❤️

sábado, 11 de julho de 2020

“ Os amores do Brasil “ 41

Acabei dormindo em meio ao choro, acordei algumas horas depois e decidi tomar um banho. Assim fiz. Vesti uma das minhas roupas que já estão aqui e saí de meu quarto. Já estou com o chip que eu usava antes de ir embora, totalmente comunicável. Ao chegar na sala, encontrei minha mãe com a manicure. 

- Olha só! Acordou bem na hora. Chamei ela pra vir aqui, para nós termos um momento de mulheres. - Ela disse em inglês. Nosso diálogo aqui sempre acaba sendo inglês. 

- Que bom. Eu adoraria. - Sorri para a moça que sorriu de volta. Liguei a tv e vi o jornal local. Sorri ao perceber que tem séculos que não vejo isso. 

- Chama sua irmã, filha. - Minha mãe pediu e eu liguei para Clarissa. Atendeu no último toque. 

- O que é? - Mau humorada. 

- Mãe pediu pra eu te ligar, vem pra sala de visitas. - Ela resmungou algo e desligou. - Ela ainda tava dormindo. - Eu ri de leve. 

- Um pouco mau humorada, eu imagino. - Eu concordei. 

- Minha filha é igualzinha. - A moça disse. 

- Você já tem uma filha? Nossa, não parece. - Me surpreendi.

- Muito jovem não é?! - Minha mãe concordou comigo. E então a manicure acabou dividindo um pouco da sua vida conosco.

Clarissa apareceu e foi a próxima a fazer as unhas. 

- Me fale. Quero saber sobre Marco. - Minha mãe perguntou já em português, na primeira oportunidade que teve. 

- Ele é um amor, mãe. - Clarissa sorriu apaixonada. - Ele me trata feito princesa. - Suspirou.
Isso é verdade. - Concordei e minha mãe olhou desconfiada querendo se certificar de que seu genro é realmente uma boa pessoa. 

- Quero detalhes. - Ela disse e eu ri. 

- Cê tá feita com ela. - Olhei para minha irmã. 

- Não é nada. - Deu de ombros. - Ele é excelente, mãe. Ele é compositor de música sertaneja. É o ritmo que ele gosta. Ele compõe para grandes cantores no Brasil. Luan Santana por exemplo. - Olhou pra mim e minha mãe também. Revirei os olhos. - Eles são amigos, inclusive. Ele nos apresentou Luan e Luan nos apresentou a uma galera muito legal no aniversário dele. Marco tá sempre comigo, quando não tá compondo, trabalhando. Ele não tem horário fixo, então aos fins de semana ele sempre dorme lá em casa, ou eu vou pra casa dele. 

- Na semana também. - Alfinetei e ela fez careta. 

- É, as vezes. 

- Ele realmente cuida de você? É uma boa pessoa?

- Sim, mãe. Ele é. - Ela suspirou toda derretida. Ela é doidinha por ele. 

- Na próxima vez que eu for ao Brasil, quero conhecê-lo. 

- Sim, senhora. - Clarissa bateu continência e eu ri. 

- Agora vamos pra você. Já andei pesquisando sobre Luan Santana. Quero saber sobre ele perante seus olhos. - Eu suspirei. Clarissa ainda não sabe que nós rompemos. Merda! 

- Ele é lindo e gentil. - Suspirei. - Luan é uma das pessoas mais próximas em São Paulo. Assim como Marco, ele sempre tá presente. Através dele já conheci uma galera legal demais. E a gente gosta de estar juntos. - Parei de falar, torcendo pra ela estar satisfeita. 

- E o que mais? 

- Ah, mãe. É isso. 

- Vocês estão transando? - Meu rosto queimou. 

- Estávamos. - Clarissa franziu a testa e minha mãe olhou curiosa. - Decidi romper nosso... lance. Eu me apaixonei - Fiz careta. - Ele tem uma vida muito complicada. Nós não daríamos certo, provavelmente. 

