domingo, 5 de julho de 2020

“Traumas do passado” 40

Voltei para casa depois de alguns dias na estrada. Lavínia deve ter chegado em Sidney. Ela me mandou mensagem hoje, antes de sair. Meu coração tá tão apertado. Na verdade, ele tá morrendo de medo de ela esquecer de mim. A lembrança de Bernardo vai bater forte quando ela chegar lá, ficar rodeada de pessoas que participaram da vida dos dois. Sei, sou egoista. Mas não quero que ela me esqueça. Absolutamente não quero. E também sinto uma espécie de bloqueio pra assumir um relacionamento sério. Desde que ela foi embora, não quis saber de sexo. Eu estou num momento de reflexão. Não quero ninguém entrando no meu espaço pessoal. 

- Filho! - Minha mãe sorriu ao me ver na sala. 

- Oi, mãe. - Lhe abracei. 

- Senti sua falta.

- Eu também senti saudade. - Puff apareceu correndo e então eu desfiz o abraço para lhe dar atenção. Esse cachorro tem parte do meu coração. Me senti confortado por estar em casa. - Cê sentiu falta de mim? - Fiz uma voz que só faço com ele. - Sentiu sim, que eu sei. Eu também senti sua falta, cara. - Cadê sua mãe? 

- Tá trabalhando. Lá no escritório. - Minha mãe disse. 

- Ela tá maluquinha né?! Pra inauguração da loja. 

- Sim. - Levantei novamente e seguimos para a cozinha. Eu sei, dona Marizete vai me alimentar e ai de mim se eu disser que não. Sentei na cadeira da bancada e fiquei esperando o que ela tem preparado pra me dar. 

- A data já está decidido. Vai ser próximo mês. Aqui em casa mesmo. Ela disse que vai se inspirar no seu aniversário. Sabe? Sobre a organização. E chamar os mais próximos. 

- Legal. - Concordei. 

- Ela até cogitou em fazer no mesmo dia do aniversário dela. 

- Ah, seria massa. - Achei interessante. 

- Depois cês vão conversar sobre isso. 

- Ah, é. Vamos ter tempo. E seu Amarildo? Aonde foi parar? 

- Ele tá lá no seu escritório. Passa mais tempo lá do que em casa. - Ri de leve. Isso é verdade. Meu pai se desdobra quando se trata da minha carreira. - Ela trouxe bolo, uns salgadinhos e uma xícara com café. 

- Esse bolo é de que? 

- De milho. Tá ótimo, filho. Sua irmã quem fez. 

- E os Salgadinhos? 

- Eu que fiz.

- Houve alguma comemoração e eu não tô sabendo? - A olhei desconfiado e ela riu. 

- Não, uai. Cê sabe, quando bate na cabeça de a gente inventar coisa... já era. 

- Sei, sei sim. Vou tirar proveito disso agora. 

- Come. Come mesmo. - Houve um minutos de silêncio, até: - E a Lavínia? Eu gosto daquela menina. - Sorriu pra mim. Ela sabe que Lavínia estava comigo no hotel.

- Ah, mãe. - Ri sem ânimo.

- Que foi? - Franziu a testa. 

- Nós decidimos ser amigos. - Pela primeira vez falei sobre nós dois depois do término. 

- Mas por que? Vocês tavam indo tão bem. - Sentou-se de frente pra mim, deixando de lado a louça que estava guardando. 

- Ela... - Limpei a garganta. - Ela queria mais e eu não quis.
Namorar? 

- É. - Suspirei e peguei um salgadinho, estudando a reação de minha mãe. 

- Filho... eu pensei que dessa vez... - É, ela ficou desanimada. - Cê não gostava tanto dela? - Quis me entender. 

- Pelo contrário. Sou caldinho por ela. - Ri de leve. - Ela sabe disso. 

- Luan, então vamos voltar ao ponto. Cê nunca esqueceu o que aconteceu com a Aline, filho. - Suspirei. - Pensei que com a terapia, finalmente você iria tentar com alguém. 

- Mãe, essa vida louca já me causou muitas coisas. Você mais do que ninguém sabe disso. Comecei muito novo, houve aquela coisa de ser gay, houve a história com a Aline. Não consigo deixar de me sentir culpado por não ter dado certo. Ela me disse coisas que trago até hoje. 

- Filho, ela tá casada. Tá vivendo a vida dela, não tem porque você parar a sua. 

