sábado, 11 de julho de 2020

“ Os amores do Brasil “ 41

Acabei dormindo em meio ao choro, acordei algumas horas depois e decidi tomar um banho. Assim fiz. Vesti uma das minhas roupas que já estão aqui e saí de meu quarto. Já estou com o chip que eu usava antes de ir embora, totalmente comunicável. Ao chegar na sala, encontrei minha mãe com a manicure. 

- Olha só! Acordou bem na hora. Chamei ela pra vir aqui, para nós termos um momento de mulheres. - Ela disse em inglês. Nosso diálogo aqui sempre acaba sendo inglês. 

- Que bom. Eu adoraria. - Sorri para a moça que sorriu de volta. Liguei a tv e vi o jornal local. Sorri ao perceber que tem séculos que não vejo isso. 

- Chama sua irmã, filha. - Minha mãe pediu e eu liguei para Clarissa. Atendeu no último toque. 

- O que é? - Mau humorada. 

- Mãe pediu pra eu te ligar, vem pra sala de visitas. - Ela resmungou algo e desligou. - Ela ainda tava dormindo. - Eu ri de leve. 

- Um pouco mau humorada, eu imagino. - Eu concordei. 

- Minha filha é igualzinha. - A moça disse. 

- Você já tem uma filha? Nossa, não parece. - Me surpreendi.

- Muito jovem não é?! - Minha mãe concordou comigo. E então a manicure acabou dividindo um pouco da sua vida conosco.

Clarissa apareceu e foi a próxima a fazer as unhas. 

- Me fale. Quero saber sobre Marco. - Minha mãe perguntou já em português, na primeira oportunidade que teve. 

- Ele é um amor, mãe. - Clarissa sorriu apaixonada. - Ele me trata feito princesa. - Suspirou.
Isso é verdade. - Concordei e minha mãe olhou desconfiada querendo se certificar de que seu genro é realmente uma boa pessoa. 

- Quero detalhes. - Ela disse e eu ri. 

- Cê tá feita com ela. - Olhei para minha irmã. 

- Não é nada. - Deu de ombros. - Ele é excelente, mãe. Ele é compositor de música sertaneja. É o ritmo que ele gosta. Ele compõe para grandes cantores no Brasil. Luan Santana por exemplo. - Olhou pra mim e minha mãe também. Revirei os olhos. - Eles são amigos, inclusive. Ele nos apresentou Luan e Luan nos apresentou a uma galera muito legal no aniversário dele. Marco tá sempre comigo, quando não tá compondo, trabalhando. Ele não tem horário fixo, então aos fins de semana ele sempre dorme lá em casa, ou eu vou pra casa dele. 

- Na semana também. - Alfinetei e ela fez careta. 

- É, as vezes. 

- Ele realmente cuida de você? É uma boa pessoa?

- Sim, mãe. Ele é. - Ela suspirou toda derretida. Ela é doidinha por ele. 

- Na próxima vez que eu for ao Brasil, quero conhecê-lo. 

- Sim, senhora. - Clarissa bateu continência e eu ri. 

- Agora vamos pra você. Já andei pesquisando sobre Luan Santana. Quero saber sobre ele perante seus olhos. - Eu suspirei. Clarissa ainda não sabe que nós rompemos. Merda! 

- Ele é lindo e gentil. - Suspirei. - Luan é uma das pessoas mais próximas em São Paulo. Assim como Marco, ele sempre tá presente. Através dele já conheci uma galera legal demais. E a gente gosta de estar juntos. - Parei de falar, torcendo pra ela estar satisfeita. 

- E o que mais? 

- Ah, mãe. É isso. 

- Vocês estão transando? - Meu rosto queimou. 

- Estávamos. - Clarissa franziu a testa e minha mãe olhou curiosa. - Decidi romper nosso... lance. Eu me apaixonei - Fiz careta. - Ele tem uma vida muito complicada. Nós não daríamos certo, provavelmente. 

- Quando isso aconteceu? - Clarissa quis saber. 

- Na viagem que fui ver ele. Não contei antes porque eu estava processando tudo. Não queria falar sobre o assunto. 

