domingo, 30 de agosto de 2020

“ Comentários “ 51

Acordei com um barulho de algo caindo no chão.

- Merda! - Gabriel resmungou e então eu abri os olhos, sem acreditar em tudo que caiu bem em cima da minha cabeça ontem. Gemi em frustração. Então, Gabriel me notou. - Desculpa te acordar. Ainda é cedo, volta a dormir. - Ele se agachou.

- A gente dormiu no sofá? - Eu sorri e ele riu.

- Sim. Minha coluna tá um caco. - Fez careta. Me mexi e então senti meu pescoço doer.

- Caramba, meu pescoço também. - Tentei mexê-lo e senti a dor. 

- Cê tem remédio pra tomar? Caso não tenha eu posso ir comprar. 

- Não precisa. Tenho aqui. - Eu sorri. - Cê já tá indo? 

- Tenho que ir pegar meu voo. 

- Sério? Você ia sair sem se despedir?

- Eu não queria te acordar. Na verdade, eu ia tentar te levar até a cama. 

- Pode parar com essa pressa. Eu já acordei e nós vamos tomar café. - E então eu levantei, sentindo o desconforto de dormi a noite inteiro no sofá.

- Não precisa se preocupar, Lavínia. - Ele me seguiu em direção a cozinha. 

- É rapidinho. Uma forma de agradecimento por ontem. Você foi incrível demais. Eu nunca vou esquecer disso. - Olhei em seus olhos.

- Tô sempre pronto pra ajudar, inclusive uma mulher que me atrai pra caramba, sabendo que ela tá apaixonada por outro. - Fez careta e eu ri. Sei que ele fala sério, mas não deixa de falar sobre isso com bom humor. 

- Para, vai. Senta aí, não vamos falar sobre meu vexame de ontem.

- Não vamos, mas pensa em tudo que foi conversado e nos meus conselhos também. 

- Prometo. - E então, comecei a preparar tudo. Fiz café, coloquei torradas na mesa, queijo, presunto. Ele atendeu uma ligação interminável de sua mãe nesse meio tempo. Quando finalmente sentei, ele se despediu alegando que precisava comer e eu segurei a risada.

- Se eu deixar, ela conversa até o mundo acabar.

- Tadinha, ela tá com saudade.

- Não, ela pode me ver todos os dias e mesmo assim vai falar incansavelmente. 

- O fardo de uma mulher tagarela. - Brinquei e ele riu. 

- O que cê fez? 

- Torradas, queijo, presunto, mamão, maçã, café. Tudo pra você, princeso. - Ele riu.

- Não me ilude, porque eu sei que você quer outro. - Eu ri e então começamos a comer. Quem me dera eu pudesse escolher. Luan já me machucou demais, Gabriel seria uma boa escolha, mas a gente não manda no coração. Comemos com ele elogiando tudo o tempo todo. Logo depois, ele realmente foi embora, me disse mais uma vez pra pensar bem em seus conselhos, pra eu não perder tempo e que de agora em diante, eu tenho um amigo, que posso contar quando for preciso. Seu abraço me confortou bastante e então, me vi sozinha. Segui para meu quarto, preparei um banho e comecei a pensar. Pensar em Luan, no que foi falado. As lágrimas voltaram silenciosamente e eu me acolhi em meu momento.

Me vesti e então comecei a ver fotos de momentos, na tentativa de me distrair e parar de pensar tanto nele. Acabei escolhendo uma foto da última viagem pra Sidney pra postar: 

“ Que saudade desse lugar 🥰 “ 

E então, no mesmo instante, vi que ele comentou minha foto. Caralho!
“ Tem a cara do amor da minha vida 😏 “
Meu coração acelerou tanto, me vi prestar a infartar. Como ele comenta uma coisa dessas? E então, a loucura começou. As fãs dele, as pessoas que acompanham meu trabalho. Tudo em volta do seu comentário. Meu rosto queimou, mesmo sem estar de frente pra ele. Meu coração derreteu todo, enquanto minha cabeça briga com ele. Que gesto fofo! Não pude deixar de deixar um sorrisinho escapar. Mas ele tá enganado, muito enganado, se acha que vou aceitá-lo só por conta de um comentário. Luan precisa ganhar minha confiança, por mais que eu o ame, não mereço sofrer mais. Não me permito sofrer mais. 

- Barbie! - Ouvi a voz da minha irmã.

- No quarto. - Gritei de volta. E então logo ela entrou.

- Oi, bom dia! Eu falei que vinha cedo. - Se jogou na cama, me abraçando. 

- Cedíssimo. - Olhei as horas, o relógio marca 11:00. 

- Ah, para! É cedo sim. Podemos pedir almoço, ou melhor, ir num restaurante. O que acha? - Me olhou toda animada. 

- Pode ser. - Sorri. E então ela ficou alguns segundos me olhando. Seu olhar se tornou desconfiado. - O que foi? 

- Você. Cê chorou? - Ela franziu a testa.

- Longa história. - Suspirei e então ela sentou-se, me olhando com atenção. - Vou esperar a Talita chegar. 

- Tem haver com Luan? - Assenti. - Claro. - Ela suspirou. - Juro que tô quase matando ele. - Suspirou de novo.

- Eu sou grandinha suficiente, mana. Consigo lidar com isso. - Tentei tranquiliza-la. 

- Irmãs? - Talita gritou.

- No quarto! - Clarissa e eu gritamos juntas. Logo ela abriu a porta também.

- Bom dia, minhas lindas. 

- Ela tá de bom humor viu?! - Alfinetei e ela riu.

-Keven acabou com minha imagem de bandida. - Nós gargalhamos e ela sentou-se na cama também. - O que vamos fazer hoje?

- Almoçar fora, depois salão. Combinado? - Clarissa disse. 

- Combinado. - Talita disse na hora.

- Vamos. - Sorri, afinal, preciso de um momento de distração. 

- Mas antes, precisamos conversar né?! - Clarissa me olhou.

- O que aconteceu? - Talita franziu a testa. 

- Luan. - Clarissa olhou Talita.

- Ele sumiu ontem da festa. - Talita comentou.

- Pouco depois que cê saiu, não voltou mais. Bruna falou pro Marco que ele se sentiu indisposto e foi dormir. - Clarissa me olhou.

- Ele veio aqui. - Eu disse.

- Não! - Talita arregalou os olhos. Clarissa ficou esperando eu continuar.

- Ele veio, se declarou pra mim, basicamente disse que queria ficar comigo. Sério. 

- Namoro? - Clarissa falou.

- Sim. - Eu respondi. 

- Deus do céu! - Talita berrou.

- Mas não deixei ele falar muito. Ele soube do Gabriel, inclusive deu de cara com ele quando chegou.

- Puta que pariu! - Minha irmã disse. 

- É, eu convidei o Gabriel pra vir, não imaginava que Luan ia aparecer aqui e falar aquilo tudo. Nós viemos aqui pro quarto, ele me disse muita coisa, mas eu ainda acho que ele foi impulsionado por saber que Gabriel surgiu na minha vida. 

- Ego? - Talita questionou e eu assenti. 

- Como acabou essa conversa? - Clarissa quis saber. 

- Eu disse que não acreditava, ele disse que ia fazer eu acreditar, confiar no sentimento dele. 

- Ai, eu nunca deixei de shippar! - Talita derreteu. 

- Eu acho que ele foi um puto com minha irmã, mas adoro o casal. - Clarissa disse. 

- Eu chorei bastante, Gabriel passou a noite aqui. Me ouviu falar dele, comemos brigadeiro e assistimos filme. 

- Gente! - Talita derreteu de novo. - Não posso shippar dois ao mesmo tempo. 

- Ele é um amigo. - Eu ri de leve.

- Que claramente tem interesse em você. - Clarissa acrescentou e eu assenti.

- Ele disse isso pra mim ontem, abertamente, mas tá claro que nossa relação é amizade e que eu amo outro.
 
- Mas ele parece ser um puta cara gente boa. - Talita disse.

- Ele é. - Sorri de lado. - E ainda preciso falar mais uma coisa. Eu decidi postar uma foto da viagem pra Sidney. Luan comentou. - As meninas ficaram boquiabertas. - Tem a cara do amor da minha vida. - As duas gritaram e se jogaram no colchão. 

- Não acredito! - Clarissa gritou.

- Esse shipper me ganhou! - Eu tive que rir delas. 

- Parem! - Eu disse ainda rindo. 

- Fala sério, ele tá investindo pesado. - Talita sentou-se novamente.

- Parece que tem alguém decidido do que quer. - Clarissa me olhou. - Finalmente. - Acrescentou. 

- Mas eu não vou me deixar levar por um comentário. Ele vai ter que ralar mais um pouco se ele realmente me quiser. 

- É isso, mulher! Essa é a minha irmã. - Clarissa bateu sua mão na minha.

- Tem meu total apoio. Quero ver Luan correr atrás do prejuízo. - Talita bateu em minha mão. 

- Vamos nos aprontar. A gente tem o dia todo pra conversar muito. - Clarissa levantou sorrindo. E então assim foi feito, cada um foi para seu banho. Eu, na verdade, só troquei de roupa, decidi passa um pó e blush, logo foi pra sala esperá-las.