- Eu sei. Eu sei disso. 

- Então?

- Mãe, eu já melhorei muito. Trouxe Lavínia aqui. 

- Desde a Aline cê não fazia isso. 

- Exatamente. Mas eu vejo como ela ficou envolvida também. O quanto ela é sensível e seria mais uma pessoa que não conseguiria lidar com tudo que vem comigo. As críticas, a distância, as mulheres. 

- E então você decidiu por ela. - Senti uma pontada de crítica. 

- Não é bem assim. Eu sei. Acredite, eu sei disso. Ela já me deu demonstrações disso. Eu senti que estava machucando ela com certas situações, mas fui egoista ao ponto de não querer desistir. Só estamos como estamos, porque ela decidiu. 

- Filho, o fato de Aline não ter conseguido lidar com a distância, o fato de ela ter te pressionado tanto e ter falado que você não a amava o suficiente, toda semana era discussão por ela pensava que você tinha outras mulheres, não significa que todas vão ser iguais a ela. 

- E eu nem cheguei a assumir ela pra mídia. Cê vê só, mãe? Não tem como esquecer disso assim. 

- Mas já fazem anos! Filho, você precisa tentar. 

- Minha terapeuta disse que eu criei uma espécie de bloqueio para relacionamentos sérios. - Suspirei. - Aline nem significa mais nada pra mim. Mesmo. E minha terapeuta fez eu entender isso. Mas a vivência com ela, deixou marcas em mim, me fez acreditar que não sou capaz de ter uma família, ou ter uma mulher fixa, não sendo famoso. Não sendo Luan Santana. 

- Vocês eram duas crianças ainda. - Minha mãe negou com a cabeça. - Ela não teve dimensão nem da metade das coisas que falou pra você. Fique tranquilo. Não foi culpa sua. 

- Foi sim. - Ri sem humor. - Viu a Lavínia? Ela desistiu, mãe. 

- Mas era uma relação diferente. 

- Eu sei. Eu ficava com outras pessoas, ela também. Mas... não foi como eu pensei. 

- Mas ela quis tentar. Você quem desistiu. - Bufei. 

- Aline me disse que não era homem suficiente, me acusou várias vezes de trair ela, me pressionou pra assumir o namoro. Namoro que não durou nem dois meses. Junto da relação desgastante que tive com ela, vieram as críticas, o peso de ser chamado de gay. Na época, me incomodou bastante. A falta de vocês. Eu quase não conseguia ver vocês, nem ela. Eu vivia extremamente estressado. Foi difícil, mas eu já melhorei em quase todos os pontos.

- Só falta esse. 

- É. - Mordi meu lábio. - Mas agora eu não posso. Me sinto sufocado só de imaginar isso acontecendo de novo e acontecendo com a Lavínia. Ela merece mais que eu, mãe. Já vem de um relacionamento muito complicado. Ela se desgastou emocionalmente e foi difícil de convencer ela a se envolver comigo. Mas agora, as coisas tomaram outras proporções e por mais que seja difícil pra nós dois agora, poderia ser mais. Se eu não pensasse, aceitasse, tentasse, desse errado. Ela iria se machucar muito mais e eu também. - Não consegui controlar minha boca, realmente desabafei. 

- Você precisa ver sua terapeuta. Você não tem controle de tudo e não precisa ter. Nem tudo se repete nas nossas vidas, filho. Aquela menina é incrível. Eu adoraria netos com os olhos dela. - Ela riu e eu ri também. 

- Já tava pensando em netos? 

- Imaginei até o casamento. - Nós gargalhamos.
 
- Fala sério, mãe! - Eu disse ainda rindo. 

- Tô brincando. Mas sobre os netos eu pensei mesmo. Aqueles olhos são lindos. Ela parece uma boneca e tem um corpão. Linda, filho! - Eu concordei sorrindo. 

- Ela é. - Suspirei. - Mas a nossa realidade no momento é essa que passei pra você. 

- Espero que mude o quanto antes. Quero que saiba que tô com você, independente de qualquer coisa. Sei o quanto você é incrível, sei o quão capaz cê é de formar uma família, de ter uma namorada. Você só lidou com uma pessoa incompreensiva e imatura. Quando você entender isso, quando você entender que deu o seu melhor e que ela não fez o mesmo esforço pra dar certo, aí sim você vai perceber que perdeu muito tempo e que tem alguém que foi feita exatamente pra você. Esperando pra ser feliz com você. 

