quarta-feira, 27 de janeiro de 2021

“ Temos um passado “ 66



Foi chegado o momento de ir embora, vi Luan ajeitando sua bagagem, enquanto eu permaneço sentada na cama, somente de roupão. Perdida em meus pensamentos sobre a nossa noite. Fizemos amor devagarinho, gostoso. Mas mesmo diante de tanto carinho, vi em suas costas alguns arranhões. Eu não me seguro. Sorri de lado com meus pensamentos. 

- Finalmente. - Ele disse após fechar a mala. 

- Nem acredito que essa viagem acabou. - Fiz bico.

- É, mas olha, logo a gente se vê de novo. Daqui uma semana e meia eu tô de volta. - A gente combinou de ele ir pra minha casa logo que ele chegar. 

- Muito tempo longe. - Continuei manhosa. 

- É nada. Vem cá. - Ele levantou-se, me pegou pelas mãos e ficamos um de frente pro outro. - Você é linda. E assim, desse jeitinho, eu te acho mais gata ainda. Bora pro chuveiro comigo. - Eu ri. 

- Você me elogia e depois me chama pra transar? - Ele sorriu. 

- Eu ainda não tomei banho. Você me acompanha. 

- Mas eu já tomei banho. - Continuei brincando.

- Lavínia! Você me entendeu. - Me puxou delicadamente e eu ri, o acompanhando. Ah, eu tô doida pra foder com ele. Tivemos um momento quente no banheiro, lhe fiz um oral caprichadissimo. Ele me provocou com seus dedos, foi o suficiente. O corpo quente dele, seus braços em volta de mim, os beijos. As falas safadas e românticas, já me deixando fora de órbita.

No fim, ele gozou num som tão gostoso. Um gemido daqueles que eu não esqueço, bem em meu ouvido.
 
- Gemido bom de ouvir. - Eu disse, já me recuperando de meu êxtase. 

- Porra, amor. - Ele pousou a cabeça em meu ombro.

- Ei. - Segurei seu rosto, o fiz olhar pra mim. Os olhos ainda com vestígios do tesão, pesados e lerdos. - Eu amo você. - De repente me bateu uma vontade de chorar. Agora iremos sair de nossa bolha e eu vou precisar ser forte pra aguentar tudo que vem namorar com ele. A distância, a falta de tempo, a rotina totalmente contrária. As mulheres... eu sei que terei muita dor de cabeça com elas. 

- Eu também te amo. Muito, minha loira. - Selou nossos lábios repetidas vezes e eu, ficando na ponta dos pés, o abracei forte. Se eu pudesse, o deixaria preso aqui. Comigo. Seus beijos se espalharam por meu ombro e ele foi carinhoso. Terminamos nosso banho em silêncio, apenas trocando olhares apaixonados. Amo o jeito que ele me olha! Caralho! O quanto isso é valioso, raro... eu estou vivendo isso. Depois de tudo! Foi impossível não lembrar de Bernardo. Hoje, com a cabeça bem melhor, acredito que ele esteja feliz por mim. Luan foi enviado por Bernardo. Luan vai ser o pai dos meus filhos, aconteça o que acontecer. Ele é o amor da minha vida.


Já no quarto, meu celular tocou. 

- Você sabe por onde anda a Talita com o Keven? - Clarissa disparou e eu franziu a testa.

- Óbvio que não. - Ri de leve. - Cê sabe que nosso voo é logo mais né?! 

- Por que você acha que eu tô preocupada? Mana... aqueles dois... - Eu ri.

- Ela vai aparecer. Não tá maluca de perder o voo. Eu já tô terminando de ajeitar minha bagagem. 

- Eu já tô pronta. Prefiro me organizar antes, mas mesmo assim passo nervoso. Amanhã a loja tem que abrir.

- Vai abrir, irmã. 

- Tomara que sim. Tomara! Beijo. - E então desligou. Luan me olhou, sentado na poltrona, com o celular em suas mãos. 

- Tudo certo? 

- Talita sumiu com o Keven. - Eu disse passando a mão nas têmporas. Luan riu despreocupado. 

- Relaxa, neném. Logo eles aparecem. - E então eu suspirei. 

- Os mais novos adolescentes. 