Logo que vieram, nós fomos. Clarissa quem dirigiu, primeiramente paramos pra comer. E então, elas me contaram mais sobre a festa de ontem. Sobre o quanto foi legal, que elas já vieram embora quase amanhecendo e tiveram um momento maravilhoso com seus homens. Enquanto eu chorei por conta do Luan. Acabei rindo disso e elas me acompanharam. Logo suavizamos o clima, entramos em assuntos bons. Contaram momentos engraçados da festa, falando sobre Marco que ficou bem bêbado. Isso rendeu várias risadas. Comemos uma comida gostosa e fomos até o salão que já temos costume de frequentar. Lavei meu cabelo, hidratei, limpei a cor do meu loiro e escovei. Nesse meio tempo, houve um mundo de conversas boas. Lelê, nosso cabeleireiro, é engraçadíssimo! Ele é gay, sempre tem histórias com seus boys para contar. Ele nos diverte sempre! Antes de sairmos, fiz um registro em meu celular, na verdade, Lelê foi quem bateu a foto. 

- Me diz se essa mulher é de verdade? Você tá linda demais, meu amor. - Ele me disse sorrindo.

- Vê se eu aguento? - Sorri de volta e o abracei forte.

- Juro que se eu gostasse, eu te pegava. - Nós gargalhamos e eu desfiz o abraço. - Pegava as três, uma de cada vez, claro. - Nós rimos de novo.

- Eu também pegaria você. - Talita piscou um olho e ele fez cara de nojo. Mais risadas.

- Vamos, vai. Daqui a pouco Lelê vai ser hétero de verdade. - Clarissa brincou e então nos despedimos, entrando no carro. Só então, peguei em meu celular. Uma confusão enorme causada pelo Luan. Ignorei todas as notificações e directs e postei a foto que Lelê bateu: 

“ Cabelos devidamente tratados pelo melhor @lelecabelos “ 

Meu celular tocou logo após a publicação. É minha mãe. Atendi e logo depois de saber que estava tudo bem, o assunto foram negócios. Logo que desliguei, Clarissa questionou o motivo da ligação e eu, do banco de trás, expliquei pra ela e pra Talita. Meu celular então começou a vibrar. 

- Eita, alguém quer muito falar com você. - Talita comentou e eu peguei o celular pra olhar do que se trata. Meu corpo todo tremeu quando eu vi que se trata dele. Entrei no aplicativo e vi que ele comentou minha foto de novo: “ 🤤🤤🤤 “ Emojis babando. Filho da mãe! Respirei fundo, sentindo meu coração quase caindo na dele, mas meu cérebro muito ciente de tudo. Estou em uma luta enorme. 

- Não acredito nisso. Luan tá de brincadeira comigo! - Esbravejei. 

- O que foi? - Clarissa me olhou através do espelho interno.

- O filho da mãe comentou minha foto de novo! Vocês tem noção da confusão que isso causa? Meu Instagram tá um caos! - Talita soltou uma gargalhada e eu fiquei sem entender. 

- Amiga, ela vai ficar brava. - Ouvi minha irmã falar, enquanto segura o riso. 

- Vão se ferrar vocês também. Eu vou ligar pra ele e dizer pra parar com essa palhaçada. A gente não tem nada. - As meninas permaneceram caladas, Talita tentando se recuperar das risadas e Clarissa tentando não rir. Mereço! 

- Ah, mas ele tá tentando. - Talita defendeu. 

- Isso é verdade. - Clarissa concordou. Respirei fundo e não falei mais nada. O restante do nosso caminho foi em silêncio. A gente parou rapidamente numa padaria, levamos nossas escolhas, afinal, já é fim de tarde. Não consigo deixar de ficar irritada com Luan. Ele tá maluco! Entrei em casa, deixei minha compra na mesa e já fui para meu quarto resolver isso. Liguei pra ele, que não demorou muito a atender. 

- Oi, loirinha. - Ele disse.

- Loirinha o cassete! Você tá ficando maluco, cara? - Esbravejei.

- O que? - Se fez de desentendido.

- Você tá comentando minhas fotos, meu Instagram tá um inferno. - Passei a mão por meu rosto. 

- Decidi ser mais sincero comigo e com os outros. Meu coração é teu, não tem porque ficar escondendo isso. 

- Nós não temos nada! Você não pode ficar agindo dessa forma. 

- Nós temos sim. Você sabe disso. 

- Luan! - Eu repreendi. 

- Loirinha, eu tô decidido. Vê se entende. Eu te quero, vou te provar isso. Tô comentando mesmo, não tô com medo de me comprometer. Eu quero me comprometer. - Eu grunhi, fechado meus olhos. 

- Mas eu não preciso dessas demonstrações tão públicas, Luan. Respeita os meus sentimentos e o meu tempo. - Ele suspirou.

- Eu respeito, mas eu não quero perder você. - Suspirei também. Ele não deveria ter tanto poder sobre mim. 

- Só não faz mais esse tipo de coisa. Não quero meu Instagram como está, nem ser exposta de uma maneira irreal. Não estamos juntos, não quero que pensem ao contrário. Instagram também é uma plataforma de trabalho, você sabe. Muito sobre a loja, eu compartilho lá. Não quero que tudo gire ao redor da possibilidade de estarmos juntos. 

- Beleza. Beleza, te respeito. Mas eu não vou desistir de você. Só você dizendo que não me quer, olhando nos meus olhos, vai fazer eu mudar de ideia. Entendeu? - Ele disse decidido.

- Entendi. - Suspirei pesado. 

- Cê tá bem? - Quis mudar de assunto. 

- Eu tô bem sim, apesar desse caos causado por você.

- Ah, para vai. Eu tô bem também, valeu por perguntar. - Revirei os olhos. 

- Tá, Luan. Só liguei pra esclarecer as coisas com você.

- Tá, tudo bem. Fui convidado pro aniversário da Gabi mês que vem. - Eu tossi, afinal, quase engasguei. Eu já sabia da festa, Gabi me convidou antes mesmo de organizar tudo. A filha da mãe chamou ele! 

- Mesmo? - Não escondi a surpresa.

- Mesmo. Só vou te ver lá? 

- Você não vai. - Eu duvidei muito.

- Porque não vou?

- Você tem seus shows, seu trabalho. - Ele riu. 

- Certo, Lavínia. 

- E é no nordeste. - Eu tentei argumentar. Não quero ver Luan. 

- Eu sei. Em Fortaleza, ela fechou o Beach Park pra gente. Já tô sabendo. Nós conversamos. - Eu me senti em pânico. Gabi mil vezes filha da mãe! - Loira? Tá aí?

- Tô, tô. Eu preciso desligar. Tchau. - E então, desliguei. Choraminguei, me jogando em minha cama. Não quero ter que lidar com Luan agora. Eu não quero.
 
- Irmã, vem comer. - Talita me chamou. Choraminguei de novo feito criança e por fim levantei. Acompanhei as duas durante nosso café e lhes contei a novidade. Elas tiveram certeza de que Luan realmente vai ao aniversário, já eu, estou realmente duvidando.







Oiiiii meninassss! Apareci, finalmente! Kkkkkkk 
Capitulozinho do Luan mostrando a caraaaa! Comentários expostos, deixando Lavínia doidinha hahahahahha
E agora essa novidade: ele foi convidado pro aniversário da Gabi! E aí? Estão em que time? Do Luan que diz que vai ou da Lavínia que diz que não vai? Hahahaha 
Aguardem os próximos capítulos... 🤭
Comentários respondidosssss! Obrigada pela valorização 😍

domingo, 23 de agosto de 2020

“ Aceitando o sentimento “ 50

Lavínia foi embora e cerca de meia hora depois, eu larguei a festa e peguei meu carro indo até o apartamento dela. Eu machuquei demais aquela mulher, me machuquei demais. Quero concertar as coisas. Chega. Eu mereço ser feliz e ela mais ainda. Tô decidido. Vamos ser o que ela quiser. Só preciso que sejamos nós. 

- Vai atrás dela, Luan. Cê tá com pensamento longe. - Jamile me disse, após eu lhe contar brevemente sobre nosso desentendimento. 

- Viado, a loira tava a coisa mais gata desse mundo! Você tá igual um boi murcho. Vai lá! - Marquinhos disse, quando sentei perto dele e de Douglas. 

- Eu quero saber que horas você vai. - Douglas me olhou entediado. O ápice foi minha irmã me chamar no cantinho e dizer que percebeu todo o climão entre Lavínia e eu. Dizer também que percebeu o quanto ela gosta de mim, só de olhar. E o quanto tudo é recíproco. Ainda disse pra eu não perder mais tempo, não deixar o passado me sufocar.

As palavras que Lavínia me disse ficaram passando em minha cabeça, Aline me disse isso no passado e muito mais. Mas são por motivos diferentes e graças aos céus eu pude perceber isso e não deixei me abalar. Ela só falou porque eu realmente estou magoando ela, não é igual era com Aline. Eu fiz de tudo pra ser bom, mas ela só sabia me criticar. Gostaria de não ter absorvido tanto, mas infelizmente, não consegui. Sinto que chegou o momento em que coloquei o passado no passado e vou lutar pelo que quero. Lavínia. Minha loirinha! É ela que eu quero! Aumentei a velocidade e me concentrei no que vou falar.

Senti meu coração acelerar, o nervoso tomando conta de mim. Ela me deixa assim.

(...)

Estacionei em frente ao prédio mesmo e encontrei o porteiro já meu amigo. 

- Ô seu Luan! Tudo bem?

- Tudo sim. E com o senhor? - Eu sorri. 

- Tudo beleza. O que manda? 

- Quero subir pro andar da Lavínia. Cê mudou de horário? - Franzi a testa, pois sempre o encontro durante o dia. 

- Hoje sim. Precisei sair durante o dia, troquei com meu colega. Cheguei nesse minuto. - Ele disse já pegando o telefone.

- Não, não. - Eu pedi. - Eu quero fazer surpresa, seu Antônio. - Sorri. Ele encolheu os olhos.