- Quando isso aconteceu? - Clarissa quis saber. 

- Na viagem que fui ver ele. Não contei antes porque eu estava processando tudo. Não queria falar sobre o assunto. 

- Mas vocês se falam quase todos os dias. - Clarissa ficou confusa. 

- Ele é meu amigo. Nós somos amigos. - Me defendi, como se isso fosse uma acusação. 

- Que história mais complicada... eu realmente fiquei feliz de ver você seguindo a vida e agora já acabou? - Minha mãe lamentou. 

- É, mãe. A vida é assim. Mas ele continua sendo maravilhoso. - Sorri de lado. 

- Mãe, cê precisa ver. Eles dois juntos são a coisa mais linda. - Clarissa lamentou. 

- Há um tempo certo pra cada coisa. - Minha mãe disse sabiamente. - Como você tá? 

- Eu gosto dele, não estou com ele. Então dizer que estou 100% bem, é mentira. Mas também não estou totalmente na fossa. Tô vivendo, mãe. - Ela suspirou. 

- Ai, ai... O Brasil trouxe muitas histórias hein?! Vocês sabem que a qualquer momento, se quiserem voltar, estarei aqui. Não sabem? - Assentimos. - Eu sei que gerenciar uma loja não é nada fácil. Ainda mais a primeira loja em outro país. Nós somos reconhecidas na cidade, digamos que no país, de uma forma significativa. Mas o peso de ir para outro país, comandar tudo, é complicado. 

- Realmente é uma loucura. - Eu disse.

- Depois do que aconteceu com Bernardo, em seguida com Talita, nós realmente precisávamos desse recomeço. - Clarissa falou. 

- Tem dias que não são fáceis e tudo que eu realmente queria era vir pra cá e sentar com você no final do dia. - Eu ri de leve, olhando para minha mãe. - Mas nós temos umas as outras lá, isso faz tanta diferença. 

- Eu sei que para cada uma de vocês, foi um desafio. Aqui, Lavínia focava em vídeos no YouTube, maquiando, dando dicas e de certa forma divulgando nossa marca. Clarissa se formou com a intenção de trabalhar com o pai e depois ter seu próprio negócio. Talita trabalhava com os pais no restaurante deles. E do nada, ela se mudou para maquiagem. Na mesma área, que é marketing, porém em um seguimento diferente. - Riu de leve. - Fico preocupada com vocês e ao mesmo tempo orgulhosa. Estão se saindo muito bem. Dentro de dois anos eu pretendo expandir mais no Brasil. Mas a gente se comprometeu com vocês durante um ano, vocês precisavam disso e enfim, tudo acabou se encaixando. Quando tudo isso for demais e cada uma quiser voltar para os seguimentos que tinham, eu entenderei. Tenho como contratar pessoas capacitadas pra ocupar o lugar de vocês. 

- Nós sabemos disso. - Clarissa disse. 

- Obrigada por tanta compreensão e tanto apoio, mãe. - Estendi minha mão pra ela.

- Eu amo vocês mais que tudo e vou sempre zelar pelas duas e também por Talita, que é como uma filha pra mim. 

- Oi! Cheguei! - Talita invadiu a casa. Palhaça! 

- Não morre mais. - Resmunguei.

- Hum, estão fazendo as unhas! - Eu sorri. Eu realmente amo essa mulher. 

- Você também vai? - Minha mãe quis saber, ao receber um abraço dela.

- Vou sim. Eu quero. - Me abraçou em seguida. - Oi, mini Lavínia. - Lembrou o apelido que Luan colocou em Clarissa e nós rimos.

- Essa garota é ridícula. - Clarissa reclamou ao receber o abraço dela. Cumprimentou a manicure com um aceno e sentou-se no sofá.

- Me digam, qual é a boa? - Eu não consigo parar de sorrir. Talita é contagiante. 

