domingo, 27 de setembro de 2020

“ Coração agitado “ 57

Eu fiquei muito machucado com a atitude de Lavínia. Cheguei em casa claramente desanimado. Minha mãe percebeu, perguntou se estava tudo bem e eu apenas assenti. Ela sabe que eu estava na casa de Lavínia. Eu avisei. Não consegui esconder a minha empolgação através da nossa ligação que ocorreu antes do show ontem. Subi para meu quarto, apaguei o dia inteiro. Já acordei com o sol indo embora, finzinho de tarde realmente.

Decidi descer do quarto e ir comer algo, já que minha barriga reclamou de fome. Não encontrei ninguém pelo caminho e agradeci por isso. Filho da puta burro que sou, me deixei ser consumido por aquela mulher. Ela tem todo poder de me destruir e isso me assusta. Preciso marcar uma consulta com a minha terapeuta. Enquanto preparo meu sanduíche, minha mãe apareceu.

- Filho, cê podia ter me pedido. - Ela disse. 

- É rapidinho, xum. - Eu sorri de lado pra ela. 

- O que cê tem, meu amor? - me olhou com atenção. 

- Nada, mãe. Meus problemas com a Lavínia. - Decidi ser breve. 

- Aconteceu alguma coisa?

- Nada sério. Eu só ainda não ganhei totalmente a confiança dela. - Continuei concentrado na montagem do meu sanduíche. 

- Entendi. Se você quiser conversar, eu tô aqui. - Ela beijou meu rosto.

- Eu sei. 

- Eu amo você, filho. - Acariciou minha barba. 

- Eu também amo você. - Sorri pra ela. E então eu fiquei sozinho novamente com meus pensamentos. Enquanto comecei a comer meu sanduíche, liguei para minha terapeuta pra saber se ela ainda tem horário pra mim hoje. Logo fui respondido que sim e isso me alegrou um pouco.

Logo após comer, eu olhei um pouco minhas redes sociais e então vi uma postagem dela com seu pai:



 “ Life 🤍 “ 

Mais abaixo vi uma de Clarissa com seu pai e sua mãe. Também com uma legenda de amor. Elas estiveram com a família hoje. Me perguntei rapidamente até quando eles ficarão aqui.

Comi, pensando nela, nos nossos últimos momentos e em como seu comportamento me machucou. Refleti sobre o que devo fazer. Se realmente vale a pena continuar. As vezes parece que isso tudo é em vão. Que não vai dar certo e ela nunca vai me aceitar. As vezes sinto que gosto muito e ela já não gosta tanto assim, mas o olhar diz tanto... mas tanto! Ela falou sobre mim para sua família. Eu significo algo.

Perdido em meus pensamentos, eu segui para tomar banho e antes passei pela sala e vi meu pai conversando com Max por chamada de vídeo. Sua esposa também apareceu e sua barriguinha já está saliente. Não vejo a hora da chegada desta criança. Os dois estão radiantes! Dissseram que os padrinhos serão Bruna e eu. Conversei com eles rapidamente e então realmente subi. Tomei banho, fiquei cheiroso. Chequei meu WhatsApp e vi várias mensagens de mulheres, amigos, grupo da família. Não respondi. Segui até minha terapeuta, depois de informar aos meus pais.

(...)

Tivemos uma ótima conversa e ela me fez concordar com muita coisa. Lavínia precisa de tempo. Não posso dar tanto poder a ela. Tenho que deixar ela sentir minha falta, não parecer tão disponível e quem sabe assim ela se decida de vez e pare de manter esse jogo.

Cheguei e vi Bruna preparando algo pra comer. Maiara juntamente com ela e meus pais. É, a sua funcionária.

- Oi, gente. - Sorri sinceramente. 

- Tô fazendo o jantar. - Bruna sorriu pra mim. 

- Beleza. O que temos pra hoje? - Já me aproximei das panelas pra ver. Vi ela preparando um arroz diferenciado. - A cara tá boa. - Peguei meu celular e decidi gravar uns stories da comida e de nós. - Oh, só gente! Hoje a Bruninha tá fazendo uma comidinha pra nós. Diz pra nós o que é isso, Bruninha.

- É um arroz carreteiro. 

- O que você colocou dentro? 

- Carne seca, verdurinhas... 

- Tá cheirando. Aqui temos os degustadores. - E então mostro meus pais e Maiara. - Maiara não é boba, tá esperando com a taça com champanhe. - Ela riu. 

- Não, é vinho branco. - E então levantou a taça, piscando um olho. Eu ri. 

- Seu Amarildo tá comendo uma batatinha frita. - Ele olhou ainda comendo. 

- Dona Marizete tá sendo auxiliar nesse momento. - Mostrei minha mãe ajeitando alguns legumes. 

- E você hein?! - Minha mãe sorriu. 

- Eu tô esperando, uai. - E então parei de gravar. Sentei ao lado de Maiara e me servi de vinho também. Começamos a conversar banalidades e então lhe falei sobre o drink que sei fazer, ela desacreditou e eu combinei de outro dia lhe mostrar. Meu pai logo colocou uma música. Modão dos bons. Ele e eu começamos a cantar enquanto minha mãe permanece ajudando Bruna. Maiara sorria e as vezes acabava cantando também. Pude ver o momento em que ela gravou nós dois cantando.

Logo em seguida peguei ela pra dançar e minha irmã soltou gritinhos, enquanto meus pais me observavam com sorriso. 

- Eu não sei. - Ela riu.

- Nem eu, mulher. - Lhe falei com meu sotaque e ela riu mais ainda. Logo as risadas se misturaram com as da minha família. Nossa dança é ridícula. Somente de um lado pro outro, sem sincronismo nenhum. No final da música, reverenciamos o público fantasioso, como quem agradece pelos aplausos. Na verdade, aplauso nenhum. E então, neste momento em que o som parou para mudar a música, ouvi meu celular tocar. Me aproximei e então vi o nome “ loirinha 🤍 “, meu coração quase infartou. Minha expressão facial com certeza mudou e eu me senti imediatamente ansioso. Me afastei deles, abrindo a porta de vibro que dá acesso ao nosso jardim. Atendi e logo ela falou:

- Luan? - Eu respirei fundo. Caramba, a voz dela mexe muito comigo. 

- Oi. - Falei brevemente.

- Preciso muito falar com você. Cê tá em casa? 

- Tô. - Continuei respondendo silabicamente. 

- A gente pode se ver? 

- Hoje? - Me assustei. 

- Sim. - E então minha esperança cresceu. Ela finalmente se decidiu? 

- Sobre o que cê quer falar? - Decidi perguntar pra não me deixar enganar. 

- De como eu agi mais cedo. - E então eu suspirei pesado. Não é o assunto que eu gostaria.

- Não precisa me ver pra falar sobre isso. Pode dizer, tô te ouvindo. 

- Nossa, quanta grosseria. Foi difícil pra mim ligar e falar sobre isso com você. Me trata direito. 

- Você cobra algo que você não faz, Lavínia. - Ela respirou fundo.

- Me desculpa. Você tem razão. - Permaneci calado. - Eu agi feito criança hoje e você não merece isso. Fiz coisas nessa madrugada que nem lembrava, as meninas me recordaram algumas. 

- Do beijo cê lembra? - Franzi a testa ligeiramente preocupado. 

- Lembro. Eu realmente queria. Tudo que eu fiz ontem, eu queria. Eu só... exagerei um pouco. 

- Por isso eu não quis nada. Você tava bêbada demais. 

- Uhum. - Estranhei sua resposta, mas não questionei. - Cê me desculpa? - Perguntou. 

- Tudo bem, Lavínia.

- Tudo bem não significa desculpar. - Suspirei.

- Te desculpo. Mas eu preciso e vou me manter distante, esse lance tá acabando comigo. Vou te dar um tempo, ficando longe. Eu realmente quero me afastar.

- Tudo bem. - A voz dela saiu em um fio. - Você ainda ocupa lugar no meu coração. 

- E você tá tomando o meu por inteiro. - Revelei. 

- Luan. - Ela disse em um tom de sofrimento. 

- Se você já tiver uma resposta, pode me dizer tá? Me liga, manda mensagem. Eu vou correndo pra você. Mas nada que não seja isso, por favor, se mantém no seu cantinho e eu me mantenho no meu. 

- Tá. Eu não queria isso. Você promete que não vai ficar nada estranho entre nós?

- Não, não vai. Mas eu acho que nós dois precisamos desse tempo. No aniversário da Gabi a gente se vê tá? 

- Só lá? - Ela lamentou e eu sorri de lado. Gatinha safada, que manda no meu coração. 

- Só lá, loira. 

- Um beijo. Não esquece tá? - Sei que ela se refere ao seu sentimento por mim. 

- Não esqueço. Você também não esquece tá? - Me referi ao meu.

- Não esqueço. - Repetiu o mesmo que eu disse. - Beijo. - Ela falou e então eu disse o mesmo, desligando em seguida. É a conversa mais madura que poderíamos ter tido. É isso que precisa ser feito. Eu sinto que Lavínia já tem a resposta dela, não entendo o motivo de tanta resistência. Caralho, tá mais que provado que quero ela. Não tô transando com ninguém. O máximo é me masturbar. Somente isso. Apenas isso. Não sei até quando devo esperar, até quando devo ficar nessa. Mas pra mim mesmo estou dando o prazo de esperar por ela somente até o aniversário de Gabi, que acontece daqui alguns dias. Já tratei de saber se estou de folga. Vou conseguir chegar na sexta e volto no domingo. Por lá, a folia vai começar na quinta. Pelo jeito ela planejou várias programações pra fazer com o pessoal. Não sei que dia a Lavínia vai e por enquanto prefiro não saber mesmo.

Voltei a dar atenção para minha família, alegando ter sido Douglas quem me ligou. Por dentro tentei fingir que a ligação não aconteceu e agi normalmente. Não posso deixar ela me abalar tanto. Ouvi muito isso hoje da minha terapeuta.

(...)

Dias depois

Hoje é o dia em que viajo para o aniversário de Gabi. Como já estava marcado. Será no Beach Park, ela fechou o local para seus convidados. Acredito que vai ser um passeio e tanto. Nervosismo me consome. Aproveitei esses dias longe de Lavínia e afastado das redes sociais, pra ficar mais perto da minha família. Pra trabalhar. Compor. Deixar Lavínia como algo além da minha vida, minha rotina.

Vou no meu jatinho. Edgar, Marco e Keven vão me acompanhar. Suas mulheres foram hoje mais cedo, incluindo Lavínia que poderia ser a minha mulher. Agora o relógio já marca 12:00. Comemos em minha casa e agora estamos partindo em meu jatinho. Confesso que estou tremendo de nervoso, mas ao mesmo tempo tentando me manter firme e ciente do que quero. Hoje vai ser o ponto final disso ou o início que algo, que, tenho certeza, vai ser lindo. Não resisti de procurar informações sobre ela no último minuto antes de irmos. E então dei bem de cara com uma publicação sua: 

“ 🦐 “ 

Sorri com a legenda. Um emoji de camarão. Realmente ela vai ficar vermelha. Não pude deixar de babar no corpo. Nela. Gostosa demais.


|| Lavínia ||

Fiquei na piscina conversando com Clarissa e Talita. Gabriel e toda a turma da fazendo estão aqui. Sem contar com as outras várias pessoas. Gabi convidou amigos, pessoas influentes. Desde ontem já fazem a festa. Só conseguimos vir hoje, ficaremos até o domingo. Estou inquieta com a chegada de Luan. Sei exatamente a que passo ele está daqui, pois os meninos também vem com ele. Marco e Keven. As meninas me passam cada informação. 

- Eles acabaram de pousar no aeroporto. - Clarissa disse após chegar seu celular pela milésima vez. Está sentada na borda da piscina. 

- Mesmo? - Talita de animou, dentro da piscina e eu permaneci deitada em minha boia. Engoli seco a informação e senti o nervosismo tomar conta de mim. Eu absolutamente não soube nada dele durante esses dias. 

- Marco acabou de dizer que no máximo em meia hora estão aqui. - Talita gritou animada.

- Eles vão conseguir ver o pôr do sol com a gente. - Comemorou. 

- Como tá o coração? - Clarissa me olhou. 

- Agitado. Quase saindo pela boca. Imagina só quando ele chegar. - Fui totalmente sincera. 

- Se prepara, irmã. - Talita sorriu pra mim, se divertindo as minhas custas. 

- Ou, preparamos umas bebidas. Cês não querem? - Gabriel disse, se aproximando. 

- Acho que a Lavínia precisa. - Clarissa riu. 

- Eu concordo. - Eu ri junto. - Vou com você. 

- Eu tô de boa por enquanto, vou começar a beber depois que o Keven chegar. - Talita disse e Gabriel assentiu. Fomos apresentadas a tantas pessoas e já participamos de várias rodinhas de conversa, brincamos bastante. Está sendo bom. Gabi tenta se dividir entre várias pessoas. Mas tudo está saindo bem.

