sábado, 24 de outubro de 2020

“ Amizade muito grudada “ 61

Nós namoramos bastante e quando o clima esquentava, a gente dava um tempo e começava a conversar. Descemos. Deitamos na parte de baixo e não ficamos por muito tempo, pois cada beijo era como faísca entre nós. Ela me puxou pra ir embora e então nós fomos, logo depois de eu agradecer ao gerente do lugar, prometendo voltar o quanto antes.

Chegamos ao hotel e encontramos todos na área da piscina. Bebendo muito, música rolando e todos dançando, animados. O aniversário de Gabi é amanhã, mas as comemorações não param. 

- Chegaram, gente! - Gabi gritou, cutucando quem estava perto e então Quirino deu força ao grito dela:

- Os dois safados! 

- É namoro ou não é? - Marco quis saber e vimos vários olhares sobre nós. Olhei Lavínia que tem um sorriso imenso. 

- Diz. - Eu falei. 

- Eu tô sem graça. - Ela disse somente para eu ouvir, me abraçando de lado. 

- Fala logo, porra! - Keven gritou e entre os olhares encontrei o de Gabriel. Percebo ele um pouco tenso, esperando, provando da sua bebida.

- É namoro sim! - afirmei com entusiasmo e então eles gritaram, bateram palmas. Menos Gabriel. Esse, apenas bebeu um pouco mais e se virou para colocar mais bebida em seu copo. Isso, filho da puta. Se contenta com tua bêbida. Essa loira é minha. 

- Bora beber pra comemorar! - Clarissa disse, levantando um litro de vodka. Todos comemoraram mais uma vez e então Lavínia se afastou de mim, indo de encontro a suas amigas. Os meninos logo me rodearam, Edgar trazendo um copo cheio com sei lá o que. Mas peguei. Logo que bebi, reconheci. Whisky. E assim fiquei por um longo tempo. Bebendo e conversando com meus amigos. Procurei Lavínia com o olhar algumas vezes e vi ela dançando funk em todas. Rindo com as meninas. Eu já estou bem alegrinho, acho que por misturar vinho com whisky. Já tô começando a perceber que não é uma boa combinação.

Procurei Lavínia com o olhar mais uma vez e desta vez vi ela com o mala. É, seu amigo: Gabriel pé no saco. Eles parecem estar conversando algo sério. Não há nada de sorriso nos rosto, nada descontraído. E então já comecei a deduzir o assunto. Nosso namoro. Se aquele filho da puta estiver me detonando pra minha namorada, eu finalmente vou mandar tudo a merda e enche-lo de porrada. Odeio ter que chegar a isso. Na verdade, não sou disso. Muito pelo contrário, mas esse cara me tira do sério. Facilmente! 

- Luan, tira uma foto nossa. - Lorena apareceu, me puxando pelo braço. Fui até ela que está com João, Gabi, Edgar, Keven, Talita, Marco e Clarissa. Eu estava com alguns amigos da internet. 

- Só os casais hein?! - Eu disse sorrindo. 

- Cadê a tua mulher, caralho? - Marco perguntou e eu acenei com a cabeça, indicando atrás dele. Ele me olhou e fez careta ao ver ela com Gabriel. 

- Anda, vamos. - Clarissa apressou, ao perceber minha reação. Eles todos se posicionaram e eu bati a foto. Bati algumas e então não conseguia parar de olhar os dois mais atrás, sem conseguir ouvir nada que falam por causa do som. Permaneci bebendo e logo a rodinha de casais percebeu meu incômodo. Comecei a beber um copo atrás do outro. Os minutos se passando e eles lá. Agora ela tá rindo feito boba e ele também. Abraçou ela e eu soltei um puta que pariu. Desviei meu olhar, evitando um acúmulo de raiva.

Cerca de trinta minutos depois, eu me vi bem bêbado. Misturei tudo e nem lembro do que já bebi. Lavínia continua lá. E já sob o efeito do álcool, eu falei: 

- Ela vai ficar a festa toda com esse mala? - Clarissa me ouviu e olhou para trás. 

- Relaxa. Ela já vem. - Passou a mão por meu braço. 

- Já faz meia hora, pô. - Continuei reclamando.

- Vem, vem. Abre a boquinha. - Marco veio com um litro de algo que não sei, querendo colocar em minha boca. Abri e ele jogou o máximo que eu aguentei. Quando engasguei, ele se afastou rindo. 

- Filho da puta! - Eu disse após engolir, também sorrindo.

- Marco, por favor. Da uma maneirada. - Clarissa pediu.

- Amor, hoje eu quero beber e ver todos mundo bêbado. - Bora beber, galera! - Gritou a última frase, levantando o litro, a rodinha gritou e eu olhei Lavínia mais uma vez. Finalmente ela parece ter sentido minha falta. Me olhou e soltou beijo, não retribui, enchendo meu copo mais uma vez. 

- Irmã, estão querendo embebedar teu homem. - Talita gritou para que ela ouvisse. Nos olhamos mais uma vez e então ela veio, deixando o mala de lado, que por sua vez pegou o celular. 

- Que negócio é esse? - Ela brincou, me olhou novamente. Desta vez me avaliando. 

- Ele já tá bêbado, eu só tô na mesma vibe. - Marco foi logo se justificando e eu fiquei olhando ela de uma forma imparcial. 

- Cê tá bêbado mesmo? - Bufei. - Quantos dedos tem aqui? - Me mostrou três dedos. 

- Dá um tempo, Lavínia. 

- Que foi hein?! - Ela passou os braços em volta da minha cintura. Neguei com a cabeça, sem acreditar que eu ainda preciso dizer do que se trata. Bebi um pouco mais. - Ou, larga esse copo. - Ela o pegou da minha mão e colocou na mesa. Todos já estão envolvidos em outra conversa completamente animada. 

- O que cê quer? - Lhe olhei bêbado. 

- Como você ficou bêbado tão rápido assim? - Ela franziu a testa. 

- Isso importa? - Lhe olhei com meus olhos bêbados. 

- A gente só tava conversando, Luan. - Ela já começou a se justificar. 

- Ah, então você também reconhece que me deixou de lado pra ficar de papinho com esse cara? - Ergui as sobrancelhas. 

- Não deixei ninguém de lado. Você tava com os meninos. 

- E se fosse eu? - Ela ficou calada, me olhando. - Hein? - Insisti. 

- Amor, para. - E então, pela primeira vez, ela me chamou de amor. Mas eu tive que ser forte para não deixar isso me amolecer. Passou os braços em volta do meu pescoço e ficou na ponta dos pés. - Não quero nada com Gabriel. 

- Disso eu sei, Lavínia. Ele é quem quer com você. - Olhei ela. 

- Vem cá. - Pediu pra eu me inclinar um pouco pra que ela possa me beijar. 

- Não. - Franzi a testa, ainda me sentindo bravo. Eu sei que se fosse ela no meu lugar, também não iria gostar.

- Para de ciúme bobo. - Pediu calmamente. 

- Ciúme bobo? Ele é doido pra transar com minha mulher. Vai se foder. - Falei, me referindo a ele. Olhando ele que continua no mesmo lugar, conversando com duas mulheres. 

- Para de beber, você já tá perdendo a noção das coisas.

- Não, eu tenho total noção das coisas. - Lhe olhei firme e ela suspirou. Se virou, mas ficou colada em mim. Logo puxaram conversa com ela, mas quando eu tentei pegar o copo, ela segurou meu pulso e se virou pra mim. 

- Por favor, dá uma segurada. 

- Isso mesmo, coloca moral nesse boi! - Edgar gritou. 

- Tá me regulando? - Perguntei. 

- Amanhã é o aniversário da Gabi, Luan. Você não vai ter nem a opção de passar o dia mal. Deixa pra amanhã, tudo bem? - Lhe olhei, avaliando. 

- Beleza, beleza. - Percebi que ela tem razão e talvez eu já esteja passando do ponto na bêbida. 

- Deixa eu falar uma coisinha no seu ouvido. - Ela pediu. Já não me importo com os outros em volta. Só ela. 

- Pode falar, uai. - Franzi a testa. 

- Não, abaixa aqui. - Ela passou a mão em volta do meu pescoço e ficou na ponta dos pés, ainda assim, não alcançou meu ouvido. Me inclinei diante da sua insistência. - Eu amo você. - Ela disse pausadamente. Arrepiei todo e então nos olhamos. - Muito. - Segurei o sorriso. 

-Tô bravo com você. 

- Eu sei. Você quer subir? Tomar um banho pra se sentir melhor? 

- Não, pô. Se é pra tomar banho a gente toma aqui. Cê põe um biquíni, fica tudo certo. 