- Obrigado, mãe. Eu amo você, xum. - Ela levantou-se e me abraçou. 

- Eu também amo você, filho. Agora come, seu café já tá esfriando.

Fiz como ela disse, me sentindo bem mais aliviado. Ela tem razão, eu sei. Mas não é tão fácil pra mim.

Ela começou a cantar na cozinha e eu continuei comendo.

Meu celular tocou e logo vi o nome de Lavínia. Atendi. 

- Oi, eu te liguei porque a internet tá horrível e você poderia ficar preocupado. Acabei de chegar. 

- Oi, loirinha. Foi tudo tranquilo?

- Foi, foi sim. Já tô até com meu papito! Né, pai?! - Ouvi algumas vozes, mas não entendi nada. Eu sorri ao perceber a alegria dela. 

- Em casa já?

- Não, no carro. - Vi minha mãe me olhar. 

- Ah, entendi. Curte a galera aí. Depois a gente se fala, tá? 

- Tá bom. Beijo. 

- Aonde? - Ela riu.

- Larga de ser bobo. Tchau. 

- Tchau, beijo. - E então eu desliguei. Grunhi e minha mãe me olhou sorrindo. - Ela tá em Sidney. Foi ver a família. 

- Que legal! E aí ligou pra você? 

- É, ela chegou lá agora. Me ligou pra eu não me preocupar. 

- Como cê diz que isso acabou, filho? - Ela riu. - Claro que não acabou. 

- Ainda tem sentimento e nós dois sabemos disso. É só... muito complicado. - Franzi a testa.

- Eu sei. - Voltamos a ficar em silêncio e não demorou muito até ouvirmos a voz de Bruna falando com Puff. Foi se aproximando, até ela nos achar. 

- Pi! Cê chegou! - Me abraçou e eu a abracei de volta, ainda com a boca cheia. - Como foi lá? Tranquilo? - Assenti e engoli. Ela sentou ao meu lado. 

- Mesmo com a chuva toda, foi tranquilo. 

- Ah, tá. Acho que vou comer esse bolo hein?! Maiara acabou de ir embora. - Bruna se referiu a uma especie de assistente que ela tem. É funcionária dela. 

- É? 

- Ela é linda. - Minha mãe olhou pra mim. 

- Acho que a Marizete quer me casar. - Ela riu e Bru sorriu, indo procurar o bolo. 

- Tenho minhas preferências de nora, cê sabe. 

- Ô se sei. - Neguei com a cabeça. 

- Quem é sua preferência? - Bruna quis saber. 

- Lavínia, Jamile, Maiara também é uma pessoa legal. 

- Mãe, eu só vi a Maiara umas duas vezes e nem parei pra conversar. Jamile é só minha amiga e Lavínia é complicada. - Ri de mim mesmo. 

- Eu gosto muito da Jamile. Aquela mulher é divertida. - Bruna voltou para perto de mim já com seu pedaço de bolo. - Mas Lavínia também ganhou um espaço bom hein?! Maiara não. Seria um saco trabalhar com a namorada do meu irmão. - Ela fez careta e eu ri. 

- Vou conversar mais com a Maiara. - Quis provocar e ela me olhou entediada.

- Cê não inventa. - Minha mãe riu, se divertindo. 

- Aô de casa! - Ouvimos um grito. Meu pai. 

- Aô! - Gritei de volta e todos nós sorrimos. 

- Aô sô! - Ele gritou e desta vez nós gargalhamos. Eu amo estar com minha família. Ele se juntou a nós. Quis saber como foi a viagem até aqui e se estive seguro realmente.

|| Lavínia ||

É, eu chorei quando vi meu pai. Caramba, eu não me contive. Clarissa se manteve grudada nele desde que nos encontramos. Ele nos recebeu no aeroporto e nos levou até a casa de minha mãe.

Aqui em Sidney, por estar 13:00 horas à frente do Brasil, é cedíssimo. Verifiquei no relógio de meu pai e marca pouco mais das 7:00 horas da manhã. 

- Ai, eu não acredito nisso! - Encontrei minha mãe, os pais de Talita e Bernardo, duas amigas minhas e das meninas. E ainda, duas primas minhas. - Eu desabei no choro. Lembrei de Bernardo imediatamente e meu coração apertou. Isso tudo é muito ele e eu. 