Com um pouco de dificuldade consegui sair da piscina e isso arrancou risadas de Gabriel. 

- Cê é um idiota. - Eu bati em seu ombro e ele continuou rindo, dando um tapinha na aba do meu boné, que inclusive, roubei dele mais cedo.
 
- Vou querer de volta. - Ele comentou enquanto caminhamos.

- Cê sabe que não tem mais volta. - Sorri pra ele que apertou minhas bochechas. Me juntei aos meninos e Lorena que já está virando o copo.

- Uou! - Os meninos gritaram.

- Hoje eu vou dar trabalho! - Ela disse empolgada. 

- Cê não brinca hein, amiga? - Lhe abracei de lado. 

- Não perde tempo também, ou. - Me entregou um copo cheio de vodka. 

- Não, cê vai misturar. Bebe o drink que fiz. - Gabriel falou. 

- Deixa ela misturar, a gente tá aqui pra se divertir. Anda, amiga. Bebe esse caralho. - Ela sorriu e os meninos colocaram pilha. 

- Lavínia... - Gabriel me olhou.

- Não vai fazer tão mal. - Pisquei um olho e então peguei o copo de Lorena. Em seguida peguei o drink e eu bebi uns três copos. Gabriel me abraçou por trás, passando o braço em volta do meu pescoço, pousando a mão em meu ombro. Hora ou outra ele beijava meu pescoço, minha bochecha e quando nossos olhares se encontravam, eu percebia o que ele queria. Me senti animadinha e meu corpo ficou mais quente. Efeito do álcool. Lorena começou a contar a história do dia que seu carro emperrou no meio da estrada e ela estava com João. Ele só vem a noite. Disse que hoje era aniversário de sua mãe, segundo eu soube através de Lorena. A história completamente engraçada, então nós balávamos de rir, prestando atenção com total expectativa. E então quando ela terminou, nós brindamos ao final bom da história e todos bebemos. Foi quando vi alguns deles olhando em uma direção atrás de mim. 

- Luan chegou. - Ela me olhou e eu suspirei, tentando passar naturalidade. Mas as pernas tremeram. 

- Quer que eu me afaste? - Gabriel perguntou baixinho. 

- Não. Tá doido? - Eu o olhei. - Tá de boa, Gabriel. - Acariciei seu braço. E então começou a tocar funk. 

- Meu momento! - Lorena disse e então já saiu de perto de nós e começou a dançar no meio de todos, sem se importar. Isso contagiou algumas pessoas e logo vi várias dançando, nesse momento que me virei pra olhar, eu vi ele. Tava cumprimentando Flávia Pavanelli, que tem parceria fechada com a Sra. Make. Vi ele com Gabi e Edgar também. Olhei mais distante e vi meus cunhados com minhas irmãs. E então ele se despediu da Flávia, carregando uma mala pequena. Foi quando ele me viu. Me olhou e olhou Gabriel. Seu rosto neutro, sem mostrar expressão. Eu tremi toda. Vi a Gabi sorrir e apontar pra mim. Ela é burra ou o que? Belo momento pra ele me cumprimentar. Vou ficar totalmente constrangida. E na maior naturalidade os três se aproximaram. Gabi foi apresentando Edgar, enquanto Luan veio falar diretamente comigo. Neste momento, Gabriel me soltou e eu me afastei um pouquinho para abraçar Luan. Meu coração vai sair pela boca. Quando os braços dele, envolveram minha cintura, eu fiquei em êxtase. Senti saudade demais. Provavelmente eu lhe apertei bastante. 

- Oi. Tudo bem? - Ele disse em meu ouvido. 

- Tudo bem. Eu senti saudade. - Fiquei ainda mais de ponta de pé, abraçando mais a ele. 

- Também senti saudade. - Beijou meus cabelos e apertou minha cintura. Nosso abraço prolongado com certeza não passou despercebido a quem estava prestando atenção. E então me afastei.

- Como foi a viagem? - Quis saber.

- Bem. Tudo bem. Depois eu preciso conversar com você, beleza? 

- Certo. - E eu lhe mostrei um sorriso nervoso. Meu rosto deve está corado e meus olhos ridiculamente brilhando. Não consigo disfarçar com ele. Simplesmente não dá. Ele cumprimentou Gabriel em seguida e eu senti a tensão entre os dois. Fez o mesmo com o restante dos meninos rapidamente, enquanto eu cumprimentei Edgar. 

- Bom, eu vou levá-los até os quartos. - Gabi disse. 

- Já que nós volta pra festar. - Edgar disse e Luan sorriu.

- Até mais, galera. - Falou e então se afastaram. A sensação de euforia e nervosismo não passou dentro de mim. Eu fiquei realmente mexida. Meu corpo todo é atraído por ele. Meu eu é atraído por ele.







oiiiiiiiiiiii! Lavínia se desculpou, parem de atirar pedras nela agora 😂 Já agilizei pro reencontro após o último encontro, sou dessas. Me ameeeem 😂 Luan chegou, muito educado, aquele sentimento bate né?! Só quem viveu sabe kkkkkk Só digo mais uma coisa: AGUARDEM MTOOOO MAIS DESSE ANIVERSÁRIO 🤭
Palpitessss???? 
Comentários todosss respondidos 😍

quarta-feira, 23 de setembro de 2020

“ Ressaca moral “ 56

Quando ouvi o chuveiro sendo ligado, eu acabei tirando meu blusão e fiquei somente de calça. Desabotoei e respirei fundo e fechei meus olhos, pedindo aos céus todo autocontrole possível. Tudo que eu quero é ela, mas eu seria totalmente imaturo de me deixar levar por esse momento. Ela me quer, isso não é segredo, mas transarmos hoje, com ela nesse estado, iria atrasar muita coisa. Eu sei disso. Conheço Lavínia o suficiente pra saber que ela iria acordar, ficar indiferente comigo, dizer que nada mudou porque ela ainda não se sente confiante quanto a mim e eu iria fazer ela se sentir menos ainda me aproveitando da atitude dela, que eu sei, não tem nada de consciente. Eu tô fazendo certo. Sei que tô. 

- Luan! - Ouvi ela me chamar meio desesperada. Levantei rápido e corri até o banheiro. Abri a porta e vi o box fechado, me dando visão embaçada dela.

- Cê tá bem? 

- Não tô enxergando nada. Me ajuda. - O chuveiro desligado, sua voz bem desesperada. Abri rapidamente e vi ela pelada, lavando os cabelos, com os olhos fechados e cheios de shampoo. 

- Puta que pariu. - Soltei e me aproximei. Tentei esquecer todo o tesão acumulado, toda nossa conexão sexual e só quis ajudá-la. Passei a mão por seus olhos tirando o excesso. Liguei o chuveiro e coloquei ela embaixo. Tirei todo o shampoo de seus cabelos e olhos. - Pra que lavar o cabelo essa hora? 

- Porque eu quis. - Sorriu ainda bêbada. Revirei os olhos. Desliguei o chuveiro e respirei fundo, coloquei as mãos em minha cintura. 

- O que faço com você? - Neguei com a cabeça.

- Você sabe o que fazer. - Ela se aproximou e eu me afastei. 

- Não, loirinha. Por favor. Ó só, pega seu roupão. - Peguei do meu lado e lhe entreguei. 

- Você tá sendo muito idiota. - ela xingou e eu relevei.

- Bora, volta pro quarto. - Assim ela fez com um bico enorme na boca. Sentou-se na cama e me olhou. Eu tive que rir. Essa mulher é uma coisa muito engraçada quando está bêbada. 

- Você vai dormir aqui? - Inclinou a cabeça pro lado.

- Vou dormir no sofá. Você não tá aquietando.

- Não, dorme aqui. Não precisa disso. - Franziu a testa.

- Promete que se comporta? - Perguntei feito um tolo.

- Prometo. Você seca meu cabelo? - Ela fez bico. Sorri.
Seco. Mas depois cê vai dormir. 

- Tá. Combinado. - Esticou a mão pra mim e eu bati.

- Aonde tá? - Eu quis saber. 

- Na bancada do closet. - Ela disse closet bem embolado. Fui até lá e procurei. Ainda bem que não foi difícil de achar o secador em meio às suas maquiagens. Aproveitei e procurei algo pra ela vestir. - Luan! - Ouvi ela gritar meu nome. 

- Tô indo. - Gritei de volta. Continuei procurando em meio a suas várias roupas e então encontrei uma camisola preta. Procurei uma calcinha e tentei me manter imparcial em meio a tanta coisa linda que ela tem. Imaginei ela em algumas calcinhas e procurei uma de elástico bege. Isso vai me ajudar a me manter na linha. Quem eu quero enganar? É claro que não adianta nada, mas mesmo assim, vou tentar dessa forma. Ouvi um barulho de algo quebrando e o grito dela. Rapidamente voltei para o quarto e encontrei ela perto de vários cacos de vidro. 

- Lavínia! Que isso, cara?! - Me irritei.

- Meu perfume! - Ela fez cara de choro pra mim e ao mesmo tempo riu. - Cê tá com uma cara...

- Sai daí, você é um caso sério. - Coloquei a roupa e secador na cama e fui até ela. Lhe peguei e ela ficou toda mole. Se aproveitou pra me abraçar e me cheirar, consegui levar ela até a cama e sentei ela. Me olhou com aquele olhar de quem diz “ me fode “. É, ela tem esse olhar. - Amanhã a gente limpa isso. Vou ligar o secador aqui e depois cê veste isso. - Apontei para a roupa e ela me olhou sorrindo sustentando o mesmo olhar. Tentei ignorar e então senti sua mão em meu pau. Ela apertou e acariciou. Rapidamente me afastei. - Assim não, Lavínia. 

- Você tá me negando tanto por que? 

- Já disse o motivo. Você tá bêbada. 

- Não tô não. - Ela respondeu. 

- Promete ficar quieta? - Pedi.

- Uhum, prometo. - Revirou os olhos e então eu comecei a secar seu cabelo. Ela realmente ficou quieta. Estranhamente calada, eu também me concentrei em minha tarefa. Demorou muito, não ficou totalmente seco, mas ficou bem melhor que antes. 

- Cê tá melhor? - Olhei seu rosto, querendo ver se tem os vestígios de álcool. 

- Tô sim. - Ela passou a língua entre os lábios e eu realmente achei que o efeito está passando. 

- Consegue se vestir? - Perguntei.

- Consigo. - Ela levantou e cambaleou. Segurei sua cintura.

- Consegue mesmo?

- Consigo. - E pelo modo que ela respondeu, acho que o efeito realmente está passando. Lhe dei um pouco de espaço, mas fiquei olhando pra ver se ela não vai cair. Vestiu a calcinha por baixo do roupão, em seguida o tirou e se virou de costas pra mim. É, ela tá melhorando mesmo. Vestiu-se rapidamente e então engatinhou na cama, me dando visão da poupa da sua bunda. 

- Posso dormir de cueca? - Perguntei.

- Sem problema. - Ela disse e então seu olhar encontrou o meu enquanto ela se cobre com a coberta. Ficou me olhando, enquanto me desfiz de minhas roupas. Em seguida, deitei-me com ela. Não quis ir tomar banho e correr o risco de ela fazer bobagem a mais do que quebrar um perfume. Fiquei de lado e ela me olhou de canto de olho.

- Cê tá enjoada? 

- Não. - Respondeu com uma voz manhosa. Suspirou e então desviou o olhar do meu. Fechei os olhos e então senti ela se chegando a mim. Abri os olhos novamente e vi ela deitada de lado, de frente pra mim. 

- Tá sentindo alguma coisa? - Me preocupei. 

- Não. - Sussurrou. - Me da um beijo. - Pediu olhando nos meus olhos e então se aproximou, pousando a mão em meus cabelos. 

- Lavínia. - Eu disse e olhei sua boca. 

- Eu sei o que tô fazendo, relaxa. - E então ela me beijou. Eu acreditei que ela esteja um pouco mais lúcida. Os lábios dela tocaram os meus e então meu corpo todo ascendeu. Parece que ganhou vida, dei um puxão em seus cabelos quando ela mordeu meu lábio. Ela chupou minha língua e me devorou. Eu me deixei ser devorado. Boca gostosa! Beijo delícia! Quando sua boca se separou da minha, ela selou nossos lábios. Chupei seu lábio e selei novamente. Ela então quis dar início a um novo beijo e eu afastei meu rosto. Ela me olhou sem entender.

- Eu acho melhor a gente dormir. - E então, sem dizer nada ela se afastou e virou de costas. Suspirei, tentando acalmar meu corpo e meu coração. Eu agi da forma correta.

No dia seguinte

|| Lavínia ||

Acordei e vi ele me observando. Minha cabeça doeu e eu não sei se por ressaca da bebida ou ressaca moral. Eu quis esse homem ontem como se fosse o último da face da terra. 

