quinta-feira, 20 de junho de 2019

“ Uma velha amiga “ 06

Talita voltou para a sala falando:
 
- Era meu pai, ele queria... - parou ao ver como minha irmã está me olhando. - Eu também quero saber. - Minha amiga se aproximou. 

- Sentem. - Respirei fundo e passei a mão por meus cabelos. - Tá rolando um lance muito estranho entre o Luan e eu. 

- Isso nós já percebemos. - Elas falaram juntas e eu gemi frustrada. Tá tão na cara assim?
Merda. - murmurei. - Nós sentimos atração um pelo outro e isso já está bem claro pra nós dois. Pra Talita que não sabe, eu conheci ele através do mais novo casal. - Apontei para minha irmã. - Clarissa insistiu muito e então passamos um fim de semana juntos, Luan, eu, ela e Marco. Ele tentou ficar comigo, mas eu fui muito honesta. Eu não consigo. Mas hoje, antes de vocês chegarem, a gente meio que se beijou. - Fiz careta e elas ficaram me olhando de forma interrogativa. 
 
- Meio que beijou? Meio beijo? - Clarissa disse, franzindo a testa. 

- Isso não existe. - Talita teve a mesma reação. 
 
- Ele encostou a boca na minha e quando o beijo ia de fato começar, vocês chegaram. 
 
- Porra! - Minha irmã lamentou e vi Talita ficar boquiaberta. 
 
- Não sei o que deu em mim. - coloquei as mãos em meu rosto. 
 
- Ei. - ouvi minha cunhada chamar e então a olhei. - Você tá se sentindo culpada? Meu amor, tudo que o Bê mais quer é ver você feliz, tenho certeza disso. 
 
- Não é bem assim. - Suspirei. 
 
- Claro que é! - Clarissa afirmou. 

- Eu ainda não consigo. Me senti terrivelmente culpada e depois vocês começaram a falar do Bernardo, eu acabei explodindo. 
 
- Barbie, você precisa entender que a vida segue. Eu super apoio vocês dois, que você conheça pessoas novas. - Talita disse. 

- Mesmo? - perguntei, um pouco surpresa. 
 
- Sim! Vai beijar, vai viver! - Ela disse. 
 
- Eu já venho falando isso. - Minha irmã deu de ombros. 
 
- Não sei como vamos ficar e nem sei quando a gente vai se ver de novo. - Peguei meu celular. - Bom, estão satisfeitas? O que o seu pai queria? - Mudei de assunto, olhando Talita. 

- Bobagem. - Ela riu. - Já criaram um shipper?
  
- Não. - Clarissa disse, toda animadinho. 

- Ah não! - Joguei a cabeça para trás e tive que aturar elas juntando nossos nomes por alguns minutos, no fim se decidiram por “ Luvnia “, uma grande merda. 
 
- Isso é cafona. - Eu ri, levantando. 

- Isso é tendência. - Elas me seguiram, me enchendo. Só tive paz quando entrei no banheiro para tomar banho e nem sei por quantos minutos fiquei no banho. Pensando, pensando e pensando...

|| Luan ||
Quando cheguei em casa, fiquei no quarto, sentindo o cheiro dela na minha camisa. Lembrando do que Marco me falou. “ Ela te olhava muito! Nem prestou atenção no filme. “ “ Quando eu menos esperava ela tava feito boba te olhando. “ “ Ela tá muito na sua. “ “ Ela claramente ficava toda mole quando cê tocava ela, por mais simples que fosse o carinho. “ “ Caralho, você deixou minha cunhada caidinha, viado. “ Acabei sorrindo. Eu que tô caidinho. Quero muito beijar aquela boca, transar com ela. É, eu quero! Quando eu lembro que hoje eu quase beijei ela, cheguei tão perto! Mas ela resiste muito e depois de saber que ela chorou logo após o almoço, logo após falarmos do seu ex, fez eu me sentir culpado. Talvez ela não esteja pronta para qualquer proximidade e ficar perto dela pode lhe causar mal. O que me surpreendeu foi ela pedir pra eu não me afastar. Ela tá muito confusa e me deixando confuso também. 

- Luan? Marquinhos tá aqui. - Ouvi minha mãe falando do outro lado da porta, me despertando dos meus pensamentos. 
 
- Tô descendo. - Falei e entranhei. Ele nunca vem aqui sem avisar. Olhei meu celular e me deparei com sua mensagem dizendo que estava chegando por aqui. Tirei minha camisa e fiquei somente com a parte inferior da minha roupa. Ao chegar na sala, encontrei ele conversando com me pai. 
 
- E aí, viado! Não viu minha mensagem? - apertamos a mão um do outro e depois lhe dei um tapa na cabeça. 
 
- Não, pô. Eu tava quase dormindo. - Menti e vi meu pai franzir a testa. Ele sabe que nunca durmo esse horário, mas também não fez nenhuma pergunta. 
 
- Cê viaja que horas? - Marquinhos perguntou. 
 
- Viado, pela madrugada. - Respondi vagamente por não saber a hora exata. Olhei meu pai, esperando a resposta certinha. 
 
- Umas duas horas da manhã. - Meu pai disse. 
 
- Marquito! - ouvi minha irmã falando, descendo as escadas. 
 
- E aí, magrela. - Ele levantou e logo os dois se abraçaram. 
 
- Tô indo ver o Breno. Pensei que você ainda não tivesse chegado. - Ela me olhou logo após o abraço. 
  