- Tá, mas aqui vai fazer frio. 

- Vai nada. Bora subir? 

- Vamos chamar a galera. - Ela deu a ideia e assim fez. Como a galera que são, eles concordaram. Logo ela e eu subimos e deixando o restante lá, induzindo todos a entrarem na piscina no meio da madrugada.

Chegamos em frente ao meu quarto e então eu parei olhando ela. 

- Vem comigo? - Perguntei. 

- Não, meu biquíni tá no meu quarto. - Me olhou sorrindo. Ela sabe o que eu quero. 

- Pega lá, eu te espero. 

- Luan... nós vamos só trocar de roupa e voltar pra lá. Então nem vem, por que eu te conheço. - Se aproximou. - Já não tá mais bravo? 

- Tô sim. Só perguntei. - Dei de ombros, totalmente sem argumentos. Ela riu. 

- Você é meu neném. - Fez voz de bebê e eu revirei os olhos, sem segurar o sorriso. Que saudade eu estava de ouvir ela falando assim comigo! Sua risada tomou conta do corredor de novo. - Anda, vai logo. - Ela disse após se recuperar da risada. Deu as costas, mas antes lhe puxei pelo braço, lhe prensando na parede com meu corpo. Beijei sua boca, beijei muito. Com vontade, mão boba, língua com língua. Beijo longo, quente, cheio de paixão. Deixe ela ofegando na minha boca. 

- Tem certeza que não vai entrar? 

- Você não joga limpo. - Me olhou. Seus olhos cheios de tesão. Eu conheço. 

- Não jogo. - Sorri em seus lábios e ela fechou os olhos. Chupei seu lábio. Chupei de novo e mordi, puxando. Procurei seu pescoço e então lhe beijei levemente, vendo ela se arrepiar. 

- Não faz isso, Luan. - Ela disse totalmente entregue, acariciando meus ombros, descendo para os braços. Passei minha língua em seu pescoço e chupei em seguida. Beijei de novo, de novo e então procurei sua boca novamente. Foi receptiva e sua língua já me recebeu com fome. Comecei a ficar excitado, o cheiro dela me consumindo. O corpo no meu. A boca na minha. Meu corpo quase gritou em êxtase. Minha maior embriaguez não é o álcool, mas ela. Sim, ela. Procurei seus cabelos e segurei com firmeza. Puxei e ela chupou minha língua, lambendo meus lábios em seguida. Iniciando um outro beijo. Puxei mais seu cabelo e ela gemeu. Meu pau ficou mais duro e porra, eu tô perdido. Ouvi um celular tocando, então ela encerrou o beijo e eu suspirei frustrado. A boquinha inchada e vermelha. Procurei seu celular na bolsinha que está carregando, enquanto eu continuo perto, com as mãos na cintura dela. 

- Oi. - atendeu e me olhou. Pude ver no visor. É sua irmã. Ela ouviu algo, sem tirar os olhos de mim. - Tá, eu posso levar. - Ouviu novamente. - Agora? - Olhou meu pescoço e ouviu de novo. - Tá. Tô indo. - Clarissa disse algo que fez ela rir. - Você não sabe de nada, ridícula. Tchau. - E então desligou. Me olhou e suspirou. - Clarissa. Ela tá vindo pegar um biquíni que eu comprei, mas não usei. Vou emprestar. 

- Sério? - Fiz careta. 

- É. Mas você vai trocar sua roupa. Vou trazer um remédio pra amanhar não ter vestígios de ressaca. 

- Tá. - Ela se afastou e eu lhe dei espaço. Deu as costas e eu lhe dei um tapa na bunda. Ela sorriu pra mim e continuou indo. Deus, eu me perco nela.

(...)


Descemos, fomos para a área da piscina, antes Lavínia me deu remédio para minha ressaca. Segundo ela, isso iria auxiliar para que eu acordasse bem. Assim que chegamos, já encontrei gente na piscina. Algumas das meninas somente de lingerie e os meninos somente de cueca. 

- A galera é doida mesmo. - Sorri para Lavínia, com minha mão entrelaçada na dela. Ela trouxe meu roupão, para o caso de sentir frio. Ela o deixou na cadeira e então, nós entramos. Mergulhei e ela fez o mesmo. 

- Você vai se sentir melhor depois disso. - Ela disse, se encostando na borda enquanto todos fazem festa a nossa volta. 

- Eu já me sinto um pouco melhor. - Ela me olhou desconfiada e eu ri. - Mas que biquíni maravilhoso, hein?! - Comentei, olhando o quanto ele é minúsculo. Sua cor é um bronze meio cintilante. 

- Quer tirar? - Ela provocou. 

- Oh, você não brinca! - Ela riu e me abraçou. - As vezes parece que tô sonhando. - Olhei pra ela feito bobo, com as mãos em volta da sua cintura. 

- Tá falando do que? 

- De nós, aqui. Não acredito que finalmente estamos juntos. 

- É, neguinho. Mas ainda tem muito o que enfrentar, você sabe.

- O mais difícil eu já enfrentei. Meus traumas. Nada mais vai me parar, impedir de eu viver o que tenho pra viver com você. 

- Será que é porque você tá bêbado? Mas tá muito fofinho! - Ela sorriu alegre, se agitando na água. Isso me fez rir. Eu me sinto bem de uma forma única quando estou com ela. Nada se comparada. Ela pulou e passou as pernas em volta dos meus quadris. Agarrei sua bunda. 

- Você não vai dormir hoje. - Ela gargalhou. 

- Eu não quero dormir. - E então selou nossos lábios. Apertei sua bunda e ela se remexeu em mim. Safada!

(...)

Ficamos entre brincadeiras, provocações e conversas. Senti o efeito do álcool ir passando. Decidi deixar a piscina e deitei nas cadeiras de descanso. Me enrolei com o meu roupão que ela trouxe e então observei. Comecei a sentir meu olhos pesando, quando menos percebi adormeci.


Minutos depois...


Acordei e logo o barulho do som encheu meus ouvidos. Ouvi vozes e risadas. Procurei de onde vem a movimentação e achei. Vi Lavínia de boné, óculos Juliette, somente de biquíni. Ao seu lado, Gabriel. Somente de sunga, também com um óculos Juliette e um cordão de ouro, grosso, em seu pescoço. Enquanto uma mulher grava os dois, eles dançam de forma diferente. Num estilo maloqueiro, enquanto toca funk. Cerca de mais dez pessoas ocupam o local. Estão todos rindo. Fiquei observando a palhaçada e não pude evitar de sentir ciúmes. Foi então que o vídeo acabou e ela olhou em minha direção ainda sorrindo. 

- Meu neném acordou. - Ela disse alto, e veio toda saltitando em minha direção. Tirou os óculos, os colocando pra cima, deixando em seus cabelos e montou em mim. Lhe recebi sorrindo de lado. - Cê tá com frio? - Ela acariciou minha barba. Neguei com a cabeça. 

- Eu quero subir. Vou pro quarto. - Ela franziu a testa. 

- O que foi? - Neguei com a cabeça, lhe dando um sorriso irônico. 

- Nada, Lavínia. - Fiquei olhando ela. 

- Ele é só meu amigo. - Bufei. E lá vamos nós mais uma vez.







OOIIIIIII!! Quem tava com saudade já vai deixando um comentario. Aquelasssss! Hahahahahaha Meninas, semana passada eu exagerei no fds e não tive condições de vir postar 🤣 Mas já cheguei no sábado com esse capitulozãoooo! Pra quem queria Luan com ciúmes, tome! Gabriel tá mesmo muito chegado ou Luan tá com ciúmes exagerado? Eu tenho minha opinião super formada, mas quero saber a de vocês. Gostaram do capítulo??? Não teve o hot AINDA. 
Comentários respondidosss
Bjs, Jéssica 🤍

domingo, 11 de outubro de 2020

“ Pedido de namoro “ 60

Fiquei deitado na cama, recebendo inúmeras mensagens para me juntar a galera hoje a noite. Gabi planejou toda uma programação. Eu apenas disse que tinha outros planos. Entrei em contato com o restaurante pessoalmente e pedi para segurarem minha reserva por mais uma hora. Em meio a responder mensagens, eu não vi o tempo passar. Meu coração quase parou quando eu li:

“ Tô pronta “

Senti um frio na barriga, uma tremedeira, parece até que estou indo dar o primeiro beijo. Na verdade, a sensação que estou é bem mais aterrorizante. A possibilidade do não vindo dela, me destrói. Assim como, a possibilidade do sim me reconstrói. E com a última possibilidade na cabeca, eu levantei. Lhe respondi:

“ Tô passando aí “

E assim fiz. Segui até seu quarto e encontrei ela linda. Sem maquiagem na pele, apenas um batom. O que fez seu rosto corado aparecer mais. Linda pra caramba. 