- Estávamos falando de você e o tal homem que conheceu. - Minha mãe disse uma meia mentira e Clarissa e eu acusamos ela. - Ou, Ou. Parem. - Talita gargalhou realmente alto e nós acompanhamos. 

- É o Keven. - Ela gritou, abrindo os braços. 

- Nossa, quanto entusiasmo. Me fale sobre ele. - Minha mãe quis saber.

- Ele é um gostoso. - Disse para minha mãe e nós gargalhamos novamente. - Um gostoso de tão lindo. - Suspirou. 

- Minhas filhas estão todas apaixonadas. Essa foi a maior surpresa pra mim. 

- E todos são amigos. - Clarissa riu da ironia do destino. 

- É, eu conheci o Keven através do Luan. No aniversário dele, desde então eu tenho aquele sorriso dos deuses na minha vida. 

- Caramba, pô. Talita está mudada. - Eu disse e ela riu. 

- Você também. Quer que eu enumere as coisas inusitadas que já fez pra estar com Luan? - Me alfinetou e eu lhe mostrei meu dedo do meio. 

- Cê já sabe da novidade? - Clarissa olhou Talita.

- Não... - E ela me olhou franzindo a testa.

- Nós rompemos.

- Que? - Ela gritou e eu ri. - Tá maluca! Só pode! O lagartixa branca é gente boa. 

- Não chama ele assim. - Fiz bico.

- Ele me chamou de pixel, Lavínia. Me deixa. - Passou a mão por seus cabelos e eu ri. 

- Talita e sua relação amigável com Marco e Luan. - Clarissa falou. 

- Quem rompeu com quem? - Minha amiga quis saber.

- O foco vai voltar a ser eu? - Fiz careta.

- Não, eu quero saber sobre o Keven. - Minha mãe disse.

- Ok. Ele é compositor, amigo de Luan e Marco. Ele tem sido realmente incrível e tem mexido com a minha vida. - Sorriu. - Acredita que ele me mandou umas cinco mensagens enquanto eu dormia? - Ela riu. - Dizendo que estava sentindo saudade. Eu não aguento com ele. - Sorriu boba.

Continuamos conversando. Entre homens, negócios e rotina. Foi tão bom! Um papo tão leve. Me senti melhor por ter contado pra elas sobre Luan.

Chegou minha vez de fazer as unhas. Minha mãe pediu para que a cozinheira preparasse um lanche pra nós. Talita colocou música e começou a cantar com Clarissa. Minha mãe logo se juntou, e elas começaram a dançar. 

- Maravilhosas! - Eu gritei e a manicure riu. Meu celular tocou e vi o nome de meu pai. - Hi! - Atendi em inglês. 

- Filha, vamos jantar juntos tá? - Foi quase uma ordem. 

- Tá. - Ri de leve com o jeito dele.

- Que barulhada é essa?

- As meninas, né. Clarissa, Talita e senhora Minha mãe. 

- Talita já tá com vocês? 

- E ela desgruda? - Eu ri de leve. 

- Pego vocês as 20:00 horas, tudo bem?

- Sim. Aonde vamos?

- Fiz uma reserva no restaurante preferido de vocês. - Eu sorri.

- Pai, eu te amo. Muito! - Fiquei empolgada

- Eu também amo vocês. Talita vai outro dia, já sei que a noite vai ser com os pais dela. 

- Certo. Falo com a Clarissa também. 

- Beijo. 

- Beijo, até mais. - Desliguei, enquanto elas continuam cantando. - Jantar com papi, Clarissa. - Gritei por cima da música e ela assentiu sorrindo.

(...)