- Quero ser convidado pro casamento hein?! 

- Vai ser sim. - Eu ri. 

- Não vai dar problema pra mim? - Ele se certificou.

- Nunca deu. Cê tá falando comigo, homem. - Pisquei um olho e ele riu. Segui para o elevador. Fiquei inquieto e senti um frio enorme na barriga. Será que ela ainda vai me querer? Ou vai me dar um tapa na cara? O elevador abriu e por já ser tarde, não encontrei ninguém em meu caminho.

Fui até a porta dela e apertei a campainha. Respirei fundo, tentando ficar calmo. Eu tô mesmo fazendo isso. Eu tô mesmo fazendo isso! Quando ela abriu a porta, vi seu semblante surpreso.

- Luan. - Ela franziu a testa.

- Preciso falar com você. 

- Como você subi... ah, já sei. - Suspirou. - Eu não tô sozinha. - Franzi a testa, senti uma mangueira com água fria sendo apontada pra mim, algo me diz que vou sair daqui encharcado. 

- Quem é? - Tentei entrar e ela ficou bem de frente pra mim.

- O cara que te falei. - Sussurrou e então, a água foi jorrada em mim. Um banho de água fria. Ao mesmo tempo, pareço ter pegado fogo por dentro. Estou sentindo tanta raiva! Ciúmes mesmo. 

- Mas eu quero falar com você. - Falei decidido. 

- Ai, meu Deus! - Ela disse sem saber o que fazer. É sério que ela vai me mandar embora por causa do estranho? - É rápido? - Eu assenti. - Entra. - E então me deu espaço. Dei de cara com um homem grande, musculoso e tatuado. Pelo menos ele ainda tá vestido, mas os cabelos bagunçados. Eles estavam se pegando? Ele me viu e sorriu surpreso.

- E aí, tudo beleza? - Me aproximei e ele levantou, apertamos as mãos.

- Tudo tranquilo. Lavínia não me falou que é amiga do Luan Santana. - Ele sorriu pra ela. Não parece estar incomodado com a minha presença, enquanto eu, se pudesse, chutaria ele pra fora. 

- É, nós nos conhecemos já faz um tempo. - Ela sorriu sem graça. - Luan, esse é o Gabriel. Gabriel, como você já sabe, esse é o Luan. - E então ele tomou iniciativa de me abraçar. 

- Prazer, cara. Sou fã do teu trabalho. 

- Valeu, pô. Fico feliz. - Sorri educadamente. Lavínia Segurou minha mão.

- Nós precisamos conversar rapidinho. Cê espera aqui? - Ela sorriu totalmente desconfortável. 

- Espero sim, linda. - Linda. Linda é o caralho! Essa mulher é minha, seu bosta. Fiquei pensando e então senti meu braço sendo puxado por ela. Segui ela até seu quarto. 

- Luan, o que te deu? - Ela perguntou assim que fechou a porta.

- Cê transou com ele? - Cruzei os braços.

- Isso não é hora! - Ela me olhou furiosa.

- Me responde. Eu te respondi quando cê me perguntou. - Permaneci decidido. 

- Não, caramba! - Ela bufou. 

- Mas vai? - Ela riu, sem acreditar.

- Você veio aqui pra isso? 

- Vai? - Ergui as sobrancelhas.

- Não sei! Você vai transar com a Jamile no final de tudo, então que diferença faz? - Neguei com a cabeça.

- Eu larguei a festa da minha irmã, com meus amigos e vim aqui atrás de você. Você acha mesmo que eu tô pretendendo transar com a Jamile? - Os olhos dela se encheram de lágrimas.

- Você me confunde muito. - Colocou as mãos no rosto e sentou-se em sua cama. Respirei fundo e sentei próximo a ela. 

- Olha pra mim. - Assim ela fez. - Vim aqui pra acabar com qualquer confusão. Decidi o que eu quero. Quero você. - Ela me olhou tão linda, como quem está ouvindo a melhor música do mundo e então franziu a testa. - A gente vai ser o que você quiser. Eu só preciso que seja você. Com você. 

- Luan. Calma. - Ela pediu pra eu parar. - Você tá mesmo fazendo isso? Não acredito. Por um segundo eu acreditei que fosse por me amar, mas você tá fazendo isso por ego. Só porque eu disse que conheci alguém. Que tipo de pessoa você é? 

- Tá maluca? Claro que não! Caralho, eu tô mandando pra longe fantasmas do meu passado pra tá aqui. Não tá sendo fácil, mas eu tô aqui porque eu sou louco por você. - Ela riu sem acreditar. O filme com Aline começou a se repetir em minha cabeça. Tá acontecendo de novo.

- Você sumiu! Sumiu durante dias, foi frio... a nossa conversa na sua casa não teve nada sobre você ser apaixonado por mim e logo depois de eu falar que tenho alguém, você aparece totalmente decidido? Me desculpa, mas você já me machucou demais. Nesse momento, eu não consigo acreditar. Isso é tudo que eu mais quero. Você. Nós dois. Mas não assim, não quero sentir que foi só por medo de perder alguém que alimenta seu ego. 

- Que alimenta meu ego? Lavínia, você sabe quantas pessoas alimentam meu ego? Quantas mulheres são loucas por mim? Não se trata disso! 

- Tanto quanto eu? - Ela ergueu as sobrancelhas. 

- Você é uma cabeça dura! 

- Talvez eu seja, ou só esteja me apegando aos acontecimentos anteriores. 

- Eu vou provar pra você que eu quero você! Que eu tô apaixonado. Porque eu tô! E você tá maluca se acha que eu vou desistir assim. Já perdi tempo demais na minha vida, agora eu encontrei você e hoje, finalmente, eu me encontrei em você. Sem marcas do passado. Então eu não vou desistir. 

- Você já me disse tanta coisa e fez outra. Quero muito acreditar em você, mas algo aqui dentro já fica esperando a próxima vez que vai me magoar. 

- Não vou. - Suspirei. - Hoje eu tive um choque de realidade, não porque você disse que conheceu outro. Mas por mim, eu venho cuidando dessas questões já tem um tempo, então eu espero que você acredite em mim. Eu vou fazer você acreditar. A gente ainda vai ter uma conversa parecida com essa, mas nessa próxima oportunidade, eu vou te contar tudo. Hoje você tá com a cabeça muito fechada, vou te dar tempo de pensar e tempo pra eu te mostrar. - Toquei seu queixo e suas lágrimas escorreram no rosto. Limpei suas lágrimas e beijei sua bochecha, lhe abraçando em seguida. Ela me abraçou de volta. - Para de chorar. - Eu disse após ela fungar. - Seu amigo tá aí. - Lembrei. 

- Eu não consigo. - Ela se afastou e me olhou. Lavínia é sempre tão sensível, quando não está com sua personalidade forte em ação. 

- Consegue sim, vai. - Eu sorri e limpei suas lágrimas de novo. Ela respirou fundo. - Eu vou indo, vou dar deu espaço que eu sei, é necessário. Cê fica aqui o tempo que precisar. Eu falo com aquele mala e depois vou embora. 

- Luan. - Ela me repreendeu e eu sei que foi pelo modo que me referi a ele. 

- Você vai ficar bem? - Ela assentiu. - Mesmo? - Insisti.

- Sim, eu vou. 

- Tá. Não esquece que eu não vou desistir de você. - Beijei sua testa e então levantei. - Beijo, loirinha. Até mais. 

- Filho da mãe. - Ela murmurou e eu sorri de lado. Sei que vou deixar ela confusa, mas com o tempo ela vai acreditar. Engoli o destroço que essa conversa causou no meu coração e transformei em força pra ganhar sua confiança e viver o nosso amor.

|| Lavínia ||

Não consegui levantar, nem consegui parar de chorar. Luan vem, fala tudo isso inesperadamente, obviamente me deixa no chão. Alguém bateu na porta e eu não tive força pra responder. 

- Oi. - Gabriel disse ao entrar. - Ou, cê não precisa chorar desse jeito. - Ele sorriu de lado e se aproximou, sentando perto de mim. - Vem cá. Não precisa dizer nada. - Me abraçou e eu chorei, me sentindo totalmente confusa. Mas meu amor próprio dizendo no fundo: não confia tanto no Luan, nem no que ele disse. Ele já te machucou demais. Gabriel afagou minhas costas e eu relaxei mais. Comecei a respirar fundo, tentando me acalmar. - Relaxa tá? Tô aqui com você. - Gabriel disse. Desfiz o abraço depois de alguns minutos e comecei a respirar de forma lenta. - Isso, respira. - Ele limpou minhas lágrimas. - Então o cara é ele. Luan Santana. - Ele sorriu de lado. 

- Desculpa. - Foi a primeira coisa que consegui falar. 

- Que isso, não tem porque se desculpar. Se você quiser conversar, tô aqui. 

- Eu sou apaixonada por ele. - Revirei os olhos e ele riu fraco. 

- Meu coração tá abalado. - Colocou a mão no peito de forma dramática e eu ri de leve.

- Bobo. - Ele sorriu.

- Pode falar. Tô aqui pra ouvir você.

- Nós temos uma relação meio doida, ele não queria namorar até quarenta minutos atrás e agora chegou dizendo que tá apaixonado. - Suspirei. - Isso causa uma confusão tão grande na minha cabeça.

- Cê quer namorar com ele? 

- Quero.

- Então... - Ele quis me entender.

- Como ele pode ter mudado de ideia tão rápido? Eu tava na casa dele, comemorando o aniversário da irmã dele, que também é minha amiga. - Ele assentiu. - Nós conversamos e ele em nenhum momento falou sobre o que falou aqui.