- Oi. Tá bem? - Ele sorriu.

- Não. - Resmunguei. 

- Eu trouxe um remédio que pedi na farmácia. - Franzi a testa.

- Você acordou que horas? Que horas são? - Me vi perdida.

- Acordei tem uma hora. Não consegui dormir direito. E agora são 10:00. 

- Puta que pariu. - Coloquei as mãos em meu rosto. Minha cabeça latejou. - Ai. - Reclamei de dor. 

- Toma o remédio, um banho. As meninas tão preparando o café da manhã. - E então ele sentou-se e eu o vi totalmente vestido. Nós nos beijamos! A cabeça latejou novamente e eu gemi de dor. Eu ainda preciso ir até a loja hoje. - Óh, só. - Ele então me entregou o remédio com um copo cheio de água. Sentei também e então eu bebi. Não sei como falar sobre ontem. Não sei se quero falar. Eu acho que lembro de tudo. Ou quase isso. Lembro muito bem que ele me negou diversas vezes. De repente, senti minha autoestima caindo. Ele só pode tá fodendo várias por aí. Conversinha de que não ficou com ninguém... filho da puta! O olhei e ele está me observando. Mal imagina o que estou imaginando.

- Aqui. - Devolvi o copo e ele pegou. 

- Eu vou me juntar ao pessoal pro café, cê toma um banho quente, vai se sentir melhor. 

- Uhum. - Continuamos nos olhando. 

- Cê tá sentindo enjoo? - Balancei a cabeça negativamente. - Tá, qualquer coisa cê chama. - Fiquei em silêncio e ele levantou-se, saindo do quarto em seguida.

- Burra! - Eu disse comigo mesma, sentindo minha cabeça explodir. Eu realmente estou com vergonha e um tanto arrependida. Sem contar com a parte de estar odiando ele por ter sido tão decidido em não me querer. Luan nunca foi assim. Nenhuma foda esse tempo todo? Duvido!

Levantei ao lembrar que preciso ir até a loja ainda hoje. Meus pais e ex sogros vão fazer uma visita ao local.

Lembrei do beijo que demos e então suspirei. Caramba, que saudade daquela boquinha. A barba me cutucando, os lábios macios, a língua maravilhosa... e eu gemi frustrada. Segui para o banheiro e tomei um banho, molhei meus cabelos, o tempo inteiro pensando. Pensando em Luan. Pensando em como eu estava ontem. Eu queria tanto ele. Desde a hora que ele chegou eu o desejei feito uma louca. Lembro muito bem que falei para as meninas o quanto eu ia sentar nele. Sorri em meio a minha vergonha. Lembro de elas rirem bastante, sem me levar a sério. Eu realmente iria sentar. Eu queria sentar, rebolar e tudo mais.

Expulsei meus pensamentos e comecei a me vestir. Optei por uma calça de tecido molinho e uma blusa de mangas longas. Calça branca, blusa preta. Penteei meus cabelos sem saber como agir quando eu ver ele na frente de todos. Merda. Abri a porta do quarto e segui sem dignidade nenhuma. É isso que a bebida faz com as pessoas. Encontrei todos na cozinha, tomando café da manhã. 

- Bom dia, cunhada! - Marco gritou e eu fiz careta.

- Fala baixo, filho da puta. - Luan brigou com ele.

- Cê tá bem? - Clarissa quis saber. 

- Não. - Gemi frustrada. Talita riu e eu a olhei. - Vai se ferrar. 

- Ou, ou! Ela acordou uma fera. - Ela brincou e eu sentei. Permaneci calada, sem coragem de encarar Luan. 

- Me passa o queijo. - Keven pediu, na minha cabeça a sensação de que ele gritou. 

- Não vou suportar ficar aqui. - Reclamei acabando de colocar cereal e leite. Sim, um café da manhã bem infantil. Todos me olhando em silêncio, levantei e fui para a sala. Liguei a TV e me senti mais confortável. Não quero lidar com Luan agora. Não sobre ontem. Ele continuaram conversando e minha cabeça agradeceu por eu estar mais distante. Comecei a assistir e comer, antes de eu terminar, Luan apareceu. 

- Eu tô indo, loira. - Ele me olhou cauteloso. 

- Tá. - Foi o que eu respondi, o olhando.

- Não quer conversar? - Me olhou esperançoso. 

- Não. - Ele suspirou e eu desviei o olhar. 

- Facilita, Lavínia. Eu sabia que cê ia se fechar. - Ele colocou as mãos na cintura. 

- Não tô me fechando, Luan. Por favor. - E então todos começaram a vir da cozinha. 

- Beleza. Se cuida. - E então beijou o alto da minha cabeça. Ele parece um pouco esgotado. Que situação a nossa! 

- Vai com Deus. - Eu disse e então todos chegaram. Ele se despediu de um por um e meu coração se contorceu. Não quero que ele vá. Meu coração implora por ele, mas meu cérebro diz que é melhor não. Ele me deixa totalmente frágil e eu ainda tenho medo. Medo de ele não ser sincero comigo, ainda mais depois de ontem. Medo de me magoar, medo de me entregar de fato. Me deixar oficialmente entregue. Ele saiu pela porta e eu soltei o ar que nem percebi que estava segurando. Minha cabeça doeu novamente. 

- Bom, eu vou indo também. - Marco disse e então beijou Clarissa. - Tchau, meninas. - Soltei beijo e Talita fez careta pra ele.

- Vou acompanhar o viado aqui. Cês ainda vão pra loja. Na verdade, sobre a Lavínia eu fico na dúvida. - Keven riu e todos o acompanharam. Fiz careta pra ele e então eu disse:

- Claro que eu vou. 

- Você tá péssima. - Clarissa me olhou.

- Nada que uma maquiagem não resolva. - Talita brincou, claramente sendo irônica. Mostrei o dedo do meio para as duas. Keven riu. 

- Vou indo mesmo. Tchau, meu amor. - E então abraçou Talita, lhe beijando rapidamente em seguida. Fez um toque de mãos com Clarissa e soltou beijo pra mim. Soltei outro e então ele acompanhou Marco. As meninas sentaram ao meu lado e então suspirei esperando elas começarem a falar. 

- Você ficou doidona ontem. - Talita me olhou. 

- Eu sei. - Gemi frustrada. 

- Você montou nele aqui no meio da sala. - Clarissa disse e eu me espantei. 

- Mentira. - Desacreditei. 

- Muito sério. - Talita disse com seu jeito exagerado. Eu joguei minha cabeça para trás e senti tudo sacolejar dentro dela. 

- Porra. - Murmurei. 

- Vocês com certeza transaram muito. - Clarissa riu.

- Sim, eu só não entendi o comportamento dos dois hoje. Ele todo preocupado ligando pra farmácia e você toda estranha. - Talita franziu a testa e eu suspirei olhando-a. 

- Nós não transamos. 

- Que? - Clarissa berrou e eu lhe acertei um tapa no braço, ela me devolveu outro.

- Minha cabeça, poxa! - Reclamei.

- Conta, caramba. - Talita ficou curiosa. 

- Ele não quis. - Revirei os olhos. 

- Eu tô muito perdida nessa história. - Talita riu de leve. Clarissa ficou me olhando com expectativa, esperando eu continuar. 

- Eu tentei muito. Eu queria muito e ele não quis. O filho da mãe deve tá transando com meio mundo.
 
- Ele te disse isso? - Clarissa franziu a testa.

- Luan nunca foi tão resistente. Eu conheço ele. Conheço nós dois. - Eu a olhei.

- Amiga, você tava muito bêbada. Será que esse não foi o real motivo? - Talita tentou justificá-lo. 

- Ele disse que era isso, se justificou com isso. Mas eu não acredito. 

- Você não coloca nenhuma fé nele. - Clarissa lamentou.

- Ele é um cachorro. - Eu disse. 

- Mas ele acordou muito preocupado com você. - Talita comentou. 

- “ Ela vai sentir muita dor de cabeça. Cês não podem deixar faltar remédio aqui. “ - Clarissa o imitou. E eu fiquei tocada ao saber do seu cuidado. 

- Não quero mais falar sobre o Luan. Eu realmente tô muito irritada com ele. - Bufei. 

- Frustrada pra caramba. - Talita disse. 

- Pra porra. - Clarissa disse. 

- Cê tá igual o Marco. Falando palavrão pra caramba. - Franzi a testa. 

- Olha quem fala. Você também diz palavrão. - Revirei os olhos. 

- Nós precisamos nos apressar um pouco. Acho que vocês esqueceram que precisamos ir até a loja, mas antes precisamos pegar os turistas. - Talita brincou, se referindo aos nossos pais. 

- Nem me fale. Como eu vou disfarçar essa ressaca? - Fiz bico. 

- Fala a verdade, ué. - Clarissa deu de ombros.

- Óbvio que não. Papi vai fazer várias perguntas até acabar descobrindo que Luan estava aqui. Não, não mesmo. 

- Ela tem razão. - Talita disse. 

- Tá, então cê capricha na maquiagem e também usa um óculos escuro. - Clarissa me olhou. 

- Beleza, vão indo. Eu já vou fazer o mesmo. - Eu disse e então elas levantaram. Suspirei pensando em Luan novamente. Na despedida e no olhar dele. Ele parecia chateado. Com certeza chateado com meu comportamento. E então veio um flash em minha cabeça. Ele se declarando pra mim no quarto, dizendo que não queria que eu me fechasse com ele, que eu ficasse indiferente ou arrependida. E foi exatamente assim que eu agi. Não pelo motivo que ele pensa, mas sim por ter sido negada por ele várias vezes. Decidi expulsar meus pensamentos e ainda morrendo de dor de cabeça, eu levantei.

Segui para meu quarto e só então lembrei de Gabi e Lorena. Lembro de Lorena muito mal. Não lembro de Gabi indo embora. Como aquelas duas estão? Tenho que lembrar de mandar mensagem em nosso grupo. Só tenho medo de receber mais informações sobre ontem. Informações que me deixem um tanto constrangida. Luan mexe com cada partezinha não meu corpo, o álcool só me impulsionou.

Comecei a me vestir e deixei meus pensamentos de lado.

(...)

Após passar pelo hotel que meus pais e ex sogros estão, seguimos para a loja em dois carros. Mandei mensagem para Gabi e Lorena em nosso grupo, querendo saber delas, mas o último contato foi antes do evento de ontem.

No trajeto, Clarissa aproveitou para me entregar o máximo de informações possíveis. Disse que Luan cantou uma música pra mim, dessa parte eu lembro. Lembrou-me também sobre eu montar nele no meio da sala, me contou também que ele falou que eu quebrei meu perfume, mas que ele ajeitou tudo hoje pela manhã. Falou sobre sua preocupação comigo. Comprou os remédios e que estava claramente ansioso. Me senti um tanto culpada pela reação que tive hoje pela manhã. Eu vou ligar pra ele. Mas isso fica pra outra hora.


Chegamos até a loja, meus pais e meus ex sogros ficaram empolgados e muito admirados.
A loja é mais linda pessoalmente. - Minha mãe falou após sentarmos em meu escritório. Logo que chegamos eles conversaram com os funcionários, cumprimentaram de um por um. Minha mãe acabou falando mais, disse sobre o prazer de conhece-los e agradeceu por todo empenho. E mais, forneceu um valor em dinheiro que pagasse o almoço de todos eles. Obviamente ficaram felizes e ela os fez prometer que iriam mandar um registro do momento. 

- Aqui é lindo mesmo. Aconchegante. - Meu pai disse.

- Eu realmente gostei. Gostei do local, da equipe, do cantinho de vocês. - Meu ex sogro falou. 

- Feliz em ver o ambiente diário de vocês. - Minha ex sogra sorriu. 

- Belo trabalho, filhas. - Meu ex sogro elogiou. 

- Realmente de parabéns. - Meu pai sorriu. 

- Obrigada. Amamos vocês. - Clarissa disse, enquanto Talita e eu somos somente sorrisos. Houve uma batida na porta e em seguida, entrou um de nossos funcionários com uma bandeja de suco de abacaxi. 

- Olha só! Que recepção! - Minha mãe sorriu. Tudo pra ela é um gesto significativo. Uma das suas qualidades que admiro. 

- Pode deixar aqui. Obrigada viu?! - Apontei para a mesa, lhe mostrando um sorriso. 

- Vocês querem bolachinhas? - Talita ofereceu. 

- Não, bobagem. Só o suco está ótimo. - Meu pai respondeu. 

- Nós temos que preparar a barriga para o almoço. - Meu ex sogro falou.

- Verdade. Já é hora do almoço. - Minha ex sogra concordou. 

- Nós vamos. - Eu disse. E então bebemos o suco e minha mãe começou a fazer algumas perguntas sobre o negócio, enquanto o restante decidiu ir ver os produtos da loja. Ficamos cerca de vinte minutos somente com minha mãe, esclarecendo qualquer de suas dúvidas e lhe deixando por dentro de absolutamente tudo.