A noite chegou e nós fomos nós arrumar. Talita foi embora, falando sobre o jantar com os pais e alguns parentes. Ela não queria muito ir, pois sabe que vai lembrar de Bernardo. Eu estou lembrando dele quase o tempo todo. São pequenas coisas, os cantinhos da casa, tudo me lembra ele. O quanto ele era presente na minha vida. Estávamos juntos quase o tempo todo. Tínhamos horário livre? Estávamos juntos. Quando eu estava gravando alguns vídeos para o YouTube, ele ficava me olhando, observando tudo quietinho. Tentei várias vezes fazer ele aparecer, mas ele nunca quis. 

- Clarissa, tô pronta. - Falei quando ela atendeu minha ligação.

- Tá, já tô indo. Aonde cê tá? 

- No meu quarto. 

- Eu passo aí quando eu terminar. - E então eu desliguei suspirando. Olhei para minha foto com Bernardo novamente e ao mesmo tempo lembrei de Luan. Suspirei. Os dois são tão diferentes! E eu me apaixonei perdidamente pelos dois. Luan é o dono do meu coração, mas eu sinto falta do conforto e da segurança que Bernardo me trazia. Luan não me quer como namorada, e mesmo que quisesse, eu nunca teria o mesmo companheirismo. A gente mal consegue se falar, por conta da nossa rotina louca.

Peguei meu celular e fui até o álbum que tenho de fotos com Bernardo.

Logo meus olhos marejaram. 

- Meu coração tá tão machucado, Bê. - Sussurrei, sentindo as lágrimas descendo. - Você tá aqui né?! Eu sinto demais! - Suspirei. - Você tá vendo a enrolada que me meti? - Ri de leve em meio as lágrimas. - É, ele não é parecido com você, mas ganhou meu coração. - Suspirou. - Ah, Bernardo. - Continuei passando as fotos e vi uma de nós dois logo do início, quando começamos a ficar. Meu peito gritou de saudade.
Decidi postar a nossa foto:


“ Vou fazer de hoje um dia de #tbt, a nostalgia bateu, a saudade também. Te amo pra sempre! ❤️ “ 

Levantei, fui até o banheiro organizar a maquiagem, que por sorte não estava borrada. É, os produtos da Sra. Make são realmente de qualidade. Me olhei no espelho por alguns segundos. Não interessa como vão interpretar essa postagem, se vai dar o que falar... Eu sempre vou amar Bernardo, por tudo que ele representou e por tudo que viveu comigo. 

- Barbie? - Clarissa bateu na porta. - Papito já chegou. - Respirei fundo e dei dois tapinhas em minha bochecha para dar tentar disfarçar a cara de choro. Fui até a porta e encontrei minha irmã me esperando. 

- Vamos. - Sorri e então descemos. Encontrei meu pai conversando com minha mãe. 

- Minhas princesas estão prontas. - Meu pai disse em inglês. 

- Você tá lindo, pai. - Elogiei também em inglês.

- Estamos todos lindos e com fome. Vamos? - Clarissa disse. 

- Você não vai, mãe? 

- Não, esse é um momento de vocês. Preciso me atualizar sobre o dia nas lojas. Passei o tempo inteiro com vocês e pra vocês hoje. - Ela levantou, beijou meu rosto e beijou o de Clarissa em seguida. - Divirtam-se. 

- Amo você. - Eu disse. 

- Te amo, mãe. - Clarissa falou já indo em direção a porta. Meu pai soltou beijo para minha mãe.

- Até mais, Mulher. - Eu o segui até a porte e entramos em seu Porsche. 

- Eu vou na frente, claro. - Clarissa disse e eu revirei os olhos. 

- Bobona. - Meu pai riu e então saímos. Colocamos algumas músicas e meu pai se divertia enquanto Clarissa e eu fazíamos a festa em seu carro. Somente músicas antigas, as que ele gosta, porém sabemos todas. Ele sempre as escuta.

Chegamos em nosso restaurante de comida japonesa preferido. 
Esse lugar é o melhor no mundo inteiro. - Eu disse empolgada quando estacionamos. Peguei meu celular e gravei a entrada. Postei o storie sem som e com a legenda “ O restaurante preferido da minha vida! “

Seguimos para dentro e meu pai escolheu uma mesa no cantinho discreto. 