- Mas vocês se falam quase todos os dias. - Clarissa ficou confusa. 

- Ele é meu amigo. Nós somos amigos. - Me defendi, como se isso fosse uma acusação. 

- Que história mais complicada... eu realmente fiquei feliz de ver você seguindo a vida e agora já acabou? - Minha mãe lamentou. 

- É, mãe. A vida é assim. Mas ele continua sendo maravilhoso. - Sorri de lado. 

- Mãe, cê precisa ver. Eles dois juntos são a coisa mais linda. - Clarissa lamentou. 

- Há um tempo certo pra cada coisa. - Minha mãe disse sabiamente. - Como você tá? 

- Eu gosto dele, não estou com ele. Então dizer que estou 100% bem, é mentira. Mas também não estou totalmente na fossa. Tô vivendo, mãe. - Ela suspirou. 

- Ai, ai... O Brasil trouxe muitas histórias hein?! Vocês sabem que a qualquer momento, se quiserem voltar, estarei aqui. Não sabem? - Assentimos. - Eu sei que gerenciar uma loja não é nada fácil. Ainda mais a primeira loja em outro país. Nós somos reconhecidas na cidade, digamos que no país, de uma forma significativa. Mas o peso de ir para outro país, comandar tudo, é complicado. 

- Realmente é uma loucura. - Eu disse.

- Depois do que aconteceu com Bernardo, em seguida com Talita, nós realmente precisávamos desse recomeço. - Clarissa falou. 

- Tem dias que não são fáceis e tudo que eu realmente queria era vir pra cá e sentar com você no final do dia. - Eu ri de leve, olhando para minha mãe. - Mas nós temos umas as outras lá, isso faz tanta diferença. 

- Eu sei que para cada uma de vocês, foi um desafio. Aqui, Lavínia focava em vídeos no YouTube, maquiando, dando dicas e de certa forma divulgando nossa marca. Clarissa se formou com a intenção de trabalhar com o pai e depois ter seu próprio negócio. Talita trabalhava com os pais no restaurante deles. E do nada, ela se mudou para maquiagem. Na mesma área, que é marketing, porém em um seguimento diferente. - Riu de leve. - Fico preocupada com vocês e ao mesmo tempo orgulhosa. Estão se saindo muito bem. Dentro de dois anos eu pretendo expandir mais no Brasil. Mas a gente se comprometeu com vocês durante um ano, vocês precisavam disso e enfim, tudo acabou se encaixando. Quando tudo isso for demais e cada uma quiser voltar para os seguimentos que tinham, eu entenderei. Tenho como contratar pessoas capacitadas pra ocupar o lugar de vocês. 

- Nós sabemos disso. - Clarissa disse. 

- Obrigada por tanta compreensão e tanto apoio, mãe. - Estendi minha mão pra ela.

- Eu amo vocês mais que tudo e vou sempre zelar pelas duas e também por Talita, que é como uma filha pra mim. 

- Oi! Cheguei! - Talita invadiu a casa. Palhaça! 

- Não morre mais. - Resmunguei.

- Hum, estão fazendo as unhas! - Eu sorri. Eu realmente amo essa mulher. 

- Você também vai? - Minha mãe quis saber, ao receber um abraço dela.

- Vou sim. Eu quero. - Me abraçou em seguida. - Oi, mini Lavínia. - Lembrou o apelido que Luan colocou em Clarissa e nós rimos.

- Essa garota é ridícula. - Clarissa reclamou ao receber o abraço dela. Cumprimentou a manicure com um aceno e sentou-se no sofá.

- Me digam, qual é a boa? - Eu não consigo parar de sorrir. Talita é contagiante. 

- Estávamos falando de você e o tal homem que conheceu. - Minha mãe disse uma meia mentira e Clarissa e eu acusamos ela. - Ou, Ou. Parem. - Talita gargalhou realmente alto e nós acompanhamos. 

- É o Keven. - Ela gritou, abrindo os braços. 

- Nossa, quanto entusiasmo. Me fale sobre ele. - Minha mãe quis saber.

- Ele é um gostoso. - Disse para minha mãe e nós gargalhamos novamente. - Um gostoso de tão lindo. - Suspirou. 