Logo fomos para o restaurante. Comemos em um clima agradável e o nosso after de ontem não foi assunto. Eu agradeci internamente por isso. Eu ficaria muito exposta, na verdade, seria a mais exposta. Luan não tem nada comigo, meu pai iria fazer uma série de perguntas, meus ex sogros iriam me olhar com expectativa e minha mãe ia imaginar várias possibilidades. Eu os conheço. Sei como são.

(...)

Logo após deixá-los no hotel, eu voltei minha atenção ao meu celular. Eles vão embora amanhã e por hoje, não iremos mais a loja. Eles vão tirar a noite para terem um programa de casal por São Paulo. Eu recebi sinal de minhas amigas. Gabi muito entusiasmada com a transa de ontem com Edgar e Lorena totalmente acabada com sua ressaca. E eu, não paro de pensar nele. Luan. Luan. O tempo todo Luan.







Oi, estou pronta para os xingamentos. Podem vir🥵 
Tá aí o capítulo que tanto pediram, com um final que não queriam. O fim do começo está próximo hein?! Só não vou dizer quando. Me digam o que acharam, papoca de comentário neste cabaré, pq eu tô quase dormindo enquanto escrevo isso. Mereço. Mesmo que seja me xingando. Agora só no final de semana tá? 
Não vou responder os comentários anteriores por motivos de exaustão no momento. Mas de coração, fico mttttt grata com a interação de vocês! Foram 15 comentários 🥰 Fico tão felizzzz! Isso me impulsiona mais do que imaginam. Do mesmo jeito que vocês atualizam esperando capítulo novo, eu atualizo esperando comentários de vocês sobre a história. É isto. Beijaummm ❤️

sábado, 19 de setembro de 2020

“ Resistindo a tentação? “ 55

Chegamos ao prédio e eu senti minha boca secar. Eu tô nervoso de verdade, pra caralho! Na portaria, o porteiro ligou pra lá e liberou nossa subida. 

- Porra, eu tô gato. - Edgar disse se olhando no espelho já dentro do elevador. 

- Viadão. - Eu disse e ele riu. 

- Vou beijar tanto aquela mulher, cê não faz ideia. 

- Só na vontade dela faz tempo hein?! 

- Nem me fala, pô. - E então eu suspirei. Queria muito que Lavínia tivesse uma resposta pra mim. Dizer que podemos ficar juntos e eu assumir a porra de um namoro com ela. E elevador abriu e eu respirei fundo, colocando meu boné pra trás. Não tô tão ruim. Tô de calça jeans, chinelinho e um blusão de moletom cinza. Paramos em frente à porta dela. Antes que eu pudesse tocar à campainha, Edgar fez isso por mim. Mordi meus lábios e então a porta abriu. Ela apareceu e meu coração acelerou mais. Com shortinho jeans curto, muito curto. Uma camisa preta, cumprida, cobrindo quase seu short todo. 

- Oi, meninos. - Ela sorriu e então abraçou Edgar. - Tudo bem?

- Tudo ótimo. Quanto tempo! - Ele disse e eu coloquei minhas duas mãos nos bolsos e fiquei olhando ela, enquanto escuto vozes e música. Mas não consigo registrar muito coisa além dela. O cheiro dela. 

- Edgar! - Gabi apareceu e então Lavínia desfez o abraço. 

- Oi, coisa linda. - Ele disse, já entrando mais. Os dois se abraçaram e então ela me olhou.

- Vai ficar parado aí? - Segurou o sorriso e eu suspirei apaixonado. Me aproximei e lhe abracei, emaranhando uma de minhas mãos em seus cabelos e a outra em volta da sua cintura. Minha coisinha pequena. Meu coração ficou reconfortado. Ela é meu lar. Lhe dei um cheiro no pescoço, caprichado, longo. Ela afagou meus cabelos com suas unhas. 

- Saudade demais. Nossa... - Eu sussurrei, ainda sem largar ela. Fechei meu olhos e lhe cheirei de novo. Nesse momento ela se encolheu e soltou uma risadinha.

- Saudade também. - Afastou o rosto do meu e então nos olhamos. - Cê tá bem? 

- Tô sim. E você? Já tá bebendo hein?! Conheço esses olhinhos alegres. - Ela já tá um tantinho afetada pelo álcool. 

- Já tô. O Keven sabe fazer um drink incrível. - Ela segurou minha mão e me levou para dentro. Só então me dei conta de que Edgar já está com a galera toda na cozinha. - Vou fazer você beber também. 

- Acho que já sei qual é esse drink. Essa bebida é a bebida da morte. - Eu falei e ela riu. Nos aproximamos dos outros e então vi o buquê que lhe dei fazendo parte da decoração na cozinha. Ela teve todo o cuidado. Ah, caralho! Tô ficando cheio de esperança! 

- Óh lá, o boi! - Marco disse. Foi o primeiro a me abraçar.

- Fala, seu viado. 

- Saudade, pô.

- Também, caramba. Vamos ter tempo pra curtir um pouco agora. 

- Massa! Cantar umas moda já já. - Ele desfez o abraço.

- Beleza. - Eu sorri. Keven logo apareceu estendendo a mão e então trocamos um toque e um abraço.

- Saudade, macaco! Cê tá bem, pô?

- Tô bem. E você? Tudo em paz?

- Tudo beleza. - E então ele desfez o abraço. 

- Clarissa. - Eu disse sorrindo e então lhe abracei. 

 - Tudo bem, Luan? - Ela perguntou.

- Tudo bem. E você?

- Tudo ótimo. Você sabe que tá em casa né?! 

- Obrigado. - E então desfizemos o abraço.

- Fala, lagartixa branca. - Talita me olhou e riu. 

- Filha da mãe. - Eu ri também e isso contagiou os outros. Nos abraçamos.

- Fica à vontade, tem o quarto da Lavínia super disponível. - Ela disse alto então houveram gritinhos e Lavínia corou. Eu somente ri. Desfizemos o abraço.

- Oi, Lorena. Tudo bem, linda? - Abracei a amiga doidinha de Lavínia.

- Tudo ótimo. Tirando o fato de só ter casal aqui. - Ela fez careta e eu lhe abracei ouvindo Lavínia falar:

- Não, eu não tô de casal. - Primeiro sinal de que não estamos no ponto que eu gostaria. 

- Depois coloca um funk e tudo fica resolvido pra você. - Lorena riu e então desfizemos o abraço. - Gabizeira. - Nos abraçamos também e claro, eu não perdi a oportunidade de alfinetar ela e Edgar. 

- Só a Gabi pra fazer esse cara aparecer aqui. - Marco começou. E então Lavínia se aproximou de mim, tomando toda minha atenção, enquanto os outros continuam brincando com o mais recente casal. 

- Cê tá com fome? - Ela se preocupou. Senti uma vontade louca de beijar a boca dela. - Tem comida. Pedimos japa, tem o restante do almoço também. Posso fazer um prato pra você e esquentar no microondas. - Eu sorri. 

- Cê faz pra mim? - E então ela desviou o olhar. 

- Amigos, tá? - Eu ri.

- Por que tá me dizendo isso? - Perguntei.

- Esse teu jeito de olhar diz muita coisa. Só quero deixar tudo muito claro. 

- Tô de boa, pô. - Sorri, disfarçando o balde de água fria que senti cair em mim. Eu quero estar aqui com ela. Seja lá como for, eu quero. - Vou querer a comida.

- Tá, então vem. - Ela caminhou até a geladeira e abriu. - Edgar, cê quer comer? - Ela o olhou. 

- Agora não. 

- Tem japa aqui, meu gato. - Gabi disse e Lavínia sorriu. Gabi continuou insistindo com ele.

- Olha só, essas são as opções. - Me mostrou tudo em travessas. 

- Quanta comida!

- É, foi do almoço de hoje com meus pais. 

- Entendi. Eles vão embora quando? - E então ao mesmo tempo escolhi o que queria e ela, atenciosamente preparou tudo pra mim. 

- Amanhã a noite. 

- Não vai ser dessa vez que vou conhecer eles? - Olhei ela com sorrisinho. 

- Não vai ser dessa vez. Luan, vai lá ficar com os meninos. - Ela quis se sair do assunto e eu ri. Deve ser bom saber que ela se sente desajeitada ao falar de nós? Ou não? Me aproximei de Marco e Keven, enquanto Clarissa e Talita estão dançando na sala. Gabi e Edgar no maior clima, em uma conversa baixinha. Lavínia de olho no microondas e Lorena preparando mais um drink, realmente está bêbada. 

- Aonde cê tava? - Keven perguntou. 

- Interior de Brasília. - Eu disse.

- Se serve, pô. - Marco se referiu às bebidas. 

- Vou comer primeiro, viado. Saí de lá na correria, não tive tempo de comer. Se eu beber agora, isso vai me pegar. 

- Cê tem razão. - Keven disse. 

- Cês tavam no almoço de hoje? - Quis saber. Tô curioso. 

- Não, não. A gente conheceu as famílias delas ontem. Almoçamos juntos em um restaurante. - Marco disse e eu assenti. Senti inveja, confesso. Queria ter feito parte disso, ter sido apresentado como namorado de Lavínia.
 
- Tocaram no seu nome lá. - Keven disse e eu franzi a testa. 

- Tá falando sério, pô? - Fiauei assustado.

- Sério! - Keven riu e Marco o acompanhou. 

- Minha cunhada é caidinha por você. Cê sabe... - Marco falou. - Os pais dela, os pais da Talita, sabem de você. - Ele contou e meu sorriso não teve tamanho. 

- Puta que pariu! - Eu soltei, me enchendo de confiança.

- Inclusive, eles quiseram saber como vocês estavam e tal... - Keven continuou.

- Luan, sua comida. - Lavínia se aproximou interrompendo nossa conversa. Queria saber detalhes, mas não vou falar sobre isso pra ela. 

- O que cê fez daqui? - Perguntei quando o prato foi colocado na bancada. 

- A carne, o molho. - Ela pegou seu copo, voltando a beber. Hoje ela tá danada. Lhe lancei um olhar safado. Não nego, eu amo flertar com ela, deixar óbvio o quanto eu a quero, mesmo que silenciosamente. 

- Ou, ou! Meu amor, cuidado. - Marco disse ao ver Clarissa quase caindo. 

- Talita, se segura um pouco, caramba. - Keven também repreendeu ao ver sua namorada rindo descontroladamente. Os dois foram pra sala em busca delas. Experimentei a comida, quando percebi ela sustentar meu olhar. 

- Tá muito bom. - comentei ainda de boca cheia. 

- Engole primeiro. - Ela sorriu. Sorriso mais lindo. - Quer sentar?

- Tá bom aqui. Você ficando aqui tá ótimo. - Ela revirou os olhos. Durona. 

- Cê veio direto do show? 

- Foi. Cê parece que adivinhou, eu tava morrendo e fome. 

- Tem que se cuidar, Luan. - Eu sorri. - Que? 

- Você. Linda. - Mordi meu lábio e ela desviou o olhar.

- Eu vou pra sala. 

- Para de fugir toda vez que eu falo alguma coisa. - Reclamei e então ela suspirou. 

- Eu disse que é só amizade. 

- Eu sei. Soube desde o momento que entrei. - Franzi a testa.

- Lavínia! Essa é a nossa música. - Lorena apareceu puxando Lavínia sem dar chance de continuarmos a conversa. Então eu comi sozinho, olhando ela dançar funk, gostosa pra caralho. Perdido totalmente em meu pensamentos. As pessoas de Sidney sabem sobre mim, a família dela. A família do ex. Eu represento muito. É bom saber que isso tudo é recíproco, até então eu não tinha dimensão do que ela sentia, mas agora consigo ter uma ideia. Nem tudo está perdido. 

- Cê num vai beber não, ou? - Gabi se aproximou com Edgar, que encheu seu copo de vodka. 

- Não, por enquanto não. - Sorri. - Como tá os shows, Gabizeira? 

- Ah, tudo ótimo graças a Deus. E você? 

- Tudo uma maravilha. 

- Eu tava falando pra ela, a gente tá numa correria grande, ela deve valorizar o fato de eu ter vindo aqui. - Edgar olhou pra ela e ela olhou pra ele. O flerte tomou conta do ambiente.

- Deixa comigo. - Ela piscou pra ele e eu sorri. Esses dois hoje... 

- O negócio tá só começando. - Eu disse e eles assentiram. Entramos no assunto do aniversário dela, acabamos falando também sobre um clipe que ela está planejando de fazer. Combinamos até de compor juntos um dia. A conversa rendeu entre nós três, Edgar e ela mostrando ter muita coisa em comum em meio aos nossos assuntos. Olhava Lavínia de longe, ela não parou de beber e agora tá bem mais animadinho. Lorena já tá no sofá, sem condições de nada. Lavínia me olha, mas não se aproxima. Tá bebendo whisk, Keven vem fazer uns drinks e leva pra ela. Ela tá misturando. 