- Vamos escolher? - Ele disse. Começamos a escolher e pedimos bastante coisa! Quando o garçom se encarregou de trazer nossos pedidos, bebemos um pouco de vinho. - Me digam, como estão lá? - Ele quis saber.

- Bem. Mamãe da todo suporte pra nós, mesmo de longe. A equipe toda se ajuda muito. - Clarissa disse.

- Nós fomos muito apreensivas, mas não é ruim, pai. 

- Penso em vocês todos os dias. Não deveriam ter ido pra tão longe. - Ele franziu a testa.

- Pai... - Eu sorri. - Nós crescemos, senhor. Eu, particularmente, estou muito feliz lá. Obviamente vocês fazem falta, claro. Mas eu me sinto bem. Estou me saindo bem. - Falei, estendendo minha mão pra ele. Clarissa e eu sentamos uma ao lado da outra e ele está em nossa frente. 

- É, pai. - Minha irmã estendeu sua mão a ele também. - Tem sido bom. Nós três nos damos bem, a gente não briga, no máximo descorda as vezes. Mas nada sério. Sempre complementamos uma a outra. 

- Você sempre quis trabalhar na minha área, filha. - Ele falou. 

- É, mas eu estou gostando dessa também. Sério, eu tô feliz. 

- Não se preocupa assim. - Eu disse.

- Eu sei, vocês são adultas e passaram por um momento muito difícil. Lavínia principalmente. Bernardo faz falta, ele era um homem brilhante! Bom filho, bom namorado, bom irmão... infelizmente a vida tem seus tropeços, mas as vezes penso e já falei muito sobre isso com a mãe de vocês, será que ficar longe de nós é a melhor alternativa? - Suspirou. - Vocês sempre serão minhas meninas. - Clarissa e eu sorrimos. 

- E você sempre será nosso homem. - Clarissa falou. 

- O primeiro amor das nossas vidas tá? - Soltei beijo e ele sorriu. 

- Eu amo vocês duas. De tudo que já fiz, vocês foram os melhores resultados. Eu estou sempre aqui pra vocês. Sabem disso?

- O de sempre. Aquilo que converso com vocês sempre. É muito trabalho e vocês eram meu ponto de distração. Meu tempo livre era jantar com vocês, sairmos pra beber e conversar. Eu sinto falta disso. Mas saio sempre que da com amigos. Com os pais de Talita, vocês sabem. 

- Sim. Você tá certo. - Clarissa sorriu. 

- Tá namorando, senhor? - Encolhi os olhos e ele deu uma risada gostosa. 

- Não, não. Nada sério. 

- Sei... você sem ninguém? - Clarissa desconfiou. 

- Uns beijos aqui e ali. Nada importante. Me falem vocês! Senhorita Clarissa namorando um sujeito que não conheço nada... Lavínia muito discreta, nunca fala muito sobre isso. - Clarissa e eu rimos. 

- Ele é um ótimo homem, pai. Vocês precisam ir ao Brasil para conhecê-lo. 

- Preciso mesmo. E vou. O quanto antes, logo que eu puder. - Clarissa assentiu. - Então ele escreve música? 

- É. Algumas músicas que ele já compôs faz sucesso no Brasil. Muito sucesso. 

- Ah, é. - Concordei. - Tem uma paciência enorme com Clarissa... - Revirei os olhos e ela me olhou feio. Meu pai riu. 

- Já merece um prêmio. - Ele brincou.

- Pai! - Ela repreendeu. - Fala de você, engraçadinha. 

- Não tenho nada pra falar. - Fiquei sem graça. Meu pai é muito investigador, vai querer saber muito. Pra ele é tudo muito sério. Como “ quem está brincando com minhas princesinhas? “ Luan e eu somos uma bagunça. 

