A suspeita só apertou ontem, quando eu passei mal durante o jantar. As meninas me encontraram no banheiro e me lembravam sobre a menstruação atrasada. Eu nem quis acreditar. Senti o chão sumir debaixo de mim. Mesmo assim, tentei manter a sanidade. Estávamos comemorando o noivado da minha irmã. Ficou combinado de irmos fazer um teste de farmácia hoje. Nós três acordamos cedo, fomos até a farmácia dentro mesmo do resort e fomos ao banheiro da sala de jogos. Elas ficaram de fora esperando, eu não pude acreditar quando vi a palavra “ grávida “. Clarissa chorou, toda feliz e emocionada, Talita berrou sem dó que vai ser tia. Eu não consegui fazer nada. Não reagi. Estou assim até agora. Pedi segredo as duas. Ainda não sei como contar pro Luan. Um filho envolve tanta coisa. Só temos um mês de namoro. O vacilo foi todo meu em esquecer o anticoncepcional. Tem meu trabalho, o dele… nossas famílias… e eu já sinto minha cabeça girando de novo.
(…)
Vim o voo todo acordada. Pensando, pensando… senti minha cabeça pesar. E a dor veio. Não é pra menos. O que eu esperava ganhar? Desembarcamos e nos despedimos no aeroporto mesmo. Cada um já vai para seu próprio endereço. Luan se disfarçou todo de capuz, óculos escuro, na tentativa de passar despercebido. Até então tá dando certo. Ele se aproximou e me abraçou, mantendo nosso contato visual.
- Obrigado pela viagem incrível. - É, ele já viaja amanhã para reuniões sobre o tal clipe no Rio. Na terça volta, mas não vamos conseguir nos ver. Ele vai ter muito trabalho e eu também. E assim segue a vida. Ele viaja depois. Shows. Eu fico. Tem a empresa. Um bebê. Um. Bebê. Eu vou surtar.
- Você gostou? - Sorri, acariciando seus braços.
- Muito. E já tô com saudade de você. - Suspirou.
- Passa rapidinho. - Pousei a cabeça em seu peito.
- Passa nada. - Ele beijou o alto da minha cabeça. - Não quero deixar você. - Ele reclamou.
- Então me sequestra. Eu vou. - Ele riu.
- Não me da ideia. Eu faço mesmo. - Eu sorri e o olhei.
Nossos amigos também estão se despedindo.
- Amei ter você lá, amor. Conhecer meus pais, minha família gigante. Foi muito especial.
- Não lembro o nome da metade ali, mas também fiquei feliz. - Ele sorriu e eu ri.
- Lerdo.
- Você que é. - Ele continuou sorrindo, aproximando o rosto do meu.
- Não. Você é mais. - Falei feito criança, sorrindo também.
- Não. Não sou não. - E então, selou meus lábios uma, duas vezes. Pela primeira vez eu quis chorar depois da notícia que recebi. Ele vai embora, eu vou ficar distante. Com um ser dentro de mim. Nosso ser. Eu tô com medo. Muito medo. - Amor. - Ele chamou, me fazendo despertar dos pensamentos. - Cê tá me ouvindo?
- Voei, desculpa. - Eu ri e ele também.
- Você é mais lerda. Viu só? - Brincou e eu acertei seu braço com um tapa. - Tava falando pra você me ligar se voltar a se sentir mal. Por favor. - Ele franziu a testa e eu assenti. -
Promete.
- Prometo. - Ele ergueu o dedinho e eu ri, fazendo o mesmo.
- Promessa séria, tá?! - Ele beijou meu dedo. E eu assenti. Ele nem imagina… e eu simplesmente não consigo falar.
- Te amo, amor. - Eu disse, segurando minhas lágrimas.
- Te amo muito. Muito. Muito. - E então, ele me abraçou forte e cheirou meu pescoço, beijando em seguida.
- Temos que ir, irmã. - Ouvi Talita chamando. E então, ele me beijou novamente. Foi um beijo considerável rápido. Estamos na frente de todos.
- Se cuida tá? Come direitinho. - Ele disse e eu morri de amor.
- Pode deixar. Você também. - Então o abracei de novo.
- Ou, casal! - Foi a vez de Marco.
- Tá, já tô indo. - Eu disse, desfazendo o abraço e me distanciando do Luan. Já é noite de domingo. Eu me sinto muito cansada. Mandei beijo pra ele e os meninos e nós seguimos.
- Você contou? - Talita me olhou com expectativa.
- Tá louca? No meio do aeroporto. - Olhei ela.
- Irmã, como você tá se sentindo com isso? - Foi a primeira vez que elas perguntaram. Antes, só souberam ficar eufóricas com a ideia de um bebê.
- Tô sentindo minha cabeça ferver. - Suspirei. - Vocês sabem o mundo que envolve essa gravidez.
- Nossos pais vão surtar. De felicidade, óbvio. - Clarissa sorriu e eu também.
- É, eles sempre quiseram um neto. Carrego essa responsabilidade desde o Bernardo. - Elas concordaram.
- Vou chamar o Uber. - Talita disse e paramos na saída do aeroporto.