- Ou, venham pra cá. Bora cantar. - Keven chamou e então o som foi desligado. Lorena balbuciou algo, mas não dá pra entender. Ela tá bem bêbada. Marco pegou seu violão e então, nos juntamos todos na sala. Lavínia sentou de um lado e eu do outro, lados opostos.

- Vem aqui, loirinha. - Bati em minha perna e ela negou com o dedo, sorrindo maliciosa. - Vê se eu aguento? - Me divertindo com isso, olhei Clarissa que sentou-se ao meu lado. 

- Ela tá alterada. - Clarissa bufou, mas também segurando o sorriso. Ela maneirou mais na bebida. Lavínia começou a sussurrar com Talita e Gabi que estão uma de cada lado dela. Ela falava e sorria. Filha da puta! Ela tá provocando? O que ela tá falando? As meninas acompanharam nas rodadas, até que Marco começou a cantar e o olhar dela encontrou o meu. Ele ficou no comando do violão e nós revezamos de cantar.

- Quero escolher uma agora. Caso indefinido, do Cris. - Falei.

- Aôôô! - Os meninos gritaram. 

- Nossa musica, minha loira. - E então todos gritaram. Eu vou investir pesado! Ela corou ainda mais, sua bochechas já estão rosadas por conta da bebida.

- Deus! - Eu pude ouvir ela dizer. Comecei a cantar, o tempo todo olhando pra ela, ela olhando pra mim. Fogo no olhar, amor no olhar... de nós dois! Quando cheguei no refrão, ela passou a mão nos cabelos, mostrando inquietude. Bebeu o restante da bebida.

E quando acabei a música, ela levantou.

- Acho melhor eu ir pegar outra bebida. 

- Ah, não! Vem cá, pô! - Keven chamou rindo. 

- Um beijinho! - Marco brincou. 

- Cê enche um copo pra mim também? - Pedi e ela assentiu. 

- Agora o homem vai beber! Tá sério o negócio! - Edgar falou, Lorena levantou e Clarissa e Tatita riram. Logo começaram outra música, Gabi finalmente beijou Edgar. E os dois estavam bem à vontade. Foi um beijão e tanto. Lavínia voltou. Me deu o copo e eu segurei sua mão. 

- Senta aqui. - Chamei, enquanto todos continuam cantando. Lorena tá bebendo água na cozinha, com certeza, no intuito de se recuperar. Lavínia ficou me olhando em dúvida. - Senta, meu amor. - Eu pedi novamente e então ela sentou. Ficou de lado, o braço em volta do meu pescoço e então enterrou seu rosto por lá, enquanto eu acariciei sua perna exposta com uma mão e segurando sua cintura com outra.

- Você é um maluco. Eu fiquei muito sem graça. - Ela falou com a voz embolada. Eu ri dela. 

- Não precisa ficar sem graça. - Acariciei sua cintura.

- Keven, vem me ajudar com um dos seus drinks. - Clarissa chamou e eu senti um beijo de Lavínia em meu pescoço. 

- Eu quero também. - Talita levantou. Olhei Lorena voltando, sentando no sofá, quase dormindo e vi também Gabi e Edgar se pegando. 

- Porra, tô sobrando nesse caralho. - Marco disse ao ver Keven, Clarissa e Talita se afastando. Acabou largando o violão e acompanhando-os. 

- Lavínia, para com isso. - Eu pedi. Ela tá me provocando. Mas eu não vou nem ao menos beija-lá. Não quero que seja assim. Ela tá bêbada. Nosso momento é delicado e não deve ser levado pelo álcool. Ela então me olhou, olhou minha boca com o rosto bem próximo ao meu. 

- O que você disse é verdade? - Sussurrou e seu hálito é puro álcool. 

- Do que? - Franzi a testa.

- Sobre a música que cantou agorinha. O que você mais quer, é que eu te queira. Não tô tão bêbada assim. - Ela encolheu os olhos e eu ri do seu jeitinho. 

- Claro que é. Adoraria se a gente não fosse um caso indefinido. Cê sabe que eu tô esperando por você, não sabe?! - Ela assentiu e então pousou a mão em meu maxilar. Fez menção de me beijar e eu desviei. Não vai ser na empolgação do álcool que ela vai fazer algo. 

- Ou! - Ela franziu a testa.

- Não quero assim. Você tá bêbada. Amanhã vai acordar e se arrepender disso. Não quero nada disso, loira. 

- Eu sei o que tô fazendo, Luan. 

- Não sabe não. Tá cheia de coragem, fazendo o que o seu subconsciente quer por causa da bebida. - Ela revirou os olhos e segurou meu maxilar tentando me beijar de novo. Novamente eu desviei do jeito que deu.

- Olha pra mim. - Ela pediu e assim fiz. - Tô com saudade de você. Eu quero você. - Sei que ela se refere a sexo. 

- Eu também quero, mas antes eu quero tudo resolvido entre nós. Eu vou ser um escroto se eu pelo menos beijar você agora, nesse estado, nessa situação. Não dá.

- Não dá o cassete. - Ela franziu a testa e ficou me olhando feito criança birrenta. Suspirei e então joguei minha cabeça no encosto do sofá, tentando mandar a mensagem para meu corpo de que não devo corresponder ela agora, cair na dela. Ela se aproximou e começou a beijar meu pescoço. 

- Lavínia... - Eu pedi. 

- Sou doida por você. - Fechei os olhos, suspirando. 

- Para com isso, pô. - Falei totalmente afetado. E então, ela chupou meu pescoço, mordendo em seguida. Eu arrepiei todo. Engoli seco e ela procurou minha boca, desviei de novo. Nunca pensei que pudesse ser tão racional. 

- Saudade de sentar em você e rebolar pra você. - Ela sussurrou em meu ouvido. - Eu sei que essa sentada você não esquece nunca. - Lambeu minha orelha e eu senti meu pau reagir. Caralho, ela não tá pra brincadeira. - A chupada que eu faço em você não tem igual. Diz pra mim. - Apertei sua cintura. Filha de uma mãe! 

- Luan. - Edgar me chamou e me tirou da embriaguez do tesão. Ela continuou com o rosto enterrado em meu pescoço. Cheirando, beijando de levinho. 

- Fala. - Eu disse.

- Vou pro hotel com a Gabi. - Ele disse. 

- Amiga. - Gabi chamou. - Eu vou indo. - Lavínia olhou ela. 

- Cuida da Lorena. - Falou com sua voz embriagada. - Ela tá mal. - Fez uma careta e eu tive que sorrir. Coisa linda! Acaba com meu juízo. 

- Eu cuido sim, não se preocupa. - Ela se aproximou e se inclinou para dar um beijo em Lavínia. 

- Te amo. - Lavínia disse. 

- Te amo também. Até meu aniversário né?! 

- Até. Façam uma viagem maravilhosa. - Ela disse com os olhos bêbados e eu tive que rir. Ela me olhou e olhou Gabi de novo. Sorriu e disse: - Eu vou dobrar esse homem hoje. - Disse convicta e Gabi riu, passei a mão pelos cabelos, segurando o sorriso. Tá maluca se acha que vamos transar. 

- Tchau, Gabizeira. - Eu disse e me estiquei do jeito que deu para lhe der um beijo no rosto. 

- Tchau, Luan. Te espero no meu aniversário.

- Eu vou, pode deixar. - Eu sorri. - Cuidado vocês dois. - Eu ri e eles também. - Me manda mensagem amanhã, viado. - Olhei Edgar.

- Beleza. Cê vai dormir aqui? 

- Vai. - Lavínia respondeu e eu sorri. 

- Tá, cê tá em boas mãos. - Edgar sorriu e então trocamos um toque de mãos e ele beijou o rosto de Lavínia. 

- Eu shippo vocês dois. Shippo forte! Casal lindo! - Lavínia fez coração e eu ri. A galera acabou rindo da cozinha também. 

- Te amo, louca. - Gabi disse e então se despediu rapidamente dos outros na cozinha com abraços e então se foram carregando Lorena. Ela realmente tá muito bêbada. 

- Te amo, Lore! - Lavínia gritou com elas já saindo com Edgar. Lorena não estava em condições de responder. A porta se fechou e a atenção dela se voltou pra mim. Mordeu os lábios me olhando. Ela fica tão sexy bêbada. Começou a se mexer em meu colo e então montou em mim. Caralho! 

- Aô, Luan! - Marco disse da cozinha e eu sorri o olhando. Os quatro estão nos olhando com sorrisos. 

- Eu acho melhor a gente ir pro quarto. - Talita falou e já segurou na mão de Keven. 

- Luan, cuida direitinho dela. Ela tá meio alterada. - Clarissa disse, fazendo o mesmo que Talita. Indo para o quarto com Marco. 

- Ela vai dormir daqui a pouco. - Eu disse. 

- Eu sei o que tô fazendo. - Lavínia disse e revirou os olhos. - Tchau, boa noite pra vocês. - Ela soltou beijo, falando meio embolado. E então os casais logo sumiram e eu fiquei sozinho com a tentação. - Eu não vou dormir, Luan. 

- Eu sei, amor. Cê fica acordada o tempo que quiser. - Decidi não discutir. 

- Eu quero foder com você. Cê faz comigo? - Olhou em meus olhos e eu suspirei. 

- Lavínia, cê não tá bem. 

- Tô ótima. Passei a noite dizendo pras meninas que ia foder com você e você vai me negar? - Ela apontou a mão no meu peito, toda ofendida. Eu ri diante da sua revelação. 

- Não, pô. Amanhã cê vai acordar tão arrependida. Não quero que se arrependa de nada comigo. 

- A gente vive o hoje Luan! - Ela abriu os braços e então me abraçou, encostando o nariz no meu e então se escorregou esfregando a bochecha na minha e então procurando minha boca, tentei desviar e ela encostou, segurou meu rosto e eu segurei seus pulsos, ela chegou a chupar meu lábio inferior e então eu consegui me afastar. Ela grunhiu e cruzou os braços na altura dos seios. - Você é um filho da... - Repreendi ela com o olhar. - Bora pro meu quarto. 

- Tá louca. Não, eu vou dormir aqui no sofá. - Eu disse, tentando me distanciar da tentação. 

- Vamos pro meu quarto. Não precisa ter medo de mim. - Segurou minhas duas mãos. Ficou me olhando em silêncio. - Você é tão lindo. E tá tão gostoso nessa roupa. - E então deu uma reboladinha em cima de mim.

- Parou. - Eu disse sério, segurando seus quadris. Ela não tem limite, não vou me aguentar por muito tempo se continuar assim. Ela sorriu travessa e rebolou de novo. - Loira... - Franzi a testa e olhei pra área onde ela está rebolando. Excitei na hora! Nunca passei tanto tempo sem sexo e nunca quis tanto uma mulher. Meu corpo reage facinho. 

- Se é bom assim, imagina sem roupa. - Ela me olhou. 

- Bora, bora pro seu quarto. - Eu disse, na tentativa de fazer ela sair de cima de mim. Talvez lá no quarto ela durma e seja tudo mais tranquilo. Ela levantou rápido e tombou. Riu pra mim e segurei ela rapidamente. - Ou, cuidado. - Ela então pulou em mim e eu lhe segurei. Suas pernas em volta da minha cintura. Minhas mãos em seu bunda. Assim, caminhei até seu conhecido quarto. Entramos e ela pediu pra eu lhe colocar no chão. 

- Tira sua roupa. - Ela segurou a barra do meu blusão. Segurei as mãos dela. 

- Não vamos transar. Agora você vai dormir. - Ela me olhou irritada. Cruzou os braços de novo. 

- Tá falando sério? - O conjunto da voz embolada e os olhos sem foco. 

- Sério. Vai, colabora. Amanhã cê não vai querer olhar na minha cara. - Eu ri de leve e ela riu junto. 

- Eu vou querer sim. - Passou os braços em volta da minha cintura. - Você sentiu minha falta? - Apoiou o queixo em meu peito, me olhando com o sorriso bêbado. 

- Muita. Mesmo com você me tentando, eu tô gostando de tá aqui. Se você tivesse sóbria, eu ia fazer o que você quisesse nesse quarto. Mas assim não. Quero negócio sério com você. Não vou ficar brincando com isso. Não quero acordar amanhã arrependido, correndo risco de você se afastar mais de mim. Você é bem capaz de fazer isso. - Ela acariciou minha barba. - Se fechar toda, se afastar. Não quero isso. 

- Cê tá falando muita bobagem. Tua boca é linda. - De forma embolada, ela colocou um assunto totalmente aleatório. Eu sorri e ela sorriu junto. - Olha esse sorriso. Você é meu bebê. - Ela inclinou a cabeça e eu precisei de todas as forças para não beija-la.

- Sou tão apaixonado por você. Cê me pegou, mulher. - Eu me vi fazendo declaração pra ela bêbada. Talvez isso seja o auge da paixão. 

