Decidi descer do quarto e ir comer algo, já que minha barriga reclamou de fome. Não encontrei ninguém pelo caminho e agradeci por isso. Filho da puta burro que sou, me deixei ser consumido por aquela mulher. Ela tem todo poder de me destruir e isso me assusta. Preciso marcar uma consulta com a minha terapeuta. Enquanto preparo meu sanduíche, minha mãe apareceu.
- Filho, cê podia ter me pedido. - Ela disse.
- É rapidinho, xum. - Eu sorri de lado pra ela.
- O que cê tem, meu amor? - me olhou com atenção.
- Nada, mãe. Meus problemas com a Lavínia. - Decidi ser breve.
- Aconteceu alguma coisa?
- Nada sério. Eu só ainda não ganhei totalmente a confiança dela. - Continuei concentrado na montagem do meu sanduíche.
- Entendi. Se você quiser conversar, eu tô aqui. - Ela beijou meu rosto.
- Eu sei.
- Eu amo você, filho. - Acariciou minha barba.
- Eu também amo você. - Sorri pra ela. E então eu fiquei sozinho novamente com meus pensamentos. Enquanto comecei a comer meu sanduíche, liguei para minha terapeuta pra saber se ela ainda tem horário pra mim hoje. Logo fui respondido que sim e isso me alegrou um pouco.
Logo após comer, eu olhei um pouco minhas redes sociais e então vi uma postagem dela com seu pai:
“ Life 🤍 “
Mais abaixo vi uma de Clarissa com seu pai e sua mãe. Também com uma legenda de amor. Elas estiveram com a família hoje. Me perguntei rapidamente até quando eles ficarão aqui.
Comi, pensando nela, nos nossos últimos momentos e em como seu comportamento me machucou. Refleti sobre o que devo fazer. Se realmente vale a pena continuar. As vezes parece que isso tudo é em vão. Que não vai dar certo e ela nunca vai me aceitar. As vezes sinto que gosto muito e ela já não gosta tanto assim, mas o olhar diz tanto... mas tanto! Ela falou sobre mim para sua família. Eu significo algo.
Perdido em meus pensamentos, eu segui para tomar banho e antes passei pela sala e vi meu pai conversando com Max por chamada de vídeo. Sua esposa também apareceu e sua barriguinha já está saliente. Não vejo a hora da chegada desta criança. Os dois estão radiantes! Dissseram que os padrinhos serão Bruna e eu. Conversei com eles rapidamente e então realmente subi. Tomei banho, fiquei cheiroso. Chequei meu WhatsApp e vi várias mensagens de mulheres, amigos, grupo da família. Não respondi. Segui até minha terapeuta, depois de informar aos meus pais.
(...)
Tivemos uma ótima conversa e ela me fez concordar com muita coisa. Lavínia precisa de tempo. Não posso dar tanto poder a ela. Tenho que deixar ela sentir minha falta, não parecer tão disponível e quem sabe assim ela se decida de vez e pare de manter esse jogo.
Cheguei e vi Bruna preparando algo pra comer. Maiara juntamente com ela e meus pais. É, a sua funcionária.
- Oi, gente. - Sorri sinceramente.
- Tô fazendo o jantar. - Bruna sorriu pra mim.
- Beleza. O que temos pra hoje? - Já me aproximei das panelas pra ver. Vi ela preparando um arroz diferenciado. - A cara tá boa. - Peguei meu celular e decidi gravar uns stories da comida e de nós. - Oh, só gente! Hoje a Bruninha tá fazendo uma comidinha pra nós. Diz pra nós o que é isso, Bruninha.
- É um arroz carreteiro.
- O que você colocou dentro?
- Carne seca, verdurinhas...
- Tá cheirando. Aqui temos os degustadores. - E então mostro meus pais e Maiara. - Maiara não é boba, tá esperando com a taça com champanhe. - Ela riu.
- Não, é vinho branco. - E então levantou a taça, piscando um olho. Eu ri.
- Seu Amarildo tá comendo uma batatinha frita. - Ele olhou ainda comendo.
- Dona Marizete tá sendo auxiliar nesse momento. - Mostrei minha mãe ajeitando alguns legumes.
- E você hein?! - Minha mãe sorriu.