- Filha, calma. - Minha mãe veio ao meu encontro. Me abraçou e eu continuei chorando, lhe abraçando de volta. 

- Eu tô muito feliz de ver vocês. - Falei com a voz embargada. 

- Tá tudo bem, meu amor. - Olhei ao redor e vi todos um pouco emocionados, mas eu não consigo conter minhas lágrimas. - Ei, agora você tá com a mamãe. - Ela se afastou e segurou meu rosto em suas mãos. - Não chora. - Ela disse já muito emocionada. Limpou minhas lágrimas e eu respirei fundo, tentando me controlar. 

- Tá tudo bem. Eu sou uma chorona mesmo. - Ri de leve. Talita e Clarissa já distribuíram todos os abraços e eu segui para fazer o mesmo. Ao me deparar com minhas sogra, soltei um soluço e ela também se rendeu as lágrimas. O vínculo emocional que tenho com a família de Bernardo...

Ela não conseguia dizer nada, nem eu. Parecia o encontro de duas partes de Bernardo. Eu senti ele tão presente! 

- Muito feliz de ver você. - Falei com dificuldade. 

- Sempre vai ser bom ver você. - Ela disse com a voz muito embargada. Nos afastamos e ela fungou. - Você sempre vai lembrar meu filho, Lavínia. 

- Eu amo você, Titi. - Lhe chamei pelo seu apelido carinho. 

- E eu amo você. - Sorrimos e então eu abracei o pai dele. 

- Que saudade. - Eu disse, já tentando me recompor, procurando o controle. 

- Eu também senti muita saudade. - Nos afastamos sorrindo um para o outro. 

- Tá bonitão hein?! - Eu elogiei e nós rimos.

- Você não disse isso de mim. - Meu pai falou em inglês, a língua que ele sempre conheceu. 

- Você também tá lindo, pai. O mais lindo da minha vida é você. - Respondi também em inglês e nós rimos novamente. 

- Vadia! - Chloe e Isla gritaram inglês. Eu me joguei em cima das duas e fizemos um abraço triplo. Logo Clarissa e Talita também se jogaram e ficamos abraçadas. Nosso grupinho. 

- Que saudade, vadias! - Eu disse em o inglês. 

- Já temos toda uma programação pra esses dias. - Isla disse e Clarissa gritou animada. 

- Quero compras. Já quero ir no North Sydney! - Talita disse, se referendo ao bairro comercial onde todos fazem compras. Eu estou muito ansiosa pelos próximos dias. Nos afastamos e então cumprimentei minhas primas. Elas também trabalham com minha mãe, mas são primas paternas. 

- Saudade de vocês, meus amores. - Lhes abracei. 

- Sentimos falta de vocês também. - Ella e Mia disseram. Nossa comunicação quase sempre é em inglês. 

- Ella é meu caso de amor, tá? - Talita disse lhe abraçando. As duas são da área de marketing na empresa. Todas nós fizemos careta. 

- Achei ridículo. - Eu disse e nós rimos. 

- Meninas, eu realmente amo ter vocês aqui. Mas nós temos que ir comer né?! Estou com fome. - Mia disse e nós rimos novamente. Caramba! É um misto de sensações. Me sinto feliz, angustiada por estar lembrando tanto de Bernardo, mas ainda assim muito feliz. 

- Então vamos. Eu também preciso me alimentar. - Clarissa falou, abraçando Chloe. Seguimos para a sala de jantar e nada mudou nesses meses. Bernardo parecia estar em cada lugar desta casa. Meu peito continua apertadinho, angustiado. 

- Preparamos uma mesa linda pra receber vocês. - Minha mãe disse, empolgada.

- Estamos arrumando isso tem um tempinho. - Minha sogra falou e eu fiquei tocada, assim como Clarissa e Talita, que beijou o rosto de sua mãe. 

- Eu já li o jornal e agora só preciso ir para o escritório. - Meu sogro disse. Nosso diálogo sempre acaba terminando em inglês, a grande maioria tem mais facilidade em falar inglês. 

- Nossa. Cadê a felicidade por nos ver? Todos aqueles vídeo chamadas era encenação? - Clarissa dramatizou e ele riu. 

- Vocês fazem falta. Essas duas famílias parecem ser uma só e vocês sabem disso. São como filhas pra mim. - Cameron disse e nós derretemos com sua declaração dizendo “ onw “ ao mesmo tempo.