- Então faz amor comigo. - Apelou. 

- Dormir. - Eu suspirei. 

- Tá. Então vou tirar minha roupa. - Começou a se desfazer das roupa de frente pra mim. Ficando somente de lingerie vermelha, rendada. Ela já tava mal intencionada? Uma lingerie dessas é brincadeira. 

- Tá de maldade, Lavínia? - Soltei uma risada nervosa.

- Não, vou dormir. - E então me deu as costas, foi pro banheiro. Olhei sua bunda e eu quase babei. Ela é uma delícia. Eu tô louco de saudade. Afundei em sua cama, o cheiro dela invadindo minhas narinas. Que madrugada complicada! Eu espero que ela pare de me seduzir. Não tá fácil. Não tá fácil!








OIIIIIIII já quero todas surtando forrrrte! Não digo nada, deixo vcs falarem... 🤭❤️
Até semana que vem 🤣🤭❤️

domingo, 13 de setembro de 2020

“ Ele vai também “ 54

- Já tá em casa, meu amor? - Ele já começou falando assim e eu suspirei. Ele quer me enlouquecer. 

- Já. Você já apareceu tanto hoje, tô começando a ficar assustada. 

- Ah, para. Eu fico sem tempo, você também. Mas eu sempre lembro de você, Lavínia. Não tô brincando, pô.

- Uhum. - Foi o que eu disse, querendo me mostrar imparcial. 

- Foi tudo bem?

- Foi sim. Graças a Deus. 

- Fico feliz. Cê tava uma gata. Eu vi as fotos e os vídeos. 

- É? Obrigada. 

- Vi sua entrevista também. 

- Então é isso? - Eu ri de leve. 

- Amigos? Caramba, assim cê me magoa. 

- Queria que eu falasse o que? 

- Ele é o homem da minha vida. Ser mais sincera. - Brincou e eu não aguentei. Gargalhei e pude ouvir sua risada do outro lado. É um zero noção mesmo. - Bom ouvir sua risada. Tô com saudade. 

- Cê já voltou do show? - Mudei de assunto. 

- Já. Tô indo pro hotel, na van ainda. 

- Ah, tá. - Ficamos em silêncio. 

- Cê tá sozinha? - Ele voltou a puxar.

- Não, não tô sozinha. - Decidi provoca-ló. 

- Não tá? - Seu tom de voz ficou tenso. 

- Não, não tô. 

- Beleza, eu vou desligar. - E então eu ri. 

- Calma, bobo. Quem tá aqui é Lorena e Gabi. - Ele bufou.

- Tá cheia de gracinha hein, Lavínia? - Eu ri ao perceber ele irritado. 

- Eu preciso ir tomar banho, Luan. 

- E ainda me dispensa. De novo. 

- É sério. - Eu sorri. 

- Tá, tchau.

- Cê tá bravo? - Eu sorri. Aposto que ele tá todo bicudo! 

- Não, não tô.

- Ah, para! Eu só brinquei. 

- Brincou e agora tá me dispensando. Tô me esforçando, poxa. - Suspirou. 

- Não tô dispensando. Você tá fazendo tempestade em um copo d’água. 

- É, deve ser isso. Cheguei no hotel, preciso ir. 

- Tá. Fica com Deus. 

- Você também. 

- Beijo. - Eu disse.

- Outro. - E então desligou e eu suspirei. Eu gosto de ver ele tão afetado por mim, mas ao mesmo tempo tudo que eu queria era mimar ele agora. Encher de beijo até a carinha emburrada se desfazer. Luan é um neném as vezes. Neném que eu amo mimar. Soltei um grunhido e o expulsei de meus pensamentos. Segui para o banheiro e tomei um banho relaxante.

Quando saí, olhei as horas e já passam das três da manhã. Ouvi batidas em minha porta. 

- Amiga. - A voz de Gabi. 

- Amiga, eu quero dormir. - Resmunguei, enrolada em meu roupão preto. Fui até a porta e encontrei ela com um sorrisinho amarelo. 

- Mas eu quero conversar. Lorena tá assistindo na sala. Bora. - Gemi frustrada, mas me rendi a ela. Seguimos para a sala e sentamos no mesmo sofá que Lorena.

- O que cê colocou aí? - Perguntei.

- É um filme de ação. Nem lembro o nome. - Sorri pra ela.

- Luan me ligou. - Lhes disse. 

- Cachorro! - Lorena xingou sorrindo. As duas voltaram sua atenção pra mim. 

- O que ele queria? 

- Só conversar bobagem. - Sorri de lado. 

- Cê ainda acha que ele não vai seu aniversário? - Lorena perguntou a Gabi.

- Já não sei de mais nada. 

- Não tinha que ter chamado pra começo de conversa. - Reclamei. 

- Tá, você já me deu bronca demais por isso. 

- Tinha que ter chamado sim. Se não encontrasse ele lá, iria encontrar em outra ocasião. E ainda falta pouco menos de um mês. Daqui pra lá você supera ou se entrega de vez. - Eu ri.

- Até parece! - Eu disse.

- Quem dera fosse fácil assim né, amiga? - Gabi me olhou. 

- Ele tá muito decidido. Me mostra isso, mas não sei. No fundo eu ainda fico em dúvida. Eu amo ele. Muito. Mas me amo também, acima dele. Não mereço ser feita de trouxa. 

- Eu acho que ele quer de verdade. - Lorena deu sua opinião. - Nós já conversamos sobre isso, mais de uma vez. Ele quer mesmo.

- O que faria você aceitar ele de volta? - Gabi perguntou.

- Não sei. - Fui sincera. - A partir do momento que eu me senti confiante em relação a ele. No fundo eu sinto que ele vai desistir e parar. Vai perceber que não é sentimento real sabe?

- Você tá se sabotando. - Lorena me alertou.

- Perdendo um cara foda. - Gabi disse.

- Foda o caralho. Ele aprontou muito. - Eu disse.

- Amiga, vocês tinham uma relação aberta. - Lorena me repreendeu. Suspirei. Ela tem razão. Ele não tem culpa de eu ter me apaixonado. 

- Algo me diz que o sentimento é real. De você pra ele, dele pra você. - Gabi disse.

- É, eu dou muitas voltas na minha cabeça pra tentar entender essa relação e não faço ideia de como vai ficar. 

- Dá tempo ao tempo. - Lorena segurou minha mão. 

- Tô fazendo isso. 

- No momento certo você vai saber exatamente como seguir com ele. - Gabi me deu um sorriso tranquilizador. 

- Eu amo vocês. Obrigada por me aturarem falando desse homem em todas as oportunidades que tenho. - E então nós rimos.

- Isso é aguentar amiga apaixonada. - Gabi disse.

- Amizade é isso. - Lorena piscou um olho. 

- Inclusive, falando em amizade, eu tava pensando de a gente comprar biquínis iguais pro meu aniversário. - Gabi disse. 

- Ah, não! Que brega! - Lorena riu e eu acompanhei. 

- Lore! - Gabi fez beicinho e eu continuei rindo. Amo essas duas. 

- Deixa ela falar. - Eu disse tentando recuperar meu ar. 

- Eu quis dizer modelos iguais, mudando a cor. Mas deixa pra lá. Não quero mais. - Ela ficou de birra. 

- Ah, a gente pode fazer isso. - Eu disse e olhei Lorena que fez uma cara engraçada. Segurei o riso. 

- A gente faz assim, amiga. - Lorena mordeu os lábios e então nós rimos de novo.

- Vão se ferrar! - Gabi disse segurando o sorriso. 

- Ah, mas cê vai rir também! - Lorena se esticou toda e começou a fazer cócegas nela. Eu, no meio das duas, só sabia rir.

Resultado de estarmos as três juntas: conversamos até o nascer do sol. Lorena e João, aniversário de Gabi, nossas famílias, nossas lembranças, vivências, sentimentos, posicionamentos. Esses assuntos, entre outros. Falamos de tudo. Sexo também. E foi impossível não enaltecer Luan. Saudade daquele homem com aquilo tudo.

(...)

Dormi cerca três horas e então acordei com as meninas fazendo barulho. Com certeza Clarissa e Talita já se juntaram a Lorena e Gabi. Não é possível tanto barulho! Cheguei na cozinha ainda enrolada em meu coberto. Amanheceu fazendo frio. 

- Mas já? Vocês não dormem? - Eu reclamei.

- Bom dia! - Talita foi irônica.

- Nós fizemos a coitada virar a noite. - Gabi sorriu. 

- Ah, uma vez perdida. - Lorena se justificou e eu lhe mostrei o dedo do meio. 

- Que milagre as margaridas cedo por aqui. - Olhei minhas irmãs. 

- Temos um almoço, esqueceu? - Clarissa disse.

- Ah, é verdade. Agora tá explicado. - Sentei na cadeira.

- Trouxe café, faladeira. - Clarissa bagunçou meu cabelo e eu lhe devolvi um olhar feio.

- Hoje ela não acordou bem. - Talita riu. 

- Acho que tá sentindo falta de alguma coisa... - Gabi disse de forma maliciosa. Ela sabe das nossas conversas. Incrível como na madrugada a gente conversa tudo! E eu acabei entregando que tô morrendo de vontade de transar. É, com aquele alguém específico. Só de pensar nele, entre minhas pernas tem reação. Isso é péssimo quando tenho que ficar na vontade. 

- Falta de sono regulado. - Eu lhe cortei e as duas riram. - Já comeu, Gabi? Se não, eu enfio esse pão todo na sua boca. - Peguei o pão e ela gargalhou. - Filha da mãe. - Finalmente acabei sorrindo. Mereço isso! Mereço.

- Depois que ela comer vai melhorar. - Clarissa me olhou. - Cês vão almoçar com a gente? - Olhou as meninas.

- Não, hoje nós vamos comprar. - Lorena disse. - Mais tarde a gente podia fazer um after né?! Bebidinha, conversa boa, carne. - Lorena deu ideia. 

- Boa, boa! A gente já volta pra casa amanhã. - Gabi se animou. 

- Fechou. Festou! - Talita estendeu sua mão para Lorena e então ficou combinado. 

- Mais uma noite sem dormir. - Eu disse segurando o riso. 

- Ah, para! Cê gosta disso. - Gabi sorriu pra mim e eu sorri de volta. É óbvio! Amo estar com minhas meninas. 

- Nós podemos chamar os meninos? - Talita sorriu amarelo.

- Pensei que ia ser uma coisa de mulher. - Eu disse. 

- Ou, cê para! Fim de semana é quando a gente consegue ficar mais tempo com eles. - Clarissa se justificou. 

- Chama os malas. - Cedi. 

- Posso chamar o Edgar? - Gabi sorriu maroto.

- Ele tá viajando, amiga. - Eu disse. 

- Ah, mas vai que ele chega cedo, na madrugada... - Deu de ombros com um sorriso mal intencionado. 

- Filha da mãe! Chama o desgraçado. - Talita disse bem humorada e eu ri. 

- Isso vai virar algo de casal? - Fiz careta.

- Não! No que depender de mim... a gente dança funk, amiga. O povo beija, a gente mexe a raba. - Lorena falou e eu sorri, batendo minha mão na dela.

- Combinado. 

- Acho melhor a gente ir, vocês tem o almoço e nós temos as compras. - Gabi disse.

- Ah, não. Espera eu parecer gente. As meninas e eu precisamos ir no mercado. O almoço acabou sendo decidido de ser aqui. - Eu disse. Elas já estão devidamente apresentáveis. 

- Tá, mas ainda não vi uma conexão. - Lorena me olhou.

- Nós vamos juntas até o estacionamento. - Elas riram de mim. 

- Eu amo essa guria! - Gabi veio até mim e me abraçou. - Te amo.

- Te amo também. - Sorri. - Aproveitar cada minuto ao lado das minhas mineiras. Cês vão, não sei quando a gente vai ser ver. 

- No aniversário da Gabi. - Clarissa disse.

- Ah, conta! Como tá os preparativos? A gente não conversou nadinha ontem. - Talita perguntou e então entramos no assunto e nos empolgamos. Quando percebemos, vimos o quão atrasadas estamos. Tomei um banho rápido e antes de sairmos eu quis uma selfie de nós juntas. Clarissa foi a sorteada pra ir para frente e segurar o celular. Fizemos algumas poses e então seguimos pra o estacionamento. No elevador eu postei nos meus stories:

 “ Squad ❤️ “ 

Me despedi das meninas que vão esperar um uber, com a promessa de nos vermos mais tarde.

Alguns minutos depois chegamos ao supermercado, enquanto decidimos o que vamos cozinhar. Chegamos ao consenso de que Talita vai fazer a entrada, eu o prato principal e Clarissa a sobremesa. Vai ser algo bem elaborado, mas com nossa simplicidade. Nossos pais merecem. Gastamos mais de duas horas nas compras. Somos três indecisas.

Já no caixa, meu celular tocou. É Gabi. 

- Amiga, liguei pra te avisar. 