- Minhas filhas estão todas apaixonadas. Essa foi a maior surpresa pra mim. 

- E todos são amigos. - Clarissa riu da ironia do destino. 

- É, eu conheci o Keven através do Luan. No aniversário dele, desde então eu tenho aquele sorriso dos deuses na minha vida. 

- Caramba, pô. Talita está mudada. - Eu disse e ela riu. 

- Você também. Quer que eu enumere as coisas inusitadas que já fez pra estar com Luan? - Me alfinetou e eu lhe mostrei meu dedo do meio. 

- Cê já sabe da novidade? - Clarissa olhou Talita.

- Não... - E ela me olhou franzindo a testa.

- Nós rompemos.

- Que? - Ela gritou e eu ri. - Tá maluca! Só pode! O lagartixa branca é gente boa. 

- Não chama ele assim. - Fiz bico.

- Ele me chamou de pixel, Lavínia. Me deixa. - Passou a mão por seus cabelos e eu ri. 

- Talita e sua relação amigável com Marco e Luan. - Clarissa falou. 

- Quem rompeu com quem? - Minha amiga quis saber.

- O foco vai voltar a ser eu? - Fiz careta.

- Não, eu quero saber sobre o Keven. - Minha mãe disse.

- Ok. Ele é compositor, amigo de Luan e Marco. Ele tem sido realmente incrível e tem mexido com a minha vida. - Sorriu. - Acredita que ele me mandou umas cinco mensagens enquanto eu dormia? - Ela riu. - Dizendo que estava sentindo saudade. Eu não aguento com ele. - Sorriu boba.

Continuamos conversando. Entre homens, negócios e rotina. Foi tão bom! Um papo tão leve. Me senti melhor por ter contado pra elas sobre Luan.

Chegou minha vez de fazer as unhas. Minha mãe pediu para que a cozinheira preparasse um lanche pra nós. Talita colocou música e começou a cantar com Clarissa. Minha mãe logo se juntou, e elas começaram a dançar. 

- Maravilhosas! - Eu gritei e a manicure riu. Meu celular tocou e vi o nome de meu pai. - Hi! - Atendi em inglês. 

- Filha, vamos jantar juntos tá? - Foi quase uma ordem. 

- Tá. - Ri de leve com o jeito dele.

- Que barulhada é essa?

- As meninas, né. Clarissa, Talita e senhora Minha mãe. 

- Talita já tá com vocês? 

- E ela desgruda? - Eu ri de leve. 

- Pego vocês as 20:00 horas, tudo bem?

- Sim. Aonde vamos?

- Fiz uma reserva no restaurante preferido de vocês. - Eu sorri.

- Pai, eu te amo. Muito! - Fiquei empolgada

- Eu também amo vocês. Talita vai outro dia, já sei que a noite vai ser com os pais dela. 

- Certo. Falo com a Clarissa também. 

- Beijo. 

- Beijo, até mais. - Desliguei, enquanto elas continuam cantando. - Jantar com papi, Clarissa. - Gritei por cima da música e ela assentiu sorrindo.

(...)

A noite chegou e nós fomos nós arrumar. Talita foi embora, falando sobre o jantar com os pais e alguns parentes. Ela não queria muito ir, pois sabe que vai lembrar de Bernardo. Eu estou lembrando dele quase o tempo todo. São pequenas coisas, os cantinhos da casa, tudo me lembra ele. O quanto ele era presente na minha vida. Estávamos juntos quase o tempo todo. Tínhamos horário livre? Estávamos juntos. Quando eu estava gravando alguns vídeos para o YouTube, ele ficava me olhando, observando tudo quietinho. Tentei várias vezes fazer ele aparecer, mas ele nunca quis. 

- Clarissa, tô pronta. - Falei quando ela atendeu minha ligação.

- Tá, já tô indo. Aonde cê tá? 

- No meu quarto. 

