sábado, 10 de outubro de 2020

“ Escancarando sentimento “ 59

- Loira, isso é coisa do passado. - Eu falei, tentando lhe abraçar. Ela aceitou meu abraço, mas permaneceu de braços cruzados contra meu peito. - Ei. - Eu chamei quando vi ela em silêncio.

- Temos um novo casal, galera. Cadê as palmas pro novo casal? - João Quirino gritou, se referindo a nós e eu ri, enquanto ela tentou disfarçar seu momento de raiva. Beijei a testa dela, mostrando mesmo que eu estou com ela. Foda-se quem eu já transei. Quem eu amo tá aqui agora. Nem me importei se sair algum vídeo. Afinal, as pessoas aqui estão constantemente com celular. Eu quero e espero que até o final desta noite esteja oficializado nós dois. A galera aplaudiu e logo começaram a falar empolgados sobre assuntos aleatórios e então as próximas pessoas a descerem no brinquedo se aproximaram. Gabi e outra loira que eu não faço ideia de quem seja. Lavínia me olhou e então olhei pra ela, enquanto João brinca com outras pessoas. Então, Edgar apareceu com Marco ao seu lado, me distraindo de Lavínia. Eles logo se aproximaram. 

- Caralho, todo mundo decidiu vir pra cá? - Edgar olhou ao redor. 

- Pelo jeito sim. Tua mulher vai descer agora. - Apontei com a cabeça e então, senti Lavínia desfazer os braços cruzados, pousando as mãos no meu quadril. 

- Cadê a Clarissa? - Ela perguntou, olhando Marco. 

- Ela inventou a porra de um álbum de fotos com a Talita. Keven ficou lá, mas eu vim me divertir. - Marco comentou e nós rimos.

E então, João se aproximou novamente. 

- Ou, Luan. - Ele disse, pegando em meu ombro. - Pediram pra eu vir aqui te falar um negócio sério. - Então todos nós ficamos olhando ele, já com ar de sorriso no rosto. Nada é sério vindo dele. 

- Pode falar, pô. - Eu disse, esperando. 

- Estão querendo saber se cê tá disponível. - E então ele olhou Lavínia, que revirou os olhos e tentou se afastar de mim. Ele tá fazendo mais uma de suas brincadeiras.

- Não, pô. Tá doido? Uma loira dessas comigo, não quero mais ninguém. 

- Esse cara é bom! - Ele riu e os meninos acompanharam. Menos Lavínia. 

- Luan. - Ela me olhou em forma de repreensão, só não entendi exatamente porque. 

- Ela é ciumenta hein?! É só brincadeira, tá? Vocês dois formam um casal lindo. - Ele olhou ela, realmente se desculpando. Ela sorriu de lado e assentiu. Ela tá puta de raiva. Isso é perceptível mesmo quem estiver a quilômetros de distância. Ouvimos os gritos das meninas descendo e senti Lavínia querendo se afastar de novo. 

- Amor. - Eu olhei ela. E João se afastou dizendo que vai ser o próximo a descer no brinquedo. 

- Amor o caralho. - Ela bufou. - Sério, não vou mais nesse brinquedo. Vou atrás das meninas. 

- Vai me deixar aqui? 

- Uhum. Sozinho cê não vai ficar. - Alfinetou. 

- Bem acompanhado também não. - Eu disse e nem percebi em que momento Edgar e Marco se afastaram, mas eles não estão mais do nosso lado. - Quirino é brincalhão. Ele fez isso só pra fazer graça com você.

- Chega de brincadeiras por hoje. Estourou a cota já. - Me olhou com a testa franzida.

- Lavínia, por favor. Desculpa. - Eu pedi. - Eu tenho um passado, não tenho como apagar. Não conheci você antes, infelizmente. Então, antes de você tiveram várias. Sou sincero. Várias mulheres. Mas agora isso mudou, caramba. Isso é assunto pra mais tarde. Bora aproveitar essa tarde, deixa eu ficar mais com você. Eu sinto muito sua falta. - Ela me avaliou por uns segundos e então suspirou, ficando de costas pra mim. Pelo jeito ela não vai atrás das meninas, mas também não tá numa boa comigo. Lhe dei espaço, lhe soltei e ficamos olhando Quirino descer no brinquedo. Várias pessoas gravando o momento e eu fiz o mesmo. Quero tentar deixar tudo leve. Sinceramente, estou com muito medo de ela desistir e acabar não indo mais tarde. Eu estou tentando ser o mais doce possível. Não quero brigar sério ao ponto de ela deixar de ir. Mas sei que precisamos conversar sobre muitos pontos. Necessitamos disso. Acabei rindo do grito que Quirino deu e então, ela e eu fomos chamados. Somos os próximos. Percebi Lavínia apreensiva e senti vontade de rir. Ela tá muito bonitinha com as carinhas que faz, enquanto o instrutor começa a explicar tudo. Dando as dicas de seguranças, como devemos nos comportar na descida. Ela não para de assentir com a cabeça, está claramente com medo. 