- Ah, deixa eles. Vem cá. 

- Não terminei aqui ainda, Luan.

- Só um cheiro, môr. - Ele disse manhoso e eu sorri. Acabei levantando, totalmente rendida a ele. 

- Eu ainda tô de roupão, olha a situação. - Disse enquanto caminhava. 

- Tá sem calcinha também? - Ele me olhou, batendo a mão em sua perna, me convidando pra sentar em seu colo. 

- Toma vergonha, Luan! - Gargalhei e ele sorriu, então sentei-me.

- Esse som é o mais lindo do mundo. - Disse, se referindo a minha risada, enquanto me acolhe em seus braços. Cheirou meu pescoço e beijou em seguida. Acariciei seu braço que está em volta da minha barriga.

- Se a gente perder o voo, tá tudo ferrado. Eu esgano a Talita. - Eu disse, me sentindo um pouco preocupada. - Ele riu em meu pescoço.

- Amor, o Keven levou ela pra uma experiência diferente. 

- Ah, então Cê tá por dentro? - Eu o olhei. Ele me olhou, dando de ombros. Totalmente desconfiado. - Anda, conta tudo! 

- Cê tá querendo que eu me torne um fofoqueiro? - Ele se fingiu de ofendido.

- Agora temos aqui um ator. Global? Possivelmente. - Ironizei e ele deu um tapinha em minha perna, com um sorriso nos lábios. - Conta, Luan. 

- Tem que ser mais carinhosa pra conseguir arrancar informações. 

- Não sou sua boneca sexual não. - Ergui as sobrancelhas e ele riu. 

- Não falei disso, cabecinha maldosa. Custa me chamar de amor? 

- Eu te chamo de amor. 

- Tô falando agora. 

- Conta a fofoca, amor. - Revirei os olhos e ele riu, segurando minhas bochechas com uma mão, formando um bico em meus lábios. Então, selou nossos lábios repetidas vezes. 

- Conto. - Me mostrou um sorriso bobo. Essa carinha de apaixonado acaba comigo. - O Kevin levou ela pra transar na praia. - Eu fiquei boquiaberta imediatamente. - Ele disse que em certo ponto não tem muita gente. Perto de umas pedras, sei lá. - Franziu a testa. 

- A Talita não disse nada! Que vaca! - Luan mordeu o lábio inferior. 

- Só não me pergunta como ele descobriu esse lugar. - Eu ri incrédula. 

- Filhos da mãe!

- Você já transou na praia? - Ele me olhou. 

- Já, ué. - Dei de ombros e ele ergueu as sobrancelhas.

- Com Bernardo. - Afirmou.

- Óbvio, Luan. Só tive ele antes de você. - Franzi a testa.

- Cês fizeram aonde? Na areia? 

- Luan! Que tipo de pergunta... 

- fala, uai. Não tem problema.

- Mesmo? - Duvidei ao me deparar com seu semblante.

- Mesmo. - Deu de ombros, desviando o olhar do meu. Eu ri ao vê-lo enciumado. 

- Tenho um passado tá? Não se compara ao seu, mas eu tenho.

- Minhas histórias são vazias demais.

- E a Jamile?

- Ah não! - Ele fez menção de levantar.

- Ela já falou com você sobre o nosso namoro? - Eu quis saber, empurrando ele contra a poltrona. Montei nele, enquanto ele reclama. - Responde.

- Não respondi muitas mensagens.

- Então ela já falou com você? Perdeu o amigo de foda. E ai de você se ficar de muito grude com ela. - Apontei o dedo na cara dele. 

- Tira esse dedo agora. Tá doida? - Ele reclamou e eu cedi, mantendo uma postura firme. - Não vou deixar de ser amigo dela. Você não deixou de ser amiga do 
Gabriel. Você é tão engraçada as vezes, Lavínia...

- Eu não transei com Gabriel.

- Porque eu cheguei bem na hora. - Rebateu de imediato. E eu fiquei calada, mas ergui ainda mais minhas sobrancelhas. 

- Eu não tenho uma história com ele. - Alfinetei.

- Que história? Eu não tenho história com ela. Não foi você que disse agorinha que tem um passado? então, Lavínia, eu também tenho um passado.