- Eu tô esperando, uai. - E então parei de gravar. Sentei ao lado de Maiara e me servi de vinho também. Começamos a conversar banalidades e então lhe falei sobre o drink que sei fazer, ela desacreditou e eu combinei de outro dia lhe mostrar. Meu pai logo colocou uma música. Modão dos bons. Ele e eu começamos a cantar enquanto minha mãe permanece ajudando Bruna. Maiara sorria e as vezes acabava cantando também. Pude ver o momento em que ela gravou nós dois cantando.
Logo em seguida peguei ela pra dançar e minha irmã soltou gritinhos, enquanto meus pais me observavam com sorriso.
- Eu não sei. - Ela riu.
- Nem eu, mulher. - Lhe falei com meu sotaque e ela riu mais ainda. Logo as risadas se misturaram com as da minha família. Nossa dança é ridícula. Somente de um lado pro outro, sem sincronismo nenhum. No final da música, reverenciamos o público fantasioso, como quem agradece pelos aplausos. Na verdade, aplauso nenhum. E então, neste momento em que o som parou para mudar a música, ouvi meu celular tocar. Me aproximei e então vi o nome “ loirinha 🤍 “, meu coração quase infartou. Minha expressão facial com certeza mudou e eu me senti imediatamente ansioso. Me afastei deles, abrindo a porta de vibro que dá acesso ao nosso jardim. Atendi e logo ela falou:
- Luan? - Eu respirei fundo. Caramba, a voz dela mexe muito comigo.
- Oi. - Falei brevemente.
- Preciso muito falar com você. Cê tá em casa?
- Tô. - Continuei respondendo silabicamente.
- A gente pode se ver?
- Hoje? - Me assustei.
- Sim. - E então minha esperança cresceu. Ela finalmente se decidiu?
- Sobre o que cê quer falar? - Decidi perguntar pra não me deixar enganar.
- De como eu agi mais cedo. - E então eu suspirei pesado. Não é o assunto que eu gostaria.
- Não precisa me ver pra falar sobre isso. Pode dizer, tô te ouvindo.
- Nossa, quanta grosseria. Foi difícil pra mim ligar e falar sobre isso com você. Me trata direito.
- Você cobra algo que você não faz, Lavínia. - Ela respirou fundo.
- Me desculpa. Você tem razão. - Permaneci calado. - Eu agi feito criança hoje e você não merece isso. Fiz coisas nessa madrugada que nem lembrava, as meninas me recordaram algumas.
- Do beijo cê lembra? - Franzi a testa ligeiramente preocupado.
- Lembro. Eu realmente queria. Tudo que eu fiz ontem, eu queria. Eu só... exagerei um pouco.
- Por isso eu não quis nada. Você tava bêbada demais.
- Uhum. - Estranhei sua resposta, mas não questionei. - Cê me desculpa? - Perguntou.
- Tudo bem, Lavínia.
- Tudo bem não significa desculpar. - Suspirei.
- Te desculpo. Mas eu preciso e vou me manter distante, esse lance tá acabando comigo. Vou te dar um tempo, ficando longe. Eu realmente quero me afastar.
- Tudo bem. - A voz dela saiu em um fio. - Você ainda ocupa lugar no meu coração.
- E você tá tomando o meu por inteiro. - Revelei.
- Luan. - Ela disse em um tom de sofrimento.
- Se você já tiver uma resposta, pode me dizer tá? Me liga, manda mensagem. Eu vou correndo pra você. Mas nada que não seja isso, por favor, se mantém no seu cantinho e eu me mantenho no meu.
- Tá. Eu não queria isso. Você promete que não vai ficar nada estranho entre nós?
- Não, não vai. Mas eu acho que nós dois precisamos desse tempo. No aniversário da Gabi a gente se vê tá?
- Só lá? - Ela lamentou e eu sorri de lado. Gatinha safada, que manda no meu coração.
- Só lá, loira.
- Um beijo. Não esquece tá? - Sei que ela se refere ao seu sentimento por mim.
- Não esqueço. Você também não esquece tá? - Me referi ao meu.
- Não esqueço. - Repetiu o mesmo que eu disse. - Beijo. - Ela falou e então eu disse o mesmo, desligando em seguida. É a conversa mais madura que poderíamos ter tido. É isso que precisa ser feito. Eu sinto que Lavínia já tem a resposta dela, não entendo o motivo de tanta resistência. Caralho, tá mais que provado que quero ela. Não tô transando com ninguém. O máximo é me masturbar. Somente isso. Apenas isso. Não sei até quando devo esperar, até quando devo ficar nessa. Mas pra mim mesmo estou dando o prazo de esperar por ela somente até o aniversário de Gabi, que acontece daqui alguns dias. Já tratei de saber se estou de folga. Vou conseguir chegar na sexta e volto no domingo. Por lá, a folia vai começar na quinta. Pelo jeito ela planejou várias programações pra fazer com o pessoal. Não sei que dia a Lavínia vai e por enquanto prefiro não saber mesmo.