- Podemos ir? - Eu disse, tentando parecer tranquilo.

- Sim, podemos. - E então ela fechou a porta. Estendi minha mão e ela olhou por um momento antes de finalmente pegar minha mão. Me senti um pouco mais confiante. - A gente vai de que? - Ela perguntou e eu olhei seu vestido longo, com uma fenda na perna. Tem uma estampa linda, combina totalmente com o clima que estamos. 

- De carro.

- É tão longe assim? - Ela franziu a testa. 

- Não, mas a pé não dá pra ir. - Eu disse, mas na verdade não faço ideia do quão longe é. Vou totalmente guiado pelo GPS.

Seguimos até o estacionamento do hotel que está completamente vazio. Gabi disse que iria levar todos para um restaurante na beira do mar. Espero que não seja o mesmo que nós vamos. 

- Você alugou esse? - Ela quis saber, já entrando no carro.

- Sim. - E então entrei também. Eu estou nervoso. Muito nervoso. Ao entrar eu olhei ela, que me olhou de volta. - Você tá linda. Obrigado por ter vindo. - Ela assentiu.

- Vamos? - E percebi que está com um pé atrás. Não tiro sua razão. Coloquei uma música tranquila e coloquei o endereço no GPS, para me auxiliar. Ela observou tudo em silêncio. Seguimos em silêncio, quando saímos do estacionamento eu puxei conversa.

- Você tá indo de coração aberto mesmo né?! - Olhei ela sorrindo de lado, voltando minha atenção ao trânsito. 

- Tô, Luan. Caso contrário eu nem estaria aqui. E eu nunca te vi tão nervoso comigo. - Ela me olhou segurando o sorriso e eu relaxei numa porcentagem significativa. Ela sorriu pra mim. Ela brincou comigo. Beleza, foi sobre mim. Mas ainda sim, uma brincadeira. 

- Isso, tira sarro mesmo. - E então ela riu. 

- Sou eu, Luan. Lavínia. - Ela quis me tranquilizar. 

- Por isso mesmo. - Eu ri nervoso e olhei ela, parando no sinal. Vi seu olhar e o sorriso sobre mim. Aquele olhar e aquele sorriso. Os dois bobos por mim. Caralho! O que eu fiz pra merecer essa coisinha, Deus? Mordi meus lábios, segurando o sorriso e então ela olhou pra frente, negando com a cabeça e o sorriso no rosto.

Vai dar tudo certo. Vai sim. Respirei fundo e o sinal abriu. Começou a tocar uma música que ela gosta e começou a cantar, olhando as ruas. E assim permanecemos até chegarmos lá. Segurei sua mão novamente, fomos recebidos pelo gerente. 

- Boa noite. Tudo bem? - Respondemos com educação. - É um prazer receber vocês. Eu gostaria de saber se preferem ir por algum atalho, pra ser algo mais discreto ou se podemos seguir o trajeto comum. - Olhei ela e ela olhou pra mim.

- Você quem sabe. - Ela disse. 

- Um atalho, pode ser? Não quero causar nenhum tipo de alvoroço. - Ele riu.

- Com certeza iria causar. Então venham, levo vocês até o local. Vocês vão realmente gostar de lá. Extremamente discreto e confortável. - Ele foi totalmente amigável durante todo o trajeto e pude ver mais ao lado. Sofás de areia, tendas no chão com almofadas. O restaurante é realmente na beira do mar. Areia por todo ele, um clima leve. Muito aconchegante. Casais e família ocupam os lugares. Está bem lotado, mas ele nos trouxe por um caminho contrário a toda essa gente, então só os vi de longe. Lavínia está claramente encantada e elogiou bastante. Disse que não tinha visto nada parecido no Brasil e que estão de parabéns. 

- Chegamos. - Ele disse ao chegar na nossa reserva. Exatamente como eu vi na internet. Encantador. - Esse é o espaço Tulum. Um dos mais procurados. Espero que aproveitem, estou a disposição. 

- Obrigada. - Ela sorriu.

- Muito obrigado. - Apertei sua mão. E então olhei o local mais uma vez. É lindo: 


- Nós vamos lá pra cima? - Ela me olhou.

- É, nós vamos comer. Cê não tá com fome? - Ela assentiu. Seus olhos estão brilhando e eu sei que consegui impressionar com minha escolha. - Vem. - E ainda segurando sua mão, subimos as escadas de madeira. E então no deparamos com a vista de cima:



- Nossa! - Ela soltou. - Impressionante. - Disse realmente encantada. 

- Lindo demais. - Eu também me impressionei. Uma música praiana ao vivo, bem mais à frente. Podemos ver também as várias pessoas sorrindo. Curtindo o momento. Ah, e o mar. Caralho, é de impressionar. 

- Eu acho que vou sentir frio. - Ela comentou. Seus cabelos esvoaçantes , desalinhados, lhe deixando ainda mais linda. 

- Tô aqui pra você. - Ela revirou os olhos sorrindo. Sentamos juntos, mas achei ela um pouco distante. - 
Vem mais pra cá. 

- Tá bom aqui. - Resistiu. 

- Lavínia. - Lhe olhei. - Vem, por favor. - Ela suspirou e se aproximou mais. Posso ver seu rosto bem mais de perto, mas não o suficiente pra mim. Me aproximei mais e então fiquei realmente perto. 

- Certo, você quer começar assim? Não consigo pensar direito. - Ela ficou um pouco tensa. 

- Sou eu, Lavínia. Luan. Fica tranquila. - Repeti quase as mesmas palavras que ela falou momentos atrás. 

- Tudo bem, tudo bem. - Mordi meu lábio, me sentindo ansioso. 

- Você quer pedir algo? 

- Não, Luan. Eu só quero que você fale. Acho que não vou conseguir comer nada antes disso. 

- E beber? - E então o garçom apareceu.

- Com licença. - Ele disse e trouxe uma garrafa de vinho. Nos serviu. E então saiu. Eu já combinei quase tudo com o gerente. Isso precisa ser perfeito. 

- Certo, vamos lá. - Ela riu de leve ao perceber que eu realmente me planejei antes. Bebeu um gole de vinho e eu fiz o mesmo. Deixei a taça na mesa e me virei pra ela, ela fez o mesmo e ficamos meio de lado no assento.
- Eu quero começar falando sobre o dia que eu te conheci. Na verdade, voltar um pouco antes nessa história. Eu não ia pro fim de semana com vocês. Quem ia era o Dudu. Nosso amigo e produtor. - Ela me olha atentamente, ainda segurando sua taça. Que olhar bonito! - Nós estávamos numa reuniãozinha de amigos, bebendo. E Marco falou sobre esse programa e também falou sobre Clarissa. O quanto ele tava caído por ela e falou sobre você. Disse sobre o fim de semana e nos mostrou sua foto. Eu pensei: caralho, que gostosa. - Ela riu e me deu um tapinha no ombro. 

- Ridículo. - Ela disse e eu ri também. 

- Mas Dudu já tinha sido escolhido. - Dei continuidade. - E aí os dias se passaram e no nosso grupo, esse assunto voltou a rolar. Em uma das nossas conversas no WhatsApp, fiquei sabendo que Dudu não iria mais, porque tinha uma viagem. E pô, Marco queria alguém e você era... - Lhe dei um olhar significativo. - Eu me mostrei interessado em ir e foi o suficiente para todos eles se juntarem e me fazerem ir. No fundo eu queria ir, cê sabe.

- Querendo foder a loirinha. - Ela me olhou com as sobrancelhas erguidas e eu ri. - Imbecil demais, Luan. - Bateu de leve em meu peito, sorrindo de lado. 