Houve uma enorme surpresa ao vermos a mesa. Tão linda! Caprichada. Com tudo que eu amamos e que não temos no Brasil.

Não perdemos tempo. Sentamos, comemos e as conversas se misturavam constantemente. Temos muito assunto. Todo o idioma inglês sendo falado ao mesmo tempo.

Porém, nosso momento não durou tanto. Todos precisam ir trabalhar e a única que conseguiu ficar em casa por hoje, foi minha mãe. Ela tem toda um estrutura nas lojas aqui, então pode se dar esse luxo as vezes.

Rapidamente, combinamos algo pra fazer. Na casa dos pais de Talita, com nossas primas, com nossas amigas... essa viagem vai render bastante. Mal posso esperar para viver tudo e matar a saudade de todos!

(...)

Talita acabou indo para a casa de seus pais, Clarissa e eu ficamos com nossa mãe. 

- Filhas, voce podem descansar tá? Devem estar cansadas. 

- Eu realmente preciso de um banho depois de tanta emoção. - Eu disse. 

- Meu nariz com certeza tá vermelho e meu maxilar tá doendo. De tanto rir e chorar, ou chorar de rir. - Clarissa disse e nós rimos. 

- Eu amo tê-las aqui. - E foi a vez de minha mãe ficar com a voz embargada. - Ainda não acostumei com essa mudança maluca. - E então as lágrimas saltaram de seus olhos. Essa mulher é minha vida! Clarissa e eu nos olhamos e fomos abraçá-la. 

- Ai, mãe. Você é uma linda! - Clarisse disse derretida.

- Eu te amo. - Eu falei. 

- Eu também amo vocês. - Ela disse se afastando. - Vão, vão lá. Tá tudo arrumadinho pra vocês. Cheirosinho. - E então seguimos escadas acima. Vimos cerca de dois funcionários, dos três que minha mãe mantém em casa. Nós realmente temos uma vida muito confortável. Nos cumprimentamos com abraços. Eles estão conosco desde que posso me lembrar.

Chegamos no corredor e Clarissa parou em frente ao seu quarto.

- Fico por aqui, Barbie. - Ela sorriu. 

- Tá. E eu vou só passar essa porta do banheiro. - Nós rimos e entramos em nossos respectivos quartos.

Eu paralisei logo após a porta. As lágrimas brotaram novamente.

Bernardo em todos os lugares. Isso realmente me atingiu. Sentei no chão igual uma criança e fiquei olhando cada detalhe. Vi uma foto nossa no porta retrato. A almofada na minha cama que ele me deu. Tem nossas iniciais entrelaçadas. Eu sorri, com as lágrimas escorrendo silenciosamente. A ida de Bernardo me quebrou e Luan deixar eu partir, me quebrou. Eu estou sentimentalmente ferida e frágil. Olhei para a poltrona próxima da varanda e lembrei de Bernardo novamente.

A gente conversou tanto nesse lugar. As vezes a gente parava e via o pôr do sol. Nós adorávamos ver o pôr do sol. Ele vinha pra cá, nós falávamos sobre o dia e sobre nossos planos. Foi aqui que muitas vezes ele dividiu o medo de me deixar, de não aguentar a luta contra o câncer. Aqui eu chorei ao descobrir. Eu lhe dei força. Nós fizemos amor. Ri sozinha, ainda com lágrimas.

- Bernardo, você foi incrível. Eu te amei tanto! Tanto que dói até hoje. - Falei sozinha, olhando para nossa foto. Decidi levantar e passear pelo quarto. Ele é definitivamente grande.

Entrei no meu closet e encontrei muitas roupas. A grande parte ficou aqui. Vi um casaco que também foi presente de Bernardo. Certo lágrimas, eu já percebi que vocês vão ficar comigo por longos minutos. Eu preciso disso. Preciso deste momento de nova adaptação à nova vida. Bernardo se foi. Ainda dói. Mas agora, neste exato momento, dói muito mais.






