- Você me chamou aqui pra isso? É sério, porra? Eu trabalhei feito uma louca, tô cansada, com dor de cabeça e tudo isso pra ver você cheio de marca de unha das piranhas de Ibiza. Me respeita, Luan. - Ela disse com a voz alterada. Tentei me aproximar.
- Lavínia, eu não lembrei disso. Tá achando que foi de propósito? Eu te respeito, caramba. - Eu falei calmamente.
- Agora me diz se tem como eu não me sentir sem valor diante disso? - Ela negou com a cabeça, irritada.
- Me desculpa. Eu não tive a intenção. Caralho, eu não tive mesmo. - Fiquei sem saber o que fazer. Ela respirou fundo e fechou os olhos. Fiquei em silêncio, esperando alguma reação dela.
- Isso não dá. - Meu coração parece ter sido retorcido. O que ela quis dizer com isso?
- O que?! - Antes que eu pudesse pensar, ela se virou e pegou sua calça. Então eu agi. Segurei o seu braço, fazendo ela olhar pra mim. - Não vai. - Eu quase implorei.
- Eu não tô aguentando olhar pra sua cara. - E então ela me olhou.
- Faz o seguinte, toma um banho. Relaxa. Eu peço um remédio pra sua dor de cabeça. Depois disso a gente conversa, pode ser? - Ela avaliou meu pedido, olhando em meus olhos. Negou com a cabeça. - Por favor. Por favor. - Eu repeti.
- Me solta. - Disse friamente. Fui resistente, mas acabei soltando. Fechei os olhos sem acreditar que ela vai embora e que eu estraguei tudo. Fui mesmo um idiota. Abri os olhos novamente e ouvi os passos dela em direção a porta. Ela não vai sair de lingerie. Me virei e vi ela se agachando pra abrir a mala. Gostosa. Eu me xinguei mentalmente. Ela tá brava comigo, mas eu não consigo deixar de admirar e desejar. Fiquei observando e então sentei na cama. Ela pegou tudo que precisava e foi até o banheiro sem nem olhar pra mim.
Logo passou em minha cabeça todo o desentendimento que nós tivemos por causa da Jamile e tudo que eu disse pra ela e como eu vi ela. Frágil, chorando, magoada. Me senti péssimo, meu peito apertou. Ela não sabe que ela é simplesmente ela? Porra, nenhuma consegue chegar perto. Quando eu voltei de viagem lembrei imediatamente dela. Cheguei e já quis ver ela. Eu senti saudade. Bufei me jogando na cama e pousei o antebraço em meus olhos. Foi uma puta sacanagem, mas eu só queria ver ela. Não pensei na porra dos arranhões, em tudo que poderia causar e em como ela poderia ficar diante disso. A reação dela não foi uma surpresa. E eu quero me socar por pensar que ela pode tá chorando no banheiro. Eu conheço a Lavínia, sei o quanto ela é sensível, ainda mais depois do Bernardo. Eu sei que ela tá tentando e eu sou um filho da puta, mas eu não quero abrir mão dela. Isso é egoísmo, eu sei. Mas eu não me sinto assim com uma mulher em muito tempo.
Lembrei que tenho que pedir um remédio pra ela. Interfonei, pedi o remédio sem nem saber se eles podem disponibilizar. Só pedi, educadamente e expliquei que realmente estava precisando. Voltei a sentar. Decidi ficar somente de cueca, de repente comecei a me sentir sufocado e ansioso. Como ela vai sair de lá?
Uma eternidade depois, a porta do banheiro se abriu. Eu olhei pra ela e meu coração apertou. Ela tava chorando. O nariz vermelho, o roupão em volta do seu corpo, os cabelos molhados. Tão pequena e frágil. Me deu vontade de correr e abraçar ela e me desculpar e explicar que eu não presto pra ela, mas que não quero ficar sem ela.