- Me deixa falar, pô. - E então ela ficou em silêncio, me dando oportunidade. - Mas aí quando vocês chegaram e eu te vi. Caralho! Eu te achei surreal de tão linda, cara. Já vi muitas mulheres, mas uma beleza igual a tua, nunca. Parece uma boneca. E aí você me cortou logo no início. - Eu e ela rimos. - Mas eu quis você. Queria beijar essa boca, cheirar o pescoço. Abraçar. Puxar teu cabelo e tantas outras coisas... E a gente continuou se conhecendo. Quando eu soube do lance do Bernardo, aquilo mexeu comigo e eu te achei incrível. Incrível demais. Teu jeitinho me encantou completamente e eu já deveria saber que ia me foder. - Ela segurou o sorriso. - A gente começou nosso lance e eu me apaixonei. E agora começa uma nova etapa dessa nossa conversa. Vou te contar o que me fez resistir tanto a esse sentimento. - Ela me olhou toda atenciosa. - No passado, no início da minha carreira eu namorei a Aline. Eu era apaixonado por ela. Ela me cobrava muito que fosse assumido, que tivéssemos algo mais oficial. Ela achava que eu traía ela com frequência, que não lhe dava atenção. Ou seja, totalmente insuficiente. Fui absorvendo cada coisa que ela falava. Dizia que eu nunca teria uma família, porque não era homem pra isso. Que eu não merecia ela, que ela estava infeliz. Entre tantas outras coisas. Por outro lado, eu lidava com toda a pressão de início de carreira. Me chamavam de gay insistentemente e aquilo me incomodava. Eu não ficava com ninguém, eu era fiel a ela. Os boatos ganhavam força e enquanto isso, eu ainda estava longe da minha família. Ficava quase um mês sem ver ninguém. Inclusive ela. Me mantendo no quarto de hotel e você não faz ideia do quanto isso é solitário. Foi aí que eu comecei a ir num terapeuta. Fazer um acompanhamento sobre tudo que eu estava sentindo. Aline e eu terminamos e aquilo me destruiu. Eu tinha uns 19 anos na época e olha só por quanto tempo isso se arrastou. Eu superei muita coisa, mas assumir um namoro continuava sendo um obstáculo pra mim. Eu não conseguia. Aquelas palavras sempre ficarão na minha cabeça. De que eu não servia pra isso. E aí você apareceu. - Suspirei, sorrindo de lado. - E eu me vi completamente apaixonado. Eu sofri muito, mas achava que você merecia algo melhor. Por isso eu me afastei tanto e evitei tanto nós dois. Mas ao mesmo tempo, continuei indo pra terapia. Minha família sempre me incentivando também. Naquele dia da festa foi como um choque de realidade. Eu não podia te perder. Não foi por ego como você pensa. Não foi por causa daquele seu amigo. Eu só não queria perder a chance de viver isso com você. Porque eu te amo. - Os olhos dela lacrimejaram. 

- Repete. - Ela pediu em um fio de voz. 

- Eu amo você, loirinha. - Respirei fundo. - Amo tanto que me assusto. Amo tanto que tô enfrentando meus fantasmas. Você vale a pena. A gente merece viver isso.  

- A gente merece. - Ela assentiu e uma lágrima desceu em seus olhos. Tive a resposta que eu queria. Lhe abracei forte. - Eu também amo você. Muito. Muito. Muito. - Ela disse apertando os braços em volta de mim. Desfiz o abraço e olhei em seus olhos. 

- Quero muito o teu beijo. - Ela sorriu e aproximou o rosto do meu. Seus lábios tocaram os meus sem pressa, de uma forma lenta. Sua língua pediu passagem gentilmente e ela agarrou meus cabelos. Minhas mãos correram para suas pernas e eu apertei, enquanto minha língua vai ao encontro da dela. Um ritmo perfeito, poderia ser facilmente uma poesia. Me senti no céu. Ela deu profundidade ao beijo, sem deixar de ser deliciosamente lento. Meu corpo correspondendo. Ela chupou minha língua e eu gemi. Tanta saudade dela! Tão entregue a ela! Chupou meu lábio antes de se afastar e eu permaneci com meus olhos fechados. 

- Saudade dessa boca, meu Deus. - Ela disse passando o dedo delicadamente em meus lábios. 

- Beija mais. - Eu sorri e ela também. Encostou o nariz no meu e então nos olhamos. - Isso é real? - Eu sorri novamente.

- Tô me perguntando o mesmo. - E desta vez eu lhe beijei. Agarrei um punhado de seus cabelos e segurei com firmeza. Minha língua já foi invadindo tudo e esquecemos a calmaria do beijo anterior. Mordi seu lábio inferior e puxei, abri meus olhos e vi o rostinho entregue no meu beijo. Tentei me aproximar mais, como se fosse possível. Com a outra mão achei sua fenda e coloquei uma de minhas mãos debaixo dela, acariciando com perna, indo para sua bunda. Sua língua se deliciando, se encontrando com a minha. Chupando a minha, eu chupando a dela. Foi um beijo longo e eu senti meu corpo queimar. Ela suspirou quando nos afastamos. 

- Caramba. - Ela disse, ainda ofegante. Passou a mão nos cabelos e passou o dedo em meus lábios novamente. - Vermelhinhos. - Ela veio e chupou, me fazendo sorrir. - Agora eu tô com fome. - Ela me olhou sorrindo de lado e eu ri diante da sua frase. 

- Imagina eu. - Lhe dei um olhar malicioso e ela riu. 

- Sem vergonha. - Segurou meu maxilar e selou nossos lábios. 

- Bora, bora pedir. Preciso alimentar minha gatinha. - Ela sorriu boba, enquanto eu peguei o cardápio. Ficamos decidindo o que comer e então chamei o garçom que aguardava embaixo, um pouco afastado do nosso local de reserva. Ele subiu e nós dissemos o que queríamos. Quando ele saiu, eu sabia que era hora de ela falar algo. Por isso esperei, entrelaçando nossas mãos e observando o quanto combinam assim. Vi seus dedinhos, o esmalte clarinho. Mãozinha delicada. 

- Eu quero te dizer algumas coisas. - Eu olhei pra ela assentindo. - Essa Aline não te conhece mais. A opinião dela não é algo absoluto sobre o que você é. Eu te acho um homem maravilhoso. Eu construiria uma família com você. - Sua última frase me atingiu muito forte. - Eu acredito no seu sentimento por mim. E agora eu entendo todas essas questões e reconheço sua coragem. Te amo mais por isso. Você é lindo por dentro e por fora. Vamos viver nosso amor. Vamos viver sem deixar as feridas do passado nos atrapalhar tá? Eu te amo. Te admiro. - Eu sorri de lado, meu coração se sentiu tão confortado. Ela é realmente tudo que eu preciso. Tem exatamente as palavras certas. 

- Por que eu não te encontrei antes? 

- Porque tinha que ser agora. Vou ser a última da sua vida, escuta só o que tô te falando. - Ela sorriu toda convencida e meu coração se aqueceu. Eu ri do seu jeitinho. 

- Eu também tenho essa mesma impressão. - Ela ergueu as sobrancelhas como quem diz que tem razão e eu corri pra sua boca novamente. Trocamos inúmeros beijos e carinhos. Ela me perguntou sobre o que disse mais cedo, de não ter ficado com ninguém. Reafirmei o que já tinha falado. Ela também reafirmou que não transou com Gabriel. Nós esclarecemos algumas questões. A comida chegou e nós ficamos em silêncio, apenas elogiando a comida.


Quando terminamos, eu pedi a sobremesa, sem lhe deixar escolher. 

- Ele vai trazer algo especial, amor. - Eu disse após ela reclamar de não poder escolher. 

- Mas eu queria ter escolhido, Luan. - Fez bico. 

- Se fizer bico eu mordo. - Eu sorri e ela enterrou o rosto na curvatura do meu pescoço. Acariciei seus cabelos. 

- Cê sabe que eu vou ser uma ciumenta muito chata né?! - Eu ri e ela me olhou.

- Cê vai ser? Cê já é. Só quero que confie em mim. 

- Eu confio. Agora a gente tem algo mais sério né?! É diferente. 

- Tá me pedindo em namoro? 

- Não, uai. - Ela se afobou. Ficou sem graça, desviando o olhar do meu. O garçom apareceu com nosso prato e colocou de frente pra ela. 

- Com licença. - Ele disse antes de sair e só então ela olhou o prato. Sorvete e uma frase mais embaixo “ namora comigo? “

- Cachorro! - Ela me olhou sorrindo. Eu ri.

- Não esperava essa resposta. 

- Você me pegou! - Ela olhou novamente o prato e então pra mim. Montou em mim, me pegando de surpresa e começou a repetir “ sim “ diversas vezes, beijando todo meu rosto. Eu só sabia rir. Sem acreditar que o que tenho finalmente é real. Estamos namorando. 





Oiiiii! O tão esperado momento. Não vou dizer nada, vou dizer vocês dizerem. ❤️
Bjs, Jéssica ❤️

sábado, 10 de outubro de 2020

“ Escancarando sentimento “ 59

- Loira, isso é coisa do passado. - Eu falei, tentando lhe abraçar. Ela aceitou meu abraço, mas permaneceu de braços cruzados contra meu peito. - Ei. - Eu chamei quando vi ela em silêncio.

