domingo, 26 de setembro de 2021

“ A maternidade bate a porta “ 83

Sinto que minha cabeça vai explodir dentro desse avião. Estamos voltando pra casa. Clarissa e Talita sentaram ao meu lado e estão dormindo. Eu não consigo. Não depois de hoje pela manhã. Não depois de saber que estou grávida. Grávida de pouco mais de um mês. Eu ainda não consegui chorar, ou gritar… estou apenas em choque. Várias perguntas se passando em minha cabeça.

A suspeita só apertou ontem, quando eu passei mal durante o jantar. As meninas me encontraram no banheiro e me lembravam sobre a menstruação atrasada. Eu nem quis acreditar. Senti o chão sumir debaixo de mim. Mesmo assim, tentei manter a sanidade. Estávamos comemorando o noivado da minha irmã. Ficou combinado de irmos fazer um teste de farmácia hoje. Nós três acordamos cedo, fomos até a farmácia dentro mesmo do resort e fomos ao banheiro da sala de jogos. Elas ficaram de fora esperando, eu não pude acreditar quando vi a palavra “ grávida “. Clarissa chorou, toda feliz e emocionada, Talita berrou sem dó que vai ser tia. Eu não consegui fazer nada. Não reagi. Estou assim até agora. Pedi segredo as duas. Ainda não sei como contar pro Luan. Um filho envolve tanta coisa. Só temos um mês de namoro. O vacilo foi todo meu em esquecer o anticoncepcional. Tem meu trabalho, o dele… nossas famílias… e eu já sinto minha cabeça girando de novo.

(…)

Vim o voo todo acordada. Pensando, pensando… senti minha cabeça pesar. E a dor veio. Não é pra menos. O que eu esperava ganhar? Desembarcamos e nos despedimos no aeroporto mesmo. Cada um já vai para seu próprio endereço. Luan se disfarçou todo de capuz, óculos escuro, na tentativa de passar despercebido. Até então tá dando certo. Ele se aproximou e me abraçou, mantendo nosso contato visual.

- Obrigado pela viagem incrível. - É, ele já viaja amanhã para reuniões sobre o tal clipe no Rio. Na terça volta, mas não vamos conseguir nos ver. Ele vai ter muito trabalho e eu também. E assim segue a vida. Ele viaja depois. Shows. Eu fico. Tem a empresa. Um bebê. Um. Bebê. Eu vou surtar.

- Você gostou? - Sorri, acariciando seus braços.

- Muito. E já tô com saudade de você. - Suspirou.

- Passa rapidinho. - Pousei a cabeça em seu peito.

- Passa nada. - Ele beijou o alto da minha cabeça. - Não quero deixar você. - Ele reclamou.

- Então me sequestra. Eu vou. - Ele riu.

- Não me da ideia. Eu faço mesmo. - Eu sorri e o olhei. 
Nossos amigos também estão se despedindo.

- Amei ter você lá, amor. Conhecer meus pais, minha família gigante. Foi muito especial.

- Não lembro o nome da metade ali, mas também fiquei feliz. - Ele sorriu e eu ri.

- Lerdo.

- Você que é. - Ele continuou sorrindo, aproximando o rosto do meu.

- Não. Você é mais. - Falei feito criança, sorrindo também.

- Não. Não sou não. - E então, selou meus lábios uma, duas vezes. Pela primeira vez eu quis chorar depois da notícia que recebi. Ele vai embora, eu vou ficar distante. Com um ser dentro de mim. Nosso ser. Eu tô com medo. Muito medo. - Amor. - Ele chamou, me fazendo despertar dos pensamentos. - Cê tá me ouvindo?

- Voei, desculpa. - Eu ri e ele também.

- Você é mais lerda. Viu só? - Brincou e eu acertei seu braço com um tapa. - Tava falando pra você me ligar se voltar a se sentir mal. Por favor. - Ele franziu a testa e eu assenti. - 
Promete.

- Prometo. - Ele ergueu o dedinho e eu ri, fazendo o mesmo.

- Promessa séria, tá?! - Ele beijou meu dedo. E eu assenti. Ele nem imagina… e eu simplesmente não consigo falar.

- Te amo, amor. - Eu disse, segurando minhas lágrimas.

- Te amo muito. Muito. Muito. - E então, ele me abraçou forte e cheirou meu pescoço, beijando em seguida.

- Temos que ir, irmã. - Ouvi Talita chamando. E então, ele me beijou novamente. Foi um beijo considerável rápido. Estamos na frente de todos.

- Se cuida tá? Come direitinho. - Ele disse e eu morri de amor.

- Pode deixar. Você também. - Então o abracei de novo.

- Ou, casal! - Foi a vez de Marco.

- Tá, já tô indo. - Eu disse, desfazendo o abraço e me distanciando do Luan. Já é noite de domingo. Eu me sinto muito cansada. Mandei beijo pra ele e os meninos e nós seguimos.

- Você contou? - Talita me olhou com expectativa.

- Tá louca? No meio do aeroporto. - Olhei ela.

- Irmã, como você tá se sentindo com isso? - Foi a primeira vez que elas perguntaram. Antes, só souberam ficar eufóricas com a ideia de um bebê.

- Tô sentindo minha cabeça ferver. - Suspirei. - Vocês sabem o mundo que envolve essa gravidez.

- Nossos pais vão surtar. De felicidade, óbvio. - Clarissa sorriu e eu também.

- É, eles sempre quiseram um neto. Carrego essa responsabilidade desde o Bernardo. - Elas concordaram.

- Vou chamar o Uber. - Talita disse e paramos na saída do aeroporto.

- Você acha que o Luan não vai gostar? - Clarissa perguntou.

- Não sei. - Suspirei, sentindo uma angústia enorme.

- Eu aposto que ele vai amar. - Talita disse.

- Nós só temos um mês de namoro. - Ressaltei.

- As coisas acontecem, irmã. Essa é a vida. Imprevisível. - Clarissa me olhou. - Não tô me cabendo com esse segredo.

- Duas! - Talita concordou. - Doida pra gritar pros quatro cantos. - As duas riram. E então, quando perceberam que eu não ri, elas me olharam ficando sérias.

- Tô ficando preocupada com você. - Clarissa disse.

- Eu sei que não é algo esperado, mas você tem todo suporte do mundo, amiga. - Talita falou.

- Não sei se tô preparada. - Senti meu olhos queimando. - Eu tenho medo. Uma vida vai depender de mim. Luan e eu não estamos no melhor momento… como vai ser isso? Vamos morar juntos? Casar? Viver cada um no seu canto? E essa decisão vai ser baseado em nós, ou só pensando no bebê? Não quero que ele decida algo só porque tô esperando um filho dele.

- Eu entendo todos esses questionamentos, mas ele é doidinho por você. A família dele te trata como filha. - Minha irmã disse.

 - O Uber chegou. - Talita disse e nós entramos no carro parado a nossa frente.

Continuamos a conversa, após cumprimentar o motorista.

- Eu só preciso de um tempo. A ficha não caiu ainda. - Eu disse, sentada ao lado de Clarissa.

- Você não pode esconder isso por muito tempo. Muito menos do Luan. - Talita me olhou do banco da frente.

- Eu sei. - Eu disse. Mas na verdade, eu não sei. Primeiro eu vou respeitar meu tempo, assimilar essa coisa de ser mãe e ter um serzinho em desenvolvimento dentro de mim. Isso, antes de tudo. E então, entramos no assunto do noivado de Clarissa, que por sua vez nos revelou que eles querem se casar nos próximos meses.

- Pra que tanta pressa? - Talita olhou surpresa.

- Pra que esperar? A gente já sabe o que quer. - Clarissa deu de ombros.

- Da pra acreditar nisso? - Eu sorri, me sentindo mais leve por tratar de um assunto que não seja eu e um bebê.

- Nós queremos casar no máximo em cinco meses. É o tempo que nos organizamos. Quero tudo como eu sonhei. - E então, ela começou a dividir suas ideias. Talita logo disse que se nós duas deixarmos aquele apê, ela coloca Keven dentro de foda-se quanto tempo eles se conhecem.

(…)

Chegamos em casa e eu mandei mensagem para meus pais e para Luan, avisando que cheguei bem. A sensação de estar em casa é impagável. Seguimos para nossos quartos, então eu tirei minhas roupas e me olhei no espelho. Meu corpo vai mudar em pouco tempo. Alisei minha barriga, que permanece sem nenhuma alteração. Olhei meus seios que também não mudaram.

- Como você pode ser tão pequeno e me fazer vomitar tanto? - Eu conversei com o projeto de gente pela primeira vez. - Você chegou no momento mais turbulento, sabia? Não tô sabendo como lidar com isso… - E então, senti meu coração apertando. Meus olhos lacrimejaram e não demorou até as lágrimas escorregarem por meu rosto. - Desculpa, tá? Eu não sou uma péssima pessoa, mas eu até pensei em tirar você. - Suspirei. - Mas um mês aqui dentro já se tornou seu lugar né?! - Funguei. - Na verdade, eu não teria coragem… e seu pai jamais ia deixar. - Solucei, enquanto as lágrimas descem. - Ele é espetacular. Lindo demais! E você provavelmente vai parecer com ele pra acabar comigo… - Fechei meus olhos, sentindo a ficha cair. Quase 24hrs depois, eu aceitei. Realmente tem alguém aqui dentro e nós estamos inclusive batendo papo. Apesar de ele ser do tamanho de um feijão, e com certeza não está me escutando. - Não sei como vou falar sobre você, nem sei quando vou ver ele de novo. Não sei como vai ser tudo isso, mas eu não consigo tirar você da sua casinha. Foi um pensamento rápido e de desespero. Muito idiota, eu sei. Me desculpa, feijãozinho. - Eu ri entre as lágrimas. - É, você vai ser chamado assim por enquanto. Vamos preparar um momento pra contar tudo ao papai, ok? - Eu ri, sem acreditar que eu estou batendo um papo com meu bebê, que nem se formou ainda. Eu estou grávida. Deus! - Você vai me mudar toda. Eu vou enjoar muito, vou ficar inchada… e isso ainda vai ser o de menos.

Decidi ir pro banho, lá eu chorei mais. Eu sinto um medo imenso! Chega a ser quase pânico. Como eu vou ser mãe? Vai ser pra sempre minha ligação com Luan. Ele viajando pelo mundo e eu em casa cuidando da criança. Vou ficar sobrecarregada, vou ficar solitária e vou ser uma péssima mãe. Essa ideia já me faz chorar mais de desespero.

Perdi as contas de quantos minutos fiquei debaixo do chuveiro. Segui para a cama, vi que havia mensagem dele perguntando se eu estava acordada. Não respondi. Eu não quero contato agora. Esse é um momento meu. Vesti o pijama mais surrado e confortável que tenho. Deitei na cama e por mais que eu quisesse pensar em tudo que envolve nosso feijãozinho, eu não consegui. O sono me envolveu intensamente. Eu apaguei. 

(…)
Dias depois

Hoje já são quase dez dias sem conseguir ver o Luan. Nesse meio tempo, eu passei muito mal, não senti fome de nada. E as vezes senti fome de tudo. E depois vomitei novamente. Fui ao médico, fiz o exame de sangue. Grávida. Minha primeira consulta será daqui um mês. Trabalhei feito doida. Conversei pouco com Luan. Fizemos algumas chamadas de vídeo e trocamos algumas fotos íntimas. Eu sinto saudade. Eu preciso contar pra ele. E mais ainda: eu preciso dele. Gravidez continua sendo um segredo. Ele precisa ser o primeiro a saber… claro, depois das meninas. Nem mesmo minha mãe sabe. Ninguém. Eu quero primeiro conversar com ele. E hoje, já final do dia, eu recebi sua mensagem: “ Vou ter que viajar daqui pra Santa Catarina. Coisas do clipe… vou pra casa em dois dias. Quero te ver. Morrendo de saudade 😥 “

E eu me senti sozinha de novo. Como vamos formar uma família no ritmo de trabalho que nós temos? Suspirei alto. Peguei minha bolsa e fechei as luzes da sala. Fim de expediente. As meninas se animaram para ir a um barzinho, mas eu só quero dormir. Depois de passar mal, dormir é o que mais eu ando fazendo.