- Faz uns minutinhos já. - respondi. 

- Os meninos vão se reunir por lá. - Bruna disse, se referindo a casa do seu namorado. 

- Vim aqui chamar ele pra tomar uma, toca umas modas. - Marquinhos disse. 

- Cê também vai? - Bruna o olhou e ele assentiu. - Ah, então vamos todos juntos, ué. 
 
- Veio de carro? - perguntei. 
 
- Vim. Levo vocês e trago de volta. 
 
- Eu vou dormir lá. - Bruna Olhou meu pai como quem comunica e ele apenas assentiu. 
 
- Então fechou. Volto, no máximo, uma hora da manhã, pai. - Comuniquei também para que ele fiquei ciente que não vai ter atraso quanto a viagem de logo mais. 
 
- Tudo bem. - Ele sabe que sou responsável. 
 
- Vou falar com a Xumba. - Fui até a cozinha, onde ela passa a maior parte do tempo. Nunca vi pessoa pra gostar tanto de cozinha. - Xum. - Chamei, encontrando ela tirando um bolo do forno. 
 
- Oi, filho. - colocou o bolo na bancada e me olhou. 
 
- Vou na casa do Breno. Passar um tempo com os caras. 
 
- Tá, tudo bem. Como foi o almoço? 
 
- Foi bom. - Sorri, sendo bem breve. 
 
- Entendi. - Ela disse, claramente querendo saber mais. Ela sabe que tem mulher no meio, me conhece. Eu me esforcei ao máximo pra ir nesse almoço, logo após um fim de semana com amigos. Ela sabe.
  
Vou indo. - Beijei sua testa ao me aproximar dela. 

Vai com Deus. - Se despediu e então não demorou muito para chegarmos a casa dos meus parceiros gêmeos. Ao encontrar meus amigos reunidos, eu me desliguei do que aconteceu hoje com Lavínia. Me joguei no momento de música, muita conversa e risadas. Bruna e Paiva, sua amiga, conhecida por toda a nossa família, a mãe e tia dos gêmeos fizeram a festa dançando, nos causando risadas. 

-  Pô, te falar... aquela morena, amiga do Dudu. Lembra? - Breno falou, brincando. 
 
- A Jamile. E para de agir como se nunca tivesse falado com ela. - respondi e ele riu. 
 
- Ela tá vindo passar um tempo em São Paulo. Dudu falou comigo sobre isso, tô te falando sem pretenção alguma. - Os caras riram e eu também. 
 
- Na boa, vocês querem o meu fim. - Brinquei. 

- Qual é? Você não abandonou o time dos solteiros desde que começou a firmar mesmo na carreira. - Marquinhos disse. 
 
- Eu sei. Mas não tenho intenção de mudar isso agora. Com a Jamile é só curtição. Ele mora no sul, nunca daria certo. 
 
- Mas ela é muito bacana. Já conhece todo mundo, inclusive sua família. - Douglas disse. 
 
- Verdade. Isso foi ano passado no seu aniversário. - Caio lembrou. 
 
- Vocês estão viajando. - Ri de leve. 
 
- Vai dizer que vocês não vão se ver? - Bruno, um de nossos amigos disse. 
 
- Claro que vou. - Sorri de lado. - A gente sempre se vê. Ela conhece todo mundo, pô. 
 
- Blogueira, gata, educada. Eu apoio. - Gabriel, irmão dos gêmeos levantou a mão. 
 
- Vão se ferrar! - Acabei rindo. - Cês sabem que não sou pra namorar. Não agora. 
 
- O negócio é cair na sacanagem mesmo. - Marquinhos brincou e então fizemos um brinde com os copos de cerveja.

(...)

Nos divertimos durante um bom tempo e então voltei para casa na hora combinada com meu pai. Nem tive tempo de respirar direito e já tive que viajar. No avião eu parei pra pensar na Loirinha e ao mesmo tempo pensando em Jamile. Ela é um caso antigo. Aquele tipo de caso que nunca acaba. Sempre que a gente se vê, a gente fica. Ela é uma ótima pessoa e já é, de certa forma, incluída na minha vida. Nunca me pressionou sobre namoro ou quis aparecer as custa da minha fama. Conhece minha família, meus amigos mais próximos, nos conhecemos a alguns anos. Para ser mais exato, acredito que seja entre cinco, seis anos. Ela mora em Rio Grande do Sul. É blogueira, a cada dia mais conhecida. É uma grande mulher, mas eu nunca quis namorar com ela. Na verdade, nunca cogitamos isso. Parando pra pensar agora, eu não me vejo em um relacionamento sério com ela. 
 
- Luan, vamos chegar em meia hora. - Arleyde, minha assessora, comunicou. Apenas assenti com a cabeça. 
 
- Tá caladão, pô. - Edgar, também da minha equipe, disse. 
 
- Ele bebeu. - Wellington, meu segurança, riu de leve. 

- Só um pouco, negão. - Sorri de lado. - Tô só com uns pensamentos. - Me justifiquei.
Quando chegarmos, você vai conseguir dormir um pouco. - Arleyde disse e eu sorri, assentindo mais uma vez. Ela é como uma mãe da estrada. Cuida muito bem de mim, sem contar que aguenta minhas brincadeiras. Lavínia tomou conta dos meus pensamentos. Lembrei dos nossos lábios se tocando. Eu não sei porque me sinto tão atraído. Acho que é por saber que ela é tão difícil. Eu gosto de conquistar. Mas sei também que com ela é tudo mais sensível. A nossa última conversa passou por minha cabeça novamente. Ela não quer que eu me afaste. Sorri sozinho. É uma linda! Aqueles olhos expressivos, aquele cabelo macio e cheiroso. Aquela boca carnuda. Ela é linda! Nem parece real de tão linda. Eu não tenho nenhum problema em admitir que sua beleza me deixou encantado.

