“ Outro desentendimento “ 34

Chegamos até o local do show e já encontramos tudo lotado. Algumas pessoas já me esperando chegar, para que eu possa recebê-las. Consegui acordar Lavínia, que desde que entrou no camarim sentou-se quietinha no sofá. Não sei quando ela vai voltar ao normal comigo, mas não posso deixá-la viajar me odiando.

- Loira, vem comer. Daqui a pouco isso vai lotar de entra e sai de gente. - Eu chamei pela segunda vez e ela fez careta, mas por fim, levantou. 

- O que cê pediu? - Ela olhou.

- Coisinhas leves, tô fazendo dieta. - Ela me olhou desconfiada e eu sorri.
Se o Guto souber dessa dieta... - Wellington provocou.

- Cê fica calado, viado. 

- Ou, ou. Ele foi pra academia comigo faz uma semana. A gente decidiu ir no mesmo horário, daí chegando lá ele deu tudo de si e tal. Muito determinado. - Edgar começou a contar e Lavínia olhou com atenção, enquanto eu continuo comendo, segurando o sorriso. - Quando a gente saiu, o filho da mãe comprou uma barra de chocolate na loja de conveniência de frente pra academia. - Todos riram e eu também. Isso foi totalmente verdade. - Me diz se isso é dieta? 

- É sim, pô. Tudo é equilíbrio. - Lavínia sorriu pra mim toda boba. Ela me olha de um jeito tão bonitinho, um sorriso mais bonitinho ainda. Olhei pra ela da mesma forma e senti vontade de beijar sua boca. - Coloca sua comida. - Falei baixinho, enquanto todos continuam me zoando. 

- Uhum. - Ela concordou e começou a se servir. Em seguida, voltou para o sofá e então fui maquiado rapidamente pela minha maquiadora. E Arleyde parou para conversar com Lavínia sentando no sofá também. Edgar começou a falar sobre algumas pessoas que querem me ver antes dos atendimentos aos fãs. Fui para o local das fotos e então entraram duas mulheres. Duas loiras. Gatas! 

- Oi, lindas. Tudo bem? - Eu sorri e então nos abraçamos com sorriso no rosto. 

- Meu pai é o contratante. Eu esperei até agora pra ver você. - A mais baixinha disse. 

- É mesmo? Obrigado. - Sorri, sendo simpático. 

- Ele tá lá em cima assistindo o Gusttavo Lima. - A mais alta disse. 

- Logo, logo sou eu. 

- Mal posso esperar. - a filha do contratante falou. 

- Cês são amigas? - perguntei. 

- Sim. - Responderam juntas. 

- Você vai ficar pra curtir o restante da festa? 

- Ainda não sei. 

- Fica. - A baixinha disse e me deu um olhar significativo. Uma pena que meu corpo só queira uma loira bem específica. 

- Ainda não sei mesmo. - Ri de leve.

- A gente pode te convencer. Se você ficar, podemos curtir juntos. O que acha? - A loira mais alta falou sem problema algum. 

- Eu realmente acho que... - Antes que eu pudesse terminar, Lavínia passou por mim igual um foguete. Bateu a porta e eu olhei Edgar. Quero que alguém vá atrás dela. Porra! Ela ouviu tudo? Não, não deu. A música tá muito alta e ela nem estava tão próxima. - Vai lá ver ela. - Falei com Edgar. 

- Vou pedir pro Wellington. - Ele respondeu e já saiu também. 

- Cê tá com ela? - Elas se mostraram constrangidas. 

- Tô. Hoje eu tô acompanhado.

- Nossa, desculpa. - A mais baixinha disse.

- Nós realmente não ficamos sabendo. - A outra se justificou. 

- Sem problemas. Quero ver vocês do lado do palco na hora do show bem animadas, combinado? 

- Combinado. - Consegui contornar a situação e deixar tudo mais leve. Meu coração ficou acelerado com a saída da Lavínia. Mas que caralho! Fiquei irritado e nem sei ao certo por que. Na verdade, eu sei. Ficar desse jeito com ela, me mata. E saber que tudo piorou, realmente me irrita. As duas pediram foto e então saíram em seguida.
Nada de Lavínia.
Continuei com os atendimentos e não tive nenhum retorno de Edgar. Nem ao menos tempo de perguntar aonde ela tá.
Quando finalmente houve uma pausa, peguei uma garrafinha de água e olhei pra ele. 

- Ela tá no camarote. Não quis voltar. - Lamentou.