- Vocês podem ir, sério. - Eu disse já na saída da loja. 

- Tem certeza? - Clarissa me olhou.

- Meu afilhado não vai ficar querendo um pão de alho? - Talita me tentou. Eu ri.

- Seu afilhado o caralho! - Clarissa se irritou. Elas andam disputando sobre quem vai ser a madrinha do bebê. É, além de tudo preciso lidar com essa briga…

- Amigas, eu vou dormir. Certeza que esse bebê vai puxar ao Luan. Nunca vi tanto sono! - Reclamei, acariciando minha barriga. Elas riram. Por fim, fui pra casa de Uber e elas foram para seu programinha.

Semana que vem é a inauguração do nosso novo espaço no Brasil, onde vai mudar todo meu ritmo de trabalho. Vou ter mais tempo livre e vou conseguir comandar algumas coisas de casa mesmo. Bom para meu pequeno feijão. Luan disse que vem, mas algo me diz que vai surgir outra viagem, outra reunião… tudo sobre o clipe. É o tempo inteiro esse clipe. Vem me torrando a paciência. Mas eu já passei do estágio de irritada, para magoada. Eu estou grávida e ele nem sabe. E não sabe porque simplesmente não temos tempo de nos ver. Jamais vou dar essa notícia em uma vídeo chamada. Nem pensar!

Cheguei em casa e respondi ele com um “ Ok “

E fui preparar algo pra comer. Estou com muita fome! Abri a geladeira e vi um bolo de chocolate. Comprei ontem. E vou comer de novo. Minha boca salivou e então, ouvi meu celular tocando. Já sei que é ele. Peguei o bolo e coloquei no balcão. O atendi em seguida.

- Oi. - Eu disse.

- Você tá bem? - Ele perguntou receoso.

- Bem. Só cansada. Muito trabalho, você sabe.

- Sei… também ando exausto. Cê tá com as meninas? - Ele quis saber.

- Não. Em casa. Elas foram beber algo.

- Entendi… tá sozinha então?! - Disse malicioso, mas eu estou tão chateada. Zero clima.

- Uhum. - Suspirei. - Vou capotar logo que possível. - Ele ficou em silêncio ao perceber meu fora. Fiquei esperando ele falar algo. As vezes nossas ligações tem disso. Silêncios.

- Tá tudo bem mesmo?

- Tá, Luan. - Bufei, ficando irritada.

- Luan? Não. Não tá bem. Conversa comigo. - Ele pediu.

- Tô falando pra você que tá tudo bem. Eu só tô cansada, com fome… só isso. Fico um pouco irritada, cê sabe. - Tentei disfarçar pra evitar maiores explicações como: estou grávida, você quase não tem tempo pra mim. Quando tudo que eu mais quero é a tua atenção. Pelo menos ter a chance de te contar. Mas nem isso…

- Entendi… - Ele disse desconfiado. - Promete que se tiver incomodada com algo, vai falar comigo? Tô sempre pronto pra conversar com você. - Suspirei ao ver ele tão compreensivo, mas ainda estou chateada.

- Amor, prometo. - Sei que assim, acalmei seu coração. - Só preciso comer. - Ri de leve.

- Tá, tudo bem. Você faz falta. - Suspirou pesado. Sei que pra ele também não são dias fáceis. Viu só?! E Gravidez nisso tudo… eu não estava pirando atoa. Eu tinha toda razão.

- Quando cê vem? Quero fazer um jantar pra nós. - Tentei mais uma vez. Venho falando sobre isso pela terceira vez.

- Eu sei… tô louco de vontade de tá com você. A gente consegue se ver na inauguração. Já disse. Não quero nada marcado pra esse dia.

- Mas nem vai ter festa… - Eu ri de leve. Sentindo um balde de água fria de novo. Esperava ver ele antes. Ele vem para São Paulo em dois dias, mas isso não significar me ver. Ele não tá com tempo nem pra ele.

- Eu sei, minha loira. Mas quero ir lá com você, ver tudo… depois a gente volta pra casa e janta. Vou comer tudo com muito gosto. - Ele foi malicioso na última frase.

- Vai ser algo só pros funcionários, amor. - Revirei os olhos, enquanto sorrio.

- Então avisa que vai ter um cantor lá. - Ele se esforça. Ele sabe que tá muito em falta comigo. E o fato de ele ter essa consciência, significa muito pra mim. Mas não está sendo o suficiente se tratando da situação que nos envolve.

- Tá. Eu aviso então. Esse cantor não vai cancelar em cima da hora? - Ergui as sobrancelhas sem segurar minha língua.

- Prometo que não. Você é prioridade pra mim. - Ele sabe usar as palavras… fiquei calada para não iniciar uma discussão.

- Certo. Vou confiar. Preciso comer agora, amor.

- Tudo bem. - Ele riu. - Te amo. Muitão.

- Te amo mais. - Ele riu.

- Não, não… eu amo mais. - Revirei os olhos, sorrindo feito boba.

- Quando cê vier a gente vê quem ama mais. - Ele riu.

- Vou te encher de beijo e de cheiro. Cê vai ver só…
Hummm, tô esperando. Agora vou indo, tá?! Um beijo. Amo você.

-  Amo você também. Beijão nessa boca linda. - Eu ri e então, desliguei. Ele consegue amenizar? Consegue! Fico boba toda vez que término uma ligação com ele. Mas eu ando muito chateada… pode ser sensível demais. Não sei. Nem quero pensar nisso agora. Só quero me deliciar no meu bolo de chocolate. 

(…)

|| Luan ||

O dia da inauguração do novo espaço de trabalho das meninas chegou. Consegui ficar o dia livre, mas não pude estar com Lavínia. Tenho notado ela mais distante e mais sensível. Sensibilidade que ela muita vezes camufla com reação. As vezes é grossa, as vezes é fria… não temos conversado muito sobre o clipe. Ela não se sente confortável com isso e eu respeito. Gostaria de ter passado o dia juntinho dela, mas não consegui. Ela tá trabalhando feito louca e acabou de ser grossa de nova ao telefone agorinha.

- Nós vamos que horas, Pi? - Bruna apareceu em meu quarto.

- Vou esperar ela me dizer certinho. - Eu disse. Bruna insistiu em ir junto.

- Certo. - E então, sumiu. Foi quando meu celular tocou. É Arleyde. Pensei em não atender, mas que profissional eu seria?

- Oi, Luan. Tudo bem? - Ela disse.

- Oi, lelê. Tudo sim. O que cê manda?

- Natália chegou ao Brasil. - Ela disse e eu franzi a testa. 
Nosso clipe só vai ser gravado daqui duas semanas. 

- Sério? Velho, ela não disse nada…

- Sim. Ela comunicou agora. Decidiu de última hora e insiste em viajar para Trancoso. Vai fazer um jantar hoje, chamou você e a equipe. - Fechei os olhos com força.

- Arleyde, eu pedi pra não marcar nada hoje.

- Luan, ninguém sabia que ia iria vir. Todos foram pegos de surpresa. Sei sobre o compromisso com a Lavínia, mas deixar a nossa convidada que preparou um jantar, não é legal…

- Puta que pariu. - Murmurei. Respirei fundo e não sei o que fazer. Porra!

- Confirmo que você vai? - Fiz careta, sabendo do que prometi a Lavínia.

- Diz a ela que amanhã nos encontramos.

- Tem certeza, Luan? - Ela disse e eu bufei. - Nós convidamos, ela veio de outro país, está oferecendo um jantar para que todos se conheçam… eu acredito que Lavínia vai entender. - Não. Ela não vai entender. Neguei com a cabeça.

- Quem vai ao jantar? - Perguntei, ficando muito irritado. Mas que merda!

- Edgar, eu, o diretor do clipe, uma amiga dela que também veio. Você pode chamar seu pai também, afinal, é seu empresário. E Wellington também vai, caso você vá.

- Vou chegar tarde. Não vou cancelar com Lavínia. Vou dar uma passada na inauguração, em seguida vou pro jantar. Ela vai comigo. - Falei, me sentindo muito contrariado.

- Certo. Tudo bem. Te passo tudo certinho pelo WhatsApp.

- Beleza. - E então, desliguei. Joguei o celular para longe. Foi de encontro ao colchão. Lavínia vai ficar muito puta… muito! Fechei os olhos e me senti dentro de um furacão. Ando tão sobrecarregado… muito trabalho, sinto ela distante de mim. E minhas duas prioridades se chocam, me deixando desestabilizado. Respirei fundo, me sentindo perdido. Eu sabia que assumir um namoro não seria fácil com a vida que eu levo, mas não quero abrir mão dela. Não quero mesmo. Foi então, que meu celular tocou. Peguei, pensando ser Arleyde de novo, mas não. É ela. Minha loira.

- Oi. - Atendi. Ela foi bem grossa comigo minutos atrás.

- Desculpa, amor. Tô uma pilha. - Já foi dizendo. - Acabei de sair de lá, tô indo pra casa. Daí cê pode se arrumar também. Não vai ter nada, tô falando pra você. Contratamos um serviço de jantar e vamos oferecer aos funcionários da loja e os novos que chegaram. Um momento tranquilo.

- Eu só quero tá com você. - Eu suspirei. Sei que ela vai reagir mal quando eu contar.

- Tá, tudo bem. A gente vai se ver. A Bruna vem também?

- Sim. E eu preciso falar com você… - Falei receoso.

- Pode falar, meu bem. - Fechei os olhos e respirei fundo.

- Natália chegou hoje ao Brasil. Pegou todos de surpresa. Preparou um jantar pra toda a equipe e eu não tive como negar, mas daí você vai comigo. A gente fala com eles e depois vamos pra sua casa como você queria. - Falei rapidamente. Ela ficou em silêncio por uns segundos. - Amor? - Franzi a testa. 

- Eu sabia que algo sobre o clipe ia acontecer. Você tá com muito trabalho, Luan… não precisa se sobrecarregar por minha causa. - Senti a decepção na voz dela e isso me embrulhou o estômago.

- Não faz assim, loira. Eu quero ver você. Pra mim é um prazer, poxa. Nós dois precisamos de pelo menos cinco minutinhos. Você também tem trabalhado tanto… a gente quase não tem tempo de se falar… tô com muita saudade. - Ela suspirou exausta.

- Eu precisaria mais de cinco minutos. - Suspirou de novo. - 
Não vou ao jantar. Já tinha pensando em tudo pra comer com você lá em casa, mas vou cancelar o pedido. Daí já janto com o pessoal na empresa. - Ela disse muito contida. Prefiro quando ela se irrita, pelo menos demonstra alguma reação que não seja decepção. 

- Loira, bora comigo. Daí você já conhece ela e tudo mais..

- Eu não quero participar disso. Eu aceito, é seu trabalho… mas você sabe como me sinto desconfortável. - Respirei fundo. Não vou contar sobre essa ideia de viagem que continua de pé. O que eu vou fazer, céus?

- Beleza. Te vejo então. - Decidi não insistir.

- Me encontra na empresa mesmo. Vou te mandar o endereço. - É, ela nem ao menos quer que eu vá buscar ela. Droga!

- Tudo bem. Mas eu poderia passar aí…

- Não precisa. A gente se encontra lá. Vou com as meninas. - Começou a responder muito fria. De novo.

- Entendi… um beijo.

- Beijo. - E então, ela desligou. Senti meu coração retorcendo. Não quero que ela fique chateada. Espero reverter essa situação ainda hoje.

Levantei e depois de mandar mensagem para minha irmã, fui pro banho.

Coloquei uma roupa elegante, porém sem ser muito formal. Desci e esperei Bruna por uns cinco minutos. Enquanto isso, conversei com meus pais que mandaram um abraço pra Lavínia.

Entrei em meu carro numa ansiedade sem tamanho… quero ver ela. Isso tá me tomando completamente.

- Uou! Olha como a cunha tá gata! - Bruna disse e então, me mostrou uma foto que ela postou em seu Instagram:


Meu coração saltou. Porra! Muito gata!