- Você acha que o Luan não vai gostar? - Clarissa perguntou.
- Não sei. - Suspirei, sentindo uma angústia enorme.
- Eu aposto que ele vai amar. - Talita disse.
- Nós só temos um mês de namoro. - Ressaltei.
- As coisas acontecem, irmã. Essa é a vida. Imprevisível. - Clarissa me olhou. - Não tô me cabendo com esse segredo.
- Duas! - Talita concordou. - Doida pra gritar pros quatro cantos. - As duas riram. E então, quando perceberam que eu não ri, elas me olharam ficando sérias.
- Tô ficando preocupada com você. - Clarissa disse.
- Eu sei que não é algo esperado, mas você tem todo suporte do mundo, amiga. - Talita falou.
- Não sei se tô preparada. - Senti meu olhos queimando. - Eu tenho medo. Uma vida vai depender de mim. Luan e eu não estamos no melhor momento… como vai ser isso? Vamos morar juntos? Casar? Viver cada um no seu canto? E essa decisão vai ser baseado em nós, ou só pensando no bebê? Não quero que ele decida algo só porque tô esperando um filho dele.
- Eu entendo todos esses questionamentos, mas ele é doidinho por você. A família dele te trata como filha. - Minha irmã disse.
- O Uber chegou. - Talita disse e nós entramos no carro parado a nossa frente.
Continuamos a conversa, após cumprimentar o motorista.
Continuamos a conversa, após cumprimentar o motorista.
- Eu só preciso de um tempo. A ficha não caiu ainda. - Eu disse, sentada ao lado de Clarissa.
- Você não pode esconder isso por muito tempo. Muito menos do Luan. - Talita me olhou do banco da frente.
- Eu sei. - Eu disse. Mas na verdade, eu não sei. Primeiro eu vou respeitar meu tempo, assimilar essa coisa de ser mãe e ter um serzinho em desenvolvimento dentro de mim. Isso, antes de tudo. E então, entramos no assunto do noivado de Clarissa, que por sua vez nos revelou que eles querem se casar nos próximos meses.
- Pra que tanta pressa? - Talita olhou surpresa.
- Pra que esperar? A gente já sabe o que quer. - Clarissa deu de ombros.
- Da pra acreditar nisso? - Eu sorri, me sentindo mais leve por tratar de um assunto que não seja eu e um bebê.
- Nós queremos casar no máximo em cinco meses. É o tempo que nos organizamos. Quero tudo como eu sonhei. - E então, ela começou a dividir suas ideias. Talita logo disse que se nós duas deixarmos aquele apê, ela coloca Keven dentro de foda-se quanto tempo eles se conhecem.
(…)
Chegamos em casa e eu mandei mensagem para meus pais e para Luan, avisando que cheguei bem. A sensação de estar em casa é impagável. Seguimos para nossos quartos, então eu tirei minhas roupas e me olhei no espelho. Meu corpo vai mudar em pouco tempo. Alisei minha barriga, que permanece sem nenhuma alteração. Olhei meus seios que também não mudaram.
(…)
Chegamos em casa e eu mandei mensagem para meus pais e para Luan, avisando que cheguei bem. A sensação de estar em casa é impagável. Seguimos para nossos quartos, então eu tirei minhas roupas e me olhei no espelho. Meu corpo vai mudar em pouco tempo. Alisei minha barriga, que permanece sem nenhuma alteração. Olhei meus seios que também não mudaram.
- Como você pode ser tão pequeno e me fazer vomitar tanto? - Eu conversei com o projeto de gente pela primeira vez. - Você chegou no momento mais turbulento, sabia? Não tô sabendo como lidar com isso… - E então, senti meu coração apertando. Meus olhos lacrimejaram e não demorou até as lágrimas escorregarem por meu rosto. - Desculpa, tá? Eu não sou uma péssima pessoa, mas eu até pensei em tirar você. - Suspirei. - Mas um mês aqui dentro já se tornou seu lugar né?! - Funguei. - Na verdade, eu não teria coragem… e seu pai jamais ia deixar. - Solucei, enquanto as lágrimas descem. - Ele é espetacular. Lindo demais! E você provavelmente vai parecer com ele pra acabar comigo… - Fechei meus olhos, sentindo a ficha cair. Quase 24hrs depois, eu aceitei. Realmente tem alguém aqui dentro e nós estamos inclusive batendo papo. Apesar de ele ser do tamanho de um feijão, e com certeza não está me escutando. - Não sei como vou falar sobre você, nem sei quando vou ver ele de novo. Não sei como vai ser tudo isso, mas eu não consigo tirar você da sua casinha. Foi um pensamento rápido e de desespero. Muito idiota, eu sei. Me desculpa, feijãozinho. - Eu ri entre as lágrimas. - É, você vai ser chamado assim por enquanto. Vamos preparar um momento pra contar tudo ao papai, ok? - Eu ri, sem acreditar que eu estou batendo um papo com meu bebê, que nem se formou ainda. Eu estou grávida. Deus! - Você vai me mudar toda. Eu vou enjoar muito, vou ficar inchada… e isso ainda vai ser o de menos.