- Sozinha? - Franzi a testa. - Ah, não! - Grunhi. 

- Luan, deixa ela. - Arleyde disse. 

- Deixar nada. - Eu rebati. - Ela não pode ficar sozinha lá, caramba. - Olhei Edgar 

- Cara, você precisa continuar com os atendimentos. Lavínia sabe se cuidar. - Ele me repreendeu e eu bufei. Não se trata disso.Imagina quantos cara estão em cima dela? Querendo ela! 

- Bora continuar. - Eu disse e bebi o restante da água. Comecei a ver as fãs sorteadas e foi só amor. Amor e muita emoção. Eu nunca vou me acostumar com isso. Houveram mais cantadas, mais convites, porém eu recusei qualquer bola que as mulheres me dessem. Segui com o aquecimento para o show e eu senti falta dela. Quando troquei de roupa, quando aqueci a voz e ajeitei meu cabelo. Ela devia tá aqui, pô. Me senti irritado novamente. Comecei a ficar ansioso. A perna balançando inquieta, enquanto eu ajeito um fio teimoso, esperando a hora de ir. 

Logo me chamaram e fiz todo o percurso, anunciaram minha entrada, tudo ok. Entrei. Vi a multidão, mas meus olhos só procuravam uma pessoa. Tentei ver, mas o camarote está completamente lotado. Ela não fez nem questão de ficar na frente, caso contrário eu teria visto ela.

Comecei a fazer meu show, me concentrando no meu público, nas pessoas que vieram me prestigiar e então comecei a me sentir feliz. O sorriso sincero tomou conta do meu rosto o tempo todo. Interagi com as pessoas, recebi uma fã cadeirante no palco e me senti emocionado diante de tanto amor. Diante da troca tão linda que tenho com eles. 

- Quem aqui tá feliz hoje? - Eu perguntei antes da última música. Houveram gritos. - Eu tô muito feliz de tá com vocês, meus amores. Cada um de vocês me fazem feliz sem nem perceber. Me sinto muito honrado por receber tanto amor. Obrigado. - E então houveram mais gritos. - Eu amo vocês demais! - Gritei e eles gritaram juntos. Comecei com os agradecimentos e encerrei com a última música.

(...)

- Cadê a Lavínia? - Falei após beber uma garrafinha inteira de água, secando meu rosto, sentado na cadeira em frente a penteadeira. 

- Ainda no camarote. - Edgar disse. 

- Vai lá, Luan. - Arleyde acompanhou. - Essa menina é diferente. Não vai ser bobo. - Suspirei e gemi frustrado. 

- Essa mulher é uma coisa... um teste, só pode. - Eu disse. Wellington riu. 

- Cê tá gostando do teste. 

- Vai se foder, viado. Cês vão ficar também? - Quis saber.

- Cê nem sabe se ela vai querer ficar. - Edgar disse.

- Depois que a van for, ela vai ficar. - Eu disse.

- Se ela não quiser, já vimos como é. - Arleyde segurou o sorriso.

- É impressão minha ou a Arleyde tá do lado dela? - Olhei os caras e todos riram. Márcio entrou.

- Luan, tudo certo tá? A gente já pode ir indo.

- Ok. - Suspirei. - Vou ficar. Vou atrás daquela bendita mulher. - Passei a mão por meus cabelos e vi diversão nos rostos de cada um. Qual é, eles estão se divertindo as minhas custas? 

- Eu fico. Tô contigo. - Wellington disse.

- É nós, boi. - Edgar falou. Somente os dois toparam me acompanhar. Troquei a camisa, vestindo uma preta pra combinar com minha calça também preta.

Sob um esquema de segurança cheguei até o camarote, enquanto o restante da equipe foram para o hotel. Ao chegar no camarote, pedimos uma mesinha, bebida e eu peguei meu celular, enquanto sou rodeado de olhares. É, causei um reboliço e aonde quer que ela esteja, com certeza já me viu.

Liguei pra ela. Chamou, chamou e chamou... fiquei procurando com o olhar e nada. Grunhi irritado. Filha da mãe! Tentei mais uma vez e novamente chamou até a ligação cair. 

- O show desse cara é demais! - Edgar elogiou Gustavo mioto que já está no palco. 

- Só falta a morena. - Wellington disse.

- Não tô conseguindo falar com ela. - Bufei.

