quarta-feira, 29 de abril de 2020

“ Café da manhã constrangedor “ 27

Encontrei os pais de Luan, que já estavam tomando café. Que droga! Todos reunidos. Logo que cheguei fui recebida com bom dia. Sentamos, tentando agir naturalmente. Mas os olhares deles estavam insinuando algo e eu me senti constrangida. Tentamos manter um clima agradável e eu ainda sinto meu rosto corado pelo orgasmo maravilhoso que o filho deles me proporcionou minutos atrás. Houveram perguntas banais, lhes falei que iria para o trabalho ainda e minha viagem também foi assunto. Eles falaram sobre o aniversário da noite passada e também sobre a hora que chegaram. Luan acertou algumas coisas com o pai dele e eu fiquei quase babando por ver ele todo responsável, falando sobre negócios. Pouco antes de eu levantar, Bruna apareceu. 

- Lavínia. - Ela disse um pouco surpresa. 

- Oi. - Eu sorri e ela se inclinou para beijar minha bochecha. 

- Perdi alguma coisa? - Ela olhou para seus pais. 

- Não. - Amarildo riu. - Eu acho que não. - Ele nos olhou e meu rosto queimou. Luan riu despreocupado. 

- Cês tão namorando? - Marizete sorriu sapeca e eu quase engasguei com o suco que acabei de colocar na boca. 

- Não, mãe. - Luan riu de leve. - Pô, a Lavínia tá sem graça. - Luan passou a mão por meus cabelos e isso não ajudou. Todos viraram os olhares pra nós e eu senti vontade de me enfiar debaixo da mesa. Bruna pegou uma maçã. 

- Eu adoraria tá? - Disse e piscou um olho para seu irmão, antes de sair, alegando estar cheia de trabalho. 

- Eu também preciso ir. - Falei, já levantando. 

- Não precisa ficar sem graça, filha. - Amarildo disse, sorrindo. 

- Tá tudo bem. - Sorri, mentindo. Eu estou muito sem graça. 

- É só que o Luan nunca trouxe ninguém pra dormir com ele, tomar café com a gente pela manhã, desde que essa coisa toda aconteceu na vida dele. - Marizete esclareceu e eu me surpreendi. Meu coração reagiu feito idiota. Comigo é diferente. 

- Chega, mãe. Bora parar. - Ele levantou também. - Lavínia e eu não estamos namorando. 

- E estão o que? - Amarildo quis saber. 

- Cês tão me tratando como um adolescente. - Luan bufou. - Somos adultos, estamos num lance. Só isso. 

- É. Isso mesmo. - Concordei, ainda sem graça. 

- Certo, certo. Parou o interrogatório. - Amarildo disse.

- Vai ser sempre um prazer te receber aqui, meu amor. - Marizete disse, levantando para me abraçar. 

- Obrigada. É sempre bom ver vocês também. - Falei durante o abraço, desfazendo em seguida. Amarildo veio me abraçar.

- Desculpa o interrogatório, por ter deixado você constrangida. - Rimos de leve. - Volta sempre que quiser viu?! 

- Tudo bem. Obrigada pelo café maravilhoso. - Agradeci e desfiz o abraço. - Beijo. - Soltei beijo de longe para os dois e Luan segurou minha mão. Seguimos para a saída e eu nem sei definir qual dos dois está mais sem graça. Essa foi uma das situações mais estranhas da minha vida. Entramos no carro e eu olhei Luan que até agora não deu uma palavra. 

- Direto pra loja? - Ele disse sem olhar pra mim. 

- Claro que não. - Ri de leve. - Tenho que ir em casa, preciso de um banho. - Ele assentiu e continuou sem me olhar. Deu partida no carro, ainda em silêncio e eu sorri. - Então quer dizer que eu sou a primeira que cê trás pra dormir com você depois dessa fama toda. - Ele bufou. 

- É. - Está se sentindo exposto. - As outras eu sempre levei pra um hotel.

- Nem a Jamile? - Senti curiosidade.

- Como mulher não. Só como amiga. E não foi pra dormir comigo. - Segurei o sorriso. Tô toda convencida. 
 
- Então eu sou diferente. - Ele me olhou entediado. 

- Já disse que é. - Eu sorri e ele voltou a olhar pra frente.

- E agora você tá todo sem graça. - Brinquei e ele negou com a cabeça. - Posso colocar música? - Mudei de assunto.