- Já pedi seu remédio. - E então ela me olhou. - Vem cá. - Ela suspirou, caminhou até sua mala, largou as roupas na poltrona e se agachou novamente. Pegou um shortinho de tecido confortável, bem curtinho, vestiu ainda com o roupão e em seguida escolheu um sutiã sem bojo, rendado. Ela tem umas lingeries... tirou o roupão, já de costas pra mim e então vestiu o sutiã. Quando se virou pude ver seus mamilos enrijecidos no tecido delicado. Esse é branco e o short também. Suspirei. Ela não penteou o cabelo e me olhou. Veio até mim e sentou igual indiozinho. Fiz o mesmo e pousei as mãos em suas pernas.
- Eu sou um filho da puta. - Comecei e ela ficou me olhando, muito séria. - Mas nunca tenho a intenção de te magoar, Lavínia. Nunca mesmo. Você sabe que nós não temos nada parecido com compromisso, então rolou sim. Mas eu não tô criticando o fato de você se sentir mal com essas marcas em mim. Você tem direito. - Dei de ombros e suspirei. - Eu só queria ver você. Você tá na minha cabeça o tempo inteiro. Eu sinto saudade e eu fico querendo você. Aquilo foi diversão, um momento. Você é mais que isso. A gente se conhece, pô. Eu sei da sua vida, você sabe da minha. A gente tá na vida um do outro. Elas não.
- Elas? - Ela riu sem humor e eu percebi que cometi mais um erro. - Você usou camisinha? Por que você tá louco se acha que a gente vai ter alguma coisa... - Não deixei ela terminar.
- Óbvio que usei. Só não uso com você.
- Quem me garante isso? - Ela ergueu as sobrancelhas.
- Eu não minto pra você. Já menti alguma vez? Por mais que as minhas verdades não sejam as mais bonitas, eu sempre fui sincero. Uso camisinha em todas as minhas transas. Só não uso com você. Qual a parte do: você é diferente, que você ainda não entendeu?
- Não tô vendo nenhum tratamento em especial. - Revirou os olhos.
- Para de ser cabeça dura. Você sabe que é.
- Tenho minhas dúvidas. - Ela respondeu seca.
- Posso não ser o melhor parceiro desse mundo, mas eu realmente... - Eu não quis falar o que veio em minha cabeça. A realidade parece ter me dado uma martelada. Eu tô gostando dela. Eu tô apaixonado por ela. Mas eu sei, eu sei que não mereço alguém como ela. E pra falar a verdade, eu percebi isso, que tô apaixonado quando ela saiu do banheiro uns minutinhos atrás e eu só senti vontade de proteger e de cuidar.
- Você o que? - Ela me impulsionou a continuar.
- Eu só consigo ter esse tipo de relação. Eu não seria um bom namorado pra você. - Eu soltei, mesmo sabendo que não é o foco da nossa conversa.
- Isso quem tem que decidir sou eu. Se você seria bom ou não.
- Eu sei que não seria. - Ela respirou fundo e eu me aproximei. Segurei seu rosto e encostei meu nariz no dela. - Me desculpa. Fica bem comigo, por favor. - Beijei sua bochecha e ela continuou imóvel. Beijei novamente e fui descendo para seu pescoço.
- Você tá completamente errado. Totalmente errado. - Eu continuei com meu rosto em seu pescoço, com os olhos fechados. - Eu não precisaria passar por uma situação dessas e você sabe disso. - Passei meus braços em volta da sua cintura, com medo do que ela vai falar. Que ela não desista. Que ela não desista. Que ela não desista. - Eu ainda tô brava, mas eu vou ficar. - Ela pareceu exausta ao dizer isso. Me afastei um pouco e olhei em seus olhos.
- Você é uma mulher incrível. Incrível. Eu sou privilegiado por ter você aqui e por viver o que tô vivendo com você. Só quero que saiba disso. - Ela assentiu e eu fui tentar beija-la, mas ela desviou.
- Eu tô brava com você. Magoada, pra ser mais exata.