- Sou um cara de sorte. - Sorri e Bruna sorriu também. Ela colocou uma música, então fomos curtindo um sertanejo até chegarmos no endereço. E demorou, diga-se de passagem. É um prédio comercial, então logo na portaria fui tietado. O funcionário quis uma foto, antes de seguirmos. É um prédio de luxo, não conhecia.

- Deve tá a coisa mais linda. - Bruna sorriu.

- Lavínia quase ficou doida com isso, deve tá perfeito. - Eu disse, me sentindo orgulhoso dela.

Chegamos a porta que tem uma senha ou digital para entrar. 
Não sei nenhum dos dois. Peguei o celular e liguei: 

- Amor, cheguei. - Eu disse.

- Tá, só um minutinho. - desligou em seguida. Então, atendido por uma funcionário que foi bem simpática.

- Boa noite, gente! - Sorri, encontrando um espaço bem amplo de recepção. Poucos funcionários por aqui.

- Boa noite. - Bruna sorriu e eles nos responderam.

- Lavínia tá no studio de vídeos. - A funcionária que abriu a porta disse.

- São só vocês? Cadê a comida? - Perguntei.

- O restante estão na área livre. - É, foi comprado a cobertura do prédio pra realização da distribuidora aqui no Brasil.

- Beleza. Então daqui a pouco tô indo pra lá. - Sorri e então, a funcionária me levou até a sala. No trajeto pude ver um pouco do lugar. Tudo de muito bom gosto. Ela bateu na porta e abriu em seguida, vi Lavínia batendo fotos com suas irmãs. Meu coração pulou dentro do peito. Tá muito linda! Um decotão, um macacão vermelho… é de tirar o fôlego. Entrei então o mundo sumiu quando ela me olhou. Sorri, indo em sua direção. Lhe abracei forte e ela me abraçou de volta. Eu me senti em paz. Muito em paz.

- Oi, sentiu saudade mesmo hein?! - Ela brincou. Está de bom humor? Suspirei aliviado.

- Muita saudade. Você tá uma gata. - E então olhei ela.

- E você também. E muito cheiroso. - Olhei seus olhos que sorriem pra mim. Que saudade. Que saudade. Olhei sua boca convidativa.

- Posso te beijar? - Eu quis saber, sem ter a intenção de borrar sua maquiagem.

- Esse batom não sai tão fácil, Luan. - Me chamou pelo nome, mas pelo menos tá sorrindo. Emaranhei minhas mãos em seus cabelos e beijei ela. Meus lábios nos dela. Minha língua na dela. Foi um beijo contido, mas só de sentir o gostinho… ela não me deixou prolongar muito. Estamos numa sala com algumas pessoas. Ela riu de leve, ficando sem graça e eu cheirei seu pescoço, aproveitando meu chamego pertinho de mim.

- Ou, cê não viu a gente não?! Viado! - Só então, pude ouvir a voz do Keven. Contra vontade, eu tive que largar ela. Olhei para o lado e vi os dois marmanjos sentados em duas poltronas. É um ambiente sem nada. Além de duas poltronas, uma penteadeira cheia dê lâmpadas, e ring ligth. Tudo muito iluminado.

- Fala, seus malas! - Sorri e fui cumprimenta-los. Ouvi Bruna falando com Lavínia, as meninas começaram o maior converseiro e eu continuei falando com meus amigos sobre a correria que está sendo o clipe. Olhei para trás e vi elas distraídas, batendo fotos. E então, sussurrei para os dois: - 
Natália chegou. 

- Puta que pariu. - Os dois falaram ao mesmo tempo, no mesmo tom de voz. E eu assenti, concordando com suas reações.

- Ela não ia vir mais perto do clipe? - Keve franziu a testa.

- Ela quer viajar pra Trancoso. Insiste nessa ideia. - Bufei.

- E a Lavínia não vai. - Marco disse.

- Já deixou isso bem claro. Daí cês imaginem se eu for. - Passei a mão por meus cabelos, me sentindo agitado.

- O pau vai torar, meu amigo. - Marco disse e Keven gargalhou. Acabei rindo. De desespero. Total desespero.

- Ou, vamos comer? - Clarissa chamou.

- Terminaram a sessão de fotos? - Marco disse.

- Amor… - Ela colocou a mão na cintura. Eu sorri com os dois. Combinam pra caralho! Então, todos foram saindo e eu segurei a mão de Lavínia. Seu cheiro tomou meus sentidos. Parei e fiz com que ela parasse também.

- Galera, cês podem ir. Deem dez minutinhos pra gente. - Eu falei e Lavínia me olhou sem entender, enquanto o restante soltaram risadas maliciosas. Logo todos se foram e eu encostei ela na porta.

- Você precisa falar alguma coisa? - Ela me olhou atenta.

- Só tô com saudade. - E então, cheirei seu pescoço. Segurei sua cintura, trazendo ela pra mim e sentindo ela relaxar. - Você não imagina como eu precisava disso. - Sussurrei, beijando seu pescoço. Ela acariciou meus ombros, afetuosamente.

- Nós estamos muito ocupados ultimamente. - Suspirou. E eu olhei em seus olhos.

- Você tá uma coisa incrível hoje. - Elogiei e ela corou um pouquinho. Sorriu e eu derreti todo. Minha gatinha! - A gente pode dormir juntos hoje. - Fiz a proposta.

- Você tem seu jantar. - Ela sorriu de lado. E lá estava o olhar decepcionado.

- Você vem comigo. Confirmei nós dois. A equipe de sempre vai tá lá também. Depois a gente vai pra teu apê.

- Eu não vou, Luan. Eu tô no último nível de cansaço, eu não quero contato com aquela mulher e nem saber nada sobre o clipe. Eu desejo que seja um sucesso, que seja melhor do que você imaginou, mas… não exige mais de mim. Eu não consigo. - Ela pediu e eu suspirei.

- Só um jantarzinho? Rápido. - Eu propus novamente. Ela negou com a cabeça. - E depois posso ir dormir com você? - Ela riu sem ânimo.

- Eu vou estar apagada. - Mordi os lábios, tentando entender o que realmente tem aqui. Ela tá estranha. Me afastando, sendo fria… se mostrando indiferente em muitos aspectos.

- O que tá acontecendo? - Fui direto, porém compreensivo.

- Eu não tenho como falar com você em dez minutos. - Ela negou com a cabeça.

- Eu vou pro jantar e volto pra você. Nós vamos conversar. O que tá havendo? - Franzi minha testa.

- Eu já disse que vou tá dormindo. Você não imagina a quantidade de sono nas últimas semanas. Faz seu trabalho, amor. Se concentra nisso, depois a gente conversa.

- Você tá me deixando preocupado. Continua passando mal? - E então, vi seus olhos marejando. Ela desviou o olhar do meu. - Loira, olha pra mim. - Pedi, ficando ainda mais apreensivo. - Você tá com algum problema?

- Não. Não é nada. - Ela sorriu sem ânimo. Me abraçou.

- Lavínia, cê jura pra mim? - Abracei ela de volta.

- Uhum. Juro. Não precisa se preocupar. 

- Amanhã volto a viajar. Tenho uns shows, então é a nossa chance. Conversa comigo. - Pedi. E ela me olhou.

- Eu tô numa inauguração. Você veio aqui de passagem, porque também tem trabalho hoje… não dá pra gente parar pra conversar. - Franzi minha boca, ficando irritado com a condição da nossa vida, como ela está interferindo no nosso relacionamento no momento.

- Promete pra mim que você tá bem. - Pedi. Ela me olhou, tentando me passar confiança.

- Prometo pra você, Luan. Eu tô bem. - E o sorriso sem graça, lá de novo.

- Tô aqui pra você. Cê sabe, num sabe? - Ela assentiu. - Sabe que eu amo você? - Acariciei seus cabelos. E ela assentiu. - 

- Sabe que é o amor da minha vida? - Sorri e ela assentiu, sorrindo também. - Sabe que é a loira mais gata desse mundo? - E ela riu. Riu de verdade. Isso me aliviou um pouco. Bateu em meu peito, e então eu procurei sua boca. E nós demos alguns beijos. Eu me deliciei nela. Sentindo meu corpo todo queimar. É incrível como só preciso da boca dela tocando a minha pra que tudo incendei.

Foi entre um de nossos beijos, que bateram na porta. Ela me afastou. 

- Tô borrada? - Me olhou. Sua voz tá muito afetada e eu só queria sumir daqui com ela.

- Não. Tá tudo certo. - Falei, olhando sua boca.

- Irmã, estamos esperando vocês. - Talita disse. Suspirei.

- Tô indo. - E então, ela deu uma ajeitandinha nos meus cabelos. É, ela pegou eles com vontade momentos atrás. - Vamos?

- Bora. - E então, saímos. E foi quando eu não tive mais tempo de estar com ela. No máximo, houveram alguns abraços e carinhos. Mas na maior parte do tempo, dando atenção a todos. Se divertindo com a equipe, comemorando a conquista. Não bebi nada, afinal, estou dirigindo.

Alguns minutos se passaram e eu percebi que não poderia adiar mais. Combinei com a Bruna de ir comigo, já que Lavínia não quis.

Comecei a me despedir de todos e vi o olhar dela. A testa franzida, mostrando descontentamento. Por fim, ela me levou até a porta de saída.

- Cunha, tá tudo lindo por aqui. Parabéns! Você merece demais. - Bruna disse, abraçando ela.

- Obrigada, Cun.

- Amo você. Vê se aparece lá em casa, mesmo sem Luan por lá. - E então, desfez o abraço.

- Te amo também. - Sorriu. - Apareço sim. Manda um abraço pros meus sogros. - E eu sorri. Amo ver ela falando assim. 
Mostra o quanto eu sou dela. Porra, eu gosto.

- Pode deixar. Vou esperar no estacionamento. - Minha irmã disse e piscou um olho, antes de sumir pelo corredor. E ela me olhou. Seu olhar tem um apelo silencioso, misturado com chateação… eu me senti péssimo.

- Não me olha assim. - Segurei sua mão, acariciando.

- Como? - Tentou disfarçar.

- Assim. Dá vontade de largar tudo por você. - Fui sincero e ela suspirou.

- Sua morena tá esperando. - Ela alfinetou.

- Não é minha morena. Não tem morena nenhuma na minha vida, sem contar com a minha mãe. - Ela bufou.

- Ok.

- Ou… - Suspirei. - Vem cá. - Puxei ela pra mim, agarrando sua cintura. - Não fica toda emburrada não, poxa. - Olhei em seus olhos. Ela só sorriu sem ânimo de novo. Ficou me olhando em silêncio. E o apelo lá. Ela não tá me dizendo algo. A sensação é horrível. - Eu posso voltar depois do jantar. - Falei pela terceira vez.

- Eu tô esgotada. Sério. Preciso dormir. - E mais uma vez, ela me deu um fora. - Amanhã eu trabalho. Cê sabe como é… - Assenti, olhando sua boca. E então, olhei seus olhos novamente.

- Só não esquece nem por um segundo o quanto eu te amo. - Falei firme.

- Eu também te amo. - Ela falou, me olhando. Não estamos no nosso melhor momento e ela está claramente chateada comigo. Claramente. Mas ouvir ela dizer isso, já me enche de paz.

- Diz de novo. - Sorri, aproximando meu rosto do dela.

- Você já ouviu. - Disse, ainda emburrada. Eu ri de leve, beijando o canto da sua boca, sua bochecha, seu pescoço.

- Grossa. - Murmurei, ouvindo ela bufar. - Preciso ir. - Olhei ela de novo. - Certeza que tá tudo bem? - Ela assentiu. Mas tem algo lá. Eu sei.

- Bom jantar. - Eu sei que ela diz isso tá boca pra fora. Tá odiando o fato de eu ir pra lá. Na verdade, eu também não estou gostando de ir. Ri de leve e assenti.

- A gente vai se falando, tá? Qualquer coisa cê me liga, manda mensagem… - Ela assentiu de novo. - Beijo? - Pedi e ela então se aproximou, com as mãos em minha nuca e me beijou. Foi tão bom como sempre é. Essa boca foi feita pra mim, não há dúvidas disso.