- Pode. - Me olhou rapidamente e eu logo liguei seu som e pedi para conecta-lo ao seu celular. Coloquei musicas pop internacionais e fui cantando o trajeto todo, fazendo carinho na nuca dele.

Quando chegamos em frente ao meu apartamento ele desligou o carro e me olhou. 

- Quer que eu te espere?

- Não. Vai lá resolver suas coisas, eu vou sozinha. 

- Certeza? 

- Certeza, Luan. - Sorri e me aproximei, lhe abraçando em seguida. Beijei seu pescoço e pousei minha cabeça em seu ombro. Eu não quero ir. - Aproveita muito sua viagem, suas férias. 

- Pode deixar. Quando eu voltar cê vai me ver? - O olhei.

- Não sei. - Fui sincera. 

- Sério, Lavínia. - Reclamou. 

- Eu tô falando sério. - Ri de leve e passei as unhas por sua barba. Ele ficou olhando em meus olhos e eu nos dele, em silêncio. Sorri e ele segurou o sorriso. 

- Tenta ir, vai. 

- É claro, com certeza eu vou tentar. - Beijei o canto da sua boca e em seguida sua boca que me envolveu em um beijo lento, de despedida. Senti os lábios dele nos meus, a língua dele sem pressa na minha. Que gostoso... ele encerrou o beijo e mais uma vez eu pensei que não quero ir. 

- Eu não posso ficar parado aqui por muito tempo, loirinha. - Sussurrou contra minha boca e eu nem quis saber, o beijei de novo. Ele sorriu entre o beijo e eu quase derreti. Sua mão acariciando minha perna, o cheirinho delicioso dele... eu tô com muito medo de como isso pode acabar, mas eu não quero parar. Gemi quando o beijo acabou, lamentando ter que ir embora. - Ei, deixa eu te falar. - Ele disse contra minha boca e eu me afastei minimamente. - Sobre a suspeita, cê vai me falando tá? - Meu estômago contraiu. Eu nem tava mais lembrando e agora o medo me assombrou. 

- Tá. - Respondi e ele acariciou minha bochecha. 

- E fica tranquila, loirinha. Eu tô com você, entendeu? - Assenti. - Ter um filho com esses olhos não seria tão ruim. - Ele brincou e eu bati em seu braço. 

- Tá maluco? Deus me livre de engravidar agora. - Ele riu, se divertindo. 

- Não vai tá grávida. Escuta o que tô te dizendo. - Olhou em meus olhos.

- Tomara que não. Agora eu vou embora. - Ele lamentou com um gemido frustrado. 

- A gente vai se falando. - Passou o dedo indicador por meus lábios. 

- Tá, a gente vai. - Selei nossos lábios, mas ele me puxou pra um beijo de tirar o fôlego e então, sem ar, eu saí do carro. Que homem, Deus! Que homem!

Entrei em meu apartamento suspirando, mas a realidade bateu. Eu preciso correr até meu trabalho. Coloquei meu celular para carregar, corri para um banho que acredito ter sido o mais rápido de toda minha vida. Em seguida liguei para Clarissa, que me atendeu rapidamente: 

- Aonde você tá? Lavínia, você sumiu! 

- Em casa. Já indo pra loja. O celular descarregou e eu nem pensei em carregar antes de chegar em casa. 

- Entendi. Não custava nada ter mandado mensagem ou ligado do celular do Luan. 

- Desculpa, eu não pensei nisso. 

- Certo. Vem logo. - Achei seu tom muito sério e algo me diz que o assunto não acabou por aqui. 

- Beijo. - Desliguei e fui o mais rápida possível, pensando que talvez eu tenha realmente sido irresponsável. Não falar nada pra elas, aparecer atrasada... minha mãe não ficaria orgulhosa. De repente me enchi de culpa. E então o sorriso do Luan invadiu minha cabeça. O som dele gozando e a carinha linda que ele faz. A reação dele quanto a possível gravidez foi tão boa! Isso me fez achá-lo ainda melhor. Tem caráter e não agiu feito moleque. Ainda cheia de pensamentos, segui para o estacionamento e peguei meu carro. Foda-se, eu fui muito feliz a noite passada e também na manhã de hoje e ninguém vai estragar isso. Fui até a empresa, ouvindo música e me concentrando no trânsito. Demorei o esperado até chegar na loja. Entrei e encontrei a movimentação dos clientes e também dos funcionários. Vi também Clarissa falando ao celular, enquanto digita em outro. Desejei bom dia as pessoas que eu fui encontrando durante meus passos, até que parei em Clarissa. 