- Conversa comigo. Você tá com alguém? - Franziu a testa.

- Conheci um amigo de Marco. Clarissa insistiu para sairmos juntos e foi aonde eu o conheci. Ele é cantor. Luan Santana. Ele canta sertanejo e enfim, é muito reconhecido no país. Mas nós não estamos juntos. A gente estava se conhecendo, mas nossa vida é muito corrida e muito contrária. Até mesmo em horários, então no momento somos amigos. 

- Entendo. Cantor hein?! Um perigo... - Me olhou desconfiado. 

- Pai. - Ri de leve, pensando: ele tem toda razão. 

- Luan é uma pessoa maravilhosa, pai. Os dois é que são confusos. - Clarissa disse e eu dei de ombros.

- Sei... então são amigos?

- É, pai. Amigos. - O olhei. 

- Quando isso for mais que amizade, eu vou saber? - Ele foi irônico quando falou “ amizade “. 

- Não é pra tanto, pai. - Eu ri de leve e então a comida chegou. Salva! 

- É claro que isso não parou por aí. O jeito que você fala... 

- A vida está encarregada de dizer o que vai ser. Agora vamos comer, por favor. - Eu disse, torcendo para esse assunto acabar. Comemos entre elogios a comida, gemidos de apreciação a comida e assuntos bobos do dia a dia. Coisas que rotina que meu pai passa, assim como nós no Brasil.

Seguimos para casa e no trajeto, Clarissa me mostrou a foto que ela postou de nós duas, meu pai quem fez o registro:


“ Minha metade, no lugar que amamos com o fotógrafo mais gato do mundo! ❤️ “ 

- Te amo. - Ela sorriu do banco da frente, voltando a olhar seu celular. Senti sono, o cansaço me vencendo.

Chegamos em casa. Nos despedimos de nosso pai, prometendo sair depois de amanhã. Afinal, amanhã temos compromisso com nossas primas.

Entramos e não vimos ninguém. 

- Manda mensagem pra saber aonde a mãe tá. - Eu disse. 

- Ela está no jardim com algumas amigas. - Funcionária doméstica disse ao surgir do corredor. 

- Bebendo? Não né?! - Perguntei, mantendo um diálogo em inglês.

- Não, não. - Ela riu. - Apenas comendo, conversando. Vão lá. - E assim fizemos. Ao chegar lá, encontrei as duas na parte coberta do jardim. Essa área da casa é realmente grande. Vi elas sentadas no largo sofá branco. Nos aproximamos e fomos recebidas com abraços. Conheço suas amigas. O celular que Clarissa tocou e ela logo atendeu. 

- Oi, amor! - Ouvi ela dizer. Sentei-me junto com minha mãe e suas amigas. Logo me envolvi no assunto. Clarissa sentou quase na borda da piscina mais afastada. Acabei servindo mais vinho pra mim, já que elas estavam bebendo, diferente do que fui informada, e peguei um pedacinho de queijo. A noite está agradável. Olhei as horas, 22:00, no Brasil ainda 10:00, 11:00 horas. 

- Vou colocar só mais uma taça. - Uma das amigas de minha mãe disse. Ela já está bem animadinho. Nós rimos de sua empolgação. 

- Barbie! - Clarissa me chamou. - Vem cá. - Franzi a testa e deixei meus saltos, ficando com os pés no chão. Meu vestido preto deixa meus ombros a mostra, tem o cumprimento pouco acima dos joelhos e tem mangas longas. É todo coladinho. Amarrei meus cabelos no trajeto e vi o celular dela apontado pra mim. 

- Cê tá me gravando? - Franzi a testa e então mais de perto pude perceber. É uma vídeo chamada.

- Vê só se ela não tá linda? - Clarissa disse rindo e então eu vi a carinha redonda ocupando o quadradinho na tela. Luan. Meu coração disparou e eu sorri revirando os olhos. Sentei junto com ela.