- Se cuida. - Ela disse, me olhando. Ela faz um apelo em silêncio e isso tá me deixando muito angustiado.

- Você também. Te amo. Te amo, te amo. - Sussurrei, fechando os olhos. Com meu nariz encostado no dela.

- Eu também te amo. - Acariciou minha bochecha e então eu me afastei.

- Qualquer coisa é só falar comigo, tá? - Disse novamente e ela assentiu. Toda a chateação exalando dela. Sinto por isso. Mas nós vamos passar. É só um momento.

- Beijo. - Soltou beijo e ficou me olhando ir. Algo no meu coração está me deixando angustiado. Ela queria falar, eu sinto a necessidade dela. Mas poxa, tá só me afastando. Mas eu entendo, ela tá irritada e chateada comigo. Suspirei alto, já entrando no elevador. E vamos para Natália.







Um capítulo cheeeeeio de acontecimentos… Não tenho nem o que dizer… deixo com vocês! 

Comentários respondidossss
Bjs, Jéssica ❤️

domingo, 19 de setembro de 2021

“ O amor é isso “ 82

Deitamos e eu fiz Luan tomar um banho de perfume para que o cheiro do desodorante sumisse. Assistimos um filme e eu comecei a me sentir melhor e sonolenta. Sentindo o aconchego quentinho de seus braços, eu logo dormir.

(…)

Quando acordei, vi ele dormindo. Aproveitei para observá-lo. É realmente lindo! Acariciei suas bochechas e seu nariz. Como pode me tirar do sério e me dar tanta paz? Eu o amo muito! Olhei a janela e vi que o sol já está indo embora. Me agarrei em Luan e ele suspirou satisfeito, o que me fez sorrir. Eu estou bem. Muito, muito bem. Cheirei sua bochecha e voltei a fechar os olhos. Não tem pra Natália. Esse homem é meu.
E então, eu dormi novamente.

|| Luan ||

Acordei já a noite e vi Lavínia toda aconchegada em mim. Olhei ela e pude perceber seu rosto com aparência boa. Pelo menos ela não tá pálida igual quando vomitou. Acariciei seus cabelos, enquanto penso em todo o estresse por conta desse clipe. Nem a pau que passo por isso de novo! Lavínia é ciumenta e não é segredo, e eu não quero desgastar meu relacionamento com algo que pode ser evitado. Só não foi possível dessa vez. Infelizmente. Acredito que isso afetou seu emocional ao ponto de deixar ela mal fisicamente. Eu tinha outros planos para nós no final dessa tarde, inclusive, Marco já deve ter pedido clarissa em casamento. Por isso houve a ideia de cada casal ter seu tempo. Peguei meu celular e verifiquei meu Instagram, logo dei de cara com a publicação da minha cunhada: 

“ Mil vezes SIM! ❤️‍🔥💍 “

Sorri imensamente e comentei:
 “ Caraaaaaalho 😍 Amo vcs! ❤️ “

- Amor, que horas são. - Ouvi sua voz sonolenta e então olhei pra ela. Seus olhos continuam fechados.

- Mais de 19hrs. - Ela gemeu em protesto. - Cê tá bem? - Larguei o celular, lhe dando total atenção.

- Uhum. - Disse ainda com sono.

- Tá com sono ainda? - Eu ri.

- Uhum. - Respondeu da mesma forma e eu gargalhei.

- Loira… levanta. Sua irmã com certeza quer falar com você. - E então, ela me olhou e franziu a testa.

- Que?

- Sua irmã. - Eu disse e ela me olhou desconfiada.

- Você tá sabendo do que? Diz logo. - Ela ficou curiosa.

- Fala com ela, uai. - E então, ela rolou e pegou seu celular. Tá vestindo apenas minha camisa e sua bunda me deu um belo “ olá “. Ela ligou para a irmã, levantando da cama. Eu protestei em pensamento. Tô precisando tanto de uma atenção… morrendo de vontade.

- Irmã? O que aconteceu? - Ela perguntou de cara, sem nem dar um oi.

- Eu tô noiva! - Clarissa gritou e até eu pude ouvir. Acabei rindo.

- O que? - Lavínia berrou e então logo soltou gritinhos. - Não acredito! Como foi isso? - Ela me olhou com uma mão na cintura, enquanto escuta sua irmã. O sorriso dela tá sem tamanho. - O Marco é muito fofo! Quero ver fotos! - E então sua irmã falou novamente. - Vou ver agora. - E então ouviu de novo. - Hoje? Claro! - E então ouviu mais um pouco, mordendo os lábios em empolgação. - Fala tudo pelo WhatsApp. Beijo! - E então, gritou a última frase: - Parabéns! E eu vou ser madrinha! - Em seguida riu e desligou. - Você já sabia? - Ela andou em minha direção, enquanto eu fico olhando feito bobo. Assenti. - Como assim? Luan! - Ela continua sorrindo lindamente. Veio e se montou em mim. - Você conseguiu guardar esse segredo? 

- Claro, uai. - Dei de ombros. - Marco já tinha tudo planejado faz um tempo. 

- Por isso vocês estavam estranhos… - Ela sacou. E eu assenti de novo. - Tô muito feliz! - Ela procurou minhas mãos e entrelaçamos, descansando-as em meu peito.

- Eu também tô. Eles são complementos um pro outro. 
Ninguém aguentaria o Marco como a Clarissa aguenta. 

- E vice-versa. - Lavínia disse. E nós rimos. - Vamos ter uma noite pra comemorar. Cê sabia também?

- Sabia. Só não sei aonde vai ser. Ele guardou esse segredo junto com a Bruna.

- A Bruna? Ela ajudou? - Ficou surpresa e eu ri.

- Em tudo. - Ela sorriu. 

- Não desconfiei de nada!

- Essa era a intenção. - Beijei sua mão carinhosamente.

- E então, essa noite vamos beber, comemorar, transar… - Ela disse bem maliciosa. Eu ri.

- Você tá bem mesmo pra fazer isso tudo?

- Você tá ficando chato. - Reclamou.

- Ah é?! Beleza. - Me fiz de ofendido e ela acreditou.

- Não, amor… é só que você pergunta sempre. Eu tô bem. - Deu de ombros.

- Tá, então vou fazer pouco caso de você agora. - Continuei e ela riu.

- Luan… - E então aproximou o rosto do meu, me abraçando. - Eu tô bem. - Confirmou, selando nossos lábios. E de novo. E de novo. Se eu pudesse para o tempo e parar o mundo, eu pararia agora. Não largaria nunca essa mulher, sentiria esse cheirinho e ganharia esses beijinhos para sempre. Logo ela engatou um beijo pra valer, explorando minha boca sem pressa e com muita vontade. Seus quadris automaticamente ganham vida, rebolando devagarinho em cima de mim. E eu, em todo o tesão acumulado, não demoro nadinha para reagir. Meu corpo todo se ascende, enquanto sua língua me embriaga com seus movimentos. As mãos dela em meus cabelos, acariciando… procurei a barra da minha camisa que ela está usando e adentrei minhas mãos, tocando sua bunda, acariciando e apertando. Ficamos sem fôlego, então ela chupou meu lábio inferior, encerrando o beijo. Permaneceu com o rosto próximo ao meu.

- Você não me provoca. - Pedi em um sussurro e ela sorriu, voltando a me beijar. Rebolou mais e eu apertei sua cintura, acariciando todo pedaço de pele dela. Chupei sua língua e ela arfou, meu pau já está todo animado.

- Viu só como eu tô bem? - Ela disse com a boca grudada na minha. O resultado não foi outro. Nós transamos e eu finalmente matei minha vontade dela, que deu tudo de si na cama. Foi cada sentada….cada rebolada… Eu sou um filho da mãe sortudo.

Ela foi pro banho, enquanto eu me recupero. Foi uma transa e tanto. Peguei meu celular e comecei a responder no grupo do clipe. Natália já está nele também, e ela insiste na viagem. Eu fico em um beco sem saída. Não quero desagradar a garota, mas não quero desagradar a minha. Depois eu lido com isso. Por enquanto, vou levando no papo essa ideia de viagem. Respondi meus pais e também o grupo com Marco e Kevin.

Foi o tempo de Lavínia sair do banheiro.

- Os caras falaram que é algo bem chique. - Eu repassei a informação.

- Certo. - Ela me olhou, enrolada no roupão. - Cê vai ficar aí pelado? - Riu de leve e eu ri também.

- Você me deu um chá daqueles hein?! - E ela corou. Coisa mais linda! Sinto que ela está ressentida com tudo, mas tá tentando ficar bem comigo e eu a amo mais por isso.

- Vou me maquiar. - E então, voltou para o banheiro novamente. Vai tomar conta da bancada. Decidi levantar e adiantar tudo.

Demoramos mais de uma hora para finalmente ficarmos prontos. Encontramos os casais na sala de jogos e então, pedi para que fizessem um registro nosso. Sentei Lavínia no balcão e ela se aproximou, me abraçando. Fizemos algumas poses e então, Marco me devolveu o celular, nos apressando.

Quando achamos um táxi que houvesse capacidade para todos, eu postei nossa foto, me declarando pra ela mais uma vez: 

“ Êta, Loirinha… tô ferrado ❤️‍🔥 “ 

Bloqueei meu celular e então, vi ela distraída respondendo algumas mensagens no seu.

Alguns minutos depois, chegamos ao local e logo na entrada, Kevin registrou fotos com Talita. Entramos e encontramos um bar&restaurante muito chique e de muito bom gosto. Entrelacei minha mão na de Lavínia e seguimos para a mesa que Marco já havia reservado. Vi também uma pessoa cantando no palco, uma espécie de karaokê. Que lugar massa!

- Ela canta muito ruim, tadinha! - Lavínia comentou, sentando ao meu lado. Eu ri.

- Quero ver você ir lá. - Provoquei.

- Nem a pau!

- Ah, vai sim! Depois de umas doses… - Continuei brincando e ela riu.

- Não vou não.

- Eu vou com você. - Sorri.

- Pior ainda. Cê vai me humilhar, amor. - Meu coração saltou. Ela me chamou de amor de novo desde a nossa briga. Nem transando ela falou nada carinhoso. Foi uma safada, mas não demonstrou tanto afeto.

- Vem cá. - Chamei, esquecendo dos nossos amigos. Ela me abraçou e eu cheirei seus cabelos, em seguida seu pescoço. - Te amo, minha loira. - Beijei seu pescoço carinhosamente.

- Te amo também. - E se afastou, me olhando. Esse olhar… toda apaixonada, entregue.

- Olha só, que foto mais linda! - Talita começou a exibir a publicação de Keven para nós: 

“ Compartilhar a vida com você é mágico. Você é meu sonho! ❤️ “

As meninas logo se derreteram em um “ onw “

- Lavínia e eu somos mais bonitos. - Falei.

- Em questão de estilo, ninguém ganha dos noivos aqui. - Marco falou.

- Nós somos mais carismáticos. - Keven argumentou. Eu tive que rir. Claro, isso não parou por aí. E então, recebemos petiscos pela conta do restaurante. É cortesia deles para todos os clientes.

Logo que começamos a comer, Lavínia rapidamente levantou.

- Vou ao banheiro. - Disse muito rápido e logo saiu. Franzi a testa, achando aquilo muito estranho. Levantei, já pronto para ir atrás dela.

- Ela tá passando mal de novo. - Eu disse e então, Talita levantou.

- Eu vou checar isso. Você não vai conseguir entrar lá mesmo. - Talita disse e então, foi até lá.

- O que ela tem? - Keven demonstrou preocupação.

- Não sei, velho. Já disse que quero ir ao médico com ela. - Eu falei, sentindo todo ânimo indo embora. Ao mesmo tempo o garçom chegou com champanhe que pedimos para brindarmos ao noivado.

- Irmão, cê tem certeza que não é gravidez? - Marco me olhou sério.

- Não, pô! Ela toma tudo certinho. - E foi nesse momento que Clarissa também levantou.