- Vai se ferrar. - Disse eu, perdendo uma discussão, ficando ridiculamente enciumada. Tentei levantar e ele me segurou. 

- Ou, ou. Amor! - Segurou o sorriso me olhando e eu não olhei de volta. - Psiu, aqui.

- Não sou cachorra, fala direito. - Eu disse ainda emburra e ele gargalhou.

- Chata pra caralho hein, meu amor?! - Lhe acertei um tapa no ombro e ele riu despreocupado.

- Me solta, Luan. Eu preciso me vestir.

- Ei, minha gostosa. Olha aqui! - Pediu, já com as mãos em minha bunda, apertando. Olhei ele de uma forma debochada. - O meu presente é você. - E então recostou-se na poltrona e disse mais alto: - Foda-se todas as mulheres do mundo, eu só quero essa gostosa aqui! - Começou a gritar: - Eu só quero a Lavínia, porra! - Tapei sua boca rapidamente, assustada com o escândalo. 

- Para! - O repreendi.

- Então para de ciúmes. - Ele disse contra meus dedos. Revirei os olhos.

- Tudo bem. Vou me vestir, sério. - E então eu levantei. Vesti minha roupa, sentindo o olhar dele sobre mim. Não o olhei de volta e meus pensamentos foram em Talita. Aquela vagabunda precisa aparecer a tempo. Por fim, passei perfume e fiz um coque em meus cabelos.

- Você já fez anal? - Luan perguntou do nada.

- De novo essas perguntas? - Franzi a testa, olhando meu look: uma calça jeans mom, com um top feito de lenço.

- Só responde, ué.

- Já.

- Beleza. - Foi o que ele respondeu e voltou a atenção ao seu celular.

- Eu não gostei, fazia porque o Bernardo gostava. - Comentei, olhando pra ele.

- Sério, amor? - Ele me olhou com cuidado. - Você também não gostava de oral, lembra? - Assenti. - A primeira mulher dele foi você?

- Não.

- Então o sexo era ruim mesmo.

- Não, Luan. Eu gostava, mas eu gostava do básico.

- Você já gozou com ele? - Eu corei.

- Acho que sim. - Ele sorriu, enquanto eu procura o que ainda está em cima da cama para guardar.

- Não precisa ficar sem graça. Você sabe se já ou não.

- Luan, chega desse assunto. - Eu disse já muito sem graça. O sexo com Bernardo sem compara ao de Luan, mas eu não me sinto bem falando sobre nós dois, ainda mais por meio de uma espécie de comparação.

- Neném, a gente sempre vai conversar sobre sexo. Não tem problema nisso. - Fiquei de costas pra ele, guardando meus objetos. - Você é a boceta mais gostosa que eu já provei. - Fiquei mortificada ao ouvir suas palavras. Tudo bem ouvir isso durante o sexo, mas assim? Queria um buraco que eu pudesse me enterrar.

- Você transou com meio mundo, não vem com essa. - Eu disse, ainda desconfiada.

- Tô falando sério, pô. Você é muito gostosa. Tem uma sentada, que Deus... eu fico tonto com você. - Meu rosto com certeza está na cor de um tomate.

- Luan. - Eu repreendi, finalmente o olhando.

- É verdade. Eu tô muito fodido, em todos os aspectos. 
Um fodido bom, muito bom. - Puta merda! As palavras dele me atingiram e eu me senti completamente desejada e com vergonha. Passei a língua por meus lábios, então bateram na porta. 

- Irmã, tô descendo. - Clarissa disse, interrompendo nossa conversa francamente quente.

- Tô indo também. Talita chegou?

- Não. Desce logo, lá a gente conversa. - Ela disse um pouco estressada.

- Puta que pariu. - Murmurei. - Certo. - Falei mais alto. E então olhei para Luan. - Eu vou matar a Talita.

- Pelo jeito cês vão acabar perdendo o voo.

- Nem fala isso. - Terminei os últimos detalhes e finalmente desci. Encontrei boa parte dos convidados prontos pra voltarem. Iniciamos um papo agradável, Luan sempre próximo, suas mãos sempre em mim. Eu gosto disso. Nós juntos em meio a tantas pessoas, sem preocupação com fotos e todas aquelas coisas. Clarissa liga de três em três minutos para Talita que não atende. Comecei a tentar ligar pro Keven quando aos poucos, as pessoas começaram a irem embora, pude perceber que nosso tempo realmente está acabando.