- Avisa o que? 

- O Edgar vai mais tarde no after. 

- Sério? Eles não estão viajando? - Meu chão sumiu ao pensar que Luan esteja mentindo pra mim. 

- Sim, estão. Mas o show hoje não vai terminar tão tarde. Ele disse que conseguiria chegar na madrugada. Lá pra 1:00 hora da manhã. 

- Tudo bem. Cês não vão deixar isso acabar cedo e nem eu quero que acabe cedo. - Sorrimos.

- E tenho mais uma coisinha pra dizer.

- Fala. Eu tô quase indo pra casa já.

- Ainda no mercado?

- Sim. Mas diz o que você queria falar.

- Luan vai também. - Ela soltou e eu gelei por completo. Puta que pariu! 

- Porra. - Suspirei. 

- Isso é ruim? 

- Eu não sei. Vocês sabem que eu não queria encontrar ele agora. - Suspirei de novo e as meninas me olharam enquanto aguardamos nossa vez. 

- Amiga, você tem que ver como vai ser. Não adianta ficar fugindo. 

- Eu não confio em mim. - Passei a mão por meu rosto. Ela riu. 

- Cê tem que ver como vai ser. 

- Para de repetir isso! - Revirei os olhos e ela gargalhou. 

- Posso deixar de pé o convite? 

- Claro, Gabi. Eu não sou tão vulnerável a ele. - Falei isso mais pra mim do que pra ela.

- Claro que não. - Senti ironia em sua voz. E então chegou nossa vez no caixa.

- Preciso desligar. Até mais tarde. 

- Até. - E então o nervosismo fez a casinha dele dentro de mim. Não foi mais embora.

No carro, as meninas perguntaram sobre a ligação.

- Luan vai pra lá mais tarde. - Eu soltei.

- Puta que pariu. - As duas falaram juntas.

- É, puta que pariu. Pior que eu tô com tanta saudade, mas não quero ficar com ele agora. 

- Ah, segue seu coração. - Talita aconselhou, me olhando através do retrovisor interno. Ela está dirigindo, eu atrás e Clarissa ao seu lado. 

- Eu também já não resistiria depois daquele buquê de ontem. - Clarissa disse. 

- Nem me fale. - Suspirei. Droga!

|| Luan ||

Quando Edgar me falou sobre encontrar a Gabi logo após nosso show de hoje, eu não perdi tempo em dizer que vou com ele. Tô louco pra ver minha loirinha e essa é uma bela desculpa. Segundo nosso combinado, eu vou com ele porque ele não sabe aonde fica o apê das meninas. É uma desculpa esfarrapada, eu sei. Tô pouco me fodendo pra isso, eu só quero ir lá. Nosso show vai ser bem cedo hoje, entro às 22:00. No máximo às 1:00 da manhã estaremos com as meninas.

Já mandei mensagem pro Marco falando sobre a minha ida e obviamente ele vai repassar pro Keven.

Ele ficou empolgado, acredita que Lavínia e eu vamos dar certo. Já conversamos sobre isso mais de uma vez. Alegou que Lorena, amiga de Lavínia, talvez se sinta um pouco sozinha. Dei a sugestão de ele levar um amigo nosso, mas ele disse que vai falar com Clarissa primeiro. Tá amarradinho, o viado.

Passei o restante do dia em total ansiedade. Eu já sou ansioso, saber que vou ver ela só aflora mais isso em mim.

Não mandei mensagem, não quero que ela invente uma desculpa pra eu não ir. Lavínia seria capaz disso, eu sei. Ela anda me dando fora em cima de fora. Ouvir algo desse tipo, iria fazer meu coração afundar. Eu tô louco de amor nela. Muito! Não sei como vai ser hoje quando a gente se ver.

(...)

Horas depois...

Desembarcamos e entramos num táxi. Nossas bagagens serão deixadas em nossas respectivas casas. 

- Tô num nervoso do caralho. - Eu confessei já a caminho da casa dela. 

- Por que, boi? - Edgar riu, enquanto o senhor dirige em silêncio. Acho que ele não se dá conta de quem eu sou. Seu rádio toca baixinho no carro. 

- Porque eu tô fodido por ela. - Edgar gargalhou. 

- Filho da puta! - Eu sorri. 

- Vai se foder. - Eu respondi, passando a mão em meu rosto. 

- Eu tô doido pra dar uns beijos naquela gostosa da Gabi. Loira linda demais. 

- Ela é linda mesmo. E gente boa. Será que hoje... - O olhei e ele entendeu. Quero saber se transam hoje. Qual é, eles estão adianta muito tempo. 

- Não sei, pô. No que depender de mim, tô pro que der e vier. - E então nós rimos. Em seguida, nos concentramos em nossos celulares. Mais cedo Lavínia postou foto com sua família. Claramente aquilo era em seu apartamento. Os pais dela apareciam e os pais de Talita e Bernardo também. É, eu sei quem são. Que tipo de homem apaixonado seria eu se não soubesse? E ainda acham que as mulheres são agentes...

Em meio aos meus pensamentos me deparei com uma foto dela postada duas horas atrás. Eu estava no voo. Linda pra caramba! Só consegui pensar: Fodeu pra mim:









Mais um capítulo pra vocês, choronas! Vão ficar na curiosidade do mesmo jeito hahahahaha 
Até semana que vemmm! 
Ah, e eu vou responder os comentários do capítulo anterior é desse, no fim de semana que vem. 
Me digam se gostaram, o que vem por aí... 
vocês estão sentindo cheiro de reconciliação? Tá bemmm pertinho 🥰
Bjs, Jéssica ❤️

Entrevista 53

A noite chegou e eu me olhei no espelho me sentindo completamente ansiosa. Planejamos com tanto cuidado, com tanto carinho o evento de hoje. Espero que saia tudo perfeito. Merecemos que tudo aconteça da melhor forma possível. Peguei minha bolsinha pequena e segui para o quarto de Clarissa. 

- Irmã, tô pronta. - Eu disse.

- Já to indo. Vai na Talita apressar aquela atrasada. - Eu ri negando com a cabeça. As duas estão atrasadas, aliás, nós três. Andei até o quarto de Talita.

- Irmã? - Chamei e ela respondeu gritando:

- Entra! - E assim fiz. Não vi ela no quarto.

- Cadê você?

- Banheiro. - E então eu sentei na cama, quando ela finalmente saiu com um vestido preto lindíssimo. 

- Amiga! Você não brincou hein? Tá linda. - Elogiei.

- Ah, não é nada demais. - Se fez de modesta e isso me rir. - Você tá uma princesa com esse vestido. Os meninos já estão esperando na sala. 

- Obrigada. - Eu sorri. - Mesmo? 

- Sim. Cadê a nossa atrasada master?

- Terminando.

- Bora lá, tem que ser na pressão. - Ela pegou sua bolsinha e nós seguimos atrás de Clarissa. Diante de muita pressão conseguimos fazer ela se apressar e assim nós fomos, mas antes, fiz registros dos casais. Ao chegar no evento, ainda sem ninguém, eu fiquei boba com tamanha organização. Tudo muito lindo. Além do que eu esperava. 

- Vocês gostaram? - O organizador de eventos quis saber.

- Pra caralho! - Talita soltou e nós rimos.

- Talita expressou bem nosso sentimento. - Clarissa brincou.

- Ficou demais! Você mandou muito bem. Seu trabalho é maravilhoso. - Elogiei. 

- Que bom que gostaram. - Ele sorriu. Nosso evento não está acontecendo na loja, decidimos alugar um local para que fosse tudo mais grandioso. - Agora a festa é de vocês. 

- Obrigada. - Falamos juntas e então nos despedimos. Seguimos dando continuidade ao evento. Logo nossos pais chegaram, Lorena e Gabi vieram logo em seguida. Fiquei feliz que elas puderam encontrar meus pais depois de tantos anos. As blogueiras convidadas também chegaram e foi começando a festa. Começou uma sequência de fotos, eu me vi feliz e também um pouco perturbada com tantas pessoas pra cumprimentar, agradecer pela vinda. Sem contar com as pessoas que são clientes e não deixaram de nos prestigiar. Parei um minuto indo para a espécie de cozinha. 

- Boa noite, gente. Muito obrigada pelo empenho tá? Só elogios pra cada coisinha que sai daqui. - Fui simpática e eles me sorriram. O chefe agradeceu. E então eu peguei meu celular por um minutinho. Olhei algumas mensagens, aproveitei pra me atualizar do que estão achando do evento nas redes sociais. E então, me deparei com algumas fotos. Mais tarde vou postar alguma destas.

Logo voltei para o evento e então na entrada eu vi Bruna. Ela veio com a Rafa e Stela. Sorri e fui de encontro a elas que já estão com Clarissa. 

- Oi, meninas. - Falei logo que cheguei.

- As gostosas chegaram. - Talita chegou logo atrás de mim e elas riram. Nos cumprimentamos com um abraço. E então posamos pra algumas, várias, fotos. 

- Feliz que estão aqui. - Clarissa disse. - tem várias comidinhas, vários lançamentos espalhados pelo local.

- Gente, vocês vão amar. - Talita complementou e então seguimos acompanhando-as. 

- Que festão hein?! - Rafa elogiou olhando ao redor.

- Nossa, vocês são incríveis. Muito sucesso pra vocês. - Bruna disse. - Cês sabem que eu amo vocês né?! - Ela sorriu. - Fico feliz demais com o sucesso todo. Antes mesmo de conhecer Lavínia e depois vocês duas, eu já era apaixonada pela marca. E agora eu me vejo amiga de vocês, quase cunhada de uma de vocês. - E então sua última frase nos fez gargalhar. Mas no fundo, fiquei nervosa. O que Luan anda falando por aí? 

- Eu shippo muito. - Stela disse.

- Vão me deixar sem graça. - Ri de leve.

- Deixem ela. - Rafa entrou em defesa, mas claramente se divertindo com tudo. 

- Olha só, as princesas vieram! - Marco disse, ao se aproximar com Keven ao seu lado. Todos se cumprimentaram e os meninos não perderam tempo de fazer graça com as meninas.

- Cadê sua mãe? - Bruna perguntou por fim ao Marco. 

- Ela tá chegando. Ela é doida nessa loja. Nunca que ia perder. - Marco disse. 

- Ela vai vir junto com a minha. Estão no salão juntas. A gente planejou isso. - Keven disse. E nós rimos. Esses meninos não existem! 

- Marizete não quis vir? - Perguntei. 

- Ela é toda tímida pra eventos assim. - Bruna justificou. 

- É perceptível. - Eu disse. - Cê manda um beijo pra ela, pro seu pai.

- Seus sogros. - Bruna riu e eu fiquei vermelha.

- Para, Bruna. - Eu segurei o sorriso.

- Tão namorando? Que porra! Não me disseram! - Marco se espantou. 

- Claro que não! Eu não sei o que o Luan anda falando por aí. - Eu disse. 

- Nada demais, amiga. - Stela disse sorrindo. 

- Quero apresentar vocês aos meus pais. - Eu disse, mudando de assunto.

- Bora lá? Todos apoiam o casal, isso tá claro. - Clarissa fez graça e eu corei novamente.

Apresentei as meninas aos meus pais e eu fiquei feliz por compartilhar mais da minha vida no Brasil com os dois. Gabi e Lorena logo se juntaram com Bruna, Rafa e Stela.

Fui cumprimentada por alguém e isso se repetiu diversas vezes. Parei para conversar com as blogueiras convidadas e não demorei a descobrir que Flávia Pavanelli, já ficou com Luan. Ela é a nossa recente parceira na divulgação da marca. Em uma conversa, ela citou o fato de Bruna estar no local e comentou que já teve um momento com o irmão dela. Meu lado ciumenta sentiu. Claro! A mulher é maravilhosa. 

- Chegou a hora de a gente falar. - Talita apareceu, segurando minha mão. E então, Me reuni a Clarissa, Talita e minha mãe. Ficamos bem no meio, e logo todo abriram espaço, fazendo um círculo a nossa volta.

Recebi o microfone de Marco e então, fui a primeira a falar.

- Boa noite, gente. - E então houveram respostas. - Que felicidade ter todos vocês aqui, nos prestigiando, mostrando tanto apego com a marca que há poucos meses chegou ao Brasil. Minha mãe fundou essa marca, manteve ela sólida em Sidney. E por ser brasileira, o primeiro país pra que ela quis expandir foi o Brasil. Ela vai falar um pouquinho com vocês daqui a pouco e vai dizer isso melhor que eu. Bom, eu fui enviada nessa missão. E que missão! Lá, eu sempre fui envolvida nesse meio. Estava voltada para as redes sociais com o segmento de maquiagem, mas sempre por dentro de tudo da Sra. Make. Nunca tinha administrado nada, além da minha vida. - Eu ri e as pessoas me acompanharam. - Foi um desafio. Um momento bem delicado, mas muito fortalecedor. Hoje eu sou uma nova mulher, vivendo uma das fases mais incríveis da minha vida. Então eu sou grata demais por terem acolhido nossa marca. Por gostarem, por fazerem questão de divulgar e elogiar. Procuramos sempre fazer melhor por vocês. Nosso público é nossa prioridade. A noite de hoje foi feita pra vocês com vários lançamentos maravilhosos e que a partir de segunda-feira, estará em nossa loja de São Paulo. Espero que gostem, já planejem as comprinhas da semana tá? Obrigada! - Todos aplaudiram e eu fiquei um tantinho emocionada. - Clarissa vai falar com vocês um pouquinho. - Eu disse e então passei o microfone para minha irmã. 