Decidi ir pro banho, lá eu chorei mais. Eu sinto um medo imenso! Chega a ser quase pânico. Como eu vou ser mãe? Vai ser pra sempre minha ligação com Luan. Ele viajando pelo mundo e eu em casa cuidando da criança. Vou ficar sobrecarregada, vou ficar solitária e vou ser uma péssima mãe. Essa ideia já me faz chorar mais de desespero.
Perdi as contas de quantos minutos fiquei debaixo do chuveiro. Segui para a cama, vi que havia mensagem dele perguntando se eu estava acordada. Não respondi. Eu não quero contato agora. Esse é um momento meu. Vesti o pijama mais surrado e confortável que tenho. Deitei na cama e por mais que eu quisesse pensar em tudo que envolve nosso feijãozinho, eu não consegui. O sono me envolveu intensamente. Eu apaguei.
Decidi ir pro banho, lá eu chorei mais. Eu sinto um medo imenso! Chega a ser quase pânico. Como eu vou ser mãe? Vai ser pra sempre minha ligação com Luan. Ele viajando pelo mundo e eu em casa cuidando da criança. Vou ficar sobrecarregada, vou ficar solitária e vou ser uma péssima mãe. Essa ideia já me faz chorar mais de desespero.
Perdi as contas de quantos minutos fiquei debaixo do chuveiro. Segui para a cama, vi que havia mensagem dele perguntando se eu estava acordada. Não respondi. Eu não quero contato agora. Esse é um momento meu. Vesti o pijama mais surrado e confortável que tenho. Deitei na cama e por mais que eu quisesse pensar em tudo que envolve nosso feijãozinho, eu não consegui. O sono me envolveu intensamente. Eu apaguei.
(…)
Dias depois
Hoje já são quase dez dias sem conseguir ver o Luan. Nesse meio tempo, eu passei muito mal, não senti fome de nada. E as vezes senti fome de tudo. E depois vomitei novamente. Fui ao médico, fiz o exame de sangue. Grávida. Minha primeira consulta será daqui um mês. Trabalhei feito doida. Conversei pouco com Luan. Fizemos algumas chamadas de vídeo e trocamos algumas fotos íntimas. Eu sinto saudade. Eu preciso contar pra ele. E mais ainda: eu preciso dele. Gravidez continua sendo um segredo. Ele precisa ser o primeiro a saber… claro, depois das meninas. Nem mesmo minha mãe sabe. Ninguém. Eu quero primeiro conversar com ele. E hoje, já final do dia, eu recebi sua mensagem: “ Vou ter que viajar daqui pra Santa Catarina. Coisas do clipe… vou pra casa em dois dias. Quero te ver. Morrendo de saudade 😥 “
E eu me senti sozinha de novo. Como vamos formar uma família no ritmo de trabalho que nós temos? Suspirei alto. Peguei minha bolsa e fechei as luzes da sala. Fim de expediente. As meninas se animaram para ir a um barzinho, mas eu só quero dormir. Depois de passar mal, dormir é o que mais eu ando fazendo.
- Vocês podem ir, sério. - Eu disse já na saída da loja.
- Tem certeza? - Clarissa me olhou.
- Meu afilhado não vai ficar querendo um pão de alho? - Talita me tentou. Eu ri.
- Seu afilhado o caralho! - Clarissa se irritou. Elas andam disputando sobre quem vai ser a madrinha do bebê. É, além de tudo preciso lidar com essa briga…
- Amigas, eu vou dormir. Certeza que esse bebê vai puxar ao Luan. Nunca vi tanto sono! - Reclamei, acariciando minha barriga. Elas riram. Por fim, fui pra casa de Uber e elas foram para seu programinha.
Semana que vem é a inauguração do nosso novo espaço no Brasil, onde vai mudar todo meu ritmo de trabalho. Vou ter mais tempo livre e vou conseguir comandar algumas coisas de casa mesmo. Bom para meu pequeno feijão. Luan disse que vem, mas algo me diz que vai surgir outra viagem, outra reunião… tudo sobre o clipe. É o tempo inteiro esse clipe. Vem me torrando a paciência. Mas eu já passei do estágio de irritada, para magoada. Eu estou grávida e ele nem sabe. E não sabe porque simplesmente não temos tempo de nos ver. Jamais vou dar essa notícia em uma vídeo chamada. Nem pensar!
Cheguei em casa e respondi ele com um “ Ok “
E fui preparar algo pra comer. Estou com muita fome! Abri a geladeira e vi um bolo de chocolate. Comprei ontem. E vou comer de novo. Minha boca salivou e então, ouvi meu celular tocando. Já sei que é ele. Peguei o bolo e coloquei no balcão. O atendi em seguida.
Semana que vem é a inauguração do nosso novo espaço no Brasil, onde vai mudar todo meu ritmo de trabalho. Vou ter mais tempo livre e vou conseguir comandar algumas coisas de casa mesmo. Bom para meu pequeno feijão. Luan disse que vem, mas algo me diz que vai surgir outra viagem, outra reunião… tudo sobre o clipe. É o tempo inteiro esse clipe. Vem me torrando a paciência. Mas eu já passei do estágio de irritada, para magoada. Eu estou grávida e ele nem sabe. E não sabe porque simplesmente não temos tempo de nos ver. Jamais vou dar essa notícia em uma vídeo chamada. Nem pensar!