- As coisas acontecem de repente, Lavínia. - Gabriel disse. - Eu posso tá agindo como um perdedor, mas não vou me meter entre você e Luan. Caralho, cês tem um lance mesmo. - Suspirei.

- Desculpa fazer você passar por isso e ouvir eu dizendo que sou apaixonada por outro. Eu sou uma idiota. - Fiz careta.

- Óbvio que não. Quero que você saiba, que facilmente eu largaria uma vida de balada só pra ver esses olhos pertinho dos meus todos os dias, mas eu entendo totalmente que você já tenha sentimentos por outra pessoa. Não temos nada sério, quero ser seu amigo independente de qualquer coisa.

- E eu também quero ser sua amiga. - Acariciei sua barba e ele sorriu. 

- Quer continuar conversando? A gente pode fazer uma noite de meninas, só que claro, sendo com um menino. - Eu ri dele.

- Menino nada, um homem maravilhoso. - O abracei. - Obrigada, Gabriel. Não vou esquecer desse gesto nunca. 

- Que isso, pô. Conta comigo. - Beijou minha bochecha e então me afastei. Só de pensar que quase transamos pouco antes de Luan chegar... nós estávamos nos pegando. Pegando firme e quente. Eu estava decidida. E aí, aquele filho da mãe apareceu com todo aquele papo inesperado. Só de lembrar, meu coração idiota acelera. Acelera muito e então minha barriga toda sente borboletas. Eu pensei que isso fosse uma conversa brega de quem se diz apaixonado, mas é verdade. Eu sentia com Bernardo, sinto com Luan.

Gabriel me convenceu a irmos para a sala, mas antes insistiu para irmos fazer brigadeiro. Assim fiz, enquanto desabafei contando boa parte da minha história com Luan. Esse cara merece um prêmio por ser tão incrível. Que homem em seu lugar iria fazer isso?

- Vocês tem que ficar juntos. - Ele disse, enquanto caminhávamos para a casa. 

- Não é tão simples. - Eu disse e então sentamos no sofá.

- Claro que é, pô. - Ele disse, segurando a panela enrolada com um paninho em suas mãos. 

- Não, não é.

- Você para com orgulho bobo. - Sentou-se. 

- Prefiro chamar de amor próprio.

- Prefiro chamar de perda de tempo. Não fica adiando ser feliz. Quem dera se fosse comigo, já que não é, faz acontecer com quem você quer. 

- Gabriel... - Eu sorri, ainda sem acreditar o quanto esse cara é especial. Nos conhecemos tem pouquíssimo tempo e mesmo assim ele tem esse tipo de consideração. - Você não vai sair da minha vida. - Eu afirmei.

- Desde que você me queira nela, não tenho a intenção de sair. - Eu sorri e então escolhemos um filme de comédia, comemos o brigadeiro. Foram várias risadas e não voltamos a falar sobre Luan. Gabriel acabou escolhendo outro filme, mas esse, eu não cheguei nem até a metade. O sono me venceu.









Oiiiii! Mais um capítulo por muita pressão pra vcssss! 🙃 
Cátia já usou o aniver como chantagem, e as meninas que não são bobas, já fora se juntando pra me pressionar. Danadas! Agora infartem com esse capítulo 😂 E comentem horrores, porque eu mereço!!! 
Não vou nem dizer nada, quero saber de vocês. 🤭 
Até fim de semana que vem! 
Comentários respondidossss 
Bjs, Jéssica ❤️

sábado, 22 de agosto de 2020

“ Inauguração “ 49

Hoje é o dia da inauguração da marca da Bruna. Luan e eu não nos falamos mais. Eu não procurei mais saber dele e como eu esperava, ele simplesmente sumiu. Gabriel e eu trocamos algumas mensagens, mas nada demais. Hoje ele está em São Paulo e perguntou se poderíamos nos ver. Lhe expliquei sobre o meu compromisso, na verdade, foi uma ótima desculpa. Não quero mais me relacionar com ninguém até estar curada de Luan. Contei para as meninas sobre Gabriel, elas comemoraram, mas me entenderam sobre não querer nada. Me jogaram uma verdade das grandes: eu só iria brincar, usar ele. Eu nunca fui assim e não quero ser a partir de agora.

- Tá pronta, amiga? - Talita perguntou do outro lado da porta. 

- Tô sim, só colocando o brinco. 

- Te esperamos na sala. 

- Tá. - E então coloquei meu colar. Sorri ao toca-lo. Foi presente de meu pai. Me olhei no espelho uma última vez, tentando não ficar nervosa. Talvez ele nem esteja lá. Peguei minha pequena bolsa e uma base nova que ainda será lançada. Eu sei que hoje também é aniversário de Bruna. Fui encontrar as meninas, já no corredor próximo ao elevador, pedi pra elas baterem uma foto minha. Logo que foi feito alguns registros, nós entramos no elevador e seguimos para o estacionamento. Eu vou dirigindo hoje. 

- Amiga, espera. - Talita chamou Clarissa. - Quero uma foto nessa parede. - Entrei no carro, enquanto ela ficou fazendo pose. Aproveitei e escolhi um de meus registros: 
“ Vestido deuso da @nuwabrazil Minha amiga @brusantanareal arrasou na primeira coleção da sua marca de roupas, tô apaixonadaaaa! 😍 “

- Bora, mana. - Clarissa disse ao entrar no carro, sentando ao meu lado. 

- Deu certo a foto? - Perguntei. 

- Sim. Clarissa é uma fotógrafa nas horas vagas. - Talita elogiou.

- Ai, te amo! - Eu ri delas e então seguimos para a casa dos Santana. Eu amo a sensibilidade das minhas amigas, pois em nenhum momento citaram o nome de Luan. Apesar de eu só pensar no nosso possível encontro. Vou tentar ser o mais natural possível. Cantamos durante o trajeto, isso me fez relaxar. Os namorados das duas ligaram, querendo saber delas. Talita não tem nada oficial, mas eu já considero um namoro. Os dois estarão lá. Mas vou chegar um pouco depois.

Ao chegarmos vimos carros estacionados. Não muitos, cerca de quatro. Meu coração vai sair pela boca. Respirei fundo e desliguei o carro. Descemos e Clarissa correu para uma parede na lateral da casa de Luan. Eu tô paralisada em frente ao meu carro, engolindo seco. Eu tô muito nervosa. Talita faz os registro de Clarissa e então a porta abriu. Marizete apareceu e eu sorri. 

- Recebi a chamada da entrada de vocês. Cadê as meninas? - Me obriguei a me movimentar, me aproximando. 

- Estão aqui do lado, fazendo fotos. - Eu sorri e ela abriu os braços pra mim. Lhe abracei e sorri. Eu gosto dela. Marizete passa uma paz gostosa. 

- Você tá linda, menina! - Se afastou e me olhou bem. - Olha só, ficou lindo em você. Mas também, o que não fica né?! 

- Nem vem. - Eu ri. - Você é uma linda, Marizete. - E então as meninas apareceram em passos rápidos. Marizete riu delas.

- Por que cês não deixaram pra bater foto aqui dentro? - Ela perguntou.

- Eu amei aquela parede. Vai combinar com meu vestido. - Clarissa disse e deu um abraço nela. 

- Tudo bem? - Marizete perguntou. 

- Tudo sim. E você? - E então minha irmã desfez o abraço. 

- Tudo ótimo. Oi! - Olhou Talita e então lhe abraçou. 

- Tudo bem com você? - Minha amiga perguntou.
 
- Tudo uma maravilha, agora vamos entrar. Vocês precisam aproveitar tudo que Bubu preparou. - E assim fizemos. Seguimos Marizete, que nos levou para a mesma sala aonde foi feita a comemoração de Luan. Ela é ligada à sala de jantar. Tem um mesa posta, toda decoradora. Tem também uma bancada com comidas do Paris6. - Filha, olha só quem chegou. - Marizete falou e eu pude ver cerca de mais umas 10 meninas.
 
- Ah! Não acredito! Vocês vieram mesmo. - Ela sorriu e Marizete foi para a sala de jantar. Nos aproximamos e eu me questionei sobre Luan. Será que ele realmente não veio? 

- Oi, Bruninha! - Lhe abracei. - Feliz aniversário. Que seja um novo ciclo cheio de vitórias e descobrimentos. Deus te abençoe muito. 

- Obrigada, amiga. De verdade. Felicidade grande ter você aqui. - E então ela se afastou. Olhou minha irmã e Talita e deu um pulinho abraçando as duas de uma vez, que também lhe parabenizaram. 

- Lavínia trouxa uma lembrancinha pra você. - Clarissa disse, segurando o sorriso.

- O que é? - Bruna ficou curiosa. Abri minha bolsa e lhe mostrei uma base exclusiva que será lançada próxima semana. - Ah, não! Gente do céu! - Ela então pegou e me abraçou de novo. - Eu amo essa mulher! Amo essa marca! - Nós rimos e então ela se afastou.

- Se a cor não tiver correta, cê me diz que eu troco. - Ela assentiu com um sorriso sem tamanho. 

- Obrigada! Eu amei! E Vocês ficaram maravilhosas nas roupas! Gostaram as escolhas? Eu me baseio pelas publicações no Instagram. 

- Amamos! - Coincidentemente falamos juntas. Tá tocando uma música em volume ambiente, é algo internacional. 

- Venham. Me deixem apresentar vocês pra quem ainda não conhecem. - E então, logo nos enturmamos com as meninas. Após cerca de dez minutos de conversa sobre a nova marca, eu tive certeza que Luan não está aqui. Caso contrário, ele já teria aparecido. Levantei e fui até a bancada de comidinhas. Quando ia escolher o que pegar, vi Luan aparecer nas escadas com Jamile em suas costas. As pernas dela em volta dos quadris dele e ele segurando-as. Meu corpo todo esfriou e de repente tive a sensação de não ter pernas. Eles dois rindo. 