- Eu passo aí quando eu terminar. - E então eu desliguei suspirando. Olhei para minha foto com Bernardo novamente e ao mesmo tempo lembrei de Luan. Suspirei. Os dois são tão diferentes! E eu me apaixonei perdidamente pelos dois. Luan é o dono do meu coração, mas eu sinto falta do conforto e da segurança que Bernardo me trazia. Luan não me quer como namorada, e mesmo que quisesse, eu nunca teria o mesmo companheirismo. A gente mal consegue se falar, por conta da nossa rotina louca.

Peguei meu celular e fui até o álbum que tenho de fotos com Bernardo.

Logo meus olhos marejaram. 

- Meu coração tá tão machucado, Bê. - Sussurrei, sentindo as lágrimas descendo. - Você tá aqui né?! Eu sinto demais! - Suspirei. - Você tá vendo a enrolada que me meti? - Ri de leve em meio as lágrimas. - É, ele não é parecido com você, mas ganhou meu coração. - Suspirou. - Ah, Bernardo. - Continuei passando as fotos e vi uma de nós dois logo do início, quando começamos a ficar. Meu peito gritou de saudade.
Decidi postar a nossa foto:


“ Vou fazer de hoje um dia de #tbt, a nostalgia bateu, a saudade também. Te amo pra sempre! ❤️ “ 

Levantei, fui até o banheiro organizar a maquiagem, que por sorte não estava borrada. É, os produtos da Sra. Make são realmente de qualidade. Me olhei no espelho por alguns segundos. Não interessa como vão interpretar essa postagem, se vai dar o que falar... Eu sempre vou amar Bernardo, por tudo que ele representou e por tudo que viveu comigo. 

- Barbie? - Clarissa bateu na porta. - Papito já chegou. - Respirei fundo e dei dois tapinhas em minha bochecha para dar tentar disfarçar a cara de choro. Fui até a porta e encontrei minha irmã me esperando. 

- Vamos. - Sorri e então descemos. Encontrei meu pai conversando com minha mãe. 

- Minhas princesas estão prontas. - Meu pai disse em inglês. 

- Você tá lindo, pai. - Elogiei também em inglês.

- Estamos todos lindos e com fome. Vamos? - Clarissa disse. 

- Você não vai, mãe? 

- Não, esse é um momento de vocês. Preciso me atualizar sobre o dia nas lojas. Passei o tempo inteiro com vocês e pra vocês hoje. - Ela levantou, beijou meu rosto e beijou o de Clarissa em seguida. - Divirtam-se. 

- Amo você. - Eu disse. 

- Te amo, mãe. - Clarissa falou já indo em direção a porta. Meu pai soltou beijo para minha mãe.

- Até mais, Mulher. - Eu o segui até a porte e entramos em seu Porsche. 

- Eu vou na frente, claro. - Clarissa disse e eu revirei os olhos. 

- Bobona. - Meu pai riu e então saímos. Colocamos algumas músicas e meu pai se divertia enquanto Clarissa e eu fazíamos a festa em seu carro. Somente músicas antigas, as que ele gosta, porém sabemos todas. Ele sempre as escuta.

Chegamos em nosso restaurante de comida japonesa preferido. 
Esse lugar é o melhor no mundo inteiro. - Eu disse empolgada quando estacionamos. Peguei meu celular e gravei a entrada. Postei o storie sem som e com a legenda “ O restaurante preferido da minha vida! “

Seguimos para dentro e meu pai escolheu uma mesa no cantinho discreto. 

- Vamos escolher? - Ele disse. Começamos a escolher e pedimos bastante coisa! Quando o garçom se encarregou de trazer nossos pedidos, bebemos um pouco de vinho. - Me digam, como estão lá? - Ele quis saber.

- Bem. Mamãe da todo suporte pra nós, mesmo de longe. A equipe toda se ajuda muito. - Clarissa disse.

- Nós fomos muito apreensivas, mas não é ruim, pai. 

- Penso em vocês todos os dias. Não deveriam ter ido pra tão longe. - Ele franziu a testa.

- Pai... - Eu sorri. - Nós crescemos, senhor. Eu, particularmente, estou muito feliz lá. Obviamente vocês fazem falta, claro. Mas eu me sinto bem. Estou me saindo bem. - Falei, estendendo minha mão pra ele. Clarissa e eu sentamos uma ao lado da outra e ele está em nossa frente. 

