Foi chegado o momento de ir embora, vi Luan ajeitando sua bagagem, enquanto eu permaneço sentada na cama, somente de roupão. Perdida em meus pensamentos sobre a nossa noite. Fizemos amor devagarinho, gostoso. Mas mesmo diante de tanto carinho, vi em suas costas alguns arranhões. Eu não me seguro. Sorri de lado com meus pensamentos.
- Finalmente. - Ele disse após fechar a mala.
- Nem acredito que essa viagem acabou. - Fiz bico.
- É, mas olha, logo a gente se vê de novo. Daqui uma semana e meia eu tô de volta. - A gente combinou de ele ir pra minha casa logo que ele chegar.
- Muito tempo longe. - Continuei manhosa.
- É nada. Vem cá. - Ele levantou-se, me pegou pelas mãos e ficamos um de frente pro outro. - Você é linda. E assim, desse jeitinho, eu te acho mais gata ainda. Bora pro chuveiro comigo. - Eu ri.
- Você me elogia e depois me chama pra transar? - Ele sorriu.
- Eu ainda não tomei banho. Você me acompanha.
- Mas eu já tomei banho. - Continuei brincando.
- Lavínia! Você me entendeu. - Me puxou delicadamente e eu ri, o acompanhando. Ah, eu tô doida pra foder com ele. Tivemos um momento quente no banheiro, lhe fiz um oral caprichadissimo. Ele me provocou com seus dedos, foi o suficiente. O corpo quente dele, seus braços em volta de mim, os beijos. As falas safadas e românticas, já me deixando fora de órbita.
No fim, ele gozou num som tão gostoso. Um gemido daqueles que eu não esqueço, bem em meu ouvido.
- Gemido bom de ouvir. - Eu disse, já me recuperando de meu êxtase.
- Porra, amor. - Ele pousou a cabeça em meu ombro.
- Ei. - Segurei seu rosto, o fiz olhar pra mim. Os olhos ainda com vestígios do tesão, pesados e lerdos. - Eu amo você. - De repente me bateu uma vontade de chorar. Agora iremos sair de nossa bolha e eu vou precisar ser forte pra aguentar tudo que vem namorar com ele. A distância, a falta de tempo, a rotina totalmente contrária. As mulheres... eu sei que terei muita dor de cabeça com elas.
- Eu também te amo. Muito, minha loira. - Selou nossos lábios repetidas vezes e eu, ficando na ponta dos pés, o abracei forte. Se eu pudesse, o deixaria preso aqui. Comigo. Seus beijos se espalharam por meu ombro e ele foi carinhoso. Terminamos nosso banho em silêncio, apenas trocando olhares apaixonados. Amo o jeito que ele me olha! Caralho! O quanto isso é valioso, raro... eu estou vivendo isso. Depois de tudo! Foi impossível não lembrar de Bernardo. Hoje, com a cabeça bem melhor, acredito que ele esteja feliz por mim. Luan foi enviado por Bernardo. Luan vai ser o pai dos meus filhos, aconteça o que acontecer. Ele é o amor da minha vida.
Já no quarto, meu celular tocou.
- Você sabe por onde anda a Talita com o Keven? - Clarissa disparou e eu franziu a testa.
- Óbvio que não. - Ri de leve. - Cê sabe que nosso voo é logo mais né?!
- Por que você acha que eu tô preocupada? Mana... aqueles dois... - Eu ri.
- Ela vai aparecer. Não tá maluca de perder o voo. Eu já tô terminando de ajeitar minha bagagem.
- Eu já tô pronta. Prefiro me organizar antes, mas mesmo assim passo nervoso. Amanhã a loja tem que abrir.
- Vai abrir, irmã.
- Tomara que sim. Tomara! Beijo. - E então desligou. Luan me olhou, sentado na poltrona, com o celular em suas mãos.
- Tudo certo?
- Talita sumiu com o Keven. - Eu disse passando a mão nas têmporas. Luan riu despreocupado.
- Relaxa, neném. Logo eles aparecem. - E então eu suspirei.
- Os mais novos adolescentes.
- Ah, deixa eles. Vem cá.