Logo o avião pousou e eu reconheci: preciso dormir. Um dia foi cheio de muita informação. Lavínia, Jamile chegando, bebida... Necessito de descanso.






OIIIII LINDAS! Cheguei com capítulo novo cheio de coisinhas hein?! Lavínia teve uma conversa sincera com sua irmã e sua amiga e recebeu apoio. Será que isso vai ajudar pra que ela derrube sua barreira? Quanto ao Luan... tem mulher nova na área, que pra ele, não é tão nova assim. Uma velha amiga.. E ela tá chegando... e aí? O que vocês acham que vai acontecer nos próximos capítulos? 👀
Gostarammmm???
Comentários respondidossss, muito feliz com a interseção de vocês! ❤️

domingo, 9 de junho de 2019

“ A surpresa do almoço “ 05



Marco chegou já quase no fim dos preparativos pro almoço. Mas chegou sozinho... confesso que senti um pouco de frustração, mas acredito que consegui disfarçar bem. Me disse que Luan ficou preso em seu escritório, resolvendo algumas questões e não vai conseguir vir. Fingi fazer pouco caso, diferente de Clarissa. Lamentou bastante.

- Não tem nada pra beber. - Falei ao abrir a geladeira.

- Então bora comprar. - Marco disse, já pegando a chave do seu carro. - Vamos, amor?

- Vamos. - Clarissa já entrelaçou sua mão na dele. - Vem também, Tata. - Minha cunhada me olhou e perguntou:

- Cê vem, Barbie? - Neguei com a cabeça.

- Vou ficar deitadinha na varanda esperando vocês. - Eles me olharam esquisito e então Clarissa entrou em defesa.

- O que foi? Nós adoramos fazer isso quando temos tempo livre.

- Cada doido com suas manias. - Marco disse, dando de ombros e nós rimos. Enquanto eles caminhavam até a porta, eu fui para a varanda e logo deitei no sofá cama espaçoso que temos no local. Escutei um falatório e sorri sozinha. São doidinhos. Talita claramente gostou de Marco. Ele é muito encantador mesmo. Fico feliz que minha irmã tenha conseguido encontrar alguém tão legal. Olhei o céu e lembrei de Bernardo, minha mãe, meu pai... o coração doeu de saudade.

- Oi, coisa linda. - Meu coração gelou de susto e ao mesmo tempo registrei quem está me olhando com um sorriso no rosto. Franzi a testa.

- Luan?

- É. - ele riu e se aproximou, já deitando ao meu lado. Passou o braço em volta da minha cintura e beijou meu rosto. Essa proximidade toda não! Por favor! - Assustada? - ele me olhou. O rosto bem próximo ao meu.

- Não, surpresa. Marco disse que cê não vinha.

- Consegui fugir de lá. - acariciou minha cintura. Olhei todo seu rosto por um momento, tentando acreditar que ele realmente está aqui. Lamentei internamente por me sentir melhor ao constatar esse fato.

- Como você subiu?

- Sou Luan Santana. Queria fazer surpresa. - Ergui as sobrancelhas.

- Que péssima segurança desse prédio. - revirei os olhos e ele riu despreocupado, beijando minha bochecha de novo.

- Gostou da surpresa? - olhou minha boca.

- Tanto faz. - dei de ombros.

- É assim, Lavínia? - Me olhou ofendido e eu sorri.

- Brincadeira, ué. - passei o braço em volta do seu pescoço e então o abracei, ficamos os dois de lado.

- Hum. - ele disse se aconchegando em mim. - Encontrei o pessoal quando eu tava subindo. - me afastei um pouco, voltando a deitar normalmente, mas ele continuou com o braço em volta da minha cintura, ainda deitado de lado. 

- Eles foram comprar refrigerante, eu acho.

- Eu sei. Vi sua cunhada.

- Viu?! Linda né?!

- Não sei, só tenho olhos pra você. - ele disse sorrindo e eu ri.

- Que péssima cantada, Luan.

- Me deixa tentar. - se aproximou ainda mais e beijou meu pescoço uma vez, me deixando arrepiada, então repetiu de novo e isso teve reflexo direto entre as minhas pernas. Encolhi os ombros, fazendo ele se afastar. Ouvi sua risada e então o olhei, fingindo repreensão.

- Aquieta. - Tentei parecer dura.

- Cê é muito gata. - franziu a testa.

- Tá. - fiz pouco caso.

- Lavínia! - pousou a cabeça na curvatura do meu pescoço, sorri silenciosamente.

- Cansado? 

- Tô, viu. - respirou fundo.

- Devia ter aproveitado esse tempo pra descansar.

- Queria vir pra cá. - deu de ombros. Senti sua boca em minha orelha e então uma mordidinha.

- Luan! - O repreendi e senti seu sorriso em minha pele. Esfregou a barba em minha bochecha e ficou com a boca pousada no local, como quem espera somente o mínimo de iniciativa da minha parte. Bastaria eu virar o rosto e ele poderia me beijar. Ele não é nada bobo!