Cheguei em casa e respondi ele com um “ Ok “
E fui preparar algo pra comer. Estou com muita fome! Abri a geladeira e vi um bolo de chocolate. Comprei ontem. E vou comer de novo. Minha boca salivou e então, ouvi meu celular tocando. Já sei que é ele. Peguei o bolo e coloquei no balcão. O atendi em seguida.
- Oi. - Eu disse.
- Você tá bem? - Ele perguntou receoso.
- Bem. Só cansada. Muito trabalho, você sabe.
- Sei… também ando exausto. Cê tá com as meninas? - Ele quis saber.
- Não. Em casa. Elas foram beber algo.
- Entendi… tá sozinha então?! - Disse malicioso, mas eu estou tão chateada. Zero clima.
- Uhum. - Suspirei. - Vou capotar logo que possível. - Ele ficou em silêncio ao perceber meu fora. Fiquei esperando ele falar algo. As vezes nossas ligações tem disso. Silêncios.
- Tá tudo bem mesmo?
- Tá, Luan. - Bufei, ficando irritada.
- Luan? Não. Não tá bem. Conversa comigo. - Ele pediu.
- Tô falando pra você que tá tudo bem. Eu só tô cansada, com fome… só isso. Fico um pouco irritada, cê sabe. - Tentei disfarçar pra evitar maiores explicações como: estou grávida, você quase não tem tempo pra mim. Quando tudo que eu mais quero é a tua atenção. Pelo menos ter a chance de te contar. Mas nem isso…
- Entendi… - Ele disse desconfiado. - Promete que se tiver incomodada com algo, vai falar comigo? Tô sempre pronto pra conversar com você. - Suspirei ao ver ele tão compreensivo, mas ainda estou chateada.
- Amor, prometo. - Sei que assim, acalmei seu coração. - Só preciso comer. - Ri de leve.
- Tá, tudo bem. Você faz falta. - Suspirou pesado. Sei que pra ele também não são dias fáceis. Viu só?! E Gravidez nisso tudo… eu não estava pirando atoa. Eu tinha toda razão.
- Quando cê vem? Quero fazer um jantar pra nós. - Tentei mais uma vez. Venho falando sobre isso pela terceira vez.
- Eu sei… tô louco de vontade de tá com você. A gente consegue se ver na inauguração. Já disse. Não quero nada marcado pra esse dia.
- Mas nem vai ter festa… - Eu ri de leve. Sentindo um balde de água fria de novo. Esperava ver ele antes. Ele vem para São Paulo em dois dias, mas isso não significar me ver. Ele não tá com tempo nem pra ele.
- Eu sei, minha loira. Mas quero ir lá com você, ver tudo… depois a gente volta pra casa e janta. Vou comer tudo com muito gosto. - Ele foi malicioso na última frase.
- Vai ser algo só pros funcionários, amor. - Revirei os olhos, enquanto sorrio.
- Então avisa que vai ter um cantor lá. - Ele se esforça. Ele sabe que tá muito em falta comigo. E o fato de ele ter essa consciência, significa muito pra mim. Mas não está sendo o suficiente se tratando da situação que nos envolve.
- Tá. Eu aviso então. Esse cantor não vai cancelar em cima da hora? - Ergui as sobrancelhas sem segurar minha língua.
- Prometo que não. Você é prioridade pra mim. - Ele sabe usar as palavras… fiquei calada para não iniciar uma discussão.
- Certo. Vou confiar. Preciso comer agora, amor.
- Tudo bem. - Ele riu. - Te amo. Muitão.
- Te amo mais. - Ele riu.
- Não, não… eu amo mais. - Revirei os olhos, sorrindo feito boba.
- Quando cê vier a gente vê quem ama mais. - Ele riu.
- Vou te encher de beijo e de cheiro. Cê vai ver só…
Hummm, tô esperando. Agora vou indo, tá?! Um beijo. Amo você.
Hummm, tô esperando. Agora vou indo, tá?! Um beijo. Amo você.
- Amo você também. Beijão nessa boca linda. - Eu ri e então, desliguei. Ele consegue amenizar? Consegue! Fico boba toda vez que término uma ligação com ele. Mas eu ando muito chateada… pode ser sensível demais. Não sei. Nem quero pensar nisso agora. Só quero me deliciar no meu bolo de chocolate.
(…)
|| Luan ||
O dia da inauguração do novo espaço de trabalho das meninas chegou. Consegui ficar o dia livre, mas não pude estar com Lavínia. Tenho notado ela mais distante e mais sensível. Sensibilidade que ela muita vezes camufla com reação. As vezes é grossa, as vezes é fria… não temos conversado muito sobre o clipe. Ela não se sente confortável com isso e eu respeito. Gostaria de ter passado o dia juntinho dela, mas não consegui. Ela tá trabalhando feito louca e acabou de ser grossa de nova ao telefone agorinha.