- É, pai. - Minha irmã estendeu sua mão a ele também. - Tem sido bom. Nós três nos damos bem, a gente não briga, no máximo descorda as vezes. Mas nada sério. Sempre complementamos uma a outra. 

- Você sempre quis trabalhar na minha área, filha. - Ele falou. 

- É, mas eu estou gostando dessa também. Sério, eu tô feliz. 

- Não se preocupa assim. - Eu disse.

- Eu sei, vocês são adultas e passaram por um momento muito difícil. Lavínia principalmente. Bernardo faz falta, ele era um homem brilhante! Bom filho, bom namorado, bom irmão... infelizmente a vida tem seus tropeços, mas as vezes penso e já falei muito sobre isso com a mãe de vocês, será que ficar longe de nós é a melhor alternativa? - Suspirou. - Vocês sempre serão minhas meninas. - Clarissa e eu sorrimos. 

- E você sempre será nosso homem. - Clarissa falou. 

- O primeiro amor das nossas vidas tá? - Soltei beijo e ele sorriu. 

- Eu amo vocês duas. De tudo que já fiz, vocês foram os melhores resultados. Eu estou sempre aqui pra vocês. Sabem disso?

- O de sempre. Aquilo que converso com vocês sempre. É muito trabalho e vocês eram meu ponto de distração. Meu tempo livre era jantar com vocês, sairmos pra beber e conversar. Eu sinto falta disso. Mas saio sempre que da com amigos. Com os pais de Talita, vocês sabem. 

- Sim. Você tá certo. - Clarissa sorriu. 

- Tá namorando, senhor? - Encolhi os olhos e ele deu uma risada gostosa. 

- Não, não. Nada sério. 

- Sei... você sem ninguém? - Clarissa desconfiou. 

- Uns beijos aqui e ali. Nada importante. Me falem vocês! Senhorita Clarissa namorando um sujeito que não conheço nada... Lavínia muito discreta, nunca fala muito sobre isso. - Clarissa e eu rimos. 

- Ele é um ótimo homem, pai. Vocês precisam ir ao Brasil para conhecê-lo. 

- Preciso mesmo. E vou. O quanto antes, logo que eu puder. - Clarissa assentiu. - Então ele escreve música? 

- É. Algumas músicas que ele já compôs faz sucesso no Brasil. Muito sucesso. 

- Ah, é. - Concordei. - Tem uma paciência enorme com Clarissa... - Revirei os olhos e ela me olhou feio. Meu pai riu. 

- Já merece um prêmio. - Ele brincou.

- Pai! - Ela repreendeu. - Fala de você, engraçadinha. 

- Não tenho nada pra falar. - Fiquei sem graça. Meu pai é muito investigador, vai querer saber muito. Pra ele é tudo muito sério. Como “ quem está brincando com minhas princesinhas? “ Luan e eu somos uma bagunça. 

- Conversa comigo. Você tá com alguém? - Franziu a testa.

- Conheci um amigo de Marco. Clarissa insistiu para sairmos juntos e foi aonde eu o conheci. Ele é cantor. Luan Santana. Ele canta sertanejo e enfim, é muito reconhecido no país. Mas nós não estamos juntos. A gente estava se conhecendo, mas nossa vida é muito corrida e muito contrária. Até mesmo em horários, então no momento somos amigos. 

- Entendo. Cantor hein?! Um perigo... - Me olhou desconfiado. 

- Pai. - Ri de leve, pensando: ele tem toda razão. 

- Luan é uma pessoa maravilhosa, pai. Os dois é que são confusos. - Clarissa disse e eu dei de ombros.

- Sei... então são amigos?

- É, pai. Amigos. - O olhei. 

- Quando isso for mais que amizade, eu vou saber? - Ele foi irônico quando falou “ amizade “. 

- Não é pra tanto, pai. - Eu ri de leve e então a comida chegou. Salva! 

- É claro que isso não parou por aí. O jeito que você fala... 