- Você quem fez a comida? - Falou ainda com a boca em minha pele.

- Eu e as meninas. Você vai gostar. - senti ele cheirando minha bochecha.

- Tenho certeza. Já tô gostando muito. - Ri de leve. Durante o fim de semana eu não deixei ele se aproximar tanto assim. Nem sei o que está dando em mim pra permitir essa certa intimidade. Virei meu rosto, o olhando, mas afastei um pouquinho antes.

- Você é muito aproveitador, Luan. - encolhi os olhos e ele soltou uma risada gostosa.

- Você realmente me interessa. - Falou sério, olhando em meus olhos. Aproximou seu rosto. - Basta você me dar uma chance, eu faço valer a pena .

- Nós já conversamos sobre isso. - Olhei sua boca e então ele se aproximou mais. Senti sua respiração e meu coração acelerou.

- Não costumo desistir do que eu quero. E eu quero muito você, Lavínia. - Falou baixinho.

- Por que toda essa coisa comigo? - perguntei, olhando sua boca.

- Eu também não sei. Mas desde que te vi, você me interessou e o fato de você ter sido tão sincera desde o primeiro momento, só me deixou mais encantado. Você deve ter noção do quanto encanta as pessoas com esse teu jeitinho. - Ele sorriu e eu suspirei, sentindo minhas barreiras caindo. - Eu estou muito, muito interessado em você e não vou esconder isso, Lavínia. - Seu nariz tocou o meu, senti minha respiração ficar um pouco alterada e então eu senti seus lábios tocando os meus, ele envolveu meu lábio inferior entre os seus e então ouvimos o falatório do pessoal. Sobressaltei, me dando conta do que começamos a fazer. Neguei com a cabeça, o olhando. Senti um pouco de pânico. Bernardo. Eu só pensei nele. - Calma. - Ele disse ao ver meu semblante.

- Voltamos. - Clarissa apareceu na varanda. - Venham, vamos comer. 

- Estamos indo. - Luan respondeu por mim. Não sei, acho que perdi a língua. Não consigo falar. Minha irmã sumiu e eu senti vontade de chorar. - Ei, fala comigo. - Nos sentamos e ele tocou meus ombros. 

- A gente não devia. - Neguei com a cabeça.

- Não é errado, Lavínia. Não é, loirinha. - Reforçou. Franzi a testa, sentindo uma extrema confusão dentro de mim. 

- Eu não... você sabe.

- Eu sei. - ele suspirou. - Mas você sente isso? Essa atração toda entre nós? - Assenti, derrotada. Não posso negar. - Você não pode ficar adiando viver momentos que podem ser bons. Muito bons. - Fiquei dividida, o olhando.

- Ainda não sei se devo. Com ele foi tudo muito intenso e é tudo muito recente.

- Barbie? - Talita apareceu, nos olhou por um momento e então disse: - Vocês não vem?

- Vamos, vamos sim. - Levantei e senti Luan levantando logo atrás. Minha cunhada sumiu e então senti a mão dele segurando a minha.

- Espera. - Ele parou e eu também, o olhei.

- Temos que ir.

- Me da um abraço. - Disse e já foi me abraçando. - Me desculpa se isso foi demais pra você. - acariciou meus cabelos, enquanto eu pousei as mãos em seus ombros.

- Tá tudo bem, Luan. Não esquenta com isso, sério.

- Mesmo? - me olhou.

- Deixem pra namorar depois! - Ouvi Marco gritar e acabei rindo, fazendo Luan sorrir. 

- Linda. - soltou espontaneamente.

- Tá tudo bem. Juro de dedinho. Quer? - ergui meu dedo e ele riu.

- Quero. - entrelaçou seu dedo no meu e em seguida beijou minha mão, me senti uma coisinha preciosa. Esse gesto trás essa sensação. - Vamos né?! Já tô aceitando que você tá me pegando pela barriga também. - Brincou e eu gargalhei. 

- Você é um bobão mesmo. - Caminhamos e nos juntamos ao restante

- Gostou da surpresa, mana? - Clarissa soltou um sorriso malicioso e vi Luan olhar daquele jeito pra mim. Ele não disfarça.

- Parem. - Pedi e olhei Talita, ela está sorrindo. O que será que ela está achando disso tudo? - Luan foi apresentado à Talita? M

- Já. - Minha cunhada sorriu pra ele.

- Então podemos comer? - Marco disse

- Podemos. - respondemos juntos. Luan sentou-se ao meu lado e logo foi questionado por Marco querendo saber como ele conseguiu vir. Durante um tempinho o assunto foi esse, houveram brincadeiras relacionando nós dois, enquanto eu senti meu rosto queimar. Fiquei bem mais aliviada quando o assunto se voltou para Talita e a nova vida que vai ter aqui.

- Cê tem alguma formação na área? - Luan perguntou a Talita, em meio ao nosso assunto.

- Vou ficar com a parte de marketing e outras coisinhas. Mas sou formada em marketing.

- Massa. - Ele disse.

- Talita é muito talentosa. - Clarissa disse, a olhando com admiração, acredito que olhei pra ela do mesmo jeito. - Os projetos que ela desenvolveu na empresa do pai dela, durando a doença do Bê, foram incríveis! - Senti um pequeno baque ao ouvir o nome dele e seu momento tão delicado. Lembrei do que quase fiz, ou que comecei a fazer à pouco tempo atrás.

- Quem é Bê? - Marco quis saber. Ah, não! Sério que Clarissa nunca disse nada pra ele?