- Temos um novo casal, galera. Cadê as palmas pro novo casal? - João Quirino gritou, se referindo a nós e eu ri, enquanto ela tentou disfarçar seu momento de raiva. Beijei a testa dela, mostrando mesmo que eu estou com ela. Foda-se quem eu já transei. Quem eu amo tá aqui agora. Nem me importei se sair algum vídeo. Afinal, as pessoas aqui estão constantemente com celular. Eu quero e espero que até o final desta noite esteja oficializado nós dois. A galera aplaudiu e logo começaram a falar empolgados sobre assuntos aleatórios e então as próximas pessoas a descerem no brinquedo se aproximaram. Gabi e outra loira que eu não faço ideia de quem seja. Lavínia me olhou e então olhei pra ela, enquanto João brinca com outras pessoas. Então, Edgar apareceu com Marco ao seu lado, me distraindo de Lavínia. Eles logo se aproximaram. 

- Caralho, todo mundo decidiu vir pra cá? - Edgar olhou ao redor. 

- Pelo jeito sim. Tua mulher vai descer agora. - Apontei com a cabeça e então, senti Lavínia desfazer os braços cruzados, pousando as mãos no meu quadril. 

- Cadê a Clarissa? - Ela perguntou, olhando Marco. 

- Ela inventou a porra de um álbum de fotos com a Talita. Keven ficou lá, mas eu vim me divertir. - Marco comentou e nós rimos.

E então, João se aproximou novamente. 

- Ou, Luan. - Ele disse, pegando em meu ombro. - Pediram pra eu vir aqui te falar um negócio sério. - Então todos nós ficamos olhando ele, já com ar de sorriso no rosto. Nada é sério vindo dele. 

- Pode falar, pô. - Eu disse, esperando. 

- Estão querendo saber se cê tá disponível. - E então ele olhou Lavínia, que revirou os olhos e tentou se afastar de mim. Ele tá fazendo mais uma de suas brincadeiras.

- Não, pô. Tá doido? Uma loira dessas comigo, não quero mais ninguém. 

- Esse cara é bom! - Ele riu e os meninos acompanharam. Menos Lavínia. 

- Luan. - Ela me olhou em forma de repreensão, só não entendi exatamente porque. 

- Ela é ciumenta hein?! É só brincadeira, tá? Vocês dois formam um casal lindo. - Ele olhou ela, realmente se desculpando. Ela sorriu de lado e assentiu. Ela tá puta de raiva. Isso é perceptível mesmo quem estiver a quilômetros de distância. Ouvimos os gritos das meninas descendo e senti Lavínia querendo se afastar de novo. 

- Amor. - Eu olhei ela. E João se afastou dizendo que vai ser o próximo a descer no brinquedo. 

- Amor o caralho. - Ela bufou. - Sério, não vou mais nesse brinquedo. Vou atrás das meninas. 

- Vai me deixar aqui? 

- Uhum. Sozinho cê não vai ficar. - Alfinetou. 

- Bem acompanhado também não. - Eu disse e nem percebi em que momento Edgar e Marco se afastaram, mas eles não estão mais do nosso lado. - Quirino é brincalhão. Ele fez isso só pra fazer graça com você.

- Chega de brincadeiras por hoje. Estourou a cota já. - Me olhou com a testa franzida.

- Lavínia, por favor. Desculpa. - Eu pedi. - Eu tenho um passado, não tenho como apagar. Não conheci você antes, infelizmente. Então, antes de você tiveram várias. Sou sincero. Várias mulheres. Mas agora isso mudou, caramba. Isso é assunto pra mais tarde. Bora aproveitar essa tarde, deixa eu ficar mais com você. Eu sinto muito sua falta. - Ela me avaliou por uns segundos e então suspirou, ficando de costas pra mim. Pelo jeito ela não vai atrás das meninas, mas também não tá numa boa comigo. Lhe dei espaço, lhe soltei e ficamos olhando Quirino descer no brinquedo. Várias pessoas gravando o momento e eu fiz o mesmo. Quero tentar deixar tudo leve. Sinceramente, estou com muito medo de ela desistir e acabar não indo mais tarde. Eu estou tentando ser o mais doce possível. Não quero brigar sério ao ponto de ela deixar de ir. Mas sei que precisamos conversar sobre muitos pontos. Necessitamos disso. Acabei rindo do grito que Quirino deu e então, ela e eu fomos chamados. Somos os próximos. Percebi Lavínia apreensiva e senti vontade de rir. Ela tá muito bonitinha com as carinhas que faz, enquanto o instrutor começa a explicar tudo. Dando as dicas de seguranças, como devemos nos comportar na descida. Ela não para de assentir com a cabeça, está claramente com medo. 

- Entendido? - Ele perguntou no final de tudo. 

- Entendido demais. - Eu falei e ela só assentiu a cabeça novamente. Ele começou a nos auxiliar para nos acomodarmos na boia que vamos descer. Lavínia ficou parada. 

- Eu não consigo. - Ela olhou o rapaz e ele sorriu. 

- Vai ser legal, te garanto. - E ela não me olhou um segundo. 

- Vem, loirinha. - Chamei e ela não me olhou. Marco logo gritou, dizendo pra ela ir e isso fez com que todos fizessem o mesmo. 

- Caramba! - Ela os olhou irritada. - Por pressão não né?! Imagina. - Foi irônica e eu tive rir. - Beleza, eu vou. Mas se eu morrer, você fica de prova que eles são os culpados. - Ela disse e então o instrutor riu, assentindo com a cabeça. - Tá, bora lá. - Só então ela me olhou e eu já estava esperando ela com um sorriso. O instrutor se aproximou e ajudou ela a entrar. - Ai, meu Deus. - Ouvi ela sussurrar, enquanto se segura nas bordas, já sentada. Recebemos as últimas instruções e então ela me olhou novamente um momento antes de descermos. Nós dois gritamos, eu mais ri do que gritei. Ela soltou gritos feios e de puro pânico. Em segundo, caímos com tudo na piscina, mas permanecendo na espécie de boia. Olhei ela rindo, enquanto ela me olha ainda em pânico, toda descabelada. 

- Cê tá bem, loirinha? - Eu quis saber, ainda sorrindo. 

- Não vou nunca mais. - Ela disse e eu gargalhei. 

- Ah, para vai! Bora em outros. 

- De jeito nenhum. - Ela disse imediatamente. Eu ri novamente. Ela está impagável! 

- Vem, vamos dar um mergulho. - E então eu me saí da boia, caindo na piscina, o que fez ela se desequilibrar e cair também. Não tive tempo de rir direito, quando seus olhos conseguiram focar nos meus, ela me deu dois tapas nos ombros e só não continuou porque eu segurei seus pulsos - Ou, ou. calma, muié. - Eu disse, ainda sorrindo. - Cê vai me deixar marcado. - Andei até a borda e trouxe ela junto, ainda segurando seu pulso. Olhei meu ombro e vi que já tem a marca vermelha da sua mão. Os cinco dedos. - Que judiação, Lavínia. - Reclamei e ela tentou se soltar. Assim fiz. 

- Você é idiota mesmo. Eu estava me recuperando do susto que descer aquilo e você quase me afogou. - Ela esbravejou. 

- Ô mulher braba, meu pai. - Pousei minhas mãos em sua cintura. E então vimos mais duas pessoas descerem. Duas das meninas que já transei. Evitei ficar olhando e puxei Lavínia para colar em meu corpo. Beijei sua bochecha e segui para seu pescoço. Ela se encolheu toda, me impedindo. 

- Não. Cê já tá querendo jogar sujo. - Ela me olhou e eu olhei sua boca. 

- Beijar teu pescoço é jogar sujo? 

- Cê sabe que é. 

- Se beijar o pescoço é jogo sujo, imagina beijar sua boca. - Ela desviou o olhar e me abraçou. Meu corpo reagiu ao sentir ela não próxima. Não transei com ninguém desde o dia em sua casa. Caramba, pra mim é uma eternidade. - Eu não consegui ficar com ninguém desde o dia no seu apê. - Revelei, acariciando suas costas. 

- Mesmo? - Ela perguntou com a voz abafada contra meu ombro. 

- É. Só de tá abraçado com você, meu corpo já... pra mim já faz uma eternidade. - E então seus olhos procuraram os meus. Ela mordeu os lábios e eu sei. Ela quer me beijar. Mas ao invés de me beijar, ela me abraçou de novo. 

- Isso é verdade? 

- Eu não minto pra você. Tô decidido do que eu quero. - Tentei abaixar minha mão para sua bunda e ela deixou. Dei um apertadinha e meu pau reagiu, como emocionado que é. 

- Luan. 

- Hum? - Falei acariciando sua bunda gostosa. 

- Cê para. - Ela disse baixinho e eu ri ao perceber a falta de convicção na sua voz. 