- Oi. - Eu sorri sem graça. 

- Oi. Como cê tá? - Marco apareceu atrás fazendo coração. 

- Tô bem. Marco, você é um ridículo. - Eu ri. Os dois dividiram a tela, assim como, nós duas. 

- Eles tão fazendo churrasco. Acredita nisso? - Clarissa sorriu. 

- Mesmo? Quando a gente tá por aí, isso não acontece. 

- Quando cês voltar, a gente marca. Hoje é um programa de homens. Nós também temos os nossos dias. - Luan disse e eu sorri. Ele tá tão gostosinho. Sem camisa, de boné. Todo lindo. Meu corpo ficou quente só de ver ele assim. Me deu vontade. Me senti uma tarada? Sim, me senti. Mas não posso negar. Deu vontade de ouvir ele falando sacanagem pra mim, com a voz sussurrada, só pra começar. Suspirei. 

- Que foi, cunhada? - Marco ouviu. 

- Nada, ué. 

- Cê bebeu? - Luan perguntou. 

- Um pouquinho de vinho. Acho que tá fazendo efeito. - Fiz careta, mas só eu sabia qual era o real sentido.

- Percebi. Seu rosto tá corado, os olhos tão alegrinhos. 

- Exagerado. - Eu sorri e ele riu. 

- Cê soube que eles agora são amigos, amor? - Suspirei. 

- Eita. - Ouvi Luan dizer. 

- Ainda não tivemos essa conversa. - Marco olhou surpreso pra Luan. 

- Eu ia contar mais tarde. - Se justificou. 

- Cê acha que vai ficar só na amizade? - Clarissa cutucou. 

- Para com isso. - Eu pedi ao ver nosso constrangimento. 

- Bora saber agora! - Marco disse e bebeu um gole de cerveja. Mas já? - Cara, me responde! Cê olhando pra ela assim, cê num sente vontade de dar um beijo a boca dela? Chupar a língua e tudo mais? - Clarissa gargalhou e meu rosto queimou. 

- Vai se foder, viado. - Ele sorriu sem graça. Ele fica muito fofo sem graça. 

- Diz, pô! - Clarissa pressionou. 

- Ela sabe que sim. - Os dois gritaram e eu fiquei toda derretida. Esse cara... 

- E você, mana? Me diz? Não dá vontade de passar a língua no pescoço dele, dar um cheiro e deixar ele sem ar de tanto beijar? 

- Não faz isso. - Eu implorei, totalmente sem graça. 

- Responde. Ele falou! Agora fala você! - Marco pressionou. Revirei os olhos e balancei a cabeça positivamente, colocando as mãos em meu rosto. Sorri enquanto eles gritaram novamente. 

- Parem com essa porra! Palhaçada, pô. - Marco reclamou. 

- A gente já conversou né, loirinha? 

- É. E vocês parem de deixar nós dois constrangidos. - Eu pedi. 

- Beleza, beleza. - Marco disse sorrindo.

- Meu pai tá doido pra conhecer você. - Ergui as sobrancelhas pra ele e ele fez careta.

- Tô muito ferrado? - Clarissa gargalhou e eu também. 

- Muito ferrado! Cê não tem noção do que você precisa enfrentar. - Eu disse e ele colocou a mão no coração como quem estar passando mal. Clarissa não consegue parar de rir. 

- Vai lá, bobalhão. Vai ficar de gracinha, seu filho da mãe. - Luan fez graça. - Preciso ir dar uma olhada nas carnes. 

- Tá. Tá certo. Beijo. - Clarissa disse, tentando recuperar seu ar. 

- Posso te ligar mais tarde? - Eu disse e percebi os olhares do casal.

- Pode sim. Claro. 

- Cê num vai tá bêbado? 

- Bem capaz. - Ele riu. 

- É melhor eu ligar agora? Não né?! Cê tá muito ocupado. 