- Ela não atendeu? - Edgar quis saber. Neguei com a cabeça e respirei fundo. Novamente olhei todo o ambiente e eu conheceria aquela bunda e aqueles cabelos em qualquer lugar no mundo inteiro. Sem dizer nada, comecei a caminhar em direção a ela. Tá de papo com um loiro. Ele tá falando no ouvido dela e com a mão na cintura dela. Senti minhas mãos suarem. Senti minha mão sendo puxada umas duas vezes por mulheres e graças ao bom Deus ninguém pediu foto. O cara se afastou e olhou pra ela sorrindo. Filho da puta! 

- Lavínia. - Eu disse logo que cheguei atrás dela, já coloquei a mão na cintura dela. Sai pra lá, cara. Ela já é minha. Ela me olhou assustada. 

- Você ainda tá aqui. - Falou surpresa se virando pra mim. 

- Parece que sim. - Olhei sua boca e não tem mais nada de batom. Porra! Ela beijou. - Beijou alguém? - Não me segurei. O cara não tira os olhos de nós dois. 

- Luan... - Ela ficou sem graça. 

- Responde. - Franzi a testa. 

- Para com isso. - Ela me repreendeu, fazendo uma cara bem feia. Neguei com a cabeça, sentido cada músculo se contrair de raiva. 

- Vem comigo. - Fechei os olhos e respirei fundo. 

- Não, eu tô conversando... - Antes que ela pudesse terminar, eu apertei sua cintura.

- Vem comigo, por tudo que é mais sagrado nesse mundo. - Eu implorei, ainda bem sério. Ela bufou e saiu na minha frente, andando firme. Ela também tá brava, mas foda-se. Ela beijou outra boca enquanto veio me ver. Filha da mãe! - Me espera, você nem sabe aonde eu tô. - Segurei seu braço com jeito e ela suspirou. Olhei bem em seus olhos e os vi diferentes. Ela tá bem alegrinha. 

- Vai, Luan! - Ela reclamou, só então percebi que parei no meio da multidão pra olhar ela. Essa conexão não devia ter tão grande.

Tomei a frente e guiei ela até a mesa.

- Olha só quem resolveu aparecer. - Edgar disse, segurando um copo cheio de vodka. 

- Oi. - Ela sorriu. - É vodka? Eu quero. 

- Eu gosto dessa mulher! - Wellington disse e ela riu. Continuei segurando sua mão, olhando pra ela. 

- Que foi? - Ela finalmente me olhou. 

- Você. - Eu disse e ela olhou minha boca. Passou o braço em volta do meu pescoço e então aproximou os lábios do meu ouvido. 

- Você é caso sério, caramba. As vezes eu não sei o que fazer com você. Eu tô alcoolizada. - Ela disse e riu. As frases sem sentido algum. 

- Quem você beijou? - Ela me olhou. 

- Uma boca, Luan. Não sei qual era o nome dele. - Meu coração apertou e eu senti tanta raiva! Me senti um trouxa de trazer ela aqui pra eu receber isso. 

- Foi aquele loiro? - Tentei manter o autocontrole. 

- Não. - Ela revirou os olhos. - Ele tava tentando. - Riu me olhando. 

- Você tá conseguindo me deixar irritado. 

- Eu que tô irritada com você. - Franziu a testa, falando com a boca quase colada na minha. Consigo sentir sua respiração. - Você transou com várias piranhas lá na sua viagem, me trouxe pra eu te encontrar todo arranhado por elas. Eu não vou dar pra você nessa viagem. De jeito nenhum! - E sua boca encostou na minha e ela continuou falando. - E ainda tem aquelas lá do camarim. Luan! - Ela se afastou e franziu a testa como quem diz “ porque você faz isso comigo? “

Suspirei, morrendo de vontade de levar ela pro hotel e transar a noite toda. Essa mulher é meu fim. 

- Não tive a intenção. No camarim não foi nada demais, Lavínia. 

- Foi sim! - Ela rebateu. Acho que ninguém entende o que estamos falando, graças ao som alto. 

- Não, não foi. Você quer me tirar do sério. Saiu de lá correndo, beijou outro cara. Você veio aqui pra ficar comigo! - Eu esbravejei. E ela pousou a mão em minha bochecha. 

- Você vacilou feio comigo. Eu sei que a gente não tem nada e todo esse lance de blá blá blá. - Respirei fundo. - Mas eu não gosto disso, não sei lidar com isso. Você sabe disso. Você me disse que eu não iria passar por esse tipo de coisa, mas eu tô passando. Você é um galinha. 