- Vou ver como ela tá. - E saiu. Os meninos me olharam desconfiados.

- Isso tá estranho. - Keven apontou para a direção que elas foram. O que essas três tão aprontando?

- Eu acho que foi por causa do clipe. - Lamentei.

- Você é idiota ou o que? - Marco me olhou entediado.

- Vai se foder! - Rebati.

- Ela tem alguma coisa, isso não é só por causa do clipe. Se liga! - Keven me alertou e eu fiquei com uma pulga atrás da orelha. Fiquei em silêncio e voltei a comer, pensando. Gravidez não é. Ou é? Lavínia não me falou nada sobre um possível risco, nada…

Será que ela tá doente e não quer falar? Será que isso tem haver com a péssima alimentação dela?

- Ou, relaxa! Ela vai ficar bem, logo mais vocês conversam. - Marco disse, percebendo meu estado.

- É, pô. Nosso amigo aqui tá noivo, você possivelmente vai ser pai, então bora comemorar. - Keven brincou e eu ri.

- Filho da mãe! - Eu disse.

- Já imaginou uma menininha pra você pagar todos os seus pecados? - Marco continuou zoando.

- Nunca fiz nada de errado. - Eu disse e eles gargalharam alto. E apesar do ambiente ser refinado, todos estão festejando. Muito barulho e muitas conversas, sem contar com as pessoas no karaokê. Sorri, olhando pro lado. Vi as três vindo. Lavínia com o rosto pálido de novo. Nós três observamos elas atentamente. Lavínia sentou ao meu lado, enquanto todos permanecem em silêncio.

- Passou mal de novo? - Perguntei discretamente.

- Não. - Ela sorriu de lado. Tá mentindo!

- Como não? Você tá pálida. - Franzi a testa e ela tá evitando meu olhar. Segurei seu maxilar, fazendo com que ela me olha. - O que cê tem, amor? - Suspirei, me sentindo realmente angustiado com isso.

- Não é nada, Luan. Eu tava sentindo leves cólicas, fui ao banheiro quando percebi que havia chegado. Só isso. - Ela disse meio sem graça. Suspirei aliviado. Eu ficaria louco de felicidade com um filho agora e também ficaria louco de desespero. Temos um mês de namoro, apesar de todo o tempo que nos conhecemos, mas vai muito além disso. Ela e eu estamos foçados na carreira profissional agora. Mas porra, eu adoraria. 

- Só isso? Certeza? - Me certifiquei.

- Sim, amor. - Ela disse e então eu assenti.

- Vamos brindar ao casal? - Talita disse.

- Coloca só meia taça pra mim. - Lavínia pediu e eu estranhei. Ela disse que queria beber hoje e de repente… deve ser a TPM.

Brindamos, rimos. E então, Marco quis ir cantar. Acabamos todos levantando e de repente estávamos os três cantando, enquanto as pessoas se divertem ao redor. Tudo virou uma grande festa no bar.

Meu amigo pediu para ter um momento e deixamos ele com o palco. Começou a se declarar para Clarissa e em seguida cantou uma música que fez pra ela. Olhei para o lado de vi Lavínia chorando. Ela não quis beber e comeu muito pouco. Alegou estar com cólica, mas que não quer estragar a noite da irmã.

- Ô meu bem. - Eu disse sorrindo, lhe abraçando.

- Eu sou uma boba. - Ela riu entre as lágrimas, me abraçando de volta. Beijei sua bochecha.

- Não é não… - Discordei e lhe beijei rapidamente, voltando a atenção ao casal.

- Vou fazer uma foto deles. - Ela disse, já pegando o celular e fez o registro dos dois usando o zoom:


(…)

Foi uma noite imensamente divertida. Rimos incontáveis vezes. Dançamos, brincamos. Pude trocar beijos e carinhos com minha loira, que vez ou outra foi ao banheiro. Em todas as vezes questionei o motivo. Ela me deu a mesma desculpa, dizendo que precisou verificar como estava.

Já na saída, os meninos estão procurando um táxi que consiga levar todos. E então, ouvi um cara.

- Lavínia! - Ele disse. Loiro, alto e com um corpo bem definido. Eu encostado no carro mais ao lado, enquanto ela estava mais à frente, mexendo em seu celular.

- Jhon! - Ela disse animada e os dois se abraçaram. Franzi a testa e Marco me cutucou. Clarissa e Talita não parecem conhecer o cara, já que não esboçaram reação. Keven está bem mais distante, falando com alguns taxistas.

- Quem é? - Perguntei, enquanto eles conversam animadamente sobre há quanto tempo não se veem. 

- Não conheço. - Talita disse.

- Você tá linda. - Ele disse em inglês e eu cruzei os braços.

- Você também! Cresceu muito! - Senti meu coração acelerando de uma maneira possessiva.

- Voltou pra cá? Eu soube quando você foi. Soube de tudo.

- Não voltei. Tô morando no Brasil, mas vim pra trabalho e agora aproveitando com meus amigos. - Ela nos olhou rapidamente. “ Meu amigos “? Que porra é essa?

- Tudo bem, galera? - Ele cumprimentou, dando um tchau de longe. Respondi por educação. - Você já tá indo? - Ele voltou-se para ela, acariciando seu cabelo. Perdi todo autocontrole e quando fui dar o primeiro passo em direção a eles, Marco me segurou.

- Aquieta, caralho! - Ele disse. Puxei meu braço e não lhe dei ouvidos. Cheguei ao lado de Lavínia, colocando o braço em volta do seu ombro. Ela me olhou e com a outra mão, segurei seu maxilar, lhe beijando rapidamente. Olhei o cara que sorriu de forma irônica.

- Ou, ou! Não sabia que você estava acompanhada. - Ele continuou sorrindo.

- É meu namorado. Luan esse é Jhon, meu amigo. - Apertei firme a mão dele e dei um sorrisinho falso.

- Consegui o táxi! - Keven berrou e eu nunca fiquei tão feliz de ouvir a voz dele. Hora de afastar minha mulher desse loiro aguado.

- Preciso ir, Jhon. - Ela sorriu e eu lhe dei espaço para se despedir dele. Ela o abraçou e eu tive que bufar.

- Muito bom te ver. - Ele olhou pra ela de um jeito intenso. Filho da puta! Ela sorriu de volta. - Foi um prazer, Luan.

- Valeu, cara. - Falei em português, querendo ser grosseiro mesmo. Entrelacei minha mão na de Lavínia, seguindo nossos amigos.

- Você foi tão grosseiro! - Lavínia me repreendeu, somente para que eu escutasse.

- Foda-se. Ele é muito sem noção. - Disse irritado.

- É… você realmente não daria conta de estar no meu lugar. - Ela disse e eu olhei ela sem entender.

- Quê? - Franzi a testa e então entendi. Ela se refere ao clipe e tudo mais. - Lavínia… - Suspirei. Ela negou com a cabeça e nós chegamos até o táxi.

- Porra, até que enfim! - Marco disse. As meninas comemoraram, entrando.

Lavínia fez questão de sentar longe de mim. Porra! Ela ainda tá brava? Passei a mão por meus cabelos, pedindo paciência aos céus.

No caminho as meninas perguntaram que era o cara, ela disse que eles fizeram natação juntos, anos atrás. Que ele conhecia Bernardo e tudo mais. Permaneci em silêncio, até chegarmos.

Logo cada casal foi para seu quarto ao entrar no nosso, eu disparei:

- Deixa eu te fazer uma pergunta. Eu não posso sentir ciúmes de você? - Cruzei os braços, e ela foi se desfazendo do seu casaco, enquanto solta um suspiro exausto.

- O problema não é esse, Luan. - Ela se virou pra mim. - O problema é você vir todo macho alfa, sendo que eu estava só falando com um amigo do passado… - E então, eu lhe interrompi.

- Um amigo que tava alisando teu cabelo. - Ela sentou na cama, bufando. Permaneci de pé, com os braços cruzados.

- Eu suporto muito mais. - Ela jogou na minha cara de novo.

- É uma disputa agora, Lavínia? - Ergui as sobrancelhas.

- Não, uai. Tô explicando pra você que eu suporto muito mais. - Deu de ombros.

- Você suporta enquanto surta comigo. - E ela levantou, vindo em minha direção.

- Eu surto com razão, Luan! - Disse alterando a voz.

- É a minha profissão! Não faço por querer, por minha escolha! Esse clipe já estava planejado, mulheres no camarim, faz parte! Mulheres se jogando, faz parte! E você sabia disso antes de começar a namorar comigo, caramba!

- E você sabia que eu era ciumenta antes de me pedir em namoro! - Revirei os olhos, bufando, passando a mão em meus cabelos. Essa mulher é impossível! Impossível!

- Não vou ficar vendo um cara alisando você e ficar só olhando. Pronto. Acabou. - Ela negou com a cabeça, me reprovando, bufando de raiva.

- Que ódio de você! - Foi o que ela disse, antes de ir para o banheiro, batendo forte a porta. Ela quer me enlouquecer? Ela vai conseguir!

- Lavínia! - Fui atrás, tentei abrir a porta e vi que está trancada. - Abre aqui! - Bati.

- Me deixa em paz! - Ela berrou. E pela voz eu sei: ela tá chorando. Nunca vi ela chorar tanto como nesses dias.

- Abre. Vamos conversar. - Falei calmamente.

- Eu quero que você vá se ferrar! - Continuou.

- Abre, por favor. - Insisti.

- Luan, eu não quero. Eu. Não. quero. - E então, ouvir seu choro. Imediatamente me senti um bosta. Fui para a cama e sentei, ficando de frente para o banheiro. Esperando. E ela demorou. Foram longos minutos lá dentro. Quando saiu, já enrolada no roupão com os olhos inchados, nariz vermelho.

- Vem cá. - Chamei e ela negou com a cabeça, voltando a chorar silenciosamente. Eu peguei sua mão e puxei em minha direção, carinhosamente. Meus braços em volta do seu quadril, pousei minhas mãos em sua bunda e pousei minha cabeça em sua barriga. E ouvi ela murmurar“ ah, meu Deus! “, enquanto chora mais. - Não gosto de ver você chorar.

- É a TPM. - Ela disse com a voz embargada e eu olhei pra ela, pousando meu queixo em sua barriga.

- TPM braba hein?! - Sorri e ela revirou os olhos, segurando o sorriso. - Desculpa, viu?! - Eu nem sei pelo que exatamente, mas quero que fique tudo bem.

- Desculpa também. - Ela suspirou, limpando suas lágrimas. - Luan.

- Fala, amor. - Acariciei sua bunda, afetuosamente.

- Se você achar que isso não vai dar certo, você me fala? - Eu franzi a testa.

- Tá doida? - Me afastei e então, puxei ela para sentar em meu colo. Assim ela fez, ficando sentada de lado. - Que ideia é essa?

- Eu sou muito ciumenta e… - Suspirei.

- Você é perfeita pra mim.

- Tá, mas deixa eu te falar. - Ela me olhou. - Você tem razão no que disse. Tudo isso faz parte do que vem com você e eu não tô conseguindo lidar.

- Lavínia, cê tá terminando comigo? - Senti meu coração parar por um segundo.

- Não. - Negou com a cabeça. - Só não quero que você se sinta em um relacionamento que te prende… enfim, você entendeu.

- Não. Não entendi. Não me sinto preso, amor. - Acariciei sua bochecha. - Olha aqui. - E assim ela fez. - Você é a minha escolha. Eu te escolho todos os dias.

- Comigo também é assim. - Ela suspirou.

- Então, pô?! Bora largar esse papo. Relacionamento tem dessas. Namorar comigo não é a maior paz do mundo. - Ri de leve e ela sorriu.

- Não mesmo.

- Mas você me ama? - Quis saber.

- Muito. - Engoliu seco, me olhando nos olhos.

- Eu também te amo. Foda-se quem quer você, quem me quer… a gente só se quer. Fim de papo. - Tentei tranquilizar ela, acabando toda essa situação estressante. Cheirei seu pescoço. Tão cheirosinha, Deus!