- Nós vamos que horas, Pi? - Bruna apareceu em meu quarto.
- Vou esperar ela me dizer certinho. - Eu disse. Bruna insistiu em ir junto.
- Certo. - E então, sumiu. Foi quando meu celular tocou. É Arleyde. Pensei em não atender, mas que profissional eu seria?
- Oi, Luan. Tudo bem? - Ela disse.
- Oi, lelê. Tudo sim. O que cê manda?
- Natália chegou ao Brasil. - Ela disse e eu franzi a testa.
Nosso clipe só vai ser gravado daqui duas semanas.
- Sério? Velho, ela não disse nada…
- Sim. Ela comunicou agora. Decidiu de última hora e insiste em viajar para Trancoso. Vai fazer um jantar hoje, chamou você e a equipe. - Fechei os olhos com força.
- Arleyde, eu pedi pra não marcar nada hoje.
- Luan, ninguém sabia que ia iria vir. Todos foram pegos de surpresa. Sei sobre o compromisso com a Lavínia, mas deixar a nossa convidada que preparou um jantar, não é legal…
- Puta que pariu. - Murmurei. Respirei fundo e não sei o que fazer. Porra!
- Confirmo que você vai? - Fiz careta, sabendo do que prometi a Lavínia.
- Diz a ela que amanhã nos encontramos.
- Tem certeza, Luan? - Ela disse e eu bufei. - Nós convidamos, ela veio de outro país, está oferecendo um jantar para que todos se conheçam… eu acredito que Lavínia vai entender. - Não. Ela não vai entender. Neguei com a cabeça.
- Quem vai ao jantar? - Perguntei, ficando muito irritado. Mas que merda!
- Edgar, eu, o diretor do clipe, uma amiga dela que também veio. Você pode chamar seu pai também, afinal, é seu empresário. E Wellington também vai, caso você vá.
- Vou chegar tarde. Não vou cancelar com Lavínia. Vou dar uma passada na inauguração, em seguida vou pro jantar. Ela vai comigo. - Falei, me sentindo muito contrariado.
- Certo. Tudo bem. Te passo tudo certinho pelo WhatsApp.
- Beleza. - E então, desliguei. Joguei o celular para longe. Foi de encontro ao colchão. Lavínia vai ficar muito puta… muito! Fechei os olhos e me senti dentro de um furacão. Ando tão sobrecarregado… muito trabalho, sinto ela distante de mim. E minhas duas prioridades se chocam, me deixando desestabilizado. Respirei fundo, me sentindo perdido. Eu sabia que assumir um namoro não seria fácil com a vida que eu levo, mas não quero abrir mão dela. Não quero mesmo. Foi então, que meu celular tocou. Peguei, pensando ser Arleyde de novo, mas não. É ela. Minha loira.
- Oi. - Atendi. Ela foi bem grossa comigo minutos atrás.
- Desculpa, amor. Tô uma pilha. - Já foi dizendo. - Acabei de sair de lá, tô indo pra casa. Daí cê pode se arrumar também. Não vai ter nada, tô falando pra você. Contratamos um serviço de jantar e vamos oferecer aos funcionários da loja e os novos que chegaram. Um momento tranquilo.
- Eu só quero tá com você. - Eu suspirei. Sei que ela vai reagir mal quando eu contar.
- Tá, tudo bem. A gente vai se ver. A Bruna vem também?
- Sim. E eu preciso falar com você… - Falei receoso.
- Pode falar, meu bem. - Fechei os olhos e respirei fundo.
- Natália chegou hoje ao Brasil. Pegou todos de surpresa. Preparou um jantar pra toda a equipe e eu não tive como negar, mas daí você vai comigo. A gente fala com eles e depois vamos pra sua casa como você queria. - Falei rapidamente. Ela ficou em silêncio por uns segundos. - Amor? - Franzi a testa.
- Eu sabia que algo sobre o clipe ia acontecer. Você tá com muito trabalho, Luan… não precisa se sobrecarregar por minha causa. - Senti a decepção na voz dela e isso me embrulhou o estômago.
- Não faz assim, loira. Eu quero ver você. Pra mim é um prazer, poxa. Nós dois precisamos de pelo menos cinco minutinhos. Você também tem trabalhado tanto… a gente quase não tem tempo de se falar… tô com muita saudade. - Ela suspirou exausta.
- Eu precisaria mais de cinco minutos. - Suspirou de novo. -
Não vou ao jantar. Já tinha pensando em tudo pra comer com você lá em casa, mas vou cancelar o pedido. Daí já janto com o pessoal na empresa. - Ela disse muito contida. Prefiro quando ela se irrita, pelo menos demonstra alguma reação que não seja decepção.
- Loira, bora comigo. Daí você já conhece ela e tudo mais..
- Eu não quero participar disso. Eu aceito, é seu trabalho… mas você sabe como me sinto desconfortável. - Respirei fundo. Não vou contar sobre essa ideia de viagem que continua de pé. O que eu vou fazer, céus?
- Beleza. Te vejo então. - Decidi não insistir.