- Não terminei aqui ainda, Luan.
- Só um cheiro, môr. - Ele disse manhoso e eu sorri. Acabei levantando, totalmente rendida a ele.
- Eu ainda tô de roupão, olha a situação. - Disse enquanto caminhava.
- Tá sem calcinha também? - Ele me olhou, batendo a mão em sua perna, me convidando pra sentar em seu colo.
- Toma vergonha, Luan! - Gargalhei e ele sorriu, então sentei-me.
- Esse som é o mais lindo do mundo. - Disse, se referindo a minha risada, enquanto me acolhe em seus braços. Cheirou meu pescoço e beijou em seguida. Acariciei seu braço que está em volta da minha barriga.
- Se a gente perder o voo, tá tudo ferrado. Eu esgano a Talita. - Eu disse, me sentindo um pouco preocupada. - Ele riu em meu pescoço.
- Amor, o Keven levou ela pra uma experiência diferente.
- Ah, então Cê tá por dentro? - Eu o olhei. Ele me olhou, dando de ombros. Totalmente desconfiado. - Anda, conta tudo!
- Cê tá querendo que eu me torne um fofoqueiro? - Ele se fingiu de ofendido.
- Agora temos aqui um ator. Global? Possivelmente. - Ironizei e ele deu um tapinha em minha perna, com um sorriso nos lábios. - Conta, Luan.
- Tem que ser mais carinhosa pra conseguir arrancar informações.
- Não sou sua boneca sexual não. - Ergui as sobrancelhas e ele riu.
- Não falei disso, cabecinha maldosa. Custa me chamar de amor?
- Eu te chamo de amor.
- Tô falando agora.
- Conta a fofoca, amor. - Revirei os olhos e ele riu, segurando minhas bochechas com uma mão, formando um bico em meus lábios. Então, selou nossos lábios repetidas vezes.
- Conto. - Me mostrou um sorriso bobo. Essa carinha de apaixonado acaba comigo. - O Kevin levou ela pra transar na praia. - Eu fiquei boquiaberta imediatamente. - Ele disse que em certo ponto não tem muita gente. Perto de umas pedras, sei lá. - Franziu a testa.
- A Talita não disse nada! Que vaca! - Luan mordeu o lábio inferior.
- Só não me pergunta como ele descobriu esse lugar. - Eu ri incrédula.
- Filhos da mãe!
- Você já transou na praia? - Ele me olhou.
- Já, ué. - Dei de ombros e ele ergueu as sobrancelhas.
- Com Bernardo. - Afirmou.
- Óbvio, Luan. Só tive ele antes de você. - Franzi a testa.
- Cês fizeram aonde? Na areia?
- Luan! Que tipo de pergunta...
- fala, uai. Não tem problema.
- Mesmo? - Duvidei ao me deparar com seu semblante.
- Mesmo. - Deu de ombros, desviando o olhar do meu. Eu ri ao vê-lo enciumado.
- Tenho um passado tá? Não se compara ao seu, mas eu tenho.
- Minhas histórias são vazias demais.
- E a Jamile?
- Ah não! - Ele fez menção de levantar.
- Ela já falou com você sobre o nosso namoro? - Eu quis saber, empurrando ele contra a poltrona. Montei nele, enquanto ele reclama. - Responde.
- Não respondi muitas mensagens.
- Então ela já falou com você? Perdeu o amigo de foda. E ai de você se ficar de muito grude com ela. - Apontei o dedo na cara dele.
- Tira esse dedo agora. Tá doida? - Ele reclamou e eu cedi, mantendo uma postura firme. - Não vou deixar de ser amigo dela. Você não deixou de ser amiga do
Gabriel. Você é tão engraçada as vezes, Lavínia...
- Eu não transei com Gabriel.
- Porque eu cheguei bem na hora. - Rebateu de imediato. E eu fiquei calada, mas ergui ainda mais minhas sobrancelhas.
- Eu não tenho uma história com ele. - Alfinetei.
- Que história? Eu não tenho história com ela. Não foi você que disse agorinha que tem um passado? então, Lavínia, eu também tenho um passado.