- Tá. - Ela acariciou meus cabelos e eu lhe olhei nos olhos. Olhei sua boca e vi o sinal lá. Ela quer ser beijada. Assim fiz. Selamos a paz. - Vai pro seu banho. - Ela disse em seguida.

- Eu vou. - Sorri pra ela. E mais uma vez eu quis que o tempo parasse. Mas levantamos e eu fui para o banheiro. Eu sei que todo namoro tem discussões. Sei que Lavínia tem uma personalidade forte, ao mesmo tempo que é extremamente sensível. Eu sei o quanto ela me ama, sei também que esse sentimento assusta muito ela. As vezes me assusta também. É algo tão forte… eu nunca senti antes. Acredito que ela nunca pensou em sentir de novo depois de Bernardo. Sei que ela tem medo. Eu também tenho. O amor é um grande risco. Ficamos vulneráveis, o outro conhece as nossas fraquezas, inseguranças… é preciso ter muita confiança e muita vontade de fazer dar certo. E nós temos. Eu não largo mais essa mulher por nada nesse mundo. É minha.







OOOOOOI! Demorei, mas tô aqui 🥲 Sentiram saudades? Pelas visualizações do último capítulo, acho que sim… 
Me desculpem a demora! Faltou criatividade sabe? Mas enfim consegui. Não como eu gostaria, mas o máximo que deu. 

Lavínia continua passando mal… cês acham que é gravidez ou eu tô de pegadinha com vocês? Recadinho: próximo capítulo vocês vão saber! 
Houve o pedido de casamento!!! Lindos neeeee?!!! 
Houve briga… Luan com ciúmes, Lavínia sendo Lavínia e os dois se estranhando novamente. Esse clipe não desceu ainda né?! Algo me diz que vai piorar… 🤪 
No fim ficou tudo bem! Até quando né?!!!! Próximo capítulo, eles já estarão voltando para o Brasil. Preparadas para os acontecimentos??? 

Comentários respondidoooos! E obrigada por cada um! Eu AMO! Me ajuda mto, me impulsiona! Fico igual uma lokaaaa pra entregar capítulo pra vocês e ver o retorno me deixa realizada. Obrigada viu, tóxicas da minha vida! Nossa relação é tóxica, quem tá no grupo sabe 🤣 É nosso jeitinho! 🥰
Enfim, escrevi horroresssss! Agr é tchau! Espero voltar logoooo! 
Bjos, Jéssica ❤️

quinta-feira, 2 de setembro de 2021

“ Amenizando o clima “ 81

Fui todo o trajeto calada. Luan não tentou papo comigo e fez bem. Com a raiva que eu tô, sinto vontade de arrancar cada fio de cabelo da sua cabeça. É um pensamento meio psicopata, eu sei. Eu tô tão insegura! Aquela mulher é perfeita! Chorei ontem, chorei hoje mais cedo… sem contar que eu já acordei enjoada. A notícia até mesmo me embrulhou o estômago.

Tudo estava tão perfeito e ele me joga essa bomba no meio da viagem. Eu odeio a sensação do ciúmes e eu acho que nunca senti tanto. Nosso status hoje é outro, eu sei que ele é só meu e saber que mesmo assim, outra mulher vai beijar ele… aquela mulher! As morenas são um inferno na minha vida. Já não bastava Jamile, agora Natália e com o clipe chamado “ morena “ é um carma. Só pode ser isso!

- Chegamos! - Clarissa disse animada.

- Não vamos perder tempo em aproveitar isso aqui hein?! - Keven disse.

- Só ir trocar de roupa, meu irmão. - Marco concordou. Os funcionário que estavam na entrada do resort, logo nos receberam, nos ajudando com as malas e também eles ficaram responsáveis de levar o carro até o estacionamento. Fomos para a recepção, fazer o check in.

- Você resolve aí tá?! - Eu disse, finalmente falando com ele, sentindo um leve mal estar, tontura.

- Certo. Você tá bem? - Ele franziu a testa e eu assenti. Todos muito empolgados, fizeram o procedimento e nós seguimos para o elevador. A sensação ruim não passou e eu vi tudo girando. Com certeza foi pelo tempo dentro do carro até aqui, logo após eu comer de manhã.

O elevador abriu e eu entrei, enquanto Luan carrega a mala. Passei a mão por meu rosto.

- Lavínia, Cê tá bem? - Clarissa perguntou, enquanto eu senti um enjoo forte vindo. Olhei para cima e respirei fundo.

- Você tá pálida! - Talita se preocupou.

- Amor, o que você tá sentindo? - Luan disse aflito.

- Tá tudo girando. - Eu disse.

- Porra, foi esse tempo todo dentro do carro, certeza. - Keven disse e Luan se aproximou de mim.

- Eu aposto em gravidez. - Marco disse e todos repreenderam ele.

- Sem chance. - Luan riu, tranquilamente. - Respira. - Disse pra mim. - Se você quiser, a gente pode descansar um pouco no quarto. - Foi um fofo, mas eu ainda tô tão irritada com ele! Não respondi e ele ficou acariciando meus cabelos, enquanto as meninas dizem pra eu pedir um suco de limão e aliviar o que tô sentindo. Segundo elas, funciona.

O elevador abriu e Luan passou o braço em volta da minha cintura.

- Mandem mensagem no grupo, sobre qualquer coisa. - Clarissa disse cuidadosa.

- É só isso mesmo, amiga? - Talita franziu a testa.

- É, é só um mal estar. - Tranquilizei. - Vou pedir o suco e a gente se vê logo.

- Fica bem, cunhada! - Marco disse.

- Melhoras, Lalavinia. - Keven disse, carinhosamente.

- Tá tudo bem, gente! Não tô doente, logo isso vai passar. - Sorri, tentando tranquilizar novamente. Mas eu ainda me sinto tonta e o enjoo variando entre forte e fraco.

Luan passou o cartão na porta e nós entramos. 

- O que você comeu pela manhã? - Luan perguntou, enquanto eu já sento na cama.

- Nada fora do normal, Luan. Isso é culpa do estresse que você me fez passar. - Suspirei, sentindo minha cabeça pesando. Deitei, na tentativa de melhorar.

- Não queria te deixar assim. - Ele sentou-se ao meu lado. - 
Vou pedir o suco pra você. Cê dorme um pouco, fica quietinha pra melhorar logo.

- Não vou dormir, Luan. Tudo que eu menos quero é ficar dentro desse quarto. - Ele me olhou magoado, mas eu pouco me importei. Essa situação é péssima! Eu não tenho voz, nem vez. É aceitar. Ponto. Já é difícil essa posição em qualquer aspecto da vida, mas em um relacionamento é mil vezes mais.

- Como você quiser. - Ele disse muito compreensivo. Sinto que ele tá querendo me agradar só por saber que estou brava e mais: pra que eu pare com a indiferença. Ligou, pediu o suco e limão e eu tentei relaxar, fechando meus olhos. Me concentrei em minha respiração, preciso ficar bem. Ele não se contentou e eu o senti se mexendo na cama. Logo suas mãos alcançaram meus pés. Ele tirou minhas sandálias e eu permaneci de olhos fechados, já esperando a massagem que eu sei que vou receber.

E ele fez. O que me ajudou a relaxar mais, não me opus mesmo com toda minha irritação. Quem nega uma massagem?

- Depois cê manda mensagem dizendo que a gente vai, tá? - Eu disse, ainda de olhos fechados.

- Tá melhorando? - E eu assenti, me sentindo levemente melhor. - Teu pé é tão lindo, amor. - Ele riu e eu abri os olhos. - Quando a gente tiver um filho, tomara que ele puxe o seu.

- O seu também é bonito. - Ele riu.

- Ah, pô! Larga de mentira!

- É sério! - Eu sorri, sem conseguir me segurar.

- Não, não… sério, amor. - Ele continuou sorrindo.

- É bem feitinho e gordinho. Uma graça.

- Um dos piores elogios que eu já recebi. - Ele disse e eu gargalhei. - Quem elogia com “ uma graça “. Ah, pô! - Ele reclamou e eu continuei rindo. Bateram na porta e ele prontamente levantou, enquanto eu me recupero das risadas. Voltou com meu suco em uma bandeja. Me entregou o copo e deixou a bandeja na mesinha do canto. Eu bebi, enquanto ele me observa atentamente.

- O que foi? - Perguntei, após um longo gole.

- Nada, uai. Tô te olhando. - Deu de ombros e eu voltei a beber o suco. - Mando mesmo a mensagem pra galera?

- Manda sim. - Eu disse e ele pegou seu celular, digitando algo. Fiquei observando ele, enquanto término meu suco e me perguntando: ele vai mesmo beijar outra? Beijar a Natália? E então, senti o ciúmes acelerando meu coração. Droga! - Feito. Eles só trocaram de roupa, tão esperando as meninas.

- Tá. - Eu respondi, voltando a ficar fria. Ele precisa ser tão lindo? Que ódio!

- Ou, que foi? - Sentou-se na cama.

- Nada. - Suspirei, levantando. Deixa o copo na bandeja e segui para minha mala, me sentindo realmente bem.

- Voltamos ao modo indiferente? - Ele suspirou também.

- Não tínhamos saído de lá. - Eu falei, já procurando meu biquíni.

- Que mulher difícil. - Ouvi ele resmungar, mas ignorei. Foi ao banheiro e eu peguei meu biquíni escolhido, juntamente com meu óculos de sol e acessórios. Caminhei até o banheiro e bati na porta. - Entra. - Ele disse e assim eu fiz, o encontrando de frente para a bancada, lavando o rosto.

- Preciso trocar de roupa. - Eu disse e ele me olhou através do espelho, incrédulo.

- Você quer que eu saia? - Ele disse erguendo as sobrancelhas.

- Quero. - Respondi prontamente. Ele riu fraco.

- Inacreditável. - Resmungou e eu o ignorei novamente. Logo ele deixou o ambiente, batendo forte a porta. Péssimo! Fui ao chuveiro, tomei um banho rapidinho, sem molhar os cabelos e lá mesmo me sequei, vesti meu biquíni e coloquei meu óculos. Obrei por uma saída de praia no tecido seda, estampada, que só preciso fazer um nós em volta da cintura. Abri e porta e encontrei ele sentado na ponta da cama, de frente pra mim, já vestido e ao telefone, sem prestar atenção em mim.

- A gente pode ver isso. Você já deu uma pesquisada? - Ele falou em espanhol e eu segui para a mala. E então voltou a falar: - Lá é lindo! Um dos mais lindo do Brasil. - Franzi minha testa, pegando protetor, toalha, escova e tudo mais que será necessário para nosso dia. - Pô, se você realmente quiser posso ver se consigo te acompanhar. Toda a equipe vai? - Eu bufei ao suspeitar que pode ser Natália. - Certo, ok! - E então ele soltou uma risada, enquanto eu coloco tudo dentro da bolsa de praia. - Poxa, Natália, pior que ela é muito ocupada. Mas eu falo sim, pode deixar. - Eu o olhei com sangue nos olhos, sentindo meu corpo todo frio. Ela tá ligando pra ele, marcando o que? Filha da puta! - Beijo. Pra você também. - E ele me olhou. 

- Ela tá te fazendo convite? - Eu perguntei, com a testa franzida.

- Ela quer conhecer Trancoso. Deu uma pesquisada na internet e me chamou. Chamou você também. - Ele fez questão de ressaltar.

-Ah, mas que lindo! Muito educado da parte dela! - Revirei os olhos. Ele ergueu as sobrancelhas.

- Larga de bobeira.

- Bobeira o caralho. - Soltei um palavrão.

- É, realmente você já tá bem. - Ele levantou. - A gente pode ir curtir esse lugar agora? - Suspirou, querendo encerrar o assunto. Dei as costas em direção a porta e ele me seguiu. Fomos em silêncio até o elevador, entramos e descemos. Chegamos na saída do hotel e não vimos ninguém.

- Cadê eles? - O olhei, com a mão na cintura.

- Vou ligar pro Marco. - Ele disse, pegando o celular. Ligou e 
falou rapidamente.