- Para com isso. - Franzi a testa. Não quero que ela desista. Parece que a qualquer momento ela vai dizer que não dá mais. Engoli o ciúmes de saber que ela beijou outra boca e tentei desviar o assunto. - Você bebeu o que? 

- Eu não vou falar com você por enquanto. - Ela me olhou com uma carinha de bêbada e eu revirei os olhos. Ela tá mais alterada do que pareceu inicialmente. Se virou, pegou um copo e colocou vodka. Ela virou todo na boca, de uma vez só. Os meninos aplaudiram e eu continuei olhando sério pra ela. - Esse cara tá muito chato. - Ela reclamou de mim pra eles. - Olha só essa cara. - Ela me olhou e fez careta. Os meninos riram. 

- Ela bebeu um pouco além da conta. - Wellington me olhou. 

- Ou, você. Parou agora. - Eu falei com ela. - Não vai mais beber. Cê volta daqui a pouco, vai precisar trabalhar. Mesmo que esteja com raiva de mim, essa não é a melhor opção pra se sentir melhor.

 
- O que? Cê tá louco mesmo! - Quis encher o copo de novo e eu impedi. Puxei ela pela cintura e colei seu corpo no meu. 

- Me escuta. 

- Não. - Passei a mão por seus cabelos. 

- Para de beber, por favor. 

- Você não manda em ninguém, cara. 

- Não tô querendo mandar em você. Cê trabalha logo, logo, loira. Daqui a poucas horas. - Suspirei

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- Eu sei que eu vou trabalhar. 

- Então o melhor a fazer é parar. - Ela ficou em silêncio e fez um biquinho lindo. Olhou minha boca e suspirou. Ela me quer. Segurei o sorriso e ela suspirou novamente. 

- Tá. Eu paro. - Me abraçou e eu abracei de volta. - Você é tão cheiroso. - Eu sorri e beijei seu pescoço. - Ah, não. - Seu tom de voz logo mudou. Ficou molinha nos meus braços. Afastei seus cabelos e passei a língua pelo pescoço, beijando em seguida. - Para com isso. - Ela pediu, mas parecia mesmo que queria que eu continuasse. 

- Se tem uma boca que eu quero mais que qualquer outra é a tua. - Falei em seu ouvido. - Você é você, Lavínia. Eu sou todo complicado, na verdade, muito complicado. Mas eu gosto muito de tá com você. Gosto mais do que estar com qualquer outra mulher. - Ela me olhou e eu me perdi nos seus olhos. Agarrou as pontinhas dos meus cabelos próximos a nuca e então me beijou. Eu fui no céu em um segundo. A língua dela, os lábios dela, o corpo dela, as mãos dela... ela. Ah, ela!

Oiiiiiii Garoutasssss!!! Demorei, sim, demorei. Mas quero esclarecer uma coisinha com vocês: vi um dos comentários dizendo que essa minha demora é “ chato “, eu sei que é. Acreditem, por mim, eu postaria todos os dias. Mas mesmo de quarentena ( semana que vem volto a trabalhar, detalhe ), eu passo o tempo inteiro em casa sim. Mas escrever um capítulo não é num estalar de dedos. Eu tenho dias ruins igual a qualquer ser humano. As vezes consigo escrever, as vezes não. Desde o início que expliquei que não iria ter dia certo pra postar por conta da falta de tempo, apesar de ter mais tempo, não é tudo que funciona perfeitamente. Entendo que seja chato, pra mim também é chato, mas precisava dar essa explicação. 

Vamos para o capítulo!!!! Eles brigaram de novo, Lavínia BEIJOU OUTRO! Genteeeee! Ela quer enlouquecer o Luan hahahaha quem aí ficou surpresa? Quem aí adorou? Quem detestou? Ahahahahaha 

Se tiver mtosss comentários, volto amanhã com mais um capítulo! Já vou voltar a escrever, aproveitar que as ideias estão fluindo. E vocês, deem sugestões sobre a história. Sempre gosto das participações de vocês e já usei várias ideias de vocês nas fanfics! Eu realmente gosto. 

Obrigada pelos comentários!!!! Isso me deixa empolgada demais e me faz continuar.

Sobre outro comentário: Não vou me comprometer de voltar a escrever entrelaçados. Não consigo lidar direito com essa, quem dirá com duas né?! Mas não é a primeira vez que me pedem pra finalizar a fanfic. Eu prometo pensar com mto carinho, de finalizar, logo depois que terminar essa. Me cobrem isso também! 

Obrigadaaaa!!!

Bjs, Jéssica 🤎