OIIIIII!!! Turu bommm??? Cheguei com capítulo que vocês esperaram tanto! Finalmente agora entende pq Luan resiste tanto. Que nunca deixou traumas passadas atrapalharem o presente que jogue a primeira pedra né?! Vocês acham que ele consegue passar fácil por cima disso? E agora, depois dessas revelações, qual a visão de vocês??? Me contem o que acharam! 
Tivemos também a chegada das meninas em Sidney com mtaaaa emoção! Já era esperado esse choque em Lavínia né?! Até então, a viagem está super tranquila. Será que isso vai mudar? Tô vendo vocês querendo que o estrago aconteça! Hahahahahaha
Vi também sobre o grupo no WhatsApp, eu confesso que não terei tempo de falar muito e talvez não seja um grupo de tanta comunicação, posso ser um pouco ausente pq na semana eu sou ausente pra tudo, infelizmente. Mas já que querem tanto, vou fazer sim. Quem quiser entrar vai colocando os números do WhatsApp, quando eu for postar o próximo capítulo, já crio e coloco vocês! 
Combinado?
Obrigada por cada comentário, nunca vou deixar de agradecer e deixar passar em branco. Vocês são dmssss!!!!
Bjs, Jéssica ❤️

15 comentários:

  1. Eu acho que Lavínia tem que chorar tudo oque pode por causa de Bernardo nessa viagem e depois parar e só lembrar dele com muito carinho que ela tem por ele. Nessa viagem ela tem que pensar mais em Luan! LUAN tem que sentir ciúmes de Lavínia, tem que sentir tanta falta dela que vai acabar passando por cima do medo e desse trauma que ele tem. Continua mulher que eu estou ansiosa ❤

    ( meu número 42998321880)

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  2. A cada capítulo fico mais ansiosa!
    83981465252 Dalva

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  3. Voooolteeeeeiiii .... TCHAAAAANNN

    Tadinhos , são dois nenês um magoado/com ego ferido e a outra devastada , entendo perfeitamente hahaha ... Mas enfim , achei super legal saber o que se passa dentro do Luan , embora não entender tamanho medo dele ( eu real não entendo as pessoas quando se trata de traumas decorrentes de relacionamentos que deram errado , mas... ) . E sobre a Lavínia , acho super válido esse pesar , essa dor que ela sente , embora esteja torcendo pra ela pintar o 7 e bordar o 8 , seja em Sidney , seja no Brasil , pro Luan entender que ela é o tratamento que ele precisa , a terapia Lavínia é a salvação dele

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  4. Quero ela dando a volta por cima disso tudo, e o Luan morrendo por dentro kkkkkk
    Tel: 41 998542372.
    Continua o mais rápido possível hahahah
    Beijooo

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  5. Diva dos capítulos. Eu gosto é do exxxxxxtrago!!!
    Número:: 77998632296

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  6. Ah eu quero o estrago viu kkkk q ela volte um pouco mudada e de um pouco de gelo nele pra ele se decidir logo viu mas ele precisar superar isso logo antes q ela encontre outra pessoa continua e ah meu número é 35 92105185

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  7. Tava enrolada com o final do semestre mas agora aqui estou kkkk. Jéssica que capítulo foi esse menina? Cheio de emoções. O Luan tem que superar esse trauma dele, não só ele como a Lavínia tbm, eles tem que se dar uma chance de viver novamente. Não vejo a hora dos dois estarem juntos kkk.
    Contiinuaa que estou amando/surtando 😂❤️❤️

    E sobre o grupo, eu que participar viu kk (34 999695161)

    Bjinhos// Rafa 😘

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  8. Tua fanfic é maravilhosa. Estou muito apaixonada por ela!!!


    54991245148

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  9. Mulher, acho que nessa viagem ela tem que sofrer o luto dela uns dois dias e depois só lembrar do Luan, e o Luan também tem q sentir tanto que vai tentar arriscar. Não demora continuar não me add lá no grupo 038999145564

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  10. Tô ansiosa pro proximo capitulo, então não demora, tá?!
    Me adiciona no grupo tmb, por favooor (21) 971203540

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  11. Gente, o tempo passou sabe.. Luan precisa superar e a Lavínia é a pessoa certa pra ele tentar algo novo. Enfim. Espero que após essa viagem as coisas se acertem, mas, espero que Luan sofra um pouco (eu gosto) 😂
    (21)980942104 meu número pro grupo 🥰

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  12. Não sei nem o que falar só quero o luan superando esse trauma e ficando com ela (42)998247180

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  13. Luan tem que superar esse trauma logo , meu casal tem que ficar juntos o quanto antes , poxaaaa ! Tem que ser depois que ela voltar se Sidney .

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