- Irmã, nós só temos meia hora pra chegar ao aeroporto. 
Não vai dar tempo. - Clarissa disse.

- Que foda interminável é essa? - Marco bufou, também tentando ligar para seu amigo. Acho lindo como ele pega as dores da Clarissa. Luan permanece tranquilo ao meu lado.

- Acho melhor a gente subir e vocês procurarem outra passagem. - Luan finamente falou, imediatamente Clarissa e eu o matamos somente com um olhar. Que tranquilidade irritante! - Que foi? Caramba! - Ele disse chateado. Continuando tentando o contato, porém não obtivemos sucesso. Dez minutos se passaram e então Marco acabou começando a concordar com Luan, que permaneceu calado desde seu último ”aconselhamento”.

- Galera, não dá mais tempo de chegar ao aeroporto. 
Bora subir. - Clarissa me olhou meio em desespero e eu suspirei tentando manter a calma. 

- Nós vamos conseguir um voo ainda hoje. - tentei me manter positiva. 

- Cês vão com a gente mais tarde. - Luan disse, enquanto caminhamos em direção ao elevador.

- Mas você não vai passar por São Paulo, amor. - O olhei, buscando sua mão, entrelaçando na minha. 

- Mas a gente passa, uai. - Ele deu de ombros e eu sorri me apaixonando pela centésima vez. 

- Esse meu cunhado é um anjo. - Clarissa disse. - Pelo menos tem um equilíbrio, porque o outro é um demônio. - Marco gargalhou e todos foram levados pelas risadas também. 

- Agora sou anjo né?! As duas só faltaram me matar uns minutos atrás. - Ele disse após as risadas. Marco apertou o botão do elevador. 

- Tadinho desse neném. - Fiz voz de criança e ele fez careta. 

- Você as vezes tem uma calma irritante. - Clarissa disse e então o elevador abriu, vazio. Entrei, ainda pendurada em seu pescoço. 

- Deixa ele. - Eu defendi, indo para o fundo do elevador, enquanto Marco reclama por ter que arrastar minha bagagem. Ele se encostou contra o elevador, e eu tentei beijar ele. 

- Não, amor. - Ele desviou. 

- Cê tá negando meu beijo? - Ele bufou. - Te amo, bicudo. - Beijei sua bochecha e em seguida seu pescoço, sem me importar com a presença do casal e acredito que nunca fui tão explícita quanto ao meu amor por ele na frente de outras pessoas. 

- Caramba, vocês dois são real mesmo. - Ouvi Clarissa falar, enquanto encho ele de beijos. Luan riu, olhando minha irmã e eu sorri com ele. 

- As vezes eu tenho esse pensamento também. Finalmente, caralho! - Marco disse. então o elevador abriu. Seguimos no corredor, deixando combinado de nos comunicarmos quando Talita chegar.


Já abrindo a porte do nosso quarto Luan teve uma ideia. Decidi concordar e no fundo eu confesso: amei.







OIIIIIII MINHAS LINDAS! Quanto tempoooo! ( bem descarada ) Feliz ano novo dia 27/01 ainda vale? Depois de mais de um mês sumida? Me perdoeeem, colecionando decepções kkkkkkk Mas eu fiquei totaaal sem inspiração. Não conseguia escrever nada!!! Esse capítulo foi feito aos pedacinhos e quem tá no grupo acompanhou o drama. Enfim, vamos aos acontecimentos do capítulo. O que acharam da conversa quente dos dois? Os dois com ciúmes do passado... Talita sumiuuuu! As meninas perderam o voo, mas o príncipe estava lá né?! E essa ideia? Um bombom pra quem acertar 🌚
Me deem ideias sempreeee, as vezes dá um norte que vcs nem imaginam e aí evita esses brancos que nem eu tive/estou. Sei lá... hahahahaha 
Comentários respondidooooosss, obrigada a quem não desistiu!!! ❤️❤️❤️
Bjs, Jéssica 😍