- Era meu pai, ele queria... - parou ao ver como minha irmã está me olhando. - Eu também quero saber. - Minha amiga se aproximou.
- Sentem. - Respirei fundo e passei a mão por meus cabelos. - Tá rolando um lance muito estranho entre o Luan e eu.
- Isso nós já percebemos. - Elas falaram juntas e eu gemi frustrada. Tá tão na cara assim?
Merda. - murmurei. - Nós sentimos atração um pelo outro e isso já está bem claro pra nós dois. Pra Talita que não sabe, eu conheci ele através do mais novo casal. - Apontei para minha irmã. - Clarissa insistiu muito e então passamos um fim de semana juntos, Luan, eu, ela e Marco. Ele tentou ficar comigo, mas eu fui muito honesta. Eu não consigo. Mas hoje, antes de vocês chegarem, a gente meio que se beijou. - Fiz careta e elas ficaram me olhando de forma interrogativa.
- Meio que beijou? Meio beijo? - Clarissa disse, franzindo a testa.
- Isso não existe. - Talita teve a mesma reação.
- Ele encostou a boca na minha e quando o beijo ia de fato começar, vocês chegaram.
- Porra! - Minha irmã lamentou e vi Talita ficar boquiaberta.
- Não sei o que deu em mim. - coloquei as mãos em meu rosto.
- Ei. - ouvi minha cunhada chamar e então a olhei. - Você tá se sentindo culpada? Meu amor, tudo que o Bê mais quer é ver você feliz, tenho certeza disso.
- Não é bem assim. - Suspirei.
- Claro que é! - Clarissa afirmou.
- Eu ainda não consigo. Me senti terrivelmente culpada e depois vocês começaram a falar do Bernardo, eu acabei explodindo.
- Barbie, você precisa entender que a vida segue. Eu super apoio vocês dois, que você conheça pessoas novas. - Talita disse.
- Mesmo? - perguntei, um pouco surpresa.
- Sim! Vai beijar, vai viver! - Ela disse.
- Eu já venho falando isso. - Minha irmã deu de ombros.
- Não sei como vamos ficar e nem sei quando a gente vai se ver de novo. - Peguei meu celular. - Bom, estão satisfeitas? O que o seu pai queria? - Mudei de assunto, olhando Talita.
- Bobagem. - Ela riu. - Já criaram um shipper?
- Não. - Clarissa disse, toda animadinho.
- Ah não! - Joguei a cabeça para trás e tive que aturar elas juntando nossos nomes por alguns minutos, no fim se decidiram por “ Luvnia “, uma grande merda.
- Isso é cafona. - Eu ri, levantando.
- Isso é tendência. - Elas me seguiram, me enchendo. Só tive paz quando entrei no banheiro para tomar banho e nem sei por quantos minutos fiquei no banho. Pensando, pensando e pensando...
|| Luan ||
Quando cheguei em casa, fiquei no quarto, sentindo o cheiro dela na minha camisa. Lembrando do que Marco me falou. “ Ela te olhava muito! Nem prestou atenção no filme. “ “ Quando eu menos esperava ela tava feito boba te olhando. “ “ Ela tá muito na sua. “ “ Ela claramente ficava toda mole quando cê tocava ela, por mais simples que fosse o carinho. “ “ Caralho, você deixou minha cunhada caidinha, viado. “ Acabei sorrindo. Eu que tô caidinho. Quero muito beijar aquela boca, transar com ela. É, eu quero! Quando eu lembro que hoje eu quase beijei ela, cheguei tão perto! Mas ela resiste muito e depois de saber que ela chorou logo após o almoço, logo após falarmos do seu ex, fez eu me sentir culpado. Talvez ela não esteja pronta para qualquer proximidade e ficar perto dela pode lhe causar mal. O que me surpreendeu foi ela pedir pra eu não me afastar. Ela tá muito confusa e me deixando confuso também.
- Luan? Marquinhos tá aqui. - Ouvi minha mãe falando do outro lado da porta, me despertando dos meus pensamentos.
- Tô descendo. - Falei e entranhei. Ele nunca vem aqui sem avisar. Olhei meu celular e me deparei com sua mensagem dizendo que estava chegando por aqui. Tirei minha camisa e fiquei somente com a parte inferior da minha roupa. Ao chegar na sala, encontrei ele conversando com me pai.
- E aí, viado! Não viu minha mensagem? - apertamos a mão um do outro e depois lhe dei um tapa na cabeça.
- Não, pô. Eu tava quase dormindo. - Menti e vi meu pai franzir a testa. Ele sabe que nunca durmo esse horário, mas também não fez nenhuma pergunta.
- Cê viaja que horas? - Marquinhos perguntou.
- Viado, pela madrugada. - Respondi vagamente por não saber a hora exata. Olhei meu pai, esperando a resposta certinha.
- Umas duas horas da manhã. - Meu pai disse.
- Marquito! - ouvi minha irmã falando, descendo as escadas.
- E aí, magrela. - Ele levantou e logo os dois se abraçaram.
- Tô indo ver o Breno. Pensei que você ainda não tivesse chegado. - Ela me olhou logo após o abraço.
- Faz uns minutinhos já. - respondi.
- Os meninos vão se reunir por lá. - Bruna disse, se referindo a casa do seu namorado.
- Vim aqui chamar ele pra tomar uma, toca umas modas. - Marquinhos disse.
- Cê também vai? - Bruna o olhou e ele assentiu. - Ah, então vamos todos juntos, ué.
- Veio de carro? - perguntei.
- Vim. Levo vocês e trago de volta.
- Eu vou dormir lá. - Bruna Olhou meu pai como quem comunica e ele apenas assentiu.