- Me encontra na empresa mesmo. Vou te mandar o endereço. - É, ela nem ao menos quer que eu vá buscar ela. Droga!
- Tudo bem. Mas eu poderia passar aí…
- Não precisa. A gente se encontra lá. Vou com as meninas. - Começou a responder muito fria. De novo.
- Entendi… um beijo.
- Beijo. - E então, ela desligou. Senti meu coração retorcendo. Não quero que ela fique chateada. Espero reverter essa situação ainda hoje.
Levantei e depois de mandar mensagem para minha irmã, fui pro banho.
Coloquei uma roupa elegante, porém sem ser muito formal. Desci e esperei Bruna por uns cinco minutos. Enquanto isso, conversei com meus pais que mandaram um abraço pra Lavínia.
Entrei em meu carro numa ansiedade sem tamanho… quero ver ela. Isso tá me tomando completamente.
- Uou! Olha como a cunha tá gata! - Bruna disse e então, me mostrou uma foto que ela postou em seu Instagram:
Meu coração saltou. Porra! Muito gata!
Levantei e depois de mandar mensagem para minha irmã, fui pro banho.
Coloquei uma roupa elegante, porém sem ser muito formal. Desci e esperei Bruna por uns cinco minutos. Enquanto isso, conversei com meus pais que mandaram um abraço pra Lavínia.
Entrei em meu carro numa ansiedade sem tamanho… quero ver ela. Isso tá me tomando completamente.
- Uou! Olha como a cunha tá gata! - Bruna disse e então, me mostrou uma foto que ela postou em seu Instagram:
Meu coração saltou. Porra! Muito gata!
- Sou um cara de sorte. - Sorri e Bruna sorriu também. Ela colocou uma música, então fomos curtindo um sertanejo até chegarmos no endereço. E demorou, diga-se de passagem. É um prédio comercial, então logo na portaria fui tietado. O funcionário quis uma foto, antes de seguirmos. É um prédio de luxo, não conhecia.
- Deve tá a coisa mais linda. - Bruna sorriu.
- Lavínia quase ficou doida com isso, deve tá perfeito. - Eu disse, me sentindo orgulhoso dela.
Chegamos a porta que tem uma senha ou digital para entrar.
Chegamos a porta que tem uma senha ou digital para entrar.
Não sei nenhum dos dois. Peguei o celular e liguei:
- Amor, cheguei. - Eu disse.
- Tá, só um minutinho. - desligou em seguida. Então, atendido por uma funcionário que foi bem simpática.
- Boa noite, gente! - Sorri, encontrando um espaço bem amplo de recepção. Poucos funcionários por aqui.
- Boa noite. - Bruna sorriu e eles nos responderam.
- Lavínia tá no studio de vídeos. - A funcionária que abriu a porta disse.
- São só vocês? Cadê a comida? - Perguntei.
- O restante estão na área livre. - É, foi comprado a cobertura do prédio pra realização da distribuidora aqui no Brasil.
- Beleza. Então daqui a pouco tô indo pra lá. - Sorri e então, a funcionária me levou até a sala. No trajeto pude ver um pouco do lugar. Tudo de muito bom gosto. Ela bateu na porta e abriu em seguida, vi Lavínia batendo fotos com suas irmãs. Meu coração pulou dentro do peito. Tá muito linda! Um decotão, um macacão vermelho… é de tirar o fôlego. Entrei então o mundo sumiu quando ela me olhou. Sorri, indo em sua direção. Lhe abracei forte e ela me abraçou de volta. Eu me senti em paz. Muito em paz.
- Oi, sentiu saudade mesmo hein?! - Ela brincou. Está de bom humor? Suspirei aliviado.
- Muita saudade. Você tá uma gata. - E então olhei ela.
- E você também. E muito cheiroso. - Olhei seus olhos que sorriem pra mim. Que saudade. Que saudade. Olhei sua boca convidativa.
- Posso te beijar? - Eu quis saber, sem ter a intenção de borrar sua maquiagem.
- Esse batom não sai tão fácil, Luan. - Me chamou pelo nome, mas pelo menos tá sorrindo. Emaranhei minhas mãos em seus cabelos e beijei ela. Meus lábios nos dela. Minha língua na dela. Foi um beijo contido, mas só de sentir o gostinho… ela não me deixou prolongar muito. Estamos numa sala com algumas pessoas. Ela riu de leve, ficando sem graça e eu cheirei seu pescoço, aproveitando meu chamego pertinho de mim.
- Ou, cê não viu a gente não?! Viado! - Só então, pude ouvir a voz do Keven. Contra vontade, eu tive que largar ela. Olhei para o lado e vi os dois marmanjos sentados em duas poltronas. É um ambiente sem nada. Além de duas poltronas, uma penteadeira cheia dê lâmpadas, e ring ligth. Tudo muito iluminado.
- Fala, seus malas! - Sorri e fui cumprimenta-los. Ouvi Bruna falando com Lavínia, as meninas começaram o maior converseiro e eu continuei falando com meus amigos sobre a correria que está sendo o clipe. Olhei para trás e vi elas distraídas, batendo fotos. E então, sussurrei para os dois: -
Natália chegou.