- A vida está encarregada de dizer o que vai ser. Agora vamos comer, por favor. - Eu disse, torcendo para esse assunto acabar. Comemos entre elogios a comida, gemidos de apreciação a comida e assuntos bobos do dia a dia. Coisas que rotina que meu pai passa, assim como nós no Brasil.

Seguimos para casa e no trajeto, Clarissa me mostrou a foto que ela postou de nós duas, meu pai quem fez o registro:


“ Minha metade, no lugar que amamos com o fotógrafo mais gato do mundo! ❤️ “ 

- Te amo. - Ela sorriu do banco da frente, voltando a olhar seu celular. Senti sono, o cansaço me vencendo.

Chegamos em casa. Nos despedimos de nosso pai, prometendo sair depois de amanhã. Afinal, amanhã temos compromisso com nossas primas.

Entramos e não vimos ninguém. 

- Manda mensagem pra saber aonde a mãe tá. - Eu disse. 

- Ela está no jardim com algumas amigas. - Funcionária doméstica disse ao surgir do corredor. 

- Bebendo? Não né?! - Perguntei, mantendo um diálogo em inglês.

- Não, não. - Ela riu. - Apenas comendo, conversando. Vão lá. - E assim fizemos. Ao chegar lá, encontrei as duas na parte coberta do jardim. Essa área da casa é realmente grande. Vi elas sentadas no largo sofá branco. Nos aproximamos e fomos recebidas com abraços. Conheço suas amigas. O celular que Clarissa tocou e ela logo atendeu. 

- Oi, amor! - Ouvi ela dizer. Sentei-me junto com minha mãe e suas amigas. Logo me envolvi no assunto. Clarissa sentou quase na borda da piscina mais afastada. Acabei servindo mais vinho pra mim, já que elas estavam bebendo, diferente do que fui informada, e peguei um pedacinho de queijo. A noite está agradável. Olhei as horas, 22:00, no Brasil ainda 10:00, 11:00 horas. 

- Vou colocar só mais uma taça. - Uma das amigas de minha mãe disse. Ela já está bem animadinho. Nós rimos de sua empolgação. 

- Barbie! - Clarissa me chamou. - Vem cá. - Franzi a testa e deixei meus saltos, ficando com os pés no chão. Meu vestido preto deixa meus ombros a mostra, tem o cumprimento pouco acima dos joelhos e tem mangas longas. É todo coladinho. Amarrei meus cabelos no trajeto e vi o celular dela apontado pra mim. 

- Cê tá me gravando? - Franzi a testa e então mais de perto pude perceber. É uma vídeo chamada.

- Vê só se ela não tá linda? - Clarissa disse rindo e então eu vi a carinha redonda ocupando o quadradinho na tela. Luan. Meu coração disparou e eu sorri revirando os olhos. Sentei junto com ela.

- Oi. - Eu sorri sem graça. 

- Oi. Como cê tá? - Marco apareceu atrás fazendo coração. 

- Tô bem. Marco, você é um ridículo. - Eu ri. Os dois dividiram a tela, assim como, nós duas. 

- Eles tão fazendo churrasco. Acredita nisso? - Clarissa sorriu. 

- Mesmo? Quando a gente tá por aí, isso não acontece. 

- Quando cês voltar, a gente marca. Hoje é um programa de homens. Nós também temos os nossos dias. - Luan disse e eu sorri. Ele tá tão gostosinho. Sem camisa, de boné. Todo lindo. Meu corpo ficou quente só de ver ele assim. Me deu vontade. Me senti uma tarada? Sim, me senti. Mas não posso negar. Deu vontade de ouvir ele falando sacanagem pra mim, com a voz sussurrada, só pra começar. Suspirei. 

- Que foi, cunhada? - Marco ouviu. 

- Nada, ué. 

- Cê bebeu? - Luan perguntou. 

- Um pouquinho de vinho. Acho que tá fazendo efeito. - Fiz careta, mas só eu sabia qual era o real sentido.

- Percebi. Seu rosto tá corado, os olhos tão alegrinhos. 

- Exagerado. - Eu sorri e ele riu. 

- Cê soube que eles agora são amigos, amor? - Suspirei. 

- Eita. - Ouvi Luan dizer. 