- Entendido? - Ele perguntou no final de tudo. 

- Entendido demais. - Eu falei e ela só assentiu a cabeça novamente. Ele começou a nos auxiliar para nos acomodarmos na boia que vamos descer. Lavínia ficou parada. 

- Eu não consigo. - Ela olhou o rapaz e ele sorriu. 

- Vai ser legal, te garanto. - E ela não me olhou um segundo. 

- Vem, loirinha. - Chamei e ela não me olhou. Marco logo gritou, dizendo pra ela ir e isso fez com que todos fizessem o mesmo. 

- Caramba! - Ela os olhou irritada. - Por pressão não né?! Imagina. - Foi irônica e eu tive rir. - Beleza, eu vou. Mas se eu morrer, você fica de prova que eles são os culpados. - Ela disse e então o instrutor riu, assentindo com a cabeça. - Tá, bora lá. - Só então ela me olhou e eu já estava esperando ela com um sorriso. O instrutor se aproximou e ajudou ela a entrar. - Ai, meu Deus. - Ouvi ela sussurrar, enquanto se segura nas bordas, já sentada. Recebemos as últimas instruções e então ela me olhou novamente um momento antes de descermos. Nós dois gritamos, eu mais ri do que gritei. Ela soltou gritos feios e de puro pânico. Em segundo, caímos com tudo na piscina, mas permanecendo na espécie de boia. Olhei ela rindo, enquanto ela me olha ainda em pânico, toda descabelada. 

- Cê tá bem, loirinha? - Eu quis saber, ainda sorrindo. 

- Não vou nunca mais. - Ela disse e eu gargalhei. 

- Ah, para vai! Bora em outros. 

- De jeito nenhum. - Ela disse imediatamente. Eu ri novamente. Ela está impagável! 

- Vem, vamos dar um mergulho. - E então eu me saí da boia, caindo na piscina, o que fez ela se desequilibrar e cair também. Não tive tempo de rir direito, quando seus olhos conseguiram focar nos meus, ela me deu dois tapas nos ombros e só não continuou porque eu segurei seus pulsos - Ou, ou. calma, muié. - Eu disse, ainda sorrindo. - Cê vai me deixar marcado. - Andei até a borda e trouxe ela junto, ainda segurando seu pulso. Olhei meu ombro e vi que já tem a marca vermelha da sua mão. Os cinco dedos. - Que judiação, Lavínia. - Reclamei e ela tentou se soltar. Assim fiz. 

- Você é idiota mesmo. Eu estava me recuperando do susto que descer aquilo e você quase me afogou. - Ela esbravejou. 

- Ô mulher braba, meu pai. - Pousei minhas mãos em sua cintura. E então vimos mais duas pessoas descerem. Duas das meninas que já transei. Evitei ficar olhando e puxei Lavínia para colar em meu corpo. Beijei sua bochecha e segui para seu pescoço. Ela se encolheu toda, me impedindo. 

- Não. Cê já tá querendo jogar sujo. - Ela me olhou e eu olhei sua boca. 

- Beijar teu pescoço é jogar sujo? 

- Cê sabe que é. 

- Se beijar o pescoço é jogo sujo, imagina beijar sua boca. - Ela desviou o olhar e me abraçou. Meu corpo reagiu ao sentir ela não próxima. Não transei com ninguém desde o dia em sua casa. Caramba, pra mim é uma eternidade. - Eu não consegui ficar com ninguém desde o dia no seu apê. - Revelei, acariciando suas costas. 

- Mesmo? - Ela perguntou com a voz abafada contra meu ombro. 

- É. Só de tá abraçado com você, meu corpo já... pra mim já faz uma eternidade. - E então seus olhos procuraram os meus. Ela mordeu os lábios e eu sei. Ela quer me beijar. Mas ao invés de me beijar, ela me abraçou de novo. 

- Isso é verdade? 

- Eu não minto pra você. Tô decidido do que eu quero. - Tentei abaixar minha mão para sua bunda e ela deixou. Dei um apertadinha e meu pau reagiu, como emocionado que é. 

- Luan. 

- Hum? - Falei acariciando sua bunda gostosa. 

- Cê para. - Ela disse baixinho e eu ri ao perceber a falta de convicção na sua voz. 