- Então fechou. Volto, no máximo, uma hora da manhã, pai. - Comuniquei também para que ele fiquei ciente que não vai ter atraso quanto a viagem de logo mais.
- Tudo bem. - Ele sabe que sou responsável.
- Vou falar com a Xumba. - Fui até a cozinha, onde ela passa a maior parte do tempo. Nunca vi pessoa pra gostar tanto de cozinha. - Xum. - Chamei, encontrando ela tirando um bolo do forno.
- Oi, filho. - colocou o bolo na bancada e me olhou.
- Vou na casa do Breno. Passar um tempo com os caras.
- Tá, tudo bem. Como foi o almoço?
- Foi bom. - Sorri, sendo bem breve.
- Entendi. - Ela disse, claramente querendo saber mais. Ela sabe que tem mulher no meio, me conhece. Eu me esforcei ao máximo pra ir nesse almoço, logo após um fim de semana com amigos. Ela sabe.
Vou indo. - Beijei sua testa ao me aproximar dela.
Vai com Deus. - Se despediu e então não demorou muito para chegarmos a casa dos meus parceiros gêmeos. Ao encontrar meus amigos reunidos, eu me desliguei do que aconteceu hoje com Lavínia. Me joguei no momento de música, muita conversa e risadas. Bruna e Paiva, sua amiga, conhecida por toda a nossa família, a mãe e tia dos gêmeos fizeram a festa dançando, nos causando risadas.
- Pô, te falar... aquela morena, amiga do Dudu. Lembra? - Breno falou, brincando.
- A Jamile. E para de agir como se nunca tivesse falado com ela. - respondi e ele riu.
- Ela tá vindo passar um tempo em São Paulo. Dudu falou comigo sobre isso, tô te falando sem pretenção alguma. - Os caras riram e eu também.
- Na boa, vocês querem o meu fim. - Brinquei.
- Qual é? Você não abandonou o time dos solteiros desde que começou a firmar mesmo na carreira. - Marquinhos disse.
- Eu sei. Mas não tenho intenção de mudar isso agora. Com a Jamile é só curtição. Ele mora no sul, nunca daria certo.
- Mas ela é muito bacana. Já conhece todo mundo, inclusive sua família. - Douglas disse.
- Verdade. Isso foi ano passado no seu aniversário. - Caio lembrou.
- Vocês estão viajando. - Ri de leve.
- Vai dizer que vocês não vão se ver? - Bruno, um de nossos amigos disse.
- Claro que vou. - Sorri de lado. - A gente sempre se vê. Ela conhece todo mundo, pô.
- Blogueira, gata, educada. Eu apoio. - Gabriel, irmão dos gêmeos levantou a mão.
- Vão se ferrar! - Acabei rindo. - Cês sabem que não sou pra namorar. Não agora.
- O negócio é cair na sacanagem mesmo. - Marquinhos brincou e então fizemos um brinde com os copos de cerveja.
(...)
Nos divertimos durante um bom tempo e então voltei para casa na hora combinada com meu pai. Nem tive tempo de respirar direito e já tive que viajar. No avião eu parei pra pensar na Loirinha e ao mesmo tempo pensando em Jamile. Ela é um caso antigo. Aquele tipo de caso que nunca acaba. Sempre que a gente se vê, a gente fica. Ela é uma ótima pessoa e já é, de certa forma, incluída na minha vida. Nunca me pressionou sobre namoro ou quis aparecer as custa da minha fama. Conhece minha família, meus amigos mais próximos, nos conhecemos a alguns anos. Para ser mais exato, acredito que seja entre cinco, seis anos. Ela mora em Rio Grande do Sul. É blogueira, a cada dia mais conhecida. É uma grande mulher, mas eu nunca quis namorar com ela. Na verdade, nunca cogitamos isso. Parando pra pensar agora, eu não me vejo em um relacionamento sério com ela.
- Luan, vamos chegar em meia hora. - Arleyde, minha assessora, comunicou. Apenas assenti com a cabeça.
- Tá caladão, pô. - Edgar, também da minha equipe, disse.
- Ele bebeu. - Wellington, meu segurança, riu de leve.
- Só um pouco, negão. - Sorri de lado. - Tô só com uns pensamentos. - Me justifiquei.
Quando chegarmos, você vai conseguir dormir um pouco. - Arleyde disse e eu sorri, assentindo mais uma vez. Ela é como uma mãe da estrada. Cuida muito bem de mim, sem contar que aguenta minhas brincadeiras. Lavínia tomou conta dos meus pensamentos. Lembrei dos nossos lábios se tocando. Eu não sei porque me sinto tão atraído. Acho que é por saber que ela é tão difícil. Eu gosto de conquistar. Mas sei também que com ela é tudo mais sensível. A nossa última conversa passou por minha cabeça novamente. Ela não quer que eu me afaste. Sorri sozinho. É uma linda! Aqueles olhos expressivos, aquele cabelo macio e cheiroso. Aquela boca carnuda. Ela é linda! Nem parece real de tão linda. Eu não tenho nenhum problema em admitir que sua beleza me deixou encantado.
Logo o avião pousou e eu reconheci: preciso dormir. Um dia foi cheio de muita informação. Lavínia, Jamile chegando, bebida... Necessito de descanso.
OIIIII LINDAS! Cheguei com capítulo novo cheio de coisinhas hein?! Lavínia teve uma conversa sincera com sua irmã e sua amiga e recebeu apoio. Será que isso vai ajudar pra que ela derrube sua barreira? Quanto ao Luan... tem mulher nova na área, que pra ele, não é tão nova assim. Uma velha amiga.. E ela tá chegando... e aí? O que vocês acham que vai acontecer nos próximos capítulos? 👀
Gostarammmm???
Comentários respondidossss, muito feliz com a interseção de vocês! ❤️