- Eu aguento, faladeira. - Ele disse ao chegar no último degrau. 

- Palmas, palmas pra ele. - E então, finalmente ele olhou para frente e me viu. O choque foi imediato e ele franziu a testa. Não sabia que eu viria? Merda! 

- Chegou quem faltava. - Bruna disse. - Cê larga dos meninos um pouco, tá? É o meu dia. - Bruna reclamou.

- Lá no jardim eles tem carne. - Jamile fez careta, se desculpando. Voltei e olhar a bancada. Não sei como reagir. Fingi estar em dúvida sobre o que escolher. Ouvi os cumprimentos acontecendo entre Jamile e minhas amigas, entre ele e minhas amigas. Droga. Eu pareço uma completa idiota. 

- Ou, cê viu quem tá aqui? - Bruna falou mais alto pra que eu olhasse. Fiz cara de surpresa. 

- Eu tava escolhendo algo pra comer. Prioridades. - E então todo riram, menos Luan. Ele parece tenso e sem graça. O filho da puta sumiu porque tá transando com Jamile de novo. Agora eu entendi tudo. Me aproximei com um sorriso no rosto e Jamile foi a primeira a me abraçar. 

- Oi, quanto tempo! - Ela disse, simpática.

- Desde o carnaval. - Eu comentei, sorrindo educadamente. Não vou perder minha compostura. 

- Tempão já! - Ela disse, desfazendo nosso abraço. - Ou, cê escolheu bem o dela hein?! - Ela disse olhando para Bruna. 

- O de todas. Vocês estão um arraso. 

- Você tem razão. - Jamile disse e todas riram. E então, meu olhar cruzou com o dele de novo. 

- Oi, Lavínia. - Ele tentou sorrir, mas está claramente desconfortável. Eu também, porra! Realmente desconfortável. 

- Oi. - Lhe dei um beijo no rosto, mas não o abracei. 

- Cê tá bem? - Ele perguntou, enquanto as meninas se empolgaram com uma ideia de Karaokê. Assenti, percebendo o quão canalha ele é. 

- Você tá ótimo né?! - Alfinetei, aproveitando a falta de atenção em nós. Ele suspirou. 

- Nós somos só amigos. - Se justificou. E eu assenti, me fazendo de sonsa. Ele suspirou. 

- Amiga, vem. - Ju, mulher de Gutão me chamou. Ela também está aqui. - Bora cantar. - Olhei e percebi Bruna fazendo os últimos ajustes. 

- Luan, me ajuda aqui. - Bruna pediu.

- Quero falar com você. - Ele disse, antes de se afastar. Tremendo filho de uma mãe.

Ouvimos um barulho de gritos animados e olhamos para trás, encontrando Marco e Keven. Clarissa e Talita foram rapidamente ao encontro dos dois. Luan finalmente sorriu verdadeiramente. Eu acabei sorrindo também. Amo esses casais! 

- Cadê a aniversariante? - Marco perguntou, após cumprimentar Clarissa e Talita. Os quatro se aproximaram. 

- Tô aqui né?! - Bruna sorriu largamente. 

- Pega a farinha, Keven. - Marco disse e Keven colocou as mãos para trás. 

- Não! - Ela gritou e já saiu correndo pelos corredores. Os dois correram atrás, e então nós vimos que eles não tem nada. Tadinha! Esses dois não prestam!

- Ela tá correndo feito boba. - Luan riu, ainda ouvimos ela gritar. 

- Marco é um palhaço mesmo. Pra que fazer isso com a menina? - Clarissa negou com a cabeça, mas não segurou o sorriso.

- Que dupla hein?! - Talita negou com a cabeça também. 

- Oh, lá. Estão voltando. - Ju disse rindo.

- A cara dela. - Rafa falou e nós gargalhamos. 

- Alguém manda eles irem embora. Dois sem graça! - Ela reclamou e eles riram. 

- A gente te ama, pô. - Keven abraçou ela de lado. 

- Nem vem. Talita, ele é um falso. - Bruna disse e Talita gargalhou. 

- Não adianta mentir sobre mim. Talitinha me conhece. - Ele piscou o olho para minha amiga. 

- Minha cunhada! - Marco gritou e logo me abraçou forte, após se aproximar. Eu ri, lhe abraçando de volta.

- Para de ser escandaloso. - Brinquei. 

- Não tinha visto você. - E então ele se afastou. 

- Sem problemas. - Eu sorri. E então ele cumprimentou as meninas uma por uma. 

- E aí, lalavinia. - Keven disse, falando meu nome de uma maneira nova. Esses meninos inventam muito. Nos abraçamos.

- Cê tá bem? 

- Ótimo. E você? - E então desfizemos o abraço.

- Tô bem. - Sorri, apesar de por dentro meu corpo todo gritar de ciúmes, entre outros sentimentos que não devo focar agora. 

- Cês dois tão namorando? - Ju perguntou pra Keven e Talita

- Eles são lindos juntos. - Uma das meninas comentou.

- A gente tá sim. - Keven afirmou, dando um selinho nos lábios de Talita, que está ao meu lado.

- É mesmo? - Ela o olhou debochada.

- É, uai. Cê não sabia ainda? Cê já é minha, eu sou seu. Já era! - E então todos gritamos em comemoração. 

- Meninas, vocês estão muito lindas. O mais novo casal tá de parabéns, só não ganha de mim e da minha coisinha linda. - Marco olhou Clarissa. - Mas a pergunta que realmente quero fazer: cadê o churrasco? 

- No jardim, pô. Bora lá. - Luan convidou. 

- Beleza! Já é! - E então ele se afastou. - Cês tão lindas todas de nuwa. - Elogiou mais uma vez já acompanhando Luan.

- Mandaram bem hein! Parabéns, Bruninha. - Keven falou antes de sumirem no corredor. 

- Esses meninas não tem igual. - Rafa disse, se divertindo. 

- Quero cantar. - Jamile falou e eu quase revirei os olhos. Eu sei, o canalha é ele. Mas não é por isso que eu deveria gostar dela. Tô errada? Se tiver, não tem problema. Continuo sem gostar.

Passamos o tempo em cantar karaokê, o que nos rendeu muitas risadas. Brincamos muito, conversamos, comemos. E então entendi que esse é um momento somente das meninas. Marizete apareceu nos chamando pra jantar. Vez ou outra ela aparece, até se arriscou a cantar também. Caminhamos a sala de jantar e então, os meninos vieram logo depois. Pude ver alguns rosto já conhecidos. Gutão, Marco, Keven, Max, Tom, Edgar, Douglas, Marquinhos. É, eu gravo muito bem os nomes. Fora eles, ainda vi Wellington, Dudu, entre outros rosto que também estiveram presente no aniversário de Luan. O olhar dele encontrou o meu e então eu desviei. Não quero papo. Realmente não quero. 

- Gente, tá todo mundo aqui? - Bruna perguntou. 

- Sim! - Todos responderam juntos. 

- Bom, eu quero começar agradecendo por Todos vocês estarem aqui. Hoje é um dia duplamente especial. Meu aniversário e a inauguração da nuwa. Fico feliz de ver pessoas que eu realmente tenho apreço, aqui comigo.
 
- Escolhe uma das amigas pra fazer um discurso pra você. - Um dos meninos gritou. Stela acabou sendo a escolhida e eu quase chorei. Vi Luan me olhar sorrindo. É, eu sou emotiva mesmo. Em seguida, Luan falou algumas palavras pra ela. Ele foi um lindo e eu tive que disfarçar o meu olhar apaixonado. Mas então, percebi que fui pegue por Marco, que riu silenciosamente. Revirei os olhos e então ouvi Bruna falar que podemos nos servir.

Já nos servindo, Bruna disse:

- Ah, esqueci de dizer! Quem quiser ficar depois do jantar, a comemoração continua lá no jardim! - E então todos comemoraram. Eu ri, ainda na dúvida se devo ficar ou não. Não me sinto bem depois do que vi. 

- Luan, a salada de você gosta. - Ouvi Jamile dizer.

- Sério? Pego já! - Ele sorriu pra ela, eu voltei a atenção para a comida. Continuei escolhendo, e então um braço esbarrou no meu. Olhei rapidamente e vi ele sorrindo de lado pra mim. Voltei atenção para a comida. - Cê tá linda demais. - Eu o olhei e revirei os olhos.

- Para de ser cara de pau. 

- Amiga, cê vai ficar? - Talita se aproximou. 

- Eu não sei. - Eu disse. Luan parou o que estava fazendo e ficou claramente ouvindo nossa conversa. - Você quer ficar? 

- Marco convenceu a Clarissa a ficar. Keven quer que eu durma na casa dele. - Olhou me avaliando. 

- Sem problemas. Então eu vou embora mesmo. Clarissa com certeza vai pra casa do Marco. 

- Não custa cê ficar. - Luan se meteu. Eu o ignorei e voltei minha atenção a Talita. 

- Eu vou embora depois do jantar. Fica perigoso se eu ficar até mais tarde. - Pronto, essa foi a desculpa final pra mim, que já não queria ficar aqui mesmo. 

- Eu posso te deixar se você ficar. Ou cê dorme aqui. - Eu olhei Luan incrédula. 

- Vocês dois... - Talita nos olhou desconfiada.