- Eles estão na primeira piscina à direita. - Luan disse, após encerrar a ligação. E eu, que já conheço esse lugar, segui. 
Luan veio ao meu lado, mas o tempo inteiro calado. Não foi difícil encontrar nossos amigos. 

- Venham! - Talita berrou animada, de dentro da piscina.

- Aê! Chegaram! - Marco comemorou, encostado na borda da piscina, ao lado de Clarissa. Keven também está pertinho de Talita.

- Nossa, até tinha esquecido como aqui é lindo. - Eu sorri.

- Incrível hein?! - Luan também ficou admirado.

- Essa mesinha aqui é nossa, irmã. - Clarissa disse, apontando para a mesa mais a sombra. E então, fui lá e deixei minha bolsa, Luan me acompanhou.

- Tem perigo deixar o celular aqui? - Ele me olhou. 

- Não, uai. - Eu respondi, já começando a me desfazer da minha saia. Ele então, seguiu para a piscina. Ouvi ele pulando e nossos amigos riram. Luan é um crianção mesmo viu?! Olhei e vi alguns hóspedes olhando em direção dele. Caminhei para a piscina e vi ele sorrindo, foi quando seus olhos focaram em mim e eu percebi o desejo lá. Passou a mão por seus cabelos. Típico de quando ele tá ansioso, agitado.

- Vai lá pegar tua mulher. - Keven incentivou e eu sentei na borda.

- Ela não quer saber de mim. - Ele disse, me olhando. Apenas o olhei de volta e não respondi, entrando na piscina em seguida.

- Vocês tão bebendo? - Mudei de assunto, me aproximando.

- Não. O Marco colocou na cabeça junto com o Keven que não vão beber. - Clarissa revirou os olhos.

- Vocês? - Olhei espantada.

- Também tô fora. - Luan disse e os três receberam nossos olhares desconfiados.

- Na real, vou jogar na roda: o que vocês estão aprontando? - Eles olharam Talita ofendidos.

- Tá doida? - Keven riu.

- Primeiro sinal de que estamos certas. - Eu ergui as sobrancelhas.

- Não é nada. - Luan deu de ombros.

- Ah, nem vem! - Clarissa desacreditou.

- Nós decidimos deixar pra beber a noite, uai. - Marco também deu de ombros.

- Sei. - Talita disse ainda desconfiada.

- Espero que não seja mais um clipe. Minha cota de clipe tá esgotada. - Eu disse e eles riram, menos Luan. Luan somente negou com a cabeça.

- Vou servir de piada agora. - Ele disse e eu o olhei.

- A piada sou eu, Luan. Quando você entender quem é a palhaça disso tudo, aí a gente conversa. - Esbravejei e ele me olhou sério.

- Chega, galera. - Marco disse.

- Bora relaxar. Olha só essa vista! - Keven ajudou.

- Cê quer ir tomar um bronze perto na piscina natural? - Clarissa me olhou compreensiva.

- Sim, vamos. - Concordei de imediato.

- Cê vem, irmã? - Ela olhou Talita.

- Na hora. - E então, nós três saímos da piscina. Passamos mais uma camada de protetor e fizemos a caminhada até as cadeiras que ficam na beira da água. Os meninos conseguem nos ver bem de longe, eles ficam no alto, piscina com borda livre e tudo mais, eu realmente precisava dessa distância.
Podemos ficar aqui. - Talita disse e então logo nos deitamos.
- Como você tá? - Clarissa perguntou a mim. Estou entre as duas.

 - Tô péssima, sendo bem sincera. - Eu disse, já sentindo meus olhos marejando. De repente, me senti muito vulnerável.

- Ou, Cê tá chorando? - Talita me olhou atentamente.

- Eu tô muito chateada. - Eu disse, deixando as lágrimas descerem e elas sentaram, ficando as duas na minha direção.
Irmã, imagino que não seja fácil… - Clarissa disse, acariciando minha perna afetuosamente.

- Isso é muita sacanagem, mas o Luan não ia fazer isso com você de propósito. - Talita opinou, enquanto minhas lágrimas rolam.

- Eu sei. Mas eu tô se sentindo tão insegura, sabe? Aquela mulher não tem defeito nenhum! - Eu funguei, sentindo meu coração retorcer.

- Ele ama você, barbie. - Clarissa disse.

- O Luan é o maior mulherengo que eu conheço. - Eu disse desesperançosa.

- Ele nunca te trairia. - Talita defendeu e eu funguei, sem controlar minhas lágrimas. Eu tô estragando o rolê de todo mundo e isso fez eu chorar mais.

- Calma, irmã. - Clarissa disse e eu neguei com a cabeça.
Aquele lagartixa branca é caidinho por você. - Talita disse e eu não consigo dizer nada.

- Você chora o quanto quiser, alivia mesmo. - Clarissa disse.

- É, você vai se sentir melhor. - Talita concordou e eu chorei por alguns minutos, enquanto elas ficaram ao meu lado em silêncio. Por fim, eu disse:

- Desculpa, eu tô estragando tudo. - Tentei me recuperar das lágrimas.

- Claro que não! - Clarissa disse.

- Irmã, sendo sua amiga como sou, vou te dizer: Cê não acha que tá agindo igual a ex que traumatizou ele? - Talita me olhou com cuidado. É, as duas sabem da história.

- Mas nesse caso é diferente. - Clarissa defendeu.

- Eu posso tá sendo uma psicopata, posso tá viajando e tudo mais… mas eu tô com ciúmes e não consigo controlar isso. - Eu disse, limpando as lágrimas que continuam caindo.

- Você tem toda a razão de se sentir assim, mas ele não vai passar a linha do profissional. - Talita tentou me tranquilizar.

- Eu não quero nem ver esse clipe. Nadinha! - Eu disse, sentindo uma irritação crescente.

- E não vai. Nenhuma de nós vamos ver, combinado? - Clarissa acariciou meus cabelos.

- Combinado. - Talita e eu concordamos.

- Agora para de chorar. Bora aproveitar esse dia lindo, aqui, todas juntas. - Clarissa continuou tentando me animar.

- Me desculpem. - Pedi mais uma vez.

- Não tem o que desculpar. - Talita sorriu.

- Bora ver os peixinhos? - Clarissa concordou, na tentativa de mudar o clima. Eu amo essas duas! Que sorte tê-las.

- Agora! Vem, amiga. - Talita levantou e já me puxou, super animada. Dei uma olhadinha na direção da piscina e vi os três olhando em nossa direção. Fomos até a beira da água e vimos os peixinhos pequenos e rápidos nadando de forma desordenada. Senti meu coração ir acalmando aos poucos e a natureza em toda sua pureza, me tocou.

- Olha aquele que lindo! - Eu apontei ao ver um com o rabinho laranja.

- Eu vi! - Talita sorriu animada. E ficamos assim por algum tempo, a tentativa delas deu muito certo e eu me senti mais aliviada por finalmente desabafar abertamente sobre como me sinto. Quando voltamos para as cadeiras de descanso, vimos eles vindo e se aproximando. Deitamos como antes e logo eles chegaram. Cada um sentou na cadeira de sua namorada. Luan me olhou e acariciou minha perna afetuosamente. O olhei de volta e senti meu coração doendo. Doendo por amar demais e doendo de ciúmes.

- Melhorou, amor? - Ele disse, enquanto os casais conversam entre si. Assenti.

- Tô bem. - Falei e ele suspirou, se aproximou mais e se inclinou em minha direção, enterrando o rosto na curvatura do meu pescoço. Cheirou e beijou em seguida. Senti cada pelo meu arrepiar. - Saudade de você, meu amor. - Ele disse tão carinhoso e eu senti vontade de beija-lo. Ele segurou meu pescoço somente com uma mão, enquanto sua boca continua beijando. - Quando você vai entender que não existe espaço pra ninguém, hein?! - Ele sussurrou, e então me olhou. - Me mata ficar assim com você, caramba. - E então ele beijou minha bochecha e o canto da minha boca. Eu suspirei completamente afetada, enquanto ouço barulho de beijos ao meu lado.

- Eu tô chateada e não consigo não estar. - Me expliquei, o olhando.

- Certo… mas você tá colocando coisinhas demais nessa cabeça. Trabalho é trabalho. Só isso. - Eu apenas assenti, sem querer iniciar outra discussão. Já estraguei demais esse passeio.

- Você vai mergulhar sim! - Keven disse alto e eu já vi Talita pendurada em seu ombro. Ele correu com ela para a piscina natural, tomando nossa atenção e nossas risadas.

- A gente combinou uma foto antes. - Clarissa disse, lamentando.

- O cabelo dela já era. - Eu ri e senti Luan liberando meu pescoço e acariciando meus cabelos, voltando a beijar meu rosto. Segurou meu maxilar e puxou de leve para sua direção. Ele quer me beijar. Eu também quero.

- Luan, bora dar um mergulho também. - Marco chamou e 
Luan o olhou irritado. Eu segurei o sorriso por saber exatamente o motivo da sua irritação. Marco atrapalhou os planos de Luan comigo. Eu ia ceder ao beijo. E ele sabe disso. - O que foi, filho da puta? - Xingou.

- Você devia ir se foder. - Luan retrucou.

- Ah, pronto! Começou! - Clarissa reclamou e Marco levantou.

- Vem ou não? - Marco chamou novamente e Luan me olhou.

- Volto logo e a gente continua a conversa. - Ele disse e dessa vez eu ri.

- Não tem nenhuma conversa. - Dei de ombros, ainda rindo. Ele sorriu e piscou pra mim. Gostoso! Levantou e foi com o amigo.

- Você tem esse homem nas mãos. - Minha irmã disse pensativa. E eu respirei fundo, tentando ver pela mesma perspectiva.

- Certo, agora bora fazer nossa foto e depois vamos pro mar? - Sugeri. Clarissa pegou o celular na bolsa. Os meninos trouxeram todos os pertences e foi até lindinho de ver eles caminhando cada qual com uma bolsa.

Clarissa e eu fizemos vários registros. Deles no mar, de nós duas, de uma da outra. Rapidamente ela me enviou e eu já escolhi uma de cara pra postar: 

“ Existe paraíso na terra 🌍✨ “ 




Em seguida, vi a foto que Marco postou a alguns minutos atrás: 

“ Rendido por essa mulher 🤤❤️ “ 

- Amiga, olha só o Marco. - Eu disse, lhe mostrando o celular e ela sorriu derretida.

- Venham! - Meu cunhado gritou. É, essa turma não é discreta e não passa despercebido. Largamos os celulares e noa juntamos a eles.

- Loira, vem cá. - Luan chamou e eu fui, ele passou os braços em volta da minha cintura, e me olhando falou: - Você tava chorando, meu bem? - Ele perguntou cuidadoso, enquanto os casais estão brincando entre si. Bufei.

- Quem te disse?

- Não importa. Não gosto de saber que você tá chorando por causa desse clipe. - Ele suspirou.

- Quem te disse? - Insisti.

- Clarissa falou pro Marco, que falou pra mim. - Entregou.

- Fofoqueiros. - Revirei os olhos e Luan me apertou mais em volta dele.

- Fofoqueiros nada. Eu preciso saber mesmo. - O olhei entediada. - Não sei o que fazer pra você largar de pensar coisa errada. - Franziu a testa.

- Luan, isso é insegurança minha. Você não pode fazer nada. - Dei de ombros, sendo sincera.

- Por quê? Você é a mulher mais linda que eu já vi, cara! - Ele disse parecendo muito Franco.

- Não tenho como controlar isso. Também não vou querer ver esse clipe, nem conhecer essa mulher. Muito menos viajar com ela.

- Do jeito que você quiser, loira. Só quero que você fique bem. De agora em diante, trabalhos desse tipo estão totalmente fora de cogitação. Eu conversei com a equipe e já deixei isso muito claro. - Ele disse com firmeza e eu assenti.

- Certo. - Eu disse baixinho, olhando seu peito.

- Ou, olha pra mim. - Pediu e assim fiz. - Confia em mim.

- Não é sobre você, é sobre mim. - Eu ri fraco.