- Ainda não tivemos essa conversa. - Marco olhou surpreso pra Luan. 

- Eu ia contar mais tarde. - Se justificou. 

- Cê acha que vai ficar só na amizade? - Clarissa cutucou. 

- Para com isso. - Eu pedi ao ver nosso constrangimento. 

- Bora saber agora! - Marco disse e bebeu um gole de cerveja. Mas já? - Cara, me responde! Cê olhando pra ela assim, cê num sente vontade de dar um beijo a boca dela? Chupar a língua e tudo mais? - Clarissa gargalhou e meu rosto queimou. 

- Vai se foder, viado. - Ele sorriu sem graça. Ele fica muito fofo sem graça. 

- Diz, pô! - Clarissa pressionou. 

- Ela sabe que sim. - Os dois gritaram e eu fiquei toda derretida. Esse cara... 

- E você, mana? Me diz? Não dá vontade de passar a língua no pescoço dele, dar um cheiro e deixar ele sem ar de tanto beijar? 

- Não faz isso. - Eu implorei, totalmente sem graça. 

- Responde. Ele falou! Agora fala você! - Marco pressionou. Revirei os olhos e balancei a cabeça positivamente, colocando as mãos em meu rosto. Sorri enquanto eles gritaram novamente. 

- Parem com essa porra! Palhaçada, pô. - Marco reclamou. 

- A gente já conversou né, loirinha? 

- É. E vocês parem de deixar nós dois constrangidos. - Eu pedi. 

- Beleza, beleza. - Marco disse sorrindo.

- Meu pai tá doido pra conhecer você. - Ergui as sobrancelhas pra ele e ele fez careta.

- Tô muito ferrado? - Clarissa gargalhou e eu também. 

- Muito ferrado! Cê não tem noção do que você precisa enfrentar. - Eu disse e ele colocou a mão no coração como quem estar passando mal. Clarissa não consegue parar de rir. 

- Vai lá, bobalhão. Vai ficar de gracinha, seu filho da mãe. - Luan fez graça. - Preciso ir dar uma olhada nas carnes. 

- Tá. Tá certo. Beijo. - Clarissa disse, tentando recuperar seu ar. 

- Posso te ligar mais tarde? - Eu disse e percebi os olhares do casal.

- Pode sim. Claro. 

- Cê num vai tá bêbado? 

- Bem capaz. - Ele riu. 

- É melhor eu ligar agora? Não né?! Cê tá muito ocupado. 

- Me liga, vai. Pode me ligar. - Ele fez bico e e eu dei tchau. 

- Tchau, cunhado. Cê tá ferrado. - Disse isso e levantei. Peguei meu celular, segui para meu quarto e liguei pra ele. Me atendeu logo.

- Pensei que já tinha me esquecido. - Eu sorri e me joguei em minha cama.

- Claro que não. Eu ainda tô me adaptando com os horários e passando um tempo com as pessoas aqui. 

- É, eu sei. Revendo todos né?! Sentindo falta de outros, sei como é. - Ele tá se referindo a postagem com Bernardo.

- É inevitável, Luan. - Suspirei. 

- Você ainda tá apaixonada por mim? - Essa pergunta me aqueceu por dentro. 

- Claro. Não é assim que o sentimento desaparece. 

- Pensei que pudesse ter esquecido de tudo, sei lá. Depois que chegou aí deve ter sido um choque de presente e passado, duas realidades totalmente diferentes.

- É, senti um pouco disso. Mas, tem um moço que insiste em ocupar lugar. - Ele soltou uma risada gostosa, me fazendo sorrir. 

- Lembro sempre de você também. Sempre. - Suspirou. - Com certeza hoje eu bebo, afogo minhas mágoas. Por que cê me largou né?! Hoje é dia de sofrencia. 

- Para com isso! Não seja injusto. Você quem não quis. 

- Não é bem assim. - Suspirou. - Isso é assunto pra outro dia. 

- Certo. - Não insisti. Não quero ficar falando o tempo todo nesse assunto. - Vai ficar de folga até quando? 