- Não. - Eu respondi imediatamente. - Ele tá agindo com uma cara de pau imensa, como quem não sumiu do nada e que voltou a transar com a amiga. - Marco se aproximou.

- Você tá entendendo tudo errado. - Luan tentou se justificar.

- Eita, tão brigando... - Marco comentou e se afastou. 

- Conversa comigo e para de me acusar. - Luan pediu e então Talita se afastou silenciosamente. 

- Aqui não, Luan. Por favor! - E então eu me afastei. Eu estou com tanta raiva! As pessoas se dividiram entre sala de visitas e sala de jantar. Acabei ficando na sala de jantar. Talita e Clarissa foram fazer um pouco de companhia para seus homens. Luan foi pra lá também, Jamile obviamente também. Permaneci na cozinha com Wellington, Edgar, Stela, Bruna, Marizete, Amarildo, Rafa e Ju, mulher de Gutão. 

- Oi, Wellington. - Finalmente tive a oportunidade de falar com ele. 

- Pensei que não ia falar. - Ele fez graça. 

- Para com isso, só tinha muita gente, não tive oportunidade antes. Oi, Edgar. - Eu sorri. Sinto falta deles. Eu adoro a equipe de Luan. 

- Oi, Lavínia. - Ele sorriu. - Como Cê tá?

- Tô bem. - Sorri. - E você? 

- Tô ótimo. Cadê Gabizinha? - E então nós rimos.

- Tá em casa. Cês nunca mais vão se ver? 

- Não sei né?! Vida desencontrada. - Ele fez careta.

- Já começou a treinar? - Wellington puxou papo e eu ri. Nós conversamos sobre isso e eu disse que iria. 

- O Guto passa treinos ótimos, sem querer fazer marketing. - Ju disse e nós rimos.

- Ainda não consegui. Mas sigo me alimentando de forma saudável. Pode ser um pouco desordenado, mas tento manter.

- Cê já é linda assim. Nem precisa. - Marizete elogiou.

- Ela parece uma boneca. - Stela disse.

- Obrigada. - Eu ri de leve. 

- Tudo genética, filha! - Rafa elogiou. 

- É, não tenho nenhuma cirurgia.

- Eu acho bonita as tatuagens. - Amarildo comentou.

- Eu também amo. Todas foram feitas em Sidney. 

- A gente podia marcar de ir lá. Cê leva a gente? - Bruna disse e eu fiquei animada com a ideia.

- Vocês iriam mesmo? - Perguntei.

- Na hora! - Rafa disse.

- Só me chama, meu amor. - Stela disse.

- Podemos ir também? - Edgar disse.

- Não. É coisa de mulher. Ju vai também. - Bruna sorriu e ele fez careta.

- Eu topo. - Ela sorriu.

- Então a gente marca sim. Ainda esse ano? Lá em casa tem espaço de sobra. 

- Pode ser. - Stela disse.

- E seus pais, estão bem? - Marizete perguntou.

- Sim. Vim de lá tem umas semaninhas. Matamos a saudade. De uma próxima vez, eles vão vir. - E então continuamos conversamos. Marizete chegou a convidar meus pais para conhecer o pantanal que eles tanto falam. Eu fiquei toda encantada com a ideia. A família de Luan é completamente acolhedora. E então, a vida de Rafa foi assunto. Ela começou a falar o quanto sente falta do interior, o quanto a vida é diferente de São Paulo. E então, todos nós acabamos fazendo nossos comparativos, afinal, todos vieram de outros estados, com exceção de Stela.

Estávamos rindo sobre a primeira ida de Amarildo em um grande supermercado de São Paulo, ele imitou exatamente sua reação e foi impossível não gargalhar.

Luan apareceu com Douglas. 

- O negócio tá bom aqui hein?! - Ele levou dois pratos até a pia. Aposto ser o dele e de Jamile. 

- Filho, ouve seu pai. - Marizete o chamou e então os dois ficaram pra ouvir as história de Amarildo. O restante dos convidados não demoraram a aparecer, cobrando a comemoração no jardim. Todos levantaram para irem pra lá. 

- Bruna, eu não vou ficar. Vou tá voltando sozinha de carro, não posso ficar até tarde. - Eu comecei a me despedir, enquanto todos já começam a ir pro jardim. 

- Nossa, miga. Pensei que cê ia ficar. 

- Dessa vez não vai dar. Mas aproveita muito e obrigada pelo convite.

- Tá, obrigada por ter vindo. - E então nos abraçando.

- Mana, cê já tá indo? - Clarissa se aproximou com a Marco, Talita e Keven. Luan sentou-se em uma das cadeiras da mesa. Eu a olhei.

- Sim. Tô indo. - Lhe abracei em seguida. 

- Vai com Deus. Amanhã cedo eu tô em casa. 

- Eu sei que não. - Eu ri. 

- Tá, mas nós almoçamos juntas.

- Sem problemas. - E então ela se afastou.

- Tchau, cunha. - Marco me abraçou. - Não vai ficar porque não quer. 

- É, eu tô cansada também. Mas adorei. Aproveitem por mim. - Me afastei, sentindo vontade de chorar. Eu ando muito sozinha, as meninas estão com seus homens e eu acabando sozinha, pois me envolvi com um canalha. Todos parecem ficar com um pouco de dó por me deixar sozinha e isso me mata mais. 

- Amiga, vai com Deus. Amanhã a gente se vê. - Talita me Abraçou. - Qualquer coisa me liga. - Desfiz o abraço.

- Pode deixar. - Sorri.

- Tchau, Lalavinia. - Eu ri o abraçando.

- Virou moda né? Tchau, Kekeven. - Ele riu.

- Ah, não! - Desfizemos o abraço. Bruna olhou seu irmão. 

- Eu deixo ela na porta. - Luan disse e todos o olharam. A inevitável conversa chegou. 

- Beijo, amiga. - Bruna soltou beijo e longe, as meninas repetiram o gesto e então saíram. Fiquei o olhando. 

- Senta aqui. - Aponto para a cadeira do seu lado. Suspirei e fiz o que ele pediu. 

- Pode falar. - Eu disse.

- Não troquei você pela Jamile. - Ergui as sobrancelhas. - Eu sumi porque me manter perto tava me machucando. Você sabe do que rola entre nós.

- Luan, Luan, na boa. Vai se entender primeiro. Para, pensa e reflita sobre o que você quer pra sua vida e seja sincero com você e com os outros. Eu não merecia um sumiço do nada. 

- Eu sei que não. 

- Me desculpa te falar isso, mesmo. Me desculpa de coração, mas você agiu feito um moleque. - Ele assentiu, de cabeça baixa. - Eu gosto muito de você, você sabe. Eu ainda sou doida por você. - Ele me olhou e suspirou. 

- Me dá um abraço? - E assim fiz. Ele cheirou meu pescoço e beijou em seguida. - Você é linda por dentro e por fora. Eu não mereço você. - E então nos olhamos novamente. Ele acariciou minha bochecha e olhou minha boca. - Você me interessa. Jamile é só uma amiga.

- Mas vocês estão transando. - Ergui as sobrancelhas.

- Eu nunca menti pra você antes e não vou mentir agora. Nós transamos sim. 

- Frequentemente? 

- Lavínia... cê não precisa saber disso.

- Preciso sim. Me fala. - Eu disse decidida.

- Mais de uma vez. Ela veio me ver uns dias atrás e hoje também... - Meu coração doeu. Assenti, engolindo o choro. 

- Eu também conheci um cara. - Ele me olhou surpreso.
 
- E aí? 

- A gente ficou. Ele é bacana. - Luan assentiu. 

- Você merece alguém a sua altura. 

- Quem disse que você não é essa pessoa! - Eu me exaltei um pouco e então respirei fundo. 

- Eu sou todo complicado, espero que logo eu consiga te explicar tudo. 

- Eu preciso de explicação agora, Luan. Eu não vou te esperar a vida toda.

- Eu sei. - Ele suspirou. 

- São momentos como esse que eu não queria ter te conhecido. Que rolo complicado eu me meti. - Ele ficou calado me olhando. 

- Sinto muito. - Finalmente falou. - Isso corta meu coração. Você importa pra mim. E ao contrário de você, eu me sinto muito feliz por ter te conhecido. - Eu assenti, ainda sentindo muita raiva. Cara confuso! - Me desculpa. - Assenti novamente. Preciso que ele pare de me pedir desculpas e continuar me magoando.

- Preciso ir. - Eu disse por fim. É uma conversa delicada. Dói, mas eu preciso fazer isso. Luan não sabe o que quer e eu estou parando minha vida novamente. Como fiz com Bernardo. Estou repetindo o mesmo erro. E desta vez, o cara tá vivo e claramente se envolvendo com outra pessoa. 

- Deixo você na porta. - Ele levantou. 

- Não precisa, eu vou sozinha. 

- Faço questão, Lavínia. - E então eu não questionei mais. Seguimos para a saída e eu acabei não encontrando mais ninguém. 

- Tchau. - Eu disse já do lado de fora. 

- Espera. - Ele disse e então segurou minha mão. - Preciso do teu abraço. Bem forte. - E então me abraçou. Eu o abracei de volta. Pareceu mais como uma despedida. Uma real despedida. - Você significa muito pra mim. - Ele sussurrou. Permaneci calada, sentindo as lágrimas querendo invadir meu rosto. Não, Lavínia! Não! 

- Preciso ir, Luan. - E então ele se afastou e olhou meu rosto uma última vez, antes de soltar minha mão. Caminhei até meu carro, torcendo pra que ele me chamasse e falasse que poderíamos tentar, que ele me ama. Abri a porta do carro e nenhuma palavra. As lágrimas desceram e eu não o olhei mais. Segui meu caminho, sabendo que realmente acabou.