- Não, mãe. Isso é com a Lavínia. - Me olhou. - Ela chegou. - Ficou em silêncio. - Tá, eu falo. - Silêncio de novo. - Beijo. - Desligou e me olhou respirando fundo. - Que loucura! 

- O que foi? 

- Mamãe querendo saber dos detalhes daquela matéria que cê vai fazer, querendo saber até qual repórter vem aqui. - Eu ri diante do estresse da minha irmã. 

- Mamãe é assim, você sabe disso. 

- É, eu sei. - Respirou fundo. - Vamos lá? 

- Vamos. - Segurei sua mão e seguimos para a área dos escritórios. Quando iríamos entrar no meu escritório, Talita saiu do dela. 

- Olha só, a margarida apareceu. - Ela sorriu e eu fiz o mesmo.

- Vamos, entrem. - Abri a porta e dei espaço pra elas. Assim que entramos elas sentaram no sofá e eu fechei a porta. - Ok, eu sei que fui irresponsável. Deveria ter ligado, avisado e não deveria ter chegado atrasada. - Clarissa suspirou. 

- Desconsidera minha ligação de mais cedo. - Minha irmã disse. - Isso hoje parece que tá de cabeça pra baixo, eu sempre tive você como o suporte maior aqui dentro e hoje, pela primeira vez, eu não tive a quem recorrer. - Respirou fundo.

- Eu sei que eu deveria estar aqui. Me desculpem. É só que... - Elas me olharam com expectativa como se esperassem eu confessar alguma coisa. - Ele já iria viajar hoje e eu senti falta dele esses dias. - Olhei para minhas unhas, sem querer ver a reação delas. 

- Tá, mas e o sumiço dele? - Clarissa quis saber. 

- Lá é tipo um lugar de paz, sabe? É como a casa da nossa avó, em Sidney, Clarissa. - Olhei minha irmã, se referindo a mãe de nosso pai.

- Eu sei. E então ele se desliga de tudo. - Ela complementou. 

- Isso. - Suspirei. 

- Todo mundo precisa disso. Ainda mais ele. - Talita defendeu.

- Eu sei. - Falei. 

- Não custava nada ele te falar antes de viajar. - Clarissa falou. 

- É, eu também acho isso. Mas ele me recompensou. - Sorriu e ela soltaram gritinhos. 

- Essa é a Lavínia que eu quero ver, meus amigos. - Talita comemorou e eu ri. 

- Mas vamos deixar de falar sobre o Luan. Me atualizem sobre os ocorridos de hoje e os motivos de Clarissa estar tão maluca. - Sentei numa poltrona de frente pra elas. 

- O motivo maior: essa matéria. Sem contar que eu preciso fazer a atualizações de planilhas, fazer o balanço de patrimônio. Me diz, como mamãe quer um balanço bem no meio do mês? Isso tem alguma lógica pra você? - Ela disse, levemente irritada e eu sorri. 

- Não, não tem. Mas eu vou conversar com ela. 

- E sobre a matéria, eu tô ficando maluca e consequentemente deixando a Clarissa maluca. - Talita riu nervosa. - Já foi acordado como será a divulgação. Como nós sabemos, é um canal de YouTube...

- Sim, mas bem profissional. - Eu ressaltei, interrompendo-a. 

- Sim, nós sabemos. Então, eu tava pensando de a Keyla fazer a divulgação no Instagram e você também no seu. Uma divulgando a outra, que é o mais comum hoje em dia. 

- Eu tinha pensando exatamente nisso. 

- Eu fiz um gráfico que demonstra a previsão positiva que pode ter nessa parceria. - Ela disse, já mostrando o gráfico em seu tablet. - Nosso alcance de público pode aumentar em até 20%. 

- Nossa! - Me surpreendi e Clarissa sorriu toda orgulhosa. 

- E hoje eu recebi uma nova ligação. - Talita fez suspense. Além de lidar com a parte de telemarketing, ela auxilia em muitos outros pontos. Aqui, cada uma faz um pouco de tudo e vai dando certo. 

- Diz logo, amiga. - Clarissa riu. 

- Flávia Pavanelli sugeriu sua ida ao canal dela. O assessor ligou, sugeriu isso e eu disse que poderíamos conversar sobre o assunto. 

- Ela é blogueira, muito reconhecida pelos trabalho voltados pra beleza. - Clarissa disse.