- O ex da Lavínia. - Minha irmã disse um pouco sem graça. - Já te falei sobre ele. 

- Mas nunca falou o nome, por isso não sabia.

- Foi um projeto muito bonito, voltado pra consciência sobre fazer exames, para que a doença seja tratada de início. O câncer é muito complicado, mas descobrindo no início, fica um pouco mais fácil. Não foi o caso do Bê. - Ela lamentou e eu respirei fundo, tentando controlar minhas emoções.

- Sinto muito. - Luan disse. 

- Obrigada. - Ela lhe deu um sorriso de canto. - Foi um projeto voltado para as redes sociais. Foi um sucesso. Acredito que ajudamos muita gente.

- Bom, eu posso ir tirando as coisas? Todos já terminaram mesmo não é?! - Falei já levantando, sem conseguir esconder que fiquei abalada com o assunto.

- Claro. - Marco respondeu.

- Eu ajudo. - Talita disse, levantando também.

- Nós vamos pra sala. Depois vocês se juntam a nós tá? - Clarissa disse e pude ver ela mandar um olhar significativo para Talita. Olhar de quem diz: cuida dela. Assenti e logo eles saíram, antes pude perceber o olhar de Luan sobre mim. Não soube decifrar que tipo de olhar foi o dele. 

- Ei, não precisava ficar assim. - Foi só Talita falar, que as lágrimas caíram. Não consegui manter um choro silencioso. Sentei-me novamente e ela fez o mesmo.

- Ele deveria estar aqui conosco. - Lamentei, entre o choro.

- Eu também acho. - Vi as lágrimas brotando nela. - Mas eu venho me fortalecendo. Você deveria ter feito o mesmo.  

- Eu tento, amiga. Mas... - solucei. - Eu lembro de tudo. De tudo que vivemos enquanto ele ainda não tinha a doença, de quando descobriu, lembro de todo o sofrimento... - solucei novamente e funguei.


- Pra mim também não é nada fácil. - Ela me abraçou e eu desabei ainda mais no choro. 

- O momento que eu não esqueço de jeito nenhum, que eu lembro todo santo dia, foi a conversa que tivemos poucas horas antes de ele morrer. Ele tinha amanhecido bem melhor, estávamos pensando positivo. - Funguei. - Ele disse que acreditava que iria vencer, mas se caso não acontecesse, ele queria me lembrar que eu era a mulher da vida dele. Eu seria a mãe dos filhos dele, se Deus permitisse. - Solucei e senti minha amiga me apertar em seus braços.

- Dói muito, eu sei. Grandes sonhos de vocês foram interrompidos, mas tudo tem um propósito, amiga. Eu me sinto ainda mais fortalecida quando tô perto de você, porque eu lembro que ele era muito feliz quando estava contigo. Eu me sinto mais próxima dele. - afastei-me, desfazendo o abraço. Limpei as lágrimas, respirei fundo.

- Eu sinto o mesmo em relação a você. Vocês tinham um jeitinho tão parecido. Você me lembra muito ele, acho que por isso hoje eu estou mais sensível e só de ouvir você falar nele, tudo que estava aqui dentro transbordou. - Senti as lágrimas caindo sobre minhas bochechas, então Talita, mesmo chorando silenciosamente, limpou as minhas mais uma vez. 

- Sua mãe me disse que você não tem ido ao psicólogo com a frequência que deveria. Você sabe que ir faz bem. Eu vou nos dias corretinhos. Você deveria fazer o mesmo, isso tem me ajudado.

- Eu sei, mas quando eu penso em falar sobre o Bê, eu desisto. Dói tanto!   

- Eu te entendo. Dói, dói mesmo. - foi minha vez de enxugar suas lágrimas. - Agora, ergue essa cabeça, seca as lágrimas e vamos aproveitar seus amigos? - me mostrou um sorrisinho. Quanta força!

- Vamos. Obrigada! Eu amo você. - Lhe abracei.

- Eu que amo você. Somos força uma da outra. - Lhe apertei, concordando com suas palavras. Lavamos o rosto e rimos de leve.

Quando voltamos a sala, encontramos os três decidindo um filme. Todos nos olharam.

- Filminho? - Talita perguntou. 

- Isso mesmo. Ainda estamos decidindo. - Minha irmã disse, fingindo estar tudo normal.

- Vem cá. - Luan me chamou. Sentei ao seu lado, já que ele está ocupando um sofá sozinho. Passou o braço em volta dos meus ombros, colocou uma mecha dos meus cabelos atrás da orelha e perguntou: - Tudo bem? - Assenti com um sorrisinho de leve. Ele beijou meu ombro e logo deu palpite sobre o tipo de filme. Fiquei o observando. Me sinto terrivelmente atraída e culpada. Os lábios dele encostaram nos meus. Eu deixei acontecer! Talita sentou ao nosso lado.

- Você concorda, Lavínia? - Clarissa disse. 

- Com o que? - Despertei de meus pensamentos.

- Com o filme. - Marco disse.

- Claro. - Concordei, mesmo sem saber de qual filme se trata. Colocaram o filme e nós assistimos em silêncio. Porém eu não conseguia me concentrar. Só pensava em Bernardo, em nossa relação. O cheiro do Luan, as mãos dele sempre me tocando, seja no pescoço, seja nos meus dedos, cabelos... Respirei fundo quando ele levantou, dizendo que precisava ir, logo após o filme acabar.