- Tô quase doido de saudade de você. De ter você dormindo comigo. De entrar em você, sentir você molhada e me recebendo. Seus gemidos. Seu rostinho que fica corado, a boca entreaberta, falando meu nome. Seus olhos nos meus, cheios de tesão. - E ao sussurrar essas coisas, meu pau ficou ereto só de imaginar. Senti suas unhas arranhando de levinho meu pescoço. - Ver você gozar. Loira, essa é a coisa mais linda que os meus olhos já viram. Você gozando é algo surreal. 

- Deus do céu. - Ela sussurrou, tentando se aproximar mais de mim, como se fosse possível. Parece que entramos numa bolha e eu não percebo nada ao meu redor. Só ela. Só meu corpo querendo ela. Nós dois nos querendo. 

- Ou, seus filhos de uma mãe! Vamos em outro. - Ouvi uma voz e nem quis acreditar. Marco. 

- Eles estão namorando, cara. - Edgar disse e foi isso que Lavínia precisou pra se afastar de mim e se virar pra eles. 

- Não vou mais em nenhum. - Ela os respondeu e eles riram dela. Meu pau ainda está pronto. Não posso sair daqui agora. Malditos filhos de uma mãe! Quebraram todo um clima e o momento mais gostoso que eu tive nesse passeio até agora. 

- Fraquinha demais! - Marco brincou. 

- Sou nada. - Ela riu. - Vou encontrar as meninas. - E então ela se virou pra mim e encontrou meu olhar que diz: “ como assim você vai me deixar? “, ela não disse nada, mas segurou a lateral do meu rosto e beijou minha bochecha. - Tchau. - E então se afastou, me deixando mudo e duro. Sem contar com a frustração...

Essa mulher vai virar minha cabeça. Deu tchau para os meninos e então saiu da piscina. Eu babei mesmo. Olhei seu corpo descaradamente. Como eu desejo essa mulher! Caralho, desejo demais! 

- Ou, tá escorrendo aqui. - Edgar apontou para o canto da sua boca. 

- Vai se ferrar. - Eu sorri. 

- Voltaram? - Marco perguntou.

- Ainda não. - Passei a língua entre meus lábios, sentindo meu pau se conformar de que foi só um momento rápido. - Sou doido nessa mulher, caralho! - Eu disse e eles riram.

- Vamos procurar diversão, seu filho da puta fodido. - Marco disse.

- Fodido significa apaixonado. Então, realmente fodido. - Edgar também brincou e nós fomos em busca de outros brinquedos. Desde então, não vi mais ela.

(...)

Rapidamente chegou a hora de irmos ver o pôr do sol, nas dunas. E eu só vi ela, quando finalmente chegamos no ponto combinado. Todos os convidados que estão aqui, se reuniram pra esse momento lindo, de contemplação.

Infelizmente, ela não está sozinha. O mala do Gabriel tá junto. Na verdade, estão batendo uma foto. Ela ri muito com ele. Isso me incomoda. 

- Vem, Luan. Vamos cantar umas músicas. - Gabi me chamou e então me juntei a ela, Marco, cerca de mais três cantores que são seus convidados e um violão. Escolhemos as músicas, cantamos e contemplamos o pôr do sol. Lavínia o tempo inteiro sorrindo, mas logo percebi que ela está um pouco bêbada. Ela bateu foto com as meninas, rolou na areia feito criança e eu não pude deixar de ficar encantado. Também vi ela e o mala de mãos dadas, correndo, descendo as dunas e não pude deixar de me sentir enciumado, não pude deixar de pensar que poderia ser eu com ela. Deveria ser eu. Nós ficamos ali até o sol sumir. Lavínia me olhou poucas vezes e na maior parte do tempo ficou com suas amigas. Sem deixar de conversar com os outros, de ser simpática com todos. Ela é encantadora, apesar de ultimamente me fazer sentir um ciúmes fora do comum.

Seguimos para o hotel numa vibe boa, na verdade, todos, menos eu. O nervoso começa a realmente tomar conta de mim pela conversa que preciso ter com ela. Minha cabeça já começa a articular milhões de reações vindo dela e eu quero muito que dê certo. Isso desperta uma ansiedade enorme em mim. 

Quando entrei em meu quarto e tentei não me apegar as imagens dela e de Gabriel vindo frequentemente em minha cabeça. Tentei não absorver tudo que ele parece representar pra ela. Ele claramente sente algo por ela. O nervoso por nossa conversa me toma por completo e meu ciúmes parece se perder no meio disso.

Tomei um banho e me vesti de forma confortável. Suspirei, me olhando no espelho uma última vez antes de ir e gostei do que vi. Bermuda branca de linho e uma camisa de botões azul marinho. Chinelo branco e então liguei pra ela. 

- Aonde você tá? - Eu perguntei quando ela atendeu.

- Oi também. - Ela disse e pela voz eu logo soube: ela ainda está meio bêbada. 

- Você ainda tá bebendo? - Suspirei. 

- Tá me regulando, Luan? Eu tô com as meninas. 

- Aonde? 

- No quarto da Gabi.

- Me diz qual é. - Pedi e então ela me disse o número. - Beleza, tô chegando aí. - Desliguei e segui conforme ela me explicou. Logo encontrei e bati na porta. Ela abriu a porta e encontrei ela ainda de biquíni. Franzi a testa e ela me deu espaço pra entrar. 

- Que gato! - Lorena elogiou e eu sorri.

- Mandou bem hein, Luan! - Gabi elogiou também. 

- Valeu, meninas. - Eu sorri pra elas e voltei meu olhar a Lavínia. - Cê não tá pronta? - Franzi a testa novamente.

- Eu não vou. - Ela disse e eu senti meu coração parar.
 
- Que? Lavínia, eu reservei tudo lá. 

- Amiga, vai. - Lorena impulsionou. 

- Não. Eu fiquei magoada demais com tudo aquilo hoje. - E seus olhos começaram a marejar. Fechei os olhos por um momento e pedi sabedoria. 

- Posso conversar com você? 

- Eu não vou, Luan. - Ela insistiu.

- Lavínia. - Gabi repreendeu. - Vai logo falar com ele. - E então ela abriu a porta novamente e saiu para o corredor. Eu segui atrás feito um cachorro, como eu nunca pensei. Fechei a porta e ela me olhou. 

- Não desiste de ir comigo. Eu reservei tudo. Reuni coragem pra te falar tudo. Eu quero você, Lavínia. Eu preciso que me dê uma chance de fazer as coisas funcionarem. 

- Luan, em um dia, eu tive que lidar com várias mulheres que já deram pra você. - Ela me olhou com olhos bêbados. - Eu não gostei. Me senti mal, me senti toda ciumenta e eu não senti segurança. - Coloquei as mãos na cintura e suspirei alto.

- Não sei mais o que fazer com você. Por mais que eu me declare, que fale, demonstre e tente, você desconfia. Você não me dá abertura. 

- É uma maneira de me proteger. - Ela rebateu. 

- Você ainda sente algo por mim? - Perguntei. Ela bufou.

- Tá de brincadeira? - Revirou os olhos, cruzando os braços. - Acho que a resposta é bem óbvia. 

- Então vem comigo. Em nome desse sentimento. Se não der, eu juro que deixo você seguir. - Ela me olhou por alguns instantes. Nossos olhares não desviaram e nós permanecemos calados. 

- Eu sempre cedo a você. Isso me deixa muito brava. 

- Você não é nada fácil, loirinha. - Ela riu sem humor. - Qual a minha resposta? 

- Vou me arrumar. - Ela suspirou. - Como devo ir?

- É um restaurante na praia. - Olhei minha roupa.

- Tá. Vou me basear em você. 

- Me liga quando ficar pronta? - Ela assentiu e eu finalmente pude me tranquilizar um pouco, mesmo sentindo o frio na barriga. Seguimos pelo corredor em silêncio. Ela olhando o celular e eu com as mãos no bolso, olhando para baixo. Mil pensamentos por minuto. 

- Fico aqui. - Ela parou em frente ao seu quarto e eu memorizei o número na porta. 

- Tá. - Passei a língua por meus lábios e estou claramente ansioso. - Ela entrou e deu tchau com a mão. É agora ou nunca.







Se eu fosse vcs não desistiria de mim agora. É como fiz a última frase do capítulo: é agora ou nunca! Preparadas?