- Tô quase doido de saudade de você. De ter você dormindo comigo. De entrar em você, sentir você molhada e me recebendo. Seus gemidos. Seu rostinho que fica corado, a boca entreaberta, falando meu nome. Seus olhos nos meus, cheios de tesão. - E ao sussurrar essas coisas, meu pau ficou ereto só de imaginar. Senti suas unhas arranhando de levinho meu pescoço. - Ver você gozar. Loira, essa é a coisa mais linda que os meus olhos já viram. Você gozando é algo surreal. 

- Deus do céu. - Ela sussurrou, tentando se aproximar mais de mim, como se fosse possível. Parece que entramos numa bolha e eu não percebo nada ao meu redor. Só ela. Só meu corpo querendo ela. Nós dois nos querendo. 

- Ou, seus filhos de uma mãe! Vamos em outro. - Ouvi uma voz e nem quis acreditar. Marco. 

- Eles estão namorando, cara. - Edgar disse e foi isso que Lavínia precisou pra se afastar de mim e se virar pra eles. 

- Não vou mais em nenhum. - Ela os respondeu e eles riram dela. Meu pau ainda está pronto. Não posso sair daqui agora. Malditos filhos de uma mãe! Quebraram todo um clima e o momento mais gostoso que eu tive nesse passeio até agora. 

- Fraquinha demais! - Marco brincou. 

- Sou nada. - Ela riu. - Vou encontrar as meninas. - E então ela se virou pra mim e encontrou meu olhar que diz: “ como assim você vai me deixar? “, ela não disse nada, mas segurou a lateral do meu rosto e beijou minha bochecha. - Tchau. - E então se afastou, me deixando mudo e duro. Sem contar com a frustração...

Essa mulher vai virar minha cabeça. Deu tchau para os meninos e então saiu da piscina. Eu babei mesmo. Olhei seu corpo descaradamente. Como eu desejo essa mulher! Caralho, desejo demais! 

- Ou, tá escorrendo aqui. - Edgar apontou para o canto da sua boca. 

- Vai se ferrar. - Eu sorri. 

- Voltaram? - Marco perguntou.

- Ainda não. - Passei a língua entre meus lábios, sentindo meu pau se conformar de que foi só um momento rápido. - Sou doido nessa mulher, caralho! - Eu disse e eles riram.

- Vamos procurar diversão, seu filho da puta fodido. - Marco disse.

- Fodido significa apaixonado. Então, realmente fodido. - Edgar também brincou e nós fomos em busca de outros brinquedos. Desde então, não vi mais ela.

(...)

Rapidamente chegou a hora de irmos ver o pôr do sol, nas dunas. E eu só vi ela, quando finalmente chegamos no ponto combinado. Todos os convidados que estão aqui, se reuniram pra esse momento lindo, de contemplação.

Infelizmente, ela não está sozinha. O mala do Gabriel tá junto. Na verdade, estão batendo uma foto. Ela ri muito com ele. Isso me incomoda. 

- Vem, Luan. Vamos cantar umas músicas. - Gabi me chamou e então me juntei a ela, Marco, cerca de mais três cantores que são seus convidados e um violão. Escolhemos as músicas, cantamos e contemplamos o pôr do sol. Lavínia o tempo inteiro sorrindo, mas logo percebi que ela está um pouco bêbada. Ela bateu foto com as meninas, rolou na areia feito criança e eu não pude deixar de ficar encantado. Também vi ela e o mala de mãos dadas, correndo, descendo as dunas e não pude deixar de me sentir enciumado, não pude deixar de pensar que poderia ser eu com ela. Deveria ser eu. Nós ficamos ali até o sol sumir. Lavínia me olhou poucas vezes e na maior parte do tempo ficou com suas amigas. Sem deixar de conversar com os outros, de ser simpática com todos. Ela é encantadora, apesar de ultimamente me fazer sentir um ciúmes fora do comum.

Seguimos para o hotel numa vibe boa, na verdade, todos, menos eu. O nervoso começa a realmente tomar conta de mim pela conversa que preciso ter com ela. Minha cabeça já começa a articular milhões de reações vindo dela e eu quero muito que dê certo. Isso desperta uma ansiedade enorme em mim. 

Quando entrei em meu quarto e tentei não me apegar as imagens dela e de Gabriel vindo frequentemente em minha cabeça. Tentei não absorver tudo que ele parece representar pra ela. Ele claramente sente algo por ela. O nervoso por nossa conversa me toma por completo e meu ciúmes parece se perder no meio disso.

Tomei um banho e me vesti de forma confortável. Suspirei, me olhando no espelho uma última vez antes de ir e gostei do que vi. Bermuda branca de linho e uma camisa de botões azul marinho. Chinelo branco e então liguei pra ela. 