- Puta que pariu. - Os dois falaram ao mesmo tempo, no mesmo tom de voz. E eu assenti, concordando com suas reações.
- Ela não ia vir mais perto do clipe? - Keve franziu a testa.
- Ela quer viajar pra Trancoso. Insiste nessa ideia. - Bufei.
- E a Lavínia não vai. - Marco disse.
- Já deixou isso bem claro. Daí cês imaginem se eu for. - Passei a mão por meus cabelos, me sentindo agitado.
- O pau vai torar, meu amigo. - Marco disse e Keven gargalhou. Acabei rindo. De desespero. Total desespero.
- Ou, vamos comer? - Clarissa chamou.
- Terminaram a sessão de fotos? - Marco disse.
- Amor… - Ela colocou a mão na cintura. Eu sorri com os dois. Combinam pra caralho! Então, todos foram saindo e eu segurei a mão de Lavínia. Seu cheiro tomou meus sentidos. Parei e fiz com que ela parasse também.
- Galera, cês podem ir. Deem dez minutinhos pra gente. - Eu falei e Lavínia me olhou sem entender, enquanto o restante soltaram risadas maliciosas. Logo todos se foram e eu encostei ela na porta.
- Você precisa falar alguma coisa? - Ela me olhou atenta.
- Só tô com saudade. - E então, cheirei seu pescoço. Segurei sua cintura, trazendo ela pra mim e sentindo ela relaxar. - Você não imagina como eu precisava disso. - Sussurrei, beijando seu pescoço. Ela acariciou meus ombros, afetuosamente.
- Nós estamos muito ocupados ultimamente. - Suspirou. E eu olhei em seus olhos.
- Você tá uma coisa incrível hoje. - Elogiei e ela corou um pouquinho. Sorriu e eu derreti todo. Minha gatinha! - A gente pode dormir juntos hoje. - Fiz a proposta.
- Você tem seu jantar. - Ela sorriu de lado. E lá estava o olhar decepcionado.
- Você vem comigo. Confirmei nós dois. A equipe de sempre vai tá lá também. Depois a gente vai pra teu apê.
- Eu não vou, Luan. Eu tô no último nível de cansaço, eu não quero contato com aquela mulher e nem saber nada sobre o clipe. Eu desejo que seja um sucesso, que seja melhor do que você imaginou, mas… não exige mais de mim. Eu não consigo. - Ela pediu e eu suspirei.
- Só um jantarzinho? Rápido. - Eu propus novamente. Ela negou com a cabeça. - E depois posso ir dormir com você? - Ela riu sem ânimo.
- Eu vou estar apagada. - Mordi os lábios, tentando entender o que realmente tem aqui. Ela tá estranha. Me afastando, sendo fria… se mostrando indiferente em muitos aspectos.
- O que tá acontecendo? - Fui direto, porém compreensivo.
- Eu não tenho como falar com você em dez minutos. - Ela negou com a cabeça.
- Eu vou pro jantar e volto pra você. Nós vamos conversar. O que tá havendo? - Franzi minha testa.
- Eu já disse que vou tá dormindo. Você não imagina a quantidade de sono nas últimas semanas. Faz seu trabalho, amor. Se concentra nisso, depois a gente conversa.
- Você tá me deixando preocupado. Continua passando mal? - E então, vi seus olhos marejando. Ela desviou o olhar do meu. - Loira, olha pra mim. - Pedi, ficando ainda mais apreensivo. - Você tá com algum problema?
- Não. Não é nada. - Ela sorriu sem ânimo. Me abraçou.
- Lavínia, cê jura pra mim? - Abracei ela de volta.
- Uhum. Juro. Não precisa se preocupar.
- Amanhã volto a viajar. Tenho uns shows, então é a nossa chance. Conversa comigo. - Pedi. E ela me olhou.
- Eu tô numa inauguração. Você veio aqui de passagem, porque também tem trabalho hoje… não dá pra gente parar pra conversar. - Franzi minha boca, ficando irritado com a condição da nossa vida, como ela está interferindo no nosso relacionamento no momento.
- Promete pra mim que você tá bem. - Pedi. Ela me olhou, tentando me passar confiança.
- Prometo pra você, Luan. Eu tô bem. - E o sorriso sem graça, lá de novo.
- Tô aqui pra você. Cê sabe, num sabe? - Ela assentiu. - Sabe que eu amo você? - Acariciei seus cabelos. E ela assentiu. -
- Sabe que é o amor da minha vida? - Sorri e ela assentiu, sorrindo também. - Sabe que é a loira mais gata desse mundo? - E ela riu. Riu de verdade. Isso me aliviou um pouco. Bateu em meu peito, e então eu procurei sua boca. E nós demos alguns beijos. Eu me deliciei nela. Sentindo meu corpo todo queimar. É incrível como só preciso da boca dela tocando a minha pra que tudo incendei.
Foi entre um de nossos beijos, que bateram na porta. Ela me afastou.
Foi entre um de nossos beijos, que bateram na porta. Ela me afastou.
- Tô borrada? - Me olhou. Sua voz tá muito afetada e eu só queria sumir daqui com ela.