Comentários respondidosssss
Bjs, Jéssica ❤️

domingo, 4 de outubro de 2020

“ Colabora universo “ 58

Ver a Lavínia com aquele filho da puta me deixou muito bravo. Pra cassete! Porém, fingi toda naturalidade do mundo. Cumprimentei educadamente todos eles, encontrei a Flávia. Uma ex peguete e vi mais alguns conhecidos. Na verdade, mais umas três mulheres com quem já fiquei. Seguimos para os quartos e eu gostei do meu. Muito confortável. Olhei pela janela e a vista é diretamente para o mar. Olhei a imensidão e pensei se realmente vou conseguir fazer o que planejei. Exige coragem e eu espero que eu tenha o suficiente. Troquei de roupa, coloquei uma bermuda takquetel, fiquei sem camiseta. Me olhei no espelho e gostei do que eu vi. Tô bem. Passei a mão por meus cabelos, passei protetor e então já voltei para junto de todos. Acabei parando numa espécie de cozinha antes da piscina. É algo improvisado, aberto. Mas tem uma mesa enorme, churrasqueira e tudo mais. Algumas pessoas ao redor e eu encontrei ali Edgar já enturmado com a galera presente. Logo me ofereceram carne e eu aceitei. O sol muito quente, o clima bom. Conversas rolando e o espaço enorme. Logo eles comentaram que logo mais vamos todos para o park, afinal, estamos no hotel. Em seguida, veremos o pôr do sol.

Em meia a conversa sobre logo mais, Lavínia parou ao meu lado. Lhe olhei e mais uma vez pude constatar: ela é uma gostosa. Mas logo lembrei do que vi pouco antes e então permaneci lhe olhando sério e ela devolveu o olhar. 

- Quer carne também, Lavínia? - Um dos caras falou e eu me perguntei quantas pessoas ela conhece. 

- Quero sim. - Ela sorriu e ajustou seu boné. Voltou a me olhar. - O que cê queria falar? - Perguntou baixinho, enquanto os outros permanecem conversando sobre os brinquedos que querem ir. 

- Cê tá com aquele cara? - Fiz outra pergunta. 

- Claro que não. Ele é só meu amigo. - Ri sem humor.

- Não fode, Lavínia. - Ela franziu a testa e eu conheço essa expressão. Ela tá prontíssima para uma discussão. Mas eu lembro daquele filho da puta. Ele tava lá no apartamento dela, pegando ela. Pagando de amigo? Não força. 

- Era isso que você queria saber? - Me olhou brava.
 
- Não. Quero que cê vá num lugar comigo mais tarde.

- Não vou pra motel nenhum com você. - E desta vez eu tive que rir. 

- Tá doida, mulher? - E então ela cruzou os braços, deixando seus seios mais chamativos. Tenho a impressão de que seu biquíni qualquer hora vai desmoronar.

- Para de olhar meus peitos. 

- Impossível. - Respondi na maior cara dura. Continuei comendo o pedaço de carne. 

- Seu tempo já acabou? - Ela se virou totalmente pra mim, e eu fiz o mesmo. 

- Tempo de que? - Lhe olhei com intensidade. Essa mulher me atrai pra caralho. 

- De ficar distante. - Me olhou de uma forma debochada. Filha da mãe! Eu sorri. 

- Acho que sim. - Ela me olhou desconfiada e novamente olhei seus seios. 

- Ou! - Ela reclamou. 

- Daqui a pouco vão pular pra fora. - E então ela revirou os olhos e eu ri. 

- Tem carne aí ou não tem? - Lavínia perguntou, se afastando um pouco de mim e então o filho da mãe se aproximou também, passando o braço em volta do ombro dela. 

- Quero também hein?! - Ele disse e eu senti meu corpo todo tremer de raiva. Ele tá querendo o que mesmo? Filho da puta! Lavínia ficou constrangida e eu acredito que foi por conta da minha pergunta agora a pouco. Mas se são somente amigos, pra que tanto desconforto? Fiquei olhando os dois e um dos caras perguntou se vou cantar mais tarde. Outro deu a ideia de eu levar o violão pra cantar no pôr do sol. Vi Lavínia me olhar, como quem me avalia. Eu tô muito puto com esse tal Gabriel amigo dela. Eu lembro muito de como encontrei ele descabelado lá com ela. As imagens vem como flashs em minha mente. 

- Luan, pega aqui pra você. - Um dos caras me deu mais um pedaço de carne e logo fez o mesmo com Lavínia e seu amigo. Decidi não ficar aqui. Caso contrário, eu vou tirar esse sorrisinho da cara desse otario na marra. 

- Vou dar um mergulho. Até mais, rapaziada. - Falei com os caras antes de sair e não olhei na cara dela, muito menos dele. Como eu disse, segui para a piscina. Entrei e lá encontrei Clarissa e Marco. Em volta, vários convidados. Decidi relaxar na água, no sol. Deixei o casal no momento deles. Segui para a borda e me apoiei meus braços dela, encostando meu queixo e vi um grupo de meninas dançando. Elas estão claramente se divertindo. Continuei observando até uma sombra tampar minha visão. 

- Tá boa a vista? - Lavínia já chegou provocando e eu olhei em seus olhos. 

- Já cansou de ficar com teu amigo? - Provoquei também. 

- Cê tá viajando, Luan. - Ela disse e então se agachou, sentando na borda da piscina. Afastei suas pernas e então fiquei entre elas.

- Vocês transaram? - Eu quis saber. 

- Não. E você? Conseguiu pegar o mundo inteiro? 

- Meu mundo inteiro tá aqui, uai. - Eu sorri e ela revirou os olhos. Tão linda! Passei os braços em volta da sua cintura e então ela passou a mão em meu cabelo.

- Cê não presta, cara. - Ela sorriu e eu ri. 

- Mais tarde a gente conversa direitinho. 

- Ou, ou. Que isso aí? - Marco gritou e então eu ri, me afastando dela. 

- O que cê quer, viado? Deixa a gente de lado, caramba. 

- Quero saber se já voltaram, viadão. - Ele sorriu e Clarissa fez o mesmo. 

- Ainda não. Ainda. - Dei ênfase. 

- A gente nem tinha nada pra voltar. - Lavínia cutucou e cutucou mais fundo do que ela imagina. 

- Essa doeu hein?! - Eu disse, realmente sentindo o impacto de suas palavras. - Então era nada pra você? - Olhei em seus olhos.

- Não era nada sério. - Ela corrigiu. 

- A gente pode mudar isso. - Lhe olhei intensamente e ela desviou o olhar. 

- Parou, parou. - Ela disse, levantando-se. O casal riu dela toda desconsertada e eu não contive meu sorriso também. O olhar dela diz. Ela é doida pra mim, igual eu sou por ela. Ter deixado aquele imbecil e vir aqui, pra ficar um pouco comigo, só confirma mais isso. Logo ela sumiu do meu campo de visão e essa foi a última vez que vi ela até irmos para o park de diversões. Ela ficou o tempo inteiro grudada nas meninas e não nos falamos mais.

Ao chegarmos no park, eu perdi ela de vista e me juntei a uma turma dos caras e Flávia no meio com mais umas duas meninas. 

- Não tenho coragem de ir no insano. - Ela disse, se referindo ao brinquedo mais alto do local.

- Deixa de bobagem, pô. Bora encarar. - Eu disse, sendo levado pela adrenalina. 

- Beleza, mas a gente pode começar por um mais levinho. - Sua amiga falou e então os caras ficaram tentando convencer as duas, enquanto já vejo algumas pessoas subindo as escadas dos brinquedos, outras gritando, se divertindo, dentro da piscina. 

- Bora agora. - Um dos caras disse e então nós subimos longas escadas pra chegar até lá. 

Se eu conseguir, vou fazer a dancinha da vitória. - Flávia disse. 

- Nós vamos. - Uma de suas amigas concordou. E a outra disse:

- Fechado.

- Então nós vamos na frente e vamos ficar olhando a descida. Mas tem que descer! - Um dos caras disse rindo.

- Eu fico aqui pra garantir. - Outro falou. Ainda não memorizei o nome de todos. Mas alguns já conheço das redes sociais, outros são do mesmo segmento que eu.

- Eu vou ser o primeiro. - Falei disposto e então segui para a fila. Segui as instruções e logo desci. Gritei de pura adrenalina e o sentimento de liberdade. Em seguida caí na piscina. Mergulhei e então sentei na borda, esperando o restante da galera descer. Os meninos vieram e conforme o combinado somente um continuou lá em cima. As meninas desceram depois de muita insistência e isso nos causou rodadas. Procurei Lavínia com o olhar vez ou outra, mas não achei. 

- A dança da vitória, cadê? - Um dos caras cobrou e então todos saímos da piscina e ficamos de pé, aplaudindo as vitoriosas e elas riram. 