- Dois dias. Hoje veio uns amigos pra cá. Vamos fazer uma bobagenzinha. 

- Hum, entendi. Só os homens? 

- Hum! Dona Lavínia... Cê tá querendo me regular? - Perguntou divertidamente. 

- Lógico que não. - Revirei os olhos. - É só uma pergunta. 

- Só os homens, minha loira. - Ele é essa mania de falar o “ minha “. 

- Entendi. Cê tá com saudade de mim? - Sorri feito boba.

- Tô. Morrendo de saudade. Vê se volta logo, a gente marca de se ver pra eu te dar um cheiro. Cheiro pode né?! Amigo faz essas coisas. - Eu ri dele.

- Pode. Só um cheiro. 

- Aí cê me fode. - Suspirou. 

Eu tô quase caindo de sono. Vai lá aproveitar seus amigos. Um beijo com muita saudade. 

- Outro com muita vontade. - Eu ri dele e então desliguei. Argh! Gostoso demais! Fechei os olhos e minha excitação não passa. Droga! Passei a mão por meu rosto. Eu preciso dormir. Só isso. Dormir.

Nem me deu o trabalho de tirar maquiagem, de trocar de roupa. Eu apaguei e sonhei com ele. Transando com ele. Mágico!







Oiiiiii meninassss!!!! Voltei, e já tem grupo no WhatsApp! Todas que me deram o número, eu adicionei. Quem ainda não comentou o número e quiser entrar, e só deixar aí. 
Bora falar sobre o capítulo?
Os três homens foram assunto hein... Lavínia acabou abrindo o jogo com a mãe, Clarissa e Talita. Tiveram momentos em família, ela relembrou Bernardo novamente. Os sentimentos totalmente exaltados. Houve vídeo chamadaaaa!!! Ahahahaha quem ama um casal cupido? Clarissa e Marco merecem um prêmio! E a ligação??? Gente, esses dois são lindos né?! Fico toda boba lendo esses capítulos. Vocês também??? 
Gostam??? Me digam, o que vem por aí?
Obrigada por cada comentarioooooo!!! VONTADE DE ABRAÇAR BEM FORTE, ATÉ RECLAMARRRRR! 
Vcs me incentivam dmssss, nem imaginam o quanto 🤍

11 comentários:

  1. Já tô imaginando a Luan ligando bêbado pra Lavínia e confessar que tbm é apaixonado só que é medroso demais kkkk. No aguarde do próximo cap com muitas emoções espero kkkk. Mas, contudo, entretanto mais um cap perfeito, com gostinho de bis kkk

    Contiinuaa mulheer!!

    Bjinhos//Rafa😌😘

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  2. aaaaaaa esse casal é tudoooo
    Continuaaaa 😍

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  3. Como eu sempre digo maravilhosooo❤❤
    Ai como eu gosto do Marco e da Clarissa que continuem assim cupidos.
    Ai como o Luan é apaixonado nessa loira só falta assumir para ela logo. Imagina mesmo o Luan bêbado ligando para ela e confessando que é apaixonado, mais ela não acredita porq ele está bêbado kkkkkkkkkkkk
    Continua ❤🥰🥰

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  4. Aaa quero o luan bebasso ligando pra ela e se declarando continua por favor

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  5. Amei demais essa cena, to muito apaixonada nesse casal até mesmo essa complicação boba deles kkkkkk
    Continuaaa

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  6. Ele vai afogar as mágoas e vai ligar pra ela, tomara que sim, não aguento mais, quero eles juntos logo. Continuuaaa

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  7. Mulher vc n me adicionou no grupo e eu pus o número lá me adiciona lá por favor é 35 92105185

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    1. Eu amei ahhh esses dois ele precisa ligar pra ela bêbado e se declarar pra ela e ahhh tô um pouco chateada vc esqueceu de me adicionar no grupo😔😔😔 eu pus no comentários do outro capítulo mas vc n viu n me adicionou espero q vc possa me por queria tanto continua e n me esquece por favor

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  8. Quero saber só quando o Luan vai se tocar da burrada que tá fazendo AFFF

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  9. Se liga Luanz cê vai perder essa mulheeeeer cara !!!

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