Já perto de casa, decidi ligar para Gabriel. É, foi por puro ego. Ou talvez por minha autoestima estar totalmente no chão. Mas eu preciso me sentir desejada, querida. Ele topou. Vem me encontrar.

Cheguei em casa e chorei mais. Me abalou ver Luan, me abalou ter aquela conversa, ver ele com Jamile... saber que eles realmente estão transando. Estou totalmente desestabilizada emocionalmente. Caso eu fique sozinha, vou enlouquecer enquanto penso que ele está transando com ela e eu chorando em meu travesseiro.






Oiiiiiii meninas! O tão esperado capítulo chegouuuuuu 😍😍😍 O que acharam???? 
Não quero falar muito, só digo que: a partir de agora, teremos uma nova etapa neste caralhoooonnn 🤭😂
O que vem por aí??? 
Bora ver se alguém acerta!
Comentários respondidossssss 😍😍
Bjs, Jéssica ❤️

domingo, 16 de agosto de 2020

“ Tela trincada “ 48



Chegamos a fazendo da família de Gabriel. João entrelaçou sua mão em Lorena e eu quase derreti com o gesto. Eu gosto desse casal.

Estamos bem em frente a casa enorme, enquanto um vasto verde nos cerca, entre árvores, flores e um gramado extenso. 

- Galera, vou falar com o caseiro, cês podem ir sentando. - E assim fizemos. Sentamos na varandinha que é bem decorada. É uma fazenda, mas a decoração é bem atual. Claro, sem deixar o aspecto de ser uma fazenda, mas tudo muito bonito. Sentei numa poltrona. Enquanto Gabi, Lorena, João e o boy de Gabi, que agora sei, se chama: Yago. Sentaram-se no sofazinho. Ainda tem mais três meninos. Se chamam Caio, Kaique e Juan. Eles são comunicativos, bem simpáticos.

- Eu tô só o pó. - Yago disse. 

- Quando começar a beber passa. - Caio riu. E eu sorri. 

- Pra não dar ressaca o segredo é esse. - Kaique falou animado. Todos nós apostamos em óculos escuros, pelo menos inicialmente. 

- Mas quando parar, vai ser triste. - Juan falou e todos riram. 

- Eu não vou beber mais. - Gabi disse.

- Nem eu. - Fiz careta. 

- Eu quero comer. - Lorena falou. 

- Ou, Biel! - Yago gritou. - A mulher tá com fome! - E então todos riram. 

- Os pais dele não tão aqui? - Lorena se preocupou. 

- Tão nada. - Caio respondeu. 

- Eu quero ver o que esse cara vai trazer pra nós. - João disse. 

- Ele sempre manda bem. - Kaique elogiou. 

- Ou, cheguei. Já vou providenciar um feijão verde com queijo. - Minha boca salivou. Faz anos que não como isso! - Enquanto isso, a gente pode colocar uns trajes de banho né?! - Ele propôs. Esse homem é bonito. Ele tem um jeito de falar bem marrento, mas até o momento pareceu ser muito gente boa. 

- Eu já tô. - Lorena disse. 

- Eu preciso trocar, tá na minha bolsa. - Gabi falou.

- Eu também. 

- Nós já estamos todos de sunga por baixo. Quem não conhece a tradicional ida ao lago? - João falou. 

- É isso aí! - Kaique disse sorrindo. 

- Eu levo essas princesas. Bora lá. - Gabriel disse e então levantamos, Gabi e eu. Ele passou o braço em volta dos meus ombros, após sorrir pra mim. - Cê tá bem? - Ele me olhou e eu assenti sorrindo. 

- Ela vai embora hoje. - Gabi comentou. 

- Ah, não! - Ele fez careta e eu ri. 

- É, eu volto pra São Paulo a noite. 

- Deixou meu coração em pedaços. - Ele brincou, colocando a mão no peito de forma dramática. Gabi riu e eu revirei os olhos, sorrindo também. Fomos até a cozinha e ele mostrou o banheiro. Gabi foi primeiro. Ele aproveitou o momento e me encostou na parede, tomando minha boca em um beijo. Ele nem disse nada, só fez. Ele realmente tem iniciativa. Eu correspondi a altura. O beijo dele é bom. Mas meu corpo grita por outra conexão que é muito maior. Beijar um, pensando em outro, é a pior coisa da face da terra. 

- Quero seu número. - Ele sussurrou na minha boca.

- Anota. - E então ele se afastou. Lhe falei e ele anotou.

- Salvo como? - Me olhou e eu sorri.

- Não sei. Lavínia, talvez? 

- Dona do meu coração. - Ele brincou mais uma vez e conseguiu arrancar uma gargalhada de mim. Ele tem um ótimo humor. - Vou colocar Lavínia SP. - Me olhou esperando aprovação.

- Tá ótimo. - Assim fez e então ele ficou me olhando intensamente e eu fiquei sem graça, sorri pra ele. - Que foi? 

- Você é uma gata. Fico bobo, cara. E você nem sequer pediu meu número. - Aproximou sua boca novamente, deixando claro que percebeu minha falta da interesse nesse aspecto. 

- Você me manda mensagem e eu salvo. - Falei já sentindo seu nariz no meu. Ele assentiu e então me beijou novamente. Fomos interrompidos por Gabi que saiu do banheiro já de biquíni. Senti um certo calor, nos momentos que me permito relaxar, meu corpo reage a ele. Isso é instintivo de qualquer ser humano. Fui ao banheiro, após Gabi me entregar sua bolsa. Peguei o biquíni, pensando no que Gabriel está pensando. Ele já percebeu que estou mais retraída. Ele tá sendo tão legal, merecia mais interesse da minha parte. Isso aconteceria se eu parasse de pensar no Luan feito uma trouxa. Chega. Eu não mereço essa situação. Troquei a roupa pelo biquíni e saí, encontrando os dois conversando. 

- Nossa senhora! - Gabriel falou alto e Gabi riu.
 
- Para, eu fico sem graça. - Eu disse. 

- Que sem graça, o quê! Você é um espetáculo. Seja lá quem ocupa essa sua cabecinha, não sabe o que tá perdendo. - Porra, isso me atingiu. Vi Gabi ficar surpresa também. 

- Para de bobeira. 

- Beleza, é bobeira. - Ele tentou descontrair e então voltamos para fora, encontrando o restante da galera já com roupas de banho, prontos para irmos. - Carro ou andando? - Gabriel perguntou a galera, sem soltar minha mão. 

- Andando, é pertinho. - Lorena disse e então os meninos concordaram com ela. Não tive tempo de fala com Gabi sobre o comentário dele. Seguimos em grupo e Yago fez cavalinho com Gabi, chamando atenção de todos. 

- Não devia ter feito aquele comentário, me desculpa. - Gabriel me olhou. Franzi a testa. Ah, não. 

- Você não precisa se desculpar. - Foi o que eu consegui dizer. Nunca me senti tão constrangida. E então ele puxou papo leve, fomos conversando o trajeto todo. Falamos sobre idade e então descobri que ele tem 32 anos, mais velho que eu. Descobri que trabalha com tatuagens na capital de Minas Gerais, mas que aqui é seu lugar preferido. Ele mora sozinho num apartamento. Falei sobre meu trabalho também e ele admitiu que não me conhecia ainda. Isso me fez rir. Ele não tem obrigação nenhuma de me conhecer. Rolou cerca de dois beijos rápidos nesse caminho. E então chegamos ao lago.

Ficamos horas por la, fizemos registros, conversamos, troquei mais beijos com Gabriel. Mas nada exagerado, a maior parte do tempo ficamos como uma turma de bons amigos.

Quando voltamos para a casa, o almoço já estava pronto. E sim, minha barriga está roncando de fome. Uma mesa linda foi posta para nós. 

- Posso postar com você? - Me mostrou uma foto nossa:

- Claro. - Eu sorri. Não é nada comprometedor. 

- Qual teu insta? - Lhe dei e ele postou nos stories. Logo em seguida, nos concentramos em comer. Os meninos fizeram graça a maior parte do tempo e isso deixou o ambiente mais alegre. Essa turma é bem animada, realmente boa.

Após o almoço, seguimos para a varanda novamente, onde tínhamos ficado inicialmente. Gabriel me puxou para suas pernas e então tivemos um momento mais casal. Todas as vezes que beijo ele, Luan aparece em meus pensamentos. É terrível! Das poucas vezes que consigo relaxar, aprecio o momento. Gabriel realmente é um momento. Boa pessoa, adorei conhecê-lo, mas depois de hoje, nos tornaremos amigos. Não sirvo pra ficar com outras pessoas enquanto meu coração sofre. Realmente não sirvo.

A galera toda voltou a conversar sobre vários assuntos e o tempo foi passando. Respondi algumas mensagens da família, dei sinal de vida. Confirmei para Clarissa e Talita o horário da minha volta. Minha irmã vai me buscar com meu cunhado.

(...)

Chegou a hora de irmos. Olhei as horas, são 15:00. Gabriel veio se despedir, afinal, ele vai direct para sua casa. 

- Adorei conhecer você, de verdade. - Ele disse me olhando. 

-Eu também adorei conhecer você. 

- Quando a gente tiver a oportunidade de se ver de novo, vai ser ótimo. 

- Vai sim. - Eu sorri, sabendo que não pretendo mais ficar com ele. Não é que não gostei, eu realmente gostei, mas meu coração tá uma bagunça. Eu preciso me acolher e entender que preciso de um tempo. - Você é um cara muito interessante. - Eu acrescentei.