- Vou escolher meu parceiro. - Flávia disse já puxando minha mão. Os meninos zoaram e eu ri. Essa mulher tá querendo. - Só uma reboladinha. - Ela disse e me deixou parado, ficando na minha frente, esfregando a bunda no meu pau coberto somente por minha roupa. Eu não pude deixar de olhar. Os meninos gritaram e começaram a cantar em ritmo de funk. Segurei seus quadris, ainda rindo. Qual é? Eu não diria que achei ruim, mas não tenho a menor intenção de ir adiante com qualquer outra mulher aqui. Quando olhei para o lado, um pouco distante vi Lavínia com o olhar vidrado em nós. Ela está numa espécie de balcão de pedidos. Puta que pariu. Tudo acabado pra mim. Logo me afastei de Flávia, tentando disfarçar pra não deixar que as perguntam surjam. Cobrei a dança de suas amigas e elas também escolheu cada uma, um dos meninos. 

- Vou falar ali com a loira. - Eu disse, após ver que ela continua no mesmo lugar, agora de costas e sozinha. Eles somente assentiram e disseram pra eu voltar logo, pois deveríamos procurar mais aventura. Segui em passos lentos, olhando bem pro corpo da minha pequenininha. Um bundão que não tem pra ninguém. Cinturinha fina, pele clarinha demais. Caralho, eu sou apaixonado nela. Cheguei por trás e me segurei para não cheirar seu cabelo que agora não está mais coberto pro boné, mas ainda continua seco. 

- Oi. - Eu disse e ela sobressaltou, me olhando. Está sozinha e não vejo nenhum funcionário. 

- Tá maluco? - Franziu a testa. - Eu me assustei. 

- Desculpa. O que cê tá fazendo aqui sozinha? - Quis saber. 

- Não interessa. - E então ela virou-se, jogando seu cabelo. Eu sorri completamente encantado com seu temperamento. 

- Ou, fala direito comigo. - Me encostei no balcão, ficando de frente pra ela. Bem perto dela. Olhei os olhos verdes e me perdi. Em todas as vezes isso acontece. Que mulher mais linda! 

- Volta lá pros seus amigos, Luan. Na boa. 

- Eu não tô com ela. 

- Não parece. Ela tava esfregando a bunda em você. 

- Era brincadeira. 

- Cê tá maluco se acha que vou sair com você mais tarde depois disso. 

- Lavínia, nem brinca. Cê para de ciumeira. 

- Se fosse ao contrário, hein?! - Fechei os olhos e respirei fundo. Confesso: só de imaginar, senti a raiva me consumir. 

- Não desiste de sair comigo. - Passei o braço em volta da sua cintura e continuei mantendo nosso contato visual. Joguei parte do seu cabelo para trás e olhei seu busto. E então o atendente apareceu e lhe entregou um drink. Não soltei ela e então ela pegou o copo. Bebeu, enquanto me olhava. 

- Pode me soltar, Luan. - Ela suspirou. 

- Tá tão bom assim. 

- Sai pra lá, Caramba. - Ela repetiu e tentou sair de mim, não deixei e isso fez seu Drink derramar em seus seios. - Caralho! - Ela xingou e eu me vi hipnotizado aonde o drink caiu. 

- Deixa que eu limpo. - Não deixei ela me responder e já fui passando a língua entre eles, e chupei pontos do seu colo. Ela não me deteve e senti sua respiração mudar. E quando eu parei, meu pau já tinha reagido. Me aproximei da sua boca, sem resistir e ela virou o rosto. 

- Você é um filho da mãe. - Ela disse. 

- Não tô com a Flávia, Lavínia. 

- Mas deixou ela se esfregar em você. Quero que você se foda com ela! - Cuspiu as palavras, mas eu não considerei nada. 

- Amor, eu tô com a mulher que eu quero nos meus braços. Eu já te disse isso. Que te quero. 

- Falar e fazer são coisas diferentes. 

- Loira, foi uma brincadeira, poxa. - Tentei me justificar. Eu sei que ela tem razão. 

- Tá, Luan. Você é solteiro e faz o que quiser. 

- Não, eu quero estar com você e se isso ainda não aconteceu foi porque você não quis. - Ela bufou. 

- Eu quero beber isso aqui em paz. - E então eu passei a mão por seus cabelos. 

- Vou ficar aqui com você. - Ela me olhou entediada. - Que foi? - Eu ri. Ela me quer longe. 

- Você é cara de pau demais. - E então eu não lhe respondi e ela voltou a beber o que restou do seu drink. Fiquei olhando ela em silêncio. Contemplando tamanha beleza e tamanho sentimento que existe aqui. Depois de um momento em silêncio ela disparou: - Eu tô aqui tentando encontrar coragem pra encarar todos esses brinquedos. Por isso a bebida. - Me olhou. Parece que temos alguém deixando a raiva de lado. 

- Cê tá com medo? - Eu ri e ela revirou os olhos.

- Se for zoar, nem começa. Isso é radical demais pra mim. - Ela fez um biquinho lindo. Senti vontade de morder. 

- É nada. Eu vou com você. A gente procura um que possa ir de dupla. 

- Vai deixar tua galera? - Ela me olhou debochadamente e eu sorri. 

- Por você? Claro, uai. E eles não são minha galera. Você para de exagerar. - Eu disse olhando-a e ela bufou, desviando os olhos dos meus. 

- Beleza. 

- Beleza o que? Que nós vamos nos brinquedos juntos e que você vai sair comigo mais tarde? 

- Beleza que nós vamos nos brinquedos juntos, quanto a essa saída, eu ainda vou pensar. Se houve isso aqui. - E ela ela me mostrou um pequeno espaço entre seus dedos. - Eu desisto. Cê esquece. 

- Eu já reservei tudo. A gente precisa disso e não vai acontecer mais nada. - E então ela bebeu o último gole, deixando o copo no balcão. Lhe soltei e então começamos a caminhar juntos. Tentei segurar sua mão, mas ela não deixou. 

- Vamos escolher um fácil. - Se referiu aos brinquedos e eu ri. 

- Beleza. O que é fácil pra você? - Ela me olhou fazendo biquinho. - Cê para... eu não resisto não. - Ela riu e desviou o olhar do meu.

- Escolhe um, vai. 

- Aquele. - Apontei pra um onde descem duas pessoas. Um de frente pro outro, numa boia. - Aí desce nós dois. - Ela riu nervosa. 

- Será que consigo?

- Tá comigo. - Pisquei um olho e ela revirou os olhos. 

- Bora logo, convencido. - E então fomos subindo as escadas. Eu brinquei com ela o tempo inteiro. Ela reclamou pois alegou que estou olhando sua bunda descaradamente. Confesso: aproveitei quando ela foi subindo mais na frente. Ao chegarmos ao topo, encontramos os instrutores. Encontrei também João Quirino, Gabi, uma rodinha das minhas ex transas. Eu ri por dentro, depois de me deparar com momento tão irônico. Passei o braço em volta do pescoço dela e João já fez festa, fazendo farra no local. Duas meninas estão pra descer e estão recebendo as instruções. 

- Todo mundo decidiu vir nesse? - Eu perguntei. 

- É claro! A gente sabe aproveitar esse negócio. - João respondeu. 

- Amiga! Ele te convenceu? - Gabi sorriu se aproximando de nós dois. 

- Convenceu. Eu acho. - Lavínia respondeu. 

- Ou, vem cá. Vamos fazer uma foto. - João me chamou e eu tive que me afastar de Lavínia. Acabei de distraindo com ele. Suas brincadeiras. Gravamos stories e ele fez toda a festa que sempre faz, o que me fez rir pra caramba. Quando finalmente consegui procurar Lavínia com os olhos. Encontrei ela justamente na rodinha das meninas que já transei. Puta que pariu! 

- Loira. - Chamei e então ela olhou. Percebi ela dar um sorriso desconfortável para as meninas e vir até mim.

- Você já transou com todas? - Ela sussurrou de uma forma brava.

- Do que cê tá falando? - Me fiz de desentendido.

- Tô falando daquele grupinho que me chamou e inicialmente falaram sobre o meu biquíni, mas depois soltaram que o “ grupo que já passou pelo Luan está reunido. “ Ah, vai se ferrar. - Ela cruzou os braços e eu pedi aos céus pra me ajudar. Ela vai acabar desistindo de sair comigo, vou acabar perdendo minha oportunidade de finalmente acertar as coisas. Universo, não me fode.







oiiiiiii, mores! Cheguei com capitulozaooooo! Os dois se mordendo de ciúmes hein?!! Hahahahaha quem tem razão aí? E essa saída? E essa conversa??? O que acham que pode rolar? Será que Lavínia vai? Será que vai ter mais ciúme? 
Me digam o que achammm!!
Comentários respondidoooosss, até o próximo! 
Bjs, Jéssica ❤️