- Eu vou com você, viado. - Marco disse.

- Então bora. - Luan falou e então Talita levantou-se para se despedir.

- Obrigada por vir. Gostei de conhecer você. - O abraçou.

- Foi um prazer conhecer você também. - Ele retribuiu o abraço. Levantei também e abracei Marco.

- Espero que tenha gostado do almoço e me desculpa pelo pequeno acontecido. - Falei enquanto o abraçava.

-  Tudo bem. Eu gostei muito de tudo, cunhada. - Sorri, desfazendo o abraço. Ele se virou para Clarissa e o celular de Talita tocou no mesmo instante, fazendo ela sair da sala. Luan me olhou e eu me aproximei dele.

- Desculpa. - Ele me falou bem baixinho.

- Não tem que pedir desculpa. Tá tudo bem.

- Não tá. Você ficou muito confusa depois de tudo.

- Eu já estava confusa. - Ri sem humor.

- Desculpa, de verdade. Se você acha que a minha proximidade não é legal, eu me afasto. - Senti como um soco no estômago. Que porra é essa?

- Você quer se afastar?

- Óbvio que não, Lavinia. - continuamos falando baixo, em sussurros. Marco foi até a porta com minha irmã. - Eu percebi que ainda é muito difícil pra você, mais do que eu imaginava. E você me atrai muito, muito mesmo. Não vou conseguir ficar perto e agir como se você não me afetasse. - Respirei fundo, enquanto ele mantém a testa franzida.

- Você não me faz mal... - Suspirei, me sentindo confusa novamente. - Eu também me sinto atraída.

- Eu sei. - Ele colocou as mãos nos bolsos. - Se fosse em um outro momento, talvez a gente pudesse dar muito certo. - Ele lamentou.

- Sim. E daria muito certo. - Ergui as sobrancelhas. 

- E o que a gente faz?

- Não sei. Mas não se afasta, vou ficar me sentindo culpada. Você é legal. A única amizade que fiz depois do Marco e os funcionários da loja. - Ele riu de leve.

- Certo. Me promete que vai ficar bem, loirinha?

- Prometo

- Me desculpa se exagerei hoje. - fez uma careta. - Mas eu não me arrependo. - Fez questão de deixar claro e eu ri de leve.

- Vem cá. - Lhe abracei forte. - Vai com Deus. Não tenho que te desculpar por nada. - Ele me deu um cheiro caprichado no pescoço, me fazendo arrepiar.

- Pra eu não esquecer do teu cheiro. - Falou próximo ao meu ouvido e senti meu corpo estremecer.

- Bora, Luanzeira. - Marco chamou.

- Vai lá. - Eu falei, desfazendo o abraço.

- Nem um beijinho? - O olhei com cara feia. - No rosto. Espera eu terminar de falar, uai. - Revirei os olhos e então segurei seu maxilar e beijei sua bochecha. - Tchau viu?!

- Tchau. - Sorri e então se afastou.

- Tchau, cunhada. - Marco falou.

- Tchau, lindo. - Soltei beijo. A porta se fechou e eu desabei no sofá.

- Certo, me conta. O que aconteceu? - Minha irmã cruzou os braços, parando bem de frente pra mi






Oi lindonaaasss!! Que capítulo intenso! Rolou um quase beijo!!!!! Quem aí também quase gritou??? Lavínia ficou visivelmente abalada. Luan foi um fofo. Parece que a amizade vai continuar né?! O que acharam?


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domingo, 2 de junho de 2019

“ A chegada de Talita “ 04



Chegamos em casa bem cansadas. Clarissa e eu. Os meninos nos deixaram lá embaixo e seguiram para seus destinos. Me joguei no sofá e percebi que estou sorrindo. Eu amei esse fim de semana!


- Pensando em um certo cantor? - Clarissa provocou e eu revirei os olhos.


- Não. Pensando no fim de semana.


- Então está pensando no cantor. - Jogou-se no sofá também, deixando nossas malas logo na entrada.


- Você quando quer ser chata hein?! - Franzi a testa olhando-a.


- Chata? Fazer o que se vocês têm uma química que de longe é perceptível? Formam um casal muito foda juntos.


- Foda? Tá andando muito com o Marco. - Ela riu. - Luan e eu somos amigos. Pelo menos até o momento. Conversamos, contei sobre o Bernardo depois de ele dizer que queria ficar comigo.


- O que? - Minha irmã berrou. - Você deu um fora nele? - Arregalou os olhos e eu assenti. - Você merece umas palmadas!


- Para com isso. - Neguei com a cabeça. - Não tô pronta ainda. Eu vou saber quando estiver. - A olhei.


- Mesmo?


- Mesmo. Ele é muito gentil, é engraçado... espontâneo. Consegue fazer com que eu me sinta à vontade sabe? - Minha irmã assentiu. - Gostei dele. Somos amigos, ué.


- Ele não deu nenhum investida depois do fora? - Falou em tom de dúvida.


- Deu, em todas as oportunidades que teve. - Rimos juntas.


- Vocês são parecidos. Até o fato de estarem os dois com a pele descascando por falta de atenção. Dois lerdos. - Acabei rindo.


- É. Dois lerdos.- Suspirei. - Mas me conta, e você? - mudei de assunto


- Eu tô muito apaixonada! - Suspirou.


- Ele é incrível com você! O cuidado, o jeitinho que te olha... - Sorri. - São lindos juntos.


- Eu sei! Tô muito feliz!