Voltei a dar atenção para minha família, alegando ter sido Douglas quem me ligou. Por dentro tentei fingir que a ligação não aconteceu e agi normalmente. Não posso deixar ela me abalar tanto. Ouvi muito isso hoje da minha terapeuta.
(...)
Dias depois
Hoje é o dia em que viajo para o aniversário de Gabi. Como já estava marcado. Será no Beach Park, ela fechou o local para seus convidados. Acredito que vai ser um passeio e tanto. Nervosismo me consome. Aproveitei esses dias longe de Lavínia e afastado das redes sociais, pra ficar mais perto da minha família. Pra trabalhar. Compor. Deixar Lavínia como algo além da minha vida, minha rotina.
Vou no meu jatinho. Edgar, Marco e Keven vão me acompanhar. Suas mulheres foram hoje mais cedo, incluindo Lavínia que poderia ser a minha mulher. Agora o relógio já marca 12:00. Comemos em minha casa e agora estamos partindo em meu jatinho. Confesso que estou tremendo de nervoso, mas ao mesmo tempo tentando me manter firme e ciente do que quero. Hoje vai ser o ponto final disso ou o início que algo, que, tenho certeza, vai ser lindo. Não resisti de procurar informações sobre ela no último minuto antes de irmos. E então dei bem de cara com uma publicação sua:
“ 🦐 “
Sorri com a legenda. Um emoji de camarão. Realmente ela vai ficar vermelha. Não pude deixar de babar no corpo. Nela. Gostosa demais.
|| Lavínia ||
Fiquei na piscina conversando com Clarissa e Talita. Gabriel e toda a turma da fazendo estão aqui. Sem contar com as outras várias pessoas. Gabi convidou amigos, pessoas influentes. Desde ontem já fazem a festa. Só conseguimos vir hoje, ficaremos até o domingo. Estou inquieta com a chegada de Luan. Sei exatamente a que passo ele está daqui, pois os meninos também vem com ele. Marco e Keven. As meninas me passam cada informação.
- Eles acabaram de pousar no aeroporto. - Clarissa disse após chegar seu celular pela milésima vez. Está sentada na borda da piscina.
- Mesmo? - Talita de animou, dentro da piscina e eu permaneci deitada em minha boia. Engoli seco a informação e senti o nervosismo tomar conta de mim. Eu absolutamente não soube nada dele durante esses dias.
- Marco acabou de dizer que no máximo em meia hora estão aqui. - Talita gritou animada.
- Eles vão conseguir ver o pôr do sol com a gente. - Comemorou.
- Como tá o coração? - Clarissa me olhou.
- Agitado. Quase saindo pela boca. Imagina só quando ele chegar. - Fui totalmente sincera.
- Se prepara, irmã. - Talita sorriu pra mim, se divertindo as minhas custas.
- Ou, preparamos umas bebidas. Cês não querem? - Gabriel disse, se aproximando.
- Acho que a Lavínia precisa. - Clarissa riu.
- Eu concordo. - Eu ri junto. - Vou com você.
- Eu tô de boa por enquanto, vou começar a beber depois que o Keven chegar. - Talita disse e Gabriel assentiu. Fomos apresentadas a tantas pessoas e já participamos de várias rodinhas de conversa, brincamos bastante. Está sendo bom. Gabi tenta se dividir entre várias pessoas. Mas tudo está saindo bem.
Com um pouco de dificuldade consegui sair da piscina e isso arrancou risadas de Gabriel.
- Cê é um idiota. - Eu bati em seu ombro e ele continuou rindo, dando um tapinha na aba do meu boné, que inclusive, roubei dele mais cedo.
- Vou querer de volta. - Ele comentou enquanto caminhamos.
- Cê sabe que não tem mais volta. - Sorri pra ele que apertou minhas bochechas. Me juntei aos meninos e Lorena que já está virando o copo.
- Uou! - Os meninos gritaram.
- Hoje eu vou dar trabalho! - Ela disse empolgada.
- Cê não brinca hein, amiga? - Lhe abracei de lado.
- Não perde tempo também, ou. - Me entregou um copo cheio de vodka.