- Vai se ferrar. - Disse eu, perdendo uma discussão, ficando ridiculamente enciumada. Tentei levantar e ele me segurou.
- Ou, ou. Amor! - Segurou o sorriso me olhando e eu não olhei de volta. - Psiu, aqui.
- Não sou cachorra, fala direito. - Eu disse ainda emburra e ele gargalhou.
- Chata pra caralho hein, meu amor?! - Lhe acertei um tapa no ombro e ele riu despreocupado.
- Me solta, Luan. Eu preciso me vestir.
- Ei, minha gostosa. Olha aqui! - Pediu, já com as mãos em minha bunda, apertando. Olhei ele de uma forma debochada. - O meu presente é você. - E então recostou-se na poltrona e disse mais alto: - Foda-se todas as mulheres do mundo, eu só quero essa gostosa aqui! - Começou a gritar: - Eu só quero a Lavínia, porra! - Tapei sua boca rapidamente, assustada com o escândalo.
- Para! - O repreendi.
- Então para de ciúmes. - Ele disse contra meus dedos. Revirei os olhos.
- Tudo bem. Vou me vestir, sério. - E então eu levantei. Vesti minha roupa, sentindo o olhar dele sobre mim. Não o olhei de volta e meus pensamentos foram em Talita. Aquela vagabunda precisa aparecer a tempo. Por fim, passei perfume e fiz um coque em meus cabelos.
- Você já fez anal? - Luan perguntou do nada.
- De novo essas perguntas? - Franzi a testa, olhando meu look: uma calça jeans mom, com um top feito de lenço.
- Só responde, ué.
- Já.
- Beleza. - Foi o que ele respondeu e voltou a atenção ao seu celular.
- Eu não gostei, fazia porque o Bernardo gostava. - Comentei, olhando pra ele.
- Sério, amor? - Ele me olhou com cuidado. - Você também não gostava de oral, lembra? - Assenti. - A primeira mulher dele foi você?
- Não.
- Então o sexo era ruim mesmo.
- Não, Luan. Eu gostava, mas eu gostava do básico.
- Você já gozou com ele? - Eu corei.
- Acho que sim. - Ele sorriu, enquanto eu procura o que ainda está em cima da cama para guardar.
- Não precisa ficar sem graça. Você sabe se já ou não.
- Luan, chega desse assunto. - Eu disse já muito sem graça. O sexo com Bernardo sem compara ao de Luan, mas eu não me sinto bem falando sobre nós dois, ainda mais por meio de uma espécie de comparação.
- Neném, a gente sempre vai conversar sobre sexo. Não tem problema nisso. - Fiquei de costas pra ele, guardando meus objetos. - Você é a boceta mais gostosa que eu já provei. - Fiquei mortificada ao ouvir suas palavras. Tudo bem ouvir isso durante o sexo, mas assim? Queria um buraco que eu pudesse me enterrar.
- Você transou com meio mundo, não vem com essa. - Eu disse, ainda desconfiada.
- Tô falando sério, pô. Você é muito gostosa. Tem uma sentada, que Deus... eu fico tonto com você. - Meu rosto com certeza está na cor de um tomate.
- Luan. - Eu repreendi, finalmente o olhando.
- É verdade. Eu tô muito fodido, em todos os aspectos.
Um fodido bom, muito bom. - Puta merda! As palavras dele me atingiram e eu me senti completamente desejada e com vergonha. Passei a língua por meus lábios, então bateram na porta.
- Irmã, tô descendo. - Clarissa disse, interrompendo nossa conversa francamente quente.
- Tô indo também. Talita chegou?
- Não. Desce logo, lá a gente conversa. - Ela disse um pouco estressada.
- Puta que pariu. - Murmurei. - Certo. - Falei mais alto. E então olhei para Luan. - Eu vou matar a Talita.
- Pelo jeito cês vão acabar perdendo o voo.
- Nem fala isso. - Terminei os últimos detalhes e finalmente desci. Encontrei boa parte dos convidados prontos pra voltarem. Iniciamos um papo agradável, Luan sempre próximo, suas mãos sempre em mim. Eu gosto disso. Nós juntos em meio a tantas pessoas, sem preocupação com fotos e todas aquelas coisas. Clarissa liga de três em três minutos para Talita que não atende. Comecei a tentar ligar pro Keven quando aos poucos, as pessoas começaram a irem embora, pude perceber que nosso tempo realmente está acabando.