- Oi, gente! Boa noite! É um prazer enorme estar aqui nesse evento, fazer parte da administração da Sra. Make no Brasil. Nosso país de origem, de onde nossa mãe nasceu. De ontem temos família e de onde estamos construindo laços, sem contar com os que já tínhamos. A marca tem uma proposta muito abrangente nessa nova coleção. Para todos os bolsos e claro, para todos os gostos. A qualidade de cada produto está impecável. Esse batom que tô usando é da coleção nova e eu já recebi várias perguntas sobre ele. Esse é o Clarissa. É, eu batizei ele por ser tão minha cara. Nossas bases foram lançadas em conjunto com nossos corretivos e entre eles estão os nomes das capitais do Brasil. Então foi sim uma coleção muito pensada pra vocês, cliente aqui do Brasil. Sem contar que esses nomes vão percorrer Sidney também e todos os países, cidades em que nossos produtos forem adquiridos. Eu que nunca imaginei estar trabalhando com maquiagem, hoje me vejo encantada e que vocês se encantem cada vez mais também. Aproveitem o evento e obrigada. - E então ela repassou o microfone para Talita.

- Oi, pessoal. Boa noite. - Ela sorriu. - Eu estou no meio da maquiagem, mas meu trabalho é voltado para o marketing. Clarissa fica com a parte financeira e Lavínia por dentro de cada detalhe dos produtos, de cada lançamento. E assim a gente vai administrando a loja, juntamente com a ajuda dessa linda. - Olhou minha mãe. - Que sempre nos ajuda de longe, sempre nos salva e que as vezes nos cobra também. Todos os dias em nosso trabalho, focamos em trazer o melhor pra vocês. O melhor produto, o melhor atendimento, o melhor valor. Sempre queremos ter um retorno bom e para isso não medimos esforços. A satisfação de vocês está em primeiríssimo lugar pra nós. Cada campanha de marketing feita é pensada de acordo com o perfil dos nossos clientes, tudo é avaliado em torno de vocês. Afinal, é pra vocês. Não foi diferente com os novos lançamentos. Tenho certeza que vão entrar em êxtase de paixão. Quero muito agradecê-los pela vinda, por todo essa amor pela marca. Aproveitem essa noite. Obrigada! - E então, mais aplausos. Minha mãe pegou o microfone e então começou a falar em português. 

- Boa noite. Que honra, que felicidade, fazer parte deste momento. Eu desde muito pequena sonhava em trabalhar com maquiagem e logo que tive oportunidade, não perdi tempo em realizar meu sonho. Tudo se tornou real, eu comecei muito novinha. Antes mesmo de ter minhas duas filhas, Na Australia foi aonde consegui me solidificar de certa forma. Mas sempre quis que o Brasil também conhecesse a marca. Trabalhei muito pra que Sra. Make chegasse até aqui. Mas claro, houve empenho de muitas pessoas. Não vou citar nomes, pois vai desde a pessoa que organiza a limpeza fábrica, até quem administra. Só quero deixar claro minha gratidão as essas três mulheres que dão conta do trabalho todos os dias. Que acordam cedo, que passam da hora dentro dos escritórios e que não medem esforços. Agradecer a cada cliente, vocês são nosso maior zelo, nossa maior satisfação. Felicidade imensa por tê-los. Sra. Make está aí, com várias novidades pra vocês. Façam bom proveito. E assim encerro meu pequeno discurso para não me estender muito. - Riu de leve. - Muito obrigada e a festa continua. - E então, recebemos alguns abraços e logo nos direcionamos ao local das entrevistas. O combinado foi esse. Iríamos tirar um tempo específico para entrevistas e logo após liberar a entrada no evento. O momento é agora. Sorri ao chegar na entrada do local juntamente com Clarissa e Talita. Minha mãe não veio, disse que era um momento nosso. Já espero o que vão perguntar. Sei que Luan vai ser citado. Sei disso.

- Boa noite. Nós vamos responder as perguntas de vocês tá? - Clarissa sorriu e então vi muitos flashs. 

- Como vocês estão se sentindo com esse momento na vida profissional? - Um perguntou.

- Realizadas. Acho que isso resume o que o momento representa pra nós três. - Clarissa disse. 

- Talita, você está sendo muito elogiada pelas campanhas de marketing, recebeu alguma proposta para trabalhar com algum projeto além da Sra. Make? - Outro perguntou.

- Não, eu trabalho exclusivamente para Sra. Make. No momento essa é a minha condição. Mas fico feliz por tantos elogios. Obrigada. 

- Lavínia, você é a mais ativa nas redes sociais e acaba sendo a mais exposta também, como você lida com isso?

- Bem. - Sorri. - A aceitação é muito boa nas redes sociais. Eu geralmente acabo aparecendo mais quando se trata de trabalho, Sra. Make está no gosto de todos, então o retorno é maravilhoso. 

- Lavínia, quanto a vida pessoal, como você lida? - Outra perguntou.

- Bem também. Sei que é inevitável ter uma vida totalmente privada no meio que vivo. - Sorri.

- Clarissa, fale um pouco sobre os lançamentos. - Uma repórter perguntou. Tem cerca de cinco repórteres. E alguns outros profissionais tirando fotos. 

- Ah, eu sou do financeiro. Lavínia tem muito mais propriedade pra falar sobre cada produto, mas eu como consumidora assumida, amei a coleção nova. Foi algo realmente voltado para o Brasil. 

- É, temos uma paleta de sombras com muitas cores vibrantes, pra representar esse clima tropical que temos no Brasil. - Eu complementei. 

- Talita, na sua opinião, qual o produto que vai cair no gosto dos brasileiros? - Outro voltou fazer perguntas. 

- Com certeza as bases e corretivos. Os nomes são muito representativos, os tons muito bem pensamos e elaborados. Uma qualidade que não tem vez! Vão amar. - Ela sorriu.

- Lavínia, sabemos que alguns famosos foram convidados, mas esperávamos ver Luan Santana aqui também. - Uma das repórteres sorriu pra mim. Por essa eu já esperava. 

- Não, ele tá fazendo show. 

- Vocês estão namorando? - Outro perguntou.

- Não, somos amigos. Temos uma relação de amizade. - Eu menti descaradamente.

- Ele já deixou claro mais de uma vez que vocês aparentemente tem algo a mais que amizade. Ah, pode falar. Fica só entre nós. - Uma outra repórter sorriu. 

- Luan é muito querido, mas eu continuo solteira. - Tentei fugir da pergunta. 

- Bom, gente. Vocês agora estão convidados a entrar e curtir nosso evento. - Talita encerrou as perguntas e eu soltei o ar. Estou tensa. Voltamos para dentro, houveram algumas entrevistas com os convidados, mais fotos. Meus pés gritando por alívio.

Algumas horas mais tarde, podemos ir embora. Meus pais foram para o hotel, mas combinamos um almoço juntos amanhã. Convenci Gabi e Lorena a virem dormir no apartamento, já que quase não conversamos na festa e pra variar, minhas irmãs vão dormir nas casas de seus respectivos namorados.

Logo tirei meus saltos.

- Cês tão com fome? - Perguntei as duas. 

- Não, amiga. Eu comi tanto lá! - Gabi disse.

- Nossa, eu também. Tudo muito bom. 

- Que bom que gostaram. - Me joguei no sofá e elas fizeram o mesmo, uma de cada lado. 

- Parabéns, amiga. Eu tô muito orgulhosa. - Gabi me olhou.

- Eu também. Tanto orgulho que não cabe no peito. - Lorena falou.

- Eu amo vocês. Desculpem pela pouca atenção. Eu tô muito cansada, mas podemos sim conversar muito. Eu quero isso. - Sorri e então começamos a fazer comentários sobre o evento e sobre pessoas do evento, pessoas da vida. Eu perdi a noção do tempo conversando com as duas. Luan foi assunto e ela ficaram derretidas com o buquê que ele mandou. Falamos sobre Gabriel também. E eu logo soube que Gabi falou com Edgar, mas soube que eles só estariam de volta na segunda. E elas vão embora na segunda. O que torna tudo meio impossível.

Decidimos ir tomar banho e quando fiquei sozinha, aproveitei para olhar o Instagram. O efeito do evento ainda me deixando bem acelerada. Meu corpo pede descanso, mas meu cérebro não consegue desligar. Vi que Bruna postou uma foto nossa:

 “ Eu postar só com uma das meninas não vai dar problema? 😂 A foto é com Lavínia, mas eu amo as três! Felicidade demais de prestigiar esse evento incrível! “ 

Não perdi tempo em comentar: sou a preferida, não precisa guardar segredo 😂 “

Para minha surpresa tinha comentário das meninas também.

Clarissa: arrrgggg, tinha que ser! Mas tá, te amo tb ❤️

Talita: Nem vem com essa! Todo mundo sabe! 😂 Te amo, Bruninha ❤️

Vi alguns outros comentários. As fãs logo disseram que é porque estou com Luan, que acha nossa amizade linda. Que shippa nossa amizade. Que me odeiam. Enfim, os mais variados comentários. Continuei de olho em tudo e vi alguns Instas de fofoca postando também. Comentei com um coração cada um deles. Minha entrevista já em vários lugares, mas claro, a parte que envolve Luan é a de mais destaque. “ Lavínia nega estar comprometida “ “ Lavínia diz que Luan é somente um amigo “ “ Lavínia afirmou que Luan é um querido, mas que continua solteira “ “ Lavínia desconversou ao falar de Luan Santana. “ Entre outros.

Vi a foto de Talita com Keven, ele postou e essa é a primeira foto no feed dos dois juntos: 

“ Muito orgulho de você, minha bê. Grato por ter cruzado seu caminho. Te amo! “ 

Vi também uma publicação de Marco:

 “ Clarissa e suas quinhentas tentativas de fotos. Eu fico como? “ 

Em seguida uma de Talita, uma foto sua já no local do evento: 

“ A noite de hoje representa muito. Muito trabalho, muito esforço, muita gratidão. Muita felicidade. Uma honra fazer parte da @sramake com pessoas que amo tanto! “ 

Em seguida, mais uma dela: 

“ Com uma parte das girlssss! Só mulher linda! ❤️ #sramakebrasil “

Mais abaixo eu vi uma publicação de Clarissa, uma foto comigo:

 “ Essa mulher me acompanha desde sempre. Comigo desde os primeiros passos, comigo na minha fase adulta e comigo no trabalho. Feliz por fazer tudo isso acontecer ao seu lado, no dia a dia. Tudo fica mais fácil com você e nossa irmã Talitinha, o que faz esse trio conseguir o que almeja. #sramakebrasil ❤️ “ 

Meu olhos lacrimejaram. Eu amo tanto Clarissa. Amo tanto Talita. Elas são realmente parte do meu coração.

“ Grata por vocês! Eu amo as duas com todo meu coração. ❤️ “

E então acabei me deparando com a publicação de Lorena e Gabi. As duas escolheram a mesma foto, mudando a legenda. 

Comentei nas duas e comecei a escolher as minhas fotos, depois de curtir mais algumas. A primeira foi uma selfie minha, tirei pouco antes de sairmos: 

“ E nessa foto eu já estava morrendo de ansiedade. Agora quase morrendo de gratidão. Foi um sucesso! Tudo graças a vocês, clientes, amigos, parceiros. São família! Obrigada! #sramakebrasil ❤️ “ 




Decidi postar uma foto com Clarissa e Talita também:

 “ Nós, com ajuda uma da outra, fazemos um trabalho árduo pra que @sramake chegue até vocês repleta de qualidade, de boa aceitação. Que tudo seja perfeito! São horas no escritório, na loja, em reuniões, e no fim, tudo é sempre gratificante. Eu sem vocês duas, nem sei... Amo vocês, irmãs ❤️ “ 




E então, no mesmo instante da postagem, meu celular tocou. Luan. Meu coração naturalmente acelerou. O que ele quer dessa vez?





Oiiiii! Luan não apareceu, ou seja, todas vcs frustradas kkkkkkkk mas eu terminei o capítulo com suspense hein... SE fizerem por merecer, TALVEZ mais tarde eu apareça. Não é uma promessa, somente um talvez. Gostaram??? O que vem no próximo??? 
Comentários respondidos
Bjs, Jéssica ❤️