- Me liga, vai. Pode me ligar. - Ele fez bico e e eu dei tchau. 

- Tchau, cunhado. Cê tá ferrado. - Disse isso e levantei. Peguei meu celular, segui para meu quarto e liguei pra ele. Me atendeu logo.

- Pensei que já tinha me esquecido. - Eu sorri e me joguei em minha cama.

- Claro que não. Eu ainda tô me adaptando com os horários e passando um tempo com as pessoas aqui. 

- É, eu sei. Revendo todos né?! Sentindo falta de outros, sei como é. - Ele tá se referindo a postagem com Bernardo.

- É inevitável, Luan. - Suspirei. 

- Você ainda tá apaixonada por mim? - Essa pergunta me aqueceu por dentro. 

- Claro. Não é assim que o sentimento desaparece. 

- Pensei que pudesse ter esquecido de tudo, sei lá. Depois que chegou aí deve ter sido um choque de presente e passado, duas realidades totalmente diferentes.

- É, senti um pouco disso. Mas, tem um moço que insiste em ocupar lugar. - Ele soltou uma risada gostosa, me fazendo sorrir. 

- Lembro sempre de você também. Sempre. - Suspirou. - Com certeza hoje eu bebo, afogo minhas mágoas. Por que cê me largou né?! Hoje é dia de sofrencia. 

- Para com isso! Não seja injusto. Você quem não quis. 

- Não é bem assim. - Suspirou. - Isso é assunto pra outro dia. 

- Certo. - Não insisti. Não quero ficar falando o tempo todo nesse assunto. - Vai ficar de folga até quando? 

- Dois dias. Hoje veio uns amigos pra cá. Vamos fazer uma bobagenzinha. 

- Hum, entendi. Só os homens? 

- Hum! Dona Lavínia... Cê tá querendo me regular? - Perguntou divertidamente. 

- Lógico que não. - Revirei os olhos. - É só uma pergunta. 

- Só os homens, minha loira. - Ele é essa mania de falar o “ minha “. 

- Entendi. Cê tá com saudade de mim? - Sorri feito boba.

- Tô. Morrendo de saudade. Vê se volta logo, a gente marca de se ver pra eu te dar um cheiro. Cheiro pode né?! Amigo faz essas coisas. - Eu ri dele.

- Pode. Só um cheiro. 

- Aí cê me fode. - Suspirou. 

Eu tô quase caindo de sono. Vai lá aproveitar seus amigos. Um beijo com muita saudade. 

- Outro com muita vontade. - Eu ri dele e então desliguei. Argh! Gostoso demais! Fechei os olhos e minha excitação não passa. Droga! Passei a mão por meu rosto. Eu preciso dormir. Só isso. Dormir.

Nem me deu o trabalho de tirar maquiagem, de trocar de roupa. Eu apaguei e sonhei com ele. Transando com ele. Mágico!







Oiiiiii meninassss!!!! Voltei, e já tem grupo no WhatsApp! Todas que me deram o número, eu adicionei. Quem ainda não comentou o número e quiser entrar, e só deixar aí. 
Bora falar sobre o capítulo?
Os três homens foram assunto hein... Lavínia acabou abrindo o jogo com a mãe, Clarissa e Talita. Tiveram momentos em família, ela relembrou Bernardo novamente. Os sentimentos totalmente exaltados. Houve vídeo chamadaaaa!!! Ahahahaha quem ama um casal cupido? Clarissa e Marco merecem um prêmio! E a ligação??? Gente, esses dois são lindos né?! Fico toda boba lendo esses capítulos. Vocês também??? 
Gostam??? Me digam, o que vem por aí?
Obrigada por cada comentarioooooo!!! VONTADE DE ABRAÇAR BEM FORTE, ATÉ RECLAMARRRRR! 
Vcs me incentivam dmssss, nem imaginam o quanto 🤍