- Irmã, nós só temos meia hora pra chegar ao aeroporto.
Não vai dar tempo. - Clarissa disse.
- Que foda interminável é essa? - Marco bufou, também tentando ligar para seu amigo. Acho lindo como ele pega as dores da Clarissa. Luan permanece tranquilo ao meu lado.
- Acho melhor a gente subir e vocês procurarem outra passagem. - Luan finamente falou, imediatamente Clarissa e eu o matamos somente com um olhar. Que tranquilidade irritante! - Que foi? Caramba! - Ele disse chateado. Continuando tentando o contato, porém não obtivemos sucesso. Dez minutos se passaram e então Marco acabou começando a concordar com Luan, que permaneceu calado desde seu último ”aconselhamento”.
- Galera, não dá mais tempo de chegar ao aeroporto.
Bora subir. - Clarissa me olhou meio em desespero e eu suspirei tentando manter a calma.
- Nós vamos conseguir um voo ainda hoje. - tentei me manter positiva.
- Cês vão com a gente mais tarde. - Luan disse, enquanto caminhamos em direção ao elevador.
- Mas você não vai passar por São Paulo, amor. - O olhei, buscando sua mão, entrelaçando na minha.
- Mas a gente passa, uai. - Ele deu de ombros e eu sorri me apaixonando pela centésima vez.
- Esse meu cunhado é um anjo. - Clarissa disse. - Pelo menos tem um equilíbrio, porque o outro é um demônio. - Marco gargalhou e todos foram levados pelas risadas também.
- Agora sou anjo né?! As duas só faltaram me matar uns minutos atrás. - Ele disse após as risadas. Marco apertou o botão do elevador.
- Tadinho desse neném. - Fiz voz de criança e ele fez careta.
- Você as vezes tem uma calma irritante. - Clarissa disse e então o elevador abriu, vazio. Entrei, ainda pendurada em seu pescoço.
- Deixa ele. - Eu defendi, indo para o fundo do elevador, enquanto Marco reclama por ter que arrastar minha bagagem. Ele se encostou contra o elevador, e eu tentei beijar ele.
- Não, amor. - Ele desviou.
- Cê tá negando meu beijo? - Ele bufou. - Te amo, bicudo. - Beijei sua bochecha e em seguida seu pescoço, sem me importar com a presença do casal e acredito que nunca fui tão explícita quanto ao meu amor por ele na frente de outras pessoas.
- Caramba, vocês dois são real mesmo. - Ouvi Clarissa falar, enquanto encho ele de beijos. Luan riu, olhando minha irmã e eu sorri com ele.
- As vezes eu tenho esse pensamento também. Finalmente, caralho! - Marco disse. então o elevador abriu. Seguimos no corredor, deixando combinado de nos comunicarmos quando Talita chegar.
Já abrindo a porte do nosso quarto Luan teve uma ideia. Decidi concordar e no fundo eu confesso: amei.
OIIIIIII MINHAS LINDAS! Quanto tempoooo! ( bem descarada ) Feliz ano novo dia 27/01 ainda vale? Depois de mais de um mês sumida? Me perdoeeem, colecionando decepções kkkkkkk Mas eu fiquei totaaal sem inspiração. Não conseguia escrever nada!!! Esse capítulo foi feito aos pedacinhos e quem tá no grupo acompanhou o drama. Enfim, vamos aos acontecimentos do capítulo. O que acharam da conversa quente dos dois? Os dois com ciúmes do passado... Talita sumiuuuu! As meninas perderam o voo, mas o príncipe estava lá né?! E essa ideia? Um bombom pra quem acertar 🌚
Me deem ideias sempreeee, as vezes dá um norte que vcs nem imaginam e aí evita esses brancos que nem eu tive/estou. Sei lá... hahahahaha
Comentários respondidooooosss, obrigada a quem não desistiu!!! ❤️❤️❤️
Bjs, Jéssica 😍