- Tá. Vou dar o seu tempo. - Me afastei completamente e bateram na porta. É o remédio dela.
- Deve ser meu remédio. - Ela disse.
- Eu atendo. - Eu disse ao ver o que ela tá vestindo. Caminhei até a porta, abri só um pouquinho e coloquei minha cabeça no espaço entre a porta e a parede.
- O remédio, senhor Luan.
- Só Luan. - Eu sorri para a senhora. - Obrigado. - Peguei o pequeno pratinho e entrei. Encontrei ela deitada na cama, já escolhendo algo na Netflix. - Aqui, olha. - Sentei ao lado dela e lhe dei o copo com água, em seguida o remédio. Ela tomou rapidamente e me devolveu. O cheiro dela me invadiu. Em algum momento que eu não registrei, ela passou hidratante. É o cheiro do hidratante dela. Deixei o copo com o pratinho no criado mudo e deitei com ela. - Você pode ficar pertinho? - Eu perguntei. Quero sentir ela. Odeio esse clima ruim. Sem contar que eu tô morrendo de desejo nela. Só de tá perto mexe comigo, apesar de minha consciência pesada por saber que fiz o que fiz, por saber como ela deve tá se sentindo. Estranhei o fato de ela ter encerrado a discussão com tão poucas palavras. Esperei que ela fosse me falar poucos e boas, mas ela pareceu exausta. Isso me preocupa mais. Será que ela tá cansando?
- Vamos assistir um filme. - Ela não respondeu minha pergunta e também não se moveu.
- Tá.
- Que horas cê tem que ir? - Me olhou.
- Umas 2:00 horas. - Ela assentiu. Escolheu um filme chamado quatro vidas de um cachorro. Cruzou os braços, se fechando toda. Ficou olhando a TV fixamente. Suspirei olhando pra ela. Eu senti tanta saudade. Não imaginava que iria ser assim quando a gente se encontrasse. Eu realmente mudei meu comportamento em relação a ela depois que voltei de viagem. Parece que a realidade me bateu dizendo que não importa quantas transas eu tenha, eu sempre vou querer ela. Eu deveria saber que eu ia me ferrar desde o início. E na verdade, eu soube. Só não quis assumir. Não quis assumir nem pra mim mesmo. E agora que já assumi pra mim, vou resistir em assumir pra ela. Não vou ser bom pra ela. Eu sou bom em foder, fazer uns carinhos e pronto. Mas relacionamento não.
- Lavínia. - Eu chamei e ela me olhou. - Deixa eu ficar perto, pô. - Ela suspirou.
- Não tem nada te amarrando aí. - E então eu me aproximei, me aconchegando todo em seu corpinho pequeno. Enterrei minha cabeça em seu pescoço, ficando de lado, passando a perna em cima das delas e meu braço em volta do seu abdômen. Sorri contra a pele dela. É tão bom ficar assim com ela, mesmo sabendo que a vontade dela é me asfixiar. No mínimo.
- Saudade desse cheiro, meu Deus! - Falei após cheira-lá caprichosamente.
- Eu tô tentando assistir. - Ela continuou me dando gelo, mas agora eu tô decidido a derreter essa mulher. De jeito nenhum que eu vou ficar nesse clima sabendo que a gente tem pouquíssimo tempo juntos.
- Pode assistir. - Eu sussurrei e beijei sua pele.
- Para de ficar provocando. - Ela reclamou, ainda bem seria.
- Não tô fazendo nada. - Ergui minha cabeça pra olhar pra ela.
- Não sou boba, Luan. Não fica me tratando feito boba. - Me olhou, encolhendo os olhos. Eu tive que sorrir e ela voltou a olhar a tv.
- Olha aqui, rapidão.
- Já disse que quero assistir.
- Rapidinho. - Mesmo sem querer ela me olhou. - Tu é uma gata. É a minha loira. - Falei olhando nos olhos dela firmemente. Tentou fingir que não foi atingida pelas minhas palavras, mas eu percebi. Ela foi atingida sim. - Esse filme é triste.