- Tá, mas essa relação é entre nós dois. Eu, sendo seu parceiro, tô pedindo.

- Eu devo ser muito chata… não sei como você ainda tá comigo. - Senti meus olhos marejando de novo. O que tá acontecendo? Por que eu me sinto tão sensível?

- Ei, psiu! - Ele me olhou preocupado, enquanto duas lágrimas escorrem por meu rosto. - Você é a mulher incrível que eu já conheci. Sou muito sortudo, isso sim. - Ele disse e selou nossos lábios uma, duas vezes, minhas lágrimas cessaram e eu gostei de me sentir mimada. Ele me abraçou em seguida e então, senti água sendo jogada em nós de todos os lados. Nossos amigos fofoqueiros e palhaços, são os responsáveis.

Nos divertimos. Não posso dizer que estou completamente de boa com Luan, mas o clima ficou mais leve. Não estamos como geralmente somos um com o outro, mas pelo menos trocamos algumas palavras.

Chegou a hora do almoço e nós fomos até o restaurante. Me sinto faminta! Pedimos e entre conversas comemos. Eu comi o meu e ainda comi parte da comida do Luan.

Em seguida, ele me convidou pra deitar numa espécie de rede. Todos os casais fizeram o mesmo.

Enquanto a gente se ajeitava, ele sugeriu uma foto.

- Aqui, cunhada. - Ele deu o celular a Clarissa. Enquanto eu me ajeito entre as pernas dele.

- O vento tá assanhando todo seu cabelo. - Clarissa riu de Luan e eu o olhei, enquanto ele tenta domar os fios. Acabamos rindo.

- Vai assim mesmo, do jeito que der. - Ele disse e então fizemos algumas poses.

- Acho que deu. - Clarissa disse, devolvendo o celular. Luan logo analisou.

- Prestou alguma? - Perguntei.

- Vou postar. - Ele disse, sem ao menos me mostrar. Fiquei entrei suas pernas, com a cabeça encostada em seu peito. - 

- Olha só. - Ele disse e então, me mostrou:

 “ pequena no tamanho, mas grande no espaço que ocupa meu coração @laviniableasby 🤞🏾❤️ “ 

- Hummm… legendinha fofa. - Eu sorri de lado. Ele tá o tempo inteiro querendo fazer com que eu me sinta segura.

- Sou romântico, meu amor. - Ele disse todo convencido. - Vem mais pra cá, vira pra mim. - Ele pediu e assim eu fiz, deitando de frente pra ele. - Esse bundão sendo exposto pra todo mundo. - Ele disse, tentando esconder minhas bunda com suas mãos. Eu ri.

- Você só vai chamar mais atenção pegando assim. - Eu disse.

- Pra todo mundo saber que é meu. - Ele disse, dando um aperto gostoso. Meu corpo se agitou. - Tira o óculos, loira. - Franziu a testa. - Quero te olhar sem nada atrapalhando. - Pediu e eu bufei, atendendo seu pedido.

- Mais alguma coisa, capitão? - Ergui as sobrancelhas e ele riu.

- Só quero beijar essa boca. - Ele disse, já emaranhando uma das mãos em meus cabelos. Sua boca cobriu a minha e sua língua pediu passagem, tudo se agitou em mim. Com a outra mão ele apertou minha bunda, sem se importar com nada ou ninguém. Sua língua se encontrando com a minha e eu arfei entre o beijo. Senti seu volume aumentando e ele chupou minha língua gostoso, selando nossos lábios em seguida.

- Luan… - Eu tentei repreender, mas minha voz saiu totalmente afetada. Estamos em um lugar público, afinal. De onde estou consigo ver os dois casais de amigos nas redes ao lado, porém temos uma distância que fornece uma certa privacidade.

- Quê? - Ele disse com uma carinha de tesão, olhando minha boca.

- Você. - Eu disse, sentindo meu coração na boca. 

- Eu o que? - Sorriu malicioso e me olhou nos olhos.

- Você sabe. - Eu sorri. Vou tentar fazer com que a viagem seja leve e deixar pra lidar com o clipe, quando eu realmente tiver que lidar. Não vou ter como fugir disso, mas ficar esquentando com isso agora só vai desgastar nós dois. E ele tá tentando fazer tudo ficar bem… também posso me esforçar.

Acariciou minha bochecha, afastando meu cabelo do meu ombro.

- Queria que você pudesse se ver através dos meus olhos. - Ele me disse, olhando intensamente pra mim. Esse olhar dele, me deixa caidinha.

- Por que? - Mordi meus lábios e ele passou o dedo levemente, olhando minha boca.

- Pra você saber o quanto eu te acho linda. - Olhou em meus olhos daquele jeito de novo. - Por mais que eu fale… não é o suficiente, loira. Sério. Essas tuas bochechas rosadas e essas sardas… - Ele disse, acariciando. - Seu narizinho empinado. A boca… - Ele riu safado e eu sei que pensando safadeza. Acabei rindo também. - Faz o melhor oral do mundo. - Sussurrou e eu corei, lhe acertando um tapa no ombro. Ele riu se divertindo as minhas custas. - Sério, você sabe… sou apaixonado na tua boca. Toda desenhadinha. Os olhos acabam comigo. É o meu fim de tudo! O jeito que você me olha… me sinto um cara de muita sorte. Sem falar no sorriso… é tão puro. Tudo em você me deixa babando. Desde o primeiro dia.

- Que declaração… - Eu sorri, toda derretida. E ele ficou me olhando em silêncio. Eu suspirei e disse: - Eu amo você, Luan. Muito. Muito mesmo. - Nos olhamos nos olhos.

- E eu amo você. O coração chega a doer, tadinho. Todo entregue. - Fez uma cara de lamentação e eu ri. Procurei sua boca e trocamos mais um beijo. Inicialmente tranquilo, mas foi ficando intenso, intenso e mais intenso. Ele ficou excitado de novo e eu senti seu pau se animando debaixo de mim. Comigo não é diferente. Me sinto toda quente e ficando excitada. Não conseguimos parar os beijos, apenas pequenas pausas para recuperar o fôlego e beijos no pescoço, carinho e aconchego.

O resultado foi: Luan muito excitado e eu molhada.

- Vamos parar. - Eu fui a voz da consciência. Ele riu sacana e enterrou o rosto em meu pescoço, me mordendo. Mordeu forte e eu gemi, batendo em seu braço. - Amor… - Eu tentei novamente.

- Tô muito duro. - Ele riu de novo e eu acompanhei.

- Eu sei disso.

- Casais, bora dar aquele passeio de barco que a gente comentou no almoço? - Keven disse.

- Opa! Na hora! - Marco se animou.

- Grita mais no meu ouvido, isso mesmo. - Clarissa reclamou e eu ri.

- Velho, por mim sim. Tem que ver a Lavínia. - Luan disse e me olhou. - Cê tá se sentindo bem mesmo? Nada de tontura ou enjoo?

- Nada, uai. - Confirmei de primeira.

- Certeza? - Ele me olhou.

- Tenho sim. - Eu disse.

- Beleza. Nós vamos.

- E depois cada casal pro seu programa. - Keven disse. Eles inventaram essa ideia durante o almoço também. Algo me diz que eles estão aprontando…

- Você vai levantar agora? - Olhei Luan. Ele riu.

- Calma. - Passou a mão pelo rosto. Tô sentindo ele todo. Nossos amigos foram levantando. - Me ajuda. - Me pediu e eu ri.

- Como, Luan?

- Merda. - Ele resmungou.

- Ou, levantem! Vamos! - Talita apressou.

- Cê vão indo lá ver quando sai o próximo passeio de barco. A gente chega já. - Luan disse e as meninas franziram a testa, enquanto os meninos soltaram a risada.

- Beleza, beleza. - Marco disse ainda sorrindo.

- Vai no seu tempo, parceiro. - Keven falou zoando.

- Vão se foder. - Luan retrucou e as meninas continuaram sem entender, porém foram com seus namorados.

Luan se recuperou e nós fomos para o passeio de barco que foi muito agradável. Porém, na volta eu comecei a sentir enjoo, mas não quis dizer a ninguém. Graças aos céus que passei despercebida.

O relógio já marca 15:00 horas. Fomos de volta para o hotel e eu me sinto cada vez pior. Cada casal para seu quarto e quando entramos no nosso, eu corri para o banheiro. Vomitei tudo que comi durante o dia e Luan veio correndo de encontro a mim. Se ajoelhou junto e me olhou preocupado, enquanto eu vomito sem parar e tento esconder dele com as mãos. Meu estômago se retorce e meus olhos lagrimejam.

- Calma, bem. Calma, tá? - Luan acariciou meus cabelos e eu comecei a chorar silenciosamente. Detesto tanto vomitar! Quando finalmente parei, Luan me abraçou e eu o abracei de volta. - Ainda perguntei, poxa. - Ele disse.

- Eu tava bem. - Choraminguei.
Mas logo aquele balanço do mar não ajudou, amor. - Ele acariciou minhas costas. - Olha pra mim. - Assim fiz, ainda chorando e ele limpou minhas lágrimas. - Passou. Bora pro banho, cê vai ficar melhor. - E assim fizemos. Ele cuidou de mim. Lavou meus cabelos e me ensaboou. Acabei saindo primeiro, enquanto ele terminou. Procurei uma camisa dele e vesti, usando também uma calcinha confortável. Será que vou ficar doente? Penteei meus cabelos e quando terminei, ele saiu. Quando senti o cheiro do desodorante que ele aplicou, senti meu estômago retorcer novamente e a ânsia subindo minha garganta. Corri para o banheiro novamente. Deus! Vomite no vaso novamente e desta vez, não tinha muita coisa. Meus olhos lacrimejaram de novo e senti uma dor no peito.

- A gente vai ao médico. - Luan entrou decidido.

- Não vamos não. É só um mal estar. - Eu disse e logo a ânsia voltou. Vomitei mais.

- Lavínia… - Ele balançou a cabeça negativamente e eu levantei logo que a vontade passou. Ele ficou me observando com os braços cruzados. - O que tá acontecendo? Você tá doente ou algo assim?

- Não sei! E por que você tá bravo? - Me irritei, começando a escovar meus dentes.

- Porque você tá mentindo pra mim. Disse que tava bem e agora tá vomitando até não aguentar mais.

- Mas eu tava! - Falei com a boca cheia de creme dental.

- Então vamos ao médico, isso não é normal. - Ele insistiu e eu fiquei calada, terminando de escovar os dentes. Quando terminei, ele continuou de braços cruzados.

- Não quero ir ao médico. - Choraminguei, me aproximando dele, que está somente de roupão. - Todos vão ficar preocupados, estamos aqui pra relaxar. Hoje foi um dia conturbado, muito agitado. Só isso. - Ele me olhou desconfiado, mas eu realmente estou sendo sincera. Logo vou ficar bem, tenho certeza.

- Você tá comendo direito, certo? Nada de deixar refeições pra lá só porque passou da hora.

- Não. Eu tô comendo sim. - Menti. Minha alimentação é a mais desregular possível. Meu trabalho é correria. O abracei. - Tá bravo comigo?

- Eu tô preocupado. E sinto que você tá escondendo algo sobre como realmente tá se sentindo.

- Juro que não. - Menti. - Vamos deitar aqui e assistir algo. Dormir um pouco. Vou ficar bem.

- Se não ficar, vamos ao médico. Assunto encerrado. - Ele disse, finalmente me abraçando de volta e beijando o alto da minha cabeça.

Vou ficar bem. Tenho que ficar bem. Preciso.






Oiiiiiii apressadas! Quase me fizeram perder esse capítulo 🤌🏾 O casal tá meio desajeitado, Luan tentando de tudo pra ficar bem. Bonitinho né?! Lavínia cedeu um pouco, mas já adianto: tem tanta coisa pra rolar! Os desentendimentos não acabaram. E esses enjoos???? Gravidez na área, será??? Gostaram??? Não consegui responder os comentários do capítulo anterior, pq ia demorar mais pra liberar esse e sei que vocês estavam ansiosas. Mas eu amei MUITO ler todos! 😍
Bjs, Jéssica ❤️