- E eu por você. - Ela me abraçou.


- Eu te amo. Obrigada por ter topado esse fim de semana. Foi muito importante pra mim. Foi especial, até porque agora estou namorando.


- Eu que amo você. Conta comigo sempre. Agora, vamos tomar banho, pedir um japa e dormir? Amanhã a Talita tá chegando. - Minha irmã soltou um gritinho animado e levantou.


- Mal posso esperar. - Sorriu e então pegou sua mala, indo para seu quarto. Fiz o mesmo. Fiquei perdida em pensamentos. Lembrando dos momentos que passei durante o fim de semana. Luan em todos eles, quase sempre como o principal. Eu adorei conhecê-lo. Ele me atraiu muito, me tratou bem... As vezes parece que estou sentindo o cheiro dele. Suspirei. Me vesti rapidamente, optando por um pijama mesmo. São Paulo está fazendo frio, então vesti o pijama mais longo que tenho. Parei um pouco para responder mensagens. Talita, minha mãe, meu pai, minhas melhores amigas e claro, Luan. Ele já está fazendo gracinhas. Bobo!



Terminei a noite tranquila ao lado da minha irmã, comemos, conversamos e já quase dormindo, ela me disse que Marco vem almoçar conosco amanhã. Sempre que podem, eles estão grudados. Lembrei de Bernardo, nós também éramos assim. Que saudade do meu amor.


(...)
Dia seguinte

Acordei bem disposta, com a ajuda do despertador. Hoje minha cunhada chega! Levantei, me vesti, encontrei Clarissa e juntas preparamos nosso café da manhã.


- Eu não vejo a hora de encontrar aquela coisa sarcástica. - Minha irmã disse e eu ri de leve.


- As vezes, Clarissa.


- Qual é, Barbie? Ela adora uma ironia. - Ri alto. Tenho que concordar. Ela é uma das pessoas mais amorosas e sarcásticas que conheço. Apesar de suas “ limitações “ físicas, não perde a felicidade. Ela sofreu um acidente de carro, alguns anos atrás. Sua perna foi amputada, hoje ela tem prótese e vive muito bem. Um exemplo de vida, de determinação.


- Ela é demais! - Falei, exalando minha admiração.


- Ela é. - Minha irmã sorriu concordando. Ficamos em silêncio por um momento e então, do nada, ela soltou: - Luan vem também. - Logo bebeu um pouco do seu café, observando minha reação. Arregalei os olhos e senti minha pulsação acelerar.


- Sério? - Franzi a testa e ela assentiu. - Ele me disse que tinha compromissos.


- Vai ficar com a tarde livre. Está em São Paulo, capital. Vai gravar um programa e logo depois vem pra cá.


- Ah, tudo bem. - Fingi naturalidade, bebendo um pouco do meu café.


- Tudo bem mesmo?


- Sim, ué. Por quê não estaria? - Dei de ombros. Sério que ela vai querer falar sobre isso?


- Não sei, a tal atração de vocês...


- Que atração, Clarissa? - Revirei os olhos.


- Cala a boca! - Ela riu. - Não mente pra mim. - Bufei. Por que eu iria mentir pra ela? Sou uma boba.


- Tá, sou mesmo. Mas isso não significa...


- Não precisa se explicar. - Sorriu de lado, de modo um pouco malicioso.


- Vai se ferrar, garota! - Ela riu e então voltamos a comer. Ao terminar, fomos para o aeroporto. Nossa amiga já deve estar pra chegar.






Não esperamos muito. Logo Talita apareceu, enquanto minha irmã e eu batemos palmas, gritando seu nome em sincronia. Minha cunhada riu e nos abraçou ao mesmo tempo, formando um abraço triplo.


- Que saudade de vocês! Apesar de me fazerem essa vergonha. Meio aeroporto tá olhando pra nós. - Senti ela beijar minha bochecha e fez o mesmo com Clarissa, logo em seguida.


- Ninguém liga, sua boba. - Nos afastamos e Clarissa continuou. - Da pra acreditar que ela tá aqui?


- Não, não dá. - Olhei Talita com todo o amor do mundo. Essa mulher é muito especial pra mim.


- Da pra acreditar que nós três vamos tocar a loja da Claudia aqui no Brasil? - Tatita perguntou.


- Não. - Clarissa e eu respondemos juntas e nós três rimos. Que alegria estar com elas! Começamos a caminhar, enquanto Talita falava sobre ter dormido o voo todo. Sua ansiedade não a deixou dormir por dois dias, então, magicamente, no voo ela conseguiu descansar.


Entramos no carro e então minha cunhada disparou:


- Tem gente namorando, né? - Olhou minha irmã que está dirigindo, enquanto eu sentei no banco de trás.


- Ah, pois é né?! - Passou a mão com a aliança no rosto. Nós rimos novamente. Como é bom dividir momentos com pessoas que riem por qualquer bobagem.


- E você já vai conhecer ele hoje. - Falei e ela me olhou surpresa. - Você não sabia?


- Não. Vocês não me contaram. - Revirou os olhos. - Mas olha, tenho que aprovar. - Talita brincou e foi a vez de Clarissa revirar os olhos.


- Ele é muito maravilhoso. - Minha irmã disse.


- Ah, tá ferradona! - Talita me olhou, fazendo careta e eu concordei sorrindo.


- Vai um amigo nosso também. - Clarissa mudou um pouco do assunto.