- Eu sei. - Ela respondeu no mesmo tom. Voltei para seu pescoço, o beijando delicadamente. Ela suspirou pesadamente. É, eu sei conseguir o que eu quero. Passei minha língua e chupei, logo voltei e beijar de novo. - Eu preciso ir ao banheiro. - Tem alguém fugindo. Com um sorriso no rosto, deixei ela se afastar e ir. Fiquei olhando sua bunda aparecendo no shortinho pequeno. O rebolado... a cinturinha... É de foder comigo! Deitei normalmente e olhei o filme, mas o pensamento nela. O que será que ela tá pensando? Fazendo?
Não deu dois minutos, ela saiu. Segurei o riso ao perceber ela só enrolou lá dentro pra fugir de mim.
- Deita aqui. - Bati no espaço do colchão entre minhas pernas.
- Luan, se comporta. - Franziu a testa.
- Ué, eu não tô fazendo nada demais. - Me fingi de ofendido e ela revirou os olhos. Veio engatinhando e então deitou entre minhas pernas, encostando as costas em meu peito. Me encostei na cabeceira e puxei ela junto. Lhe abracei e beijei seus cabelos. Hoje essa mulher não me escapa. Não importa se ela tá brava, se eu fui um filho da puta, mas eu quero ela. Eu tô morrendo de saudade.
OOIIII meninas!!! Vi que ficaram enlouquecidassss! Queria tanto responder vocês! Eu vi leitora
Antiga comentando 😍 fico tão feliz de ver vocês me acompanhando depois de tanto tempo, feliz também pelas mais novas, que agora permaneçam 🙏🏾😍 Entoooonnn, vamos ao capítulo: Luan FINALMENTE assumiu ( pelo menos pra ele mesmo ) que está apaixonado! Zero surpresa pra nós né?! Quem aí já estava quase entrando na história e esfregando isso na cara dos dois? Hahahaha
Lavínia parece ter desculpado, mas tá dando um gelo nele, mas Luan não desiste fácil. Tá investindo forte! E aí? O que vem no próximo?
AMEEEEI CADA COMENTÁRIO, Fico toda eufórica com vocês 😍🥰🥰
Bjs, Jéssica ❤️
Posta mais Jessica. Não nos mate de curiosidade
ResponderExcluirJéssicaaaa assim tu me mata, não dá com vc não véi kkkk, o Luan tem que ficar com ciúmes da Lavínia e ela continua do com o gelo nele. Bem que vc poderia fazer uma maratona em kkkk.
ResponderExcluirContiinuaa que estou amando👏😍
Bjinhos// Rafa!!
Tomara que a Lavínia dê um puta gelo nele depois disso. Ah, e faça muito ciúme nele durante a viagem.
ResponderExcluirJá pode pular pra parte em que ele assume tudo pra ela.
ResponderExcluirJÁ QUERO O PRÓXIMO CAPÍTULO, AAAAAAAAA.
Bjs, Ana Carol
Ansiosa pro próximo capítulo.
ResponderExcluirNão demore pra postar pfvr kk
Um hooooot, mas depois quero que Lavínia continue dando um gelo nele
ResponderExcluirA espera do próximo capítulo kk
ResponderExcluirEU NÃO ESTOU SABENDO LIDAR OK?!kkkkkk se quiser no próximo eles se declararem sua leitora aqui está preparada.ansiosa para o próximo.
ResponderExcluirPrevejo o Luan surtando com essa viagem dela.
ResponderExcluirA gente merece dois capítulos por toda essa interação que estamos tendo em comentar kkkk.
Bjs!
Seria ótimo Luan falar a verdade, dizer que está apaixonado
ResponderExcluirTodo dia atualizando aqui esperando o capítulo. Cadê você dona Jessica?????
ResponderExcluirCadê você, Jessica?????? Kk
ResponderExcluirQueremos capítulos.