- Não, cê vai misturar. Bebe o drink que fiz. - Gabriel falou.
- Deixa ela misturar, a gente tá aqui pra se divertir. Anda, amiga. Bebe esse caralho. - Ela sorriu e os meninos colocaram pilha.
- Lavínia... - Gabriel me olhou.
- Não vai fazer tão mal. - Pisquei um olho e então peguei o copo de Lorena. Em seguida peguei o drink e eu bebi uns três copos. Gabriel me abraçou por trás, passando o braço em volta do meu pescoço, pousando a mão em meu ombro. Hora ou outra ele beijava meu pescoço, minha bochecha e quando nossos olhares se encontravam, eu percebia o que ele queria. Me senti animadinha e meu corpo ficou mais quente. Efeito do álcool. Lorena começou a contar a história do dia que seu carro emperrou no meio da estrada e ela estava com João. Ele só vem a noite. Disse que hoje era aniversário de sua mãe, segundo eu soube através de Lorena. A história completamente engraçada, então nós balávamos de rir, prestando atenção com total expectativa. E então quando ela terminou, nós brindamos ao final bom da história e todos bebemos. Foi quando vi alguns deles olhando em uma direção atrás de mim.
- Luan chegou. - Ela me olhou e eu suspirei, tentando passar naturalidade. Mas as pernas tremeram.
- Quer que eu me afaste? - Gabriel perguntou baixinho.
- Não. Tá doido? - Eu o olhei. - Tá de boa, Gabriel. - Acariciei seu braço. E então começou a tocar funk.
- Meu momento! - Lorena disse e então já saiu de perto de nós e começou a dançar no meio de todos, sem se importar. Isso contagiou algumas pessoas e logo vi várias dançando, nesse momento que me virei pra olhar, eu vi ele. Tava cumprimentando Flávia Pavanelli, que tem parceria fechada com a Sra. Make. Vi ele com Gabi e Edgar também. Olhei mais distante e vi meus cunhados com minhas irmãs. E então ele se despediu da Flávia, carregando uma mala pequena. Foi quando ele me viu. Me olhou e olhou Gabriel. Seu rosto neutro, sem mostrar expressão. Eu tremi toda. Vi a Gabi sorrir e apontar pra mim. Ela é burra ou o que? Belo momento pra ele me cumprimentar. Vou ficar totalmente constrangida. E na maior naturalidade os três se aproximaram. Gabi foi apresentando Edgar, enquanto Luan veio falar diretamente comigo. Neste momento, Gabriel me soltou e eu me afastei um pouquinho para abraçar Luan. Meu coração vai sair pela boca. Quando os braços dele, envolveram minha cintura, eu fiquei em êxtase. Senti saudade demais. Provavelmente eu lhe apertei bastante.
- Oi. Tudo bem? - Ele disse em meu ouvido.
- Tudo bem. Eu senti saudade. - Fiquei ainda mais de ponta de pé, abraçando mais a ele.
- Também senti saudade. - Beijou meus cabelos e apertou minha cintura. Nosso abraço prolongado com certeza não passou despercebido a quem estava prestando atenção. E então me afastei.
- Como foi a viagem? - Quis saber.
- Bem. Tudo bem. Depois eu preciso conversar com você, beleza?
- Certo. - E eu lhe mostrei um sorriso nervoso. Meu rosto deve está corado e meus olhos ridiculamente brilhando. Não consigo disfarçar com ele. Simplesmente não dá. Ele cumprimentou Gabriel em seguida e eu senti a tensão entre os dois. Fez o mesmo com o restante dos meninos rapidamente, enquanto eu cumprimentei Edgar.
- Bom, eu vou levá-los até os quartos. - Gabi disse.
- Já que nós volta pra festar. - Edgar disse e Luan sorriu.
- Até mais, galera. - Falou e então se afastaram. A sensação de euforia e nervosismo não passou dentro de mim. Eu fiquei realmente mexida. Meu corpo todo é atraído por ele. Meu eu é atraído por ele.
oiiiiiiiiiiii! Lavínia se desculpou, parem de atirar pedras nela agora 😂 Já agilizei pro reencontro após o último encontro, sou dessas. Me ameeeem 😂 Luan chegou, muito educado, aquele sentimento bate né?! Só quem viveu sabe kkkkkk Só digo mais uma coisa: AGUARDEM MTOOOO MAIS DESSE ANIVERSÁRIO 🤭
Palpitessss????
Comentários todosss respondidos 😍