- Eu sei quem é ela. E isso iria promover ainda mais nossa marca. 

- É, até porque nós sabemos que aqui no Brasil, a Sra. Make é mais conhecida por quem realmente ama maquiagem e nós precisamos expandir os produtos. - Talita falou. 

- É, a ideia é de crescimento e em primeiro lugar, lucro. - Eu disse. - Só um minuto. - Levantei e peguei meu notebook. 

- Mamãe até estava pensando em lançar produtos mais populares e assim, a empresa fica mais popular também. - Clarissa falou.

- É, eu tive uma reunião com ela hoje cedo, fez uma chamada de vídeo e me disse pra correr atrás de maneira de prender a maior parte de público possível e me falou sobre isso. - Talita explicou. 

- É, porquê a classe alta conhece, afinal, lá fora somos mais conhecidos, agora o público mais popular não tem muito acesso. - Clarissa falou enquanto eu voltei para a poltrona já com meu notebook. 

- É, eu acho que nós poderíamos começar com uma paleta nova. - Dei a ideia. 

- Então a gente vai precisar falar com a equipe de desenvolvimento. - Talita disse. 

- Reunião? - Clarissa me olhou. 

- Não. Hoje não. - Franzi a testa e nós continuamos decidindo, debatendo várias pautas, isso nos tomou horas. Em seguida, cada uma seguiu para sua sala. Eu entrei em mais uma conversa com minha mãe sobre a ida ao canal da Flávia Pavanelli, deixando pra repassar outros assuntos depois.

Desci para acompanhar as vendas, o movimento e cumprimentei alguns clientes.

Nem vi o tempo passar e não consegui pensar em nada mais além do trabalho. Minha realidade semanal atingida 100%.









Olha só quem apareceu! Vocês sumiram dos comentários né, danadinhas? Mas tô aqui postando mais um! Esse café da manhã foi muito constrangedor né?! Hahahahahaha Os dois foram expostos, mas no fim, Luan foi o mais exposto no negócio todo! Kkkkkkk Lavínia continua na dúvida da gravidez... A viagem vai acontecer... a história desse casal está prestes a dar uma virada totaaaal! Vocês tem ideia do que seja? Estão gostando do rumo da história?
Mais uma coisa, uma vez me pediram pra eu colocar uma rede social que uso, e eu esqueci totalmente! Atualmente só uso o insta mesmo, meu user é @jessialvs_  pra quem estava querendo saber tá? 
Obrigada por cada comentário! Tentei responder de novo, mas deu a mesma coisa 😓 Queria tanto conseguir interagir com vocês nesses aspecto. Mas fiquem certas de que eu sou mt feliz por cada uma de vocês acompanharem essa história! Obrigada! 
Bjs, Jéssica ❤️

9 comentários:

  1. Essa Flávia �� já prevejo coisas..

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  2. Estou sentindo falta de uma crise de ciúmes da parte do Luan, umas discussões também seria legal! Mesmo no começo ainda.

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  3. No aguardo dos prox capítulos ...
    Quero saber logo se vai vir baby ou não haha.
    Ansiosaaaaaaa!!

    Bjs, Ana Carol.

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  4. Estava sem poder comentar, mas estava acompanhado tudo
    Vixiii, Flávia Pavanelli, será que vem treta por aí? E será q tem baby ou não?
    Anciosaaaaa, continua pfv
    -ana

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  5. Eu não tô ansiosa pra essa virada que essa fanfic vai dar não né?! Será que vem baby? Podia rolar uma crise de ciumes loucona e eles acabarem se declarando um pro outro kkkkkcontinuaaa logo pelo amor.

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  6. Quero uma tretaaaa kkkk
    Estou amandooo
    //Carol

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  7. Mais presa do que nunca ... ESTOU !

    Ansiosa por querer saber se teremos baby , ansiosa pra saber quais assuntos vão rolar com a Flávia , ansiosa por essa GRANDE MUDANÇA na historia ...
    ANSIEDADE e CERTEZA é o que me define , ansiosa pelo desenrolar e desfecho da história , porém cheia de certeza que cê vai fazer o melhor e trazer os melhores capítulos pra gente ...

    Jeeh do céu , cê sabe meus motivos , e eu realmente as vezes acabo sumindo , porém sempre que possível eu vou esta aqui , lendo , comentando , interagindo ...

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  8. Será q vem treta com essa Flavia? Aiai kkkk

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