- Aonde você tá? - Eu perguntei quando ela atendeu.

- Oi também. - Ela disse e pela voz eu logo soube: ela ainda está meio bêbada. 

- Você ainda tá bebendo? - Suspirei. 

- Tá me regulando, Luan? Eu tô com as meninas. 

- Aonde? 

- No quarto da Gabi.

- Me diz qual é. - Pedi e então ela me disse o número. - Beleza, tô chegando aí. - Desliguei e segui conforme ela me explicou. Logo encontrei e bati na porta. Ela abriu a porta e encontrei ela ainda de biquíni. Franzi a testa e ela me deu espaço pra entrar. 

- Que gato! - Lorena elogiou e eu sorri.

- Mandou bem hein, Luan! - Gabi elogiou também. 

- Valeu, meninas. - Eu sorri pra elas e voltei meu olhar a Lavínia. - Cê não tá pronta? - Franzi a testa novamente.

- Eu não vou. - Ela disse e eu senti meu coração parar.
 
- Que? Lavínia, eu reservei tudo lá. 

- Amiga, vai. - Lorena impulsionou. 

- Não. Eu fiquei magoada demais com tudo aquilo hoje. - E seus olhos começaram a marejar. Fechei os olhos por um momento e pedi sabedoria. 

- Posso conversar com você? 

- Eu não vou, Luan. - Ela insistiu.

- Lavínia. - Gabi repreendeu. - Vai logo falar com ele. - E então ela abriu a porta novamente e saiu para o corredor. Eu segui atrás feito um cachorro, como eu nunca pensei. Fechei a porta e ela me olhou. 

- Não desiste de ir comigo. Eu reservei tudo. Reuni coragem pra te falar tudo. Eu quero você, Lavínia. Eu preciso que me dê uma chance de fazer as coisas funcionarem. 

- Luan, em um dia, eu tive que lidar com várias mulheres que já deram pra você. - Ela me olhou com olhos bêbados. - Eu não gostei. Me senti mal, me senti toda ciumenta e eu não senti segurança. - Coloquei as mãos na cintura e suspirei alto.

- Não sei mais o que fazer com você. Por mais que eu me declare, que fale, demonstre e tente, você desconfia. Você não me dá abertura. 

- É uma maneira de me proteger. - Ela rebateu. 

- Você ainda sente algo por mim? - Perguntei. Ela bufou.

- Tá de brincadeira? - Revirou os olhos, cruzando os braços. - Acho que a resposta é bem óbvia. 

- Então vem comigo. Em nome desse sentimento. Se não der, eu juro que deixo você seguir. - Ela me olhou por alguns instantes. Nossos olhares não desviaram e nós permanecemos calados. 

- Eu sempre cedo a você. Isso me deixa muito brava. 

- Você não é nada fácil, loirinha. - Ela riu sem humor. - Qual a minha resposta? 

- Vou me arrumar. - Ela suspirou. - Como devo ir?

- É um restaurante na praia. - Olhei minha roupa.

- Tá. Vou me basear em você. 

- Me liga quando ficar pronta? - Ela assentiu e eu finalmente pude me tranquilizar um pouco, mesmo sentindo o frio na barriga. Seguimos pelo corredor em silêncio. Ela olhando o celular e eu com as mãos no bolso, olhando para baixo. Mil pensamentos por minuto. 

- Fico aqui. - Ela parou em frente ao seu quarto e eu memorizei o número na porta. 

- Tá. - Passei a língua por meus lábios e estou claramente ansioso. - Ela entrou e deu tchau com a mão. É agora ou nunca.







Se eu fosse vcs não desistiria de mim agora. É como fiz a última frase do capítulo: é agora ou nunca! Preparadas?

Comentários respondidosssss
Bjs, Jéssica ❤️

6 comentários:

  1. Ooooô mulhhheeeerr que rende muito esse encontro, que volté o namoro pq eu não aguento mais kkkkkkk

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  2. Se a Lavínia continuar assim, nem sei como vai ser.. pelo amor de Deus! Vai pra terapia também tratar esse ciúmes do passado kkkkkkk q raiva

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  3. E vamos de surto Kkkkik. Não aguento esses dois não kk.
    Sigo na expectativa!!!

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  4. Juro que eu vou amarrar a Lavínia no Luan e eles vão ser obrigados a ficarem juntos SIM! Ave Deus, tô sofrendo

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  5. Espero que você volte hoje, só isso kk. Nem vou criar mais esperanças kkk.
    Bjxxx Ana Carol

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  6. Ai essa lavinia é muito chata muito de nhem nhem nhem se eu fosse o luan ja tinha desistido faz tempo continua

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