- Mesmo? Já fizeram amizades? - Talita se mostrou surpresa. Fiquei um pouco tensa. Não sei o que Clarissa vai soltar e dependendo, não sei como minha cunhada vai reagir.


- Sim, ele é amigo do Marco. Depois a Barbie te explica melhor. - Se limitou a isso. Talita me olhou com curiosidade.


- Pode ir falando. Vocês ficaram? - Não soube definir o que ela achou dessa hipótese, permanece neutra.


- Não. - Falei de imediato. - Claro que não.


- Ué... - Ela deu de ombros e eu respirei fundo. - O que terá para o almoço? - Um assunto mais tranquilo!


- Estamos pensando em fazer algo típico da culinária mineira. - Falei.


- Ah, legal! - Talita se animou. Continuamos tagarelando até chegarmos em nosso prédio. Aparentemente Talita não está tão deprimida como antes. - Que apartamento lindo! Cassete! - Minha irmã e eu rimos.


- Vem, vamos te levar até seu quarto. - caminhamos até lá e então entramos. O celular de Clarissa tocou.


- Preciso atender. É meu amor.


- Chuva de arco-íris! - Talita disse rindo. Todas rimos e então Clarissa saiu do quarto já falando com Marco.


- Você é uma babaca. - Sentei na cama e lhe abracei. - Nem da pra acreditar. - Ela respirou fundo, beijando meu ombro.


- Minha família aqui do Brasil fez uma pequena confusão pra que eu ficasse com eles. - Me afastei.


- Sério? Ah, é verdade! Eles são de São Paulo. - Ela assentiu.


- Pois é, mas eu preciso de uma certa independência. Algo novo. - Vi um sorriso triste aparecer.


- Ele faz muita falta. - Falei baixinho e logo vi ela encher os olhos de lágrimas.


- Muita. - automaticamente me vi emocionada também. - Ele era tão auto astral. - Sorrisos.


- As vezes me irritava por ser tão de bem com a vida. - Neguei com a cabeça e nós rimos, com as lágrimas já escorrendo.


- Lembro muito do dia que fomos aquela festa, durante nossa viagem à Califórnia. Você ficou muito puta com ele. Foi a primeira briga séria de vocês. Não tão séria assim. - Rimos mais uma vez em meio ao choro silencioso.


- Ele bebeu muito. Parou a festa, pegou o microfone do dj pra dizer que me amava. Foi a maior vergonha que eu já passei. - Gargalhamos. - Fui discutindo o caminho todo e ele só dizia que me amava. Eu fiquei muito irritada.


- E no outro dia, quando fomos a praia, pra fazer as pazes, ele te tratou mal o tempo todo. “ ela não gosta de amor, carinho, então vou ser bruto. “


- “ Ei, eu apenas te suporto. “ “ Esse biquíni não combinou com você “ - Rimos, lembrando das palavras que ele usou.


- Ele era o nosso idiota. - Assenti, sentindo as lágrimas ainda descendo.


- Sempre vai ser. - ouvimos uma batidinha na porta.


- Oi. - Minha irmã entrou.


- Só estávamos relembrando. - Já fui me explicando.


- Não quero vocês tristes. Nem o Bê quer também. É uma nova fase, vamos morar juntas. Ele com certeza tá sentado lá no céu, com a mão no queixo, como sempre fazia, esperando as merdas que a gente vai aprontar. - Clarissa disse sorrindo e se aproximou. - Vamos começar a fazer merda agora? Preparar o almoço? - Nos olhamos por um momento e então rimos.


- Para. Nós cozinhamos bem. - Falei limpando as lágrimas e levantando.


- Fale por você, Barbie, só por você. - Talita fez o mesmo que eu e então fomos para a cozinha já cogitando o que poderia ser preparado.


- Que horas os meninos vem? - perguntei, para ter uma noção de quanto tempo tempos.


- Luan não vem mais. Parece que não vai conseguir chegar a tempo. Só vai ficar livre as 15hrs. Mudança de planos. - Clarissa disse e eu nem sei o que senti. Frustração misturado com alívio.


- Que pena. Mas Marco ainda vem? - Talita perguntou.


- Sim. Ele vem.


- As meninas já querem marcar de sair. - Falei. - Estão loucas pra te conhecer. Gabi e Lorena.


- Suas amigas de infância. - Talita lembrou e eu assenti.


- Já tá quase marcado. Só falta confirmar mesmo. Se der tudo certo, nós vamos no próximo fim de semana. Gabi vai fazer show em BH e nós vamos juntas assistir e beber um pouco depois. - Clarissa disse.


- Legal. Tô dentro demais! - Então começamos a preparar o almoço conversando sem parar. É muito assunto pra pôr em dia. Nos encontrávamos todos os dias e de repente, passamos um tempão longe. Nesse meio tempo durante o preparo do almoço, minha mãe ligou, o pai de Talita ligou também. Meu pai falou com Clarissa. Todos querendo saber se correu tudo bem, se estamos bem. E nós estamos bem sim. Estamos juntas, vamos querer mais o que?




















Oiiiii mores! Tudo bem? Olha só mais um capítulo pra vcsss! O que acharam? Talita chegou, trouxe emoção para Lavínia. As duas lembraram de Bernardo. Clarissa sendo a cúpida oficial do nosso casal que ainda não é casal. Lavínia frustrada por saber que não vai encontrar Luan... Muita informação em um capítulo só? Gostaram???


Comentários respondidosss!


Bjs, Jéssica ❤️