- Não. Tá tudo certo. - Falei, olhando sua boca.
- Irmã, estamos esperando vocês. - Talita disse. Suspirei.
- Tô indo. - E então, ela deu uma ajeitandinha nos meus cabelos. É, ela pegou eles com vontade momentos atrás. - Vamos?
- Bora. - E então, saímos. E foi quando eu não tive mais tempo de estar com ela. No máximo, houveram alguns abraços e carinhos. Mas na maior parte do tempo, dando atenção a todos. Se divertindo com a equipe, comemorando a conquista. Não bebi nada, afinal, estou dirigindo.
Alguns minutos se passaram e eu percebi que não poderia adiar mais. Combinei com a Bruna de ir comigo, já que Lavínia não quis.
Comecei a me despedir de todos e vi o olhar dela. A testa franzida, mostrando descontentamento. Por fim, ela me levou até a porta de saída.
Alguns minutos se passaram e eu percebi que não poderia adiar mais. Combinei com a Bruna de ir comigo, já que Lavínia não quis.
Comecei a me despedir de todos e vi o olhar dela. A testa franzida, mostrando descontentamento. Por fim, ela me levou até a porta de saída.
- Cunha, tá tudo lindo por aqui. Parabéns! Você merece demais. - Bruna disse, abraçando ela.
- Obrigada, Cun.
- Amo você. Vê se aparece lá em casa, mesmo sem Luan por lá. - E então, desfez o abraço.
- Te amo também. - Sorriu. - Apareço sim. Manda um abraço pros meus sogros. - E eu sorri. Amo ver ela falando assim.
Mostra o quanto eu sou dela. Porra, eu gosto.
- Pode deixar. Vou esperar no estacionamento. - Minha irmã disse e piscou um olho, antes de sumir pelo corredor. E ela me olhou. Seu olhar tem um apelo silencioso, misturado com chateação… eu me senti péssimo.
- Não me olha assim. - Segurei sua mão, acariciando.
- Como? - Tentou disfarçar.
- Assim. Dá vontade de largar tudo por você. - Fui sincero e ela suspirou.
- Sua morena tá esperando. - Ela alfinetou.
- Não é minha morena. Não tem morena nenhuma na minha vida, sem contar com a minha mãe. - Ela bufou.
- Ok.
- Ou… - Suspirei. - Vem cá. - Puxei ela pra mim, agarrando sua cintura. - Não fica toda emburrada não, poxa. - Olhei em seus olhos. Ela só sorriu sem ânimo de novo. Ficou me olhando em silêncio. E o apelo lá. Ela não tá me dizendo algo. A sensação é horrível. - Eu posso voltar depois do jantar. - Falei pela terceira vez.
- Eu tô esgotada. Sério. Preciso dormir. - E mais uma vez, ela me deu um fora. - Amanhã eu trabalho. Cê sabe como é… - Assenti, olhando sua boca. E então, olhei seus olhos novamente.
- Só não esquece nem por um segundo o quanto eu te amo. - Falei firme.
- Eu também te amo. - Ela falou, me olhando. Não estamos no nosso melhor momento e ela está claramente chateada comigo. Claramente. Mas ouvir ela dizer isso, já me enche de paz.
- Diz de novo. - Sorri, aproximando meu rosto do dela.
- Você já ouviu. - Disse, ainda emburrada. Eu ri de leve, beijando o canto da sua boca, sua bochecha, seu pescoço.
- Grossa. - Murmurei, ouvindo ela bufar. - Preciso ir. - Olhei ela de novo. - Certeza que tá tudo bem? - Ela assentiu. Mas tem algo lá. Eu sei.
- Bom jantar. - Eu sei que ela diz isso tá boca pra fora. Tá odiando o fato de eu ir pra lá. Na verdade, eu também não estou gostando de ir. Ri de leve e assenti.
- A gente vai se falando, tá? Qualquer coisa cê me liga, manda mensagem… - Ela assentiu de novo. - Beijo? - Pedi e ela então se aproximou, com as mãos em minha nuca e me beijou. Foi tão bom como sempre é. Essa boca foi feita pra mim, não há dúvidas disso.
- Se cuida. - Ela disse, me olhando. Ela faz um apelo em silêncio e isso tá me deixando muito angustiado.
- Você também. Te amo. Te amo, te amo. - Sussurrei, fechando os olhos. Com meu nariz encostado no dela.
- Eu também te amo. - Acariciou minha bochecha e então eu me afastei.
- Qualquer coisa é só falar comigo, tá? - Disse novamente e ela assentiu. Toda a chateação exalando dela. Sinto por isso. Mas nós vamos passar. É só um momento.
- Beijo. - Soltou beijo e ficou me olhando ir. Algo no meu coração está me deixando angustiado. Ela queria falar, eu sinto a necessidade dela. Mas poxa, tá só me afastando. Mas eu entendo, ela tá irritada e chateada comigo. Suspirei alto, já entrando no elevador. E vamos para Natália.
Um capítulo cheeeeeio de acontecimentos… Não tenho nem o que dizer… deixo com vocês!
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Bjs, Jéssica ❤️