- Você é linda. - Ele disse e me beijou. Deixei me levar e então apreciei. Ele beija bem, não custa nada repetir isso. Chupou meu lábio antes de se separar de mim. - A gente pode ir se falando? 

- Sem problema. Podemos sim. - Eu sorri, sendo sincera. Ele é maravilhoso, não tem porque evitá-lo. 

- Tá. Então, boa viagem. Se cuida. - Ele bateu o dedo na minha testa e eu entendi o recado. É sobre a pessoa que ele sabe que ocupa meus pensamentos. 

- Tá, pode deixar. Você também se cuide. - Ele sorriu e então me abraçou, passando os braços em volta do meu pescoço, enquanto eu passei os braços em volta da sua cintura. Cheirou meu pescoço e eu fechei os olhos. 

- Beijo. - Ele disse por fim e então selou nossos lábios. Me despedi de todos mais uma vez, dando um último tchauzinho. Entrei no carro, enquanto Gabi, Lorena e João brincam com os meninos. 

Finalmente todos entraram no carro e então Lorena colocou umas músicas tranquilas pra tocar. Era tudo que precisava pra desligar e dormir depois de uma noite toda acordada, juntamente com um dia de diversão.

|| Luan ||

Acabei de acordar, passei a noite inteira na casa do Dudu com todos nossos amigos. Jamile me convidou para ir ao seu apartamento novamente, mas eu neguei. Precisava realmente dormir, sem correr o risco de brochar. Olhei meu celular e vi suas mensagens dizendo que tá me esperando pra se despedir. Nunca pensei que eu negaria uma transa. Eu vou. Não vou negar essa mulher duas vezes, que homem eu sou se fizer isso?

“ No máximo em 2hrs tô aí “

E então respondi mais algumas pessoas e esperei ver alguma mensagem da loira. Nada. Deve tá com as amigas, espero que somente com as amigas. Eu venho evitando contato com ela, mas ainda não tô preparado pra cortar todo contato de vez. Suspirei. Preciso decidir o que quero. Ou eu ignoro, ou continuo nossa amizade. A merda da amizade. Não quero ser amigo dela, nem de longe.

Entrei em meu Instagram e fui bombardeado de fotos. Ela e mais uma turma. Ela e um cara! Meu coração acelerou e senti meu corpo todo ficar frio. É, a sensação foi de morte. Minhas fãs fazem questão de fazer com que isso chegue até mim. Não entendem nada, afinal, faz pouco tempo que fomos vistos juntos, confirmei que continuamos amigos em minhas últimas entrevistas. Lavínia e Luan é a maior suspeita de casal, então frequentemente sou questionado sobre minha relação com ela. Em todas as legendas da foto dela com o filho da mãe, se referem aos dois como amigos. Não perdi tempo e procurei saber quem ele é. Olhei fotos e olhei os stories também. Foda-se! Não interessa se ele vai ver que andei olhando. Não demorei a saber que ele é amigo de Gabi, Lorena... entendi tudo. Soltei um grunhido e joguei meu celular no chão em um momento de raiva excessiva. 

- Porra! - Resmunguei e levantei. Fui para o banheiro e tomei um banho frio, na esperança de me acalmar. De certa forma ajudou sim, mas não diria que tenha sido um grande remédio. Me vesti e desci decidido a encontrar Jamile. Cumprimentei meus pais e minha irmã que estão comentando sobre a inauguração de sua loja em poucas semanas. Ontem, antes de eu ir ver Jamile, fiquei sabendo por ela que terminou com Breno. Lamentei, mas segundo ela não houve traição, somente pensamentos muitos diferentes. Lavínia e eu. Pensamentos completamente diferentes. 

- Boa tarde. - Eu disse.

- Quase boa noite. - Meu pai brincou. 

- É, eu fiquei cansado. - Fiz careta.

- Quer comer, filho? - Minha mãe perguntou. 

- Não, tô indo ver a Jamile. 

- Ela não veio aqui dessa vez né?! - Minha mãe cobrou. 

- Cês vão ver ela na inauguração da Nuwa. 

- Ai dela se ela não vir. - Bruna disse.

- Ela vem. E você? Tá bem? - Ela assentiu com um sorrisinho. Ninguém fica bem de uma hora pra outra, é complicado. - Bom, vou indo lá. Como algo por lá.

- Diz pra ela que mandamos um beijo. - Meu pai falou. 

- Tá. Beijo. - Soltei de longe.

- Vai com Deus. - Minha mãe disse. Peguei a chave do meu carro e fui até ela, acelerei, pois isso me faz relaxar. Será que Lavínia transou com ele? Porra! Não é possível, caramba! Fui me perdendo em pensamentos durante todo o trajeto. Ao chegar até Jamile, eu pedi algo pra comer.

- Cê veio direto? - Ela perguntou. 

- Sim, nem comi nada. 

- Tem que se alimentar, cabeção. - Ela montou em mim, uma vez que estou sentado em sua cama. Tá usando somente o body preto todo rendado. 

- Cabeça né?! - Falei com malícia e ela gargalhou. 

- Você é tão ridículo, Luan. Isso é coisa de sexta série. - Eu ri. 

- Cê ficou de ressaca? - Perguntei acariciando sua bunda. Meu pau não dá a porra do sinal de vida. Se fosse Lavínia, só o cheiro ia me fazer reagir. Isso é um saco! 

- Não, bebi pouco. Você nem bebeu né?! 

- Não, não quis. Meus pais mandaram beijo, Bruna quase te ameaçou se você não vier pra inauguração. - Ela riu.

- Eu venho. Manda outro pra eles quando cê chegar lá.
 
- Pode deixar. 

- Precisa cortar o cabelo né?! 

- Não, acho que vou deixar crescer. - Fiz careta e ela riu. 

- Não, Luan! 

- Vou sim. - Eu ri. E então bateram na porta. - Minha comida. - E então ela saiu de cima de mim e eu atendi a porta, passando meu cartão. 

- Não precisa pagar isso, cara. 

- Para de bobagem. - Eu respondi, agradeci ao funcionário e então fechei a porta. 

- Você é tão orgulhoso. Sou sua amiga, posso pagar também.

- Cê me paga de outra vez. Vai querer?

- Não, acabei de comer. Vou ligar pro meu pai. 

- Tá. Manda beijo. 

- Beleza. - E então ela foi pra varanda. Meu pau não pode me abandonar. Ele vai ter que funcionar, eu preciso descarregar toda minha raiva. Realmente preciso. Olhei a tela do meu celular trincada pela queda de mais cedo e então voltei a comer. Quando terminei, Jamile apareceu. 

- E aí, tudo bem? - Perguntei.

- Tá sim. Ele mandou um abraço pra você. - Eu sorri.

- Vem cá, vem. - Chamei e ela veio. 

- O cara que te falei ontem me ligou hoje já. - Fez careta se aproximando. Eu ri, ela falou mesmo sobre um cara que ela conheceu, ela ama o sexo com ele, mas ele quer mais. Ela me disse que não está emocionalmente disponível pra isso agora. 

- Fala a verdade pra ele. - Eu disse e ela montou em mim. 

- Eu fico sem jeito. Eu gosto de tá com ele, só não quero namorar.

- Sei como é. - Ri fraco. Eu sei muito como é. 

- Quero que agora você e eu foquemos aqui. - E então ela atacou meu pescoço com vontade e habilidade. Me concentrei bastante nela, fiz um esforço pra isso, confesso. Mas funcionou. Transamos. Fodemos duro. Eu descontei toda minha raiva no nosso sexo, ela não reclamou. E por fim, elogiou nossa transa mais uma vez. Eu deixei ela no aeroporto, combinando nosso reencontro no evento da Bruna.







Oiiiiii meninasss!!! Cheguei tarde, mas cheguei. Tá tão complicado a postagem dos capítulos, é ruim pra mim e pra vocês. Eu sei. Gostariam de ter mais, eu gostaria de postar mais. São tempos complicados. Mas enfim, veio aqui deixar vocês felizes e putas de raiva comigo 😂 Esse capítulo vai gerar um misto disso. Sei que não aguentam mais eles separados, mas peço um pouco mais de confiança tá? Vai ter tanto love, não quero ninguém enjoando depois 😌
Vocês gostaram? Me digam tudo! 😍
Comentários respondidos! Vocês são incríveis! ❤️

domingo, 9 de agosto de 2020

“ O meu pensamento te segue “ 47



Começou o show de Gabi. Estou ao lado do palco juntamente com Lorena, João e alguns amigos de Gabi. Eu conheci várias pessoas desde que chegamos. Já curtimos dois shows antes de Gabi entrar no palco. Lorena continua ignorando João, que também não fez muita questão de aproximação. Adorei revê-lo. Conheci Gabriel. Que neste momento, está dois passos atrás de mim com mais dois amigos. Ele claramente se interessou por mim. Ele é tatuado, musculoso. Realmente gostoso. Mas eu não sei se devo. Saber que despertei o interesse dele, elevou minha autoestima que não estava lá essas coisas por conta dos últimos acontecimentos. 

- Vai, Gabizinha! - Gabriel gritou. Ele tem uma voz e tanto. O olhei e sorri e ele sorriu pra mim também. 

- Ele é lindo, amiga. - Lorena me olhou.

- Ele é. - Concordei. 

- Se você não pegar, eu pego. - Ela falou alto suficiente para que João escutasse. Ele tá do meu lado. Eu a repreendi com o olhar e vi João endurecer. - Que foi, ué? Eu pego mesmo. - Ela ergueu as sobrancelhas e João olhou pra ela. 

- Para de querer me provocar. - Ele falou. 

- Você acha mesmo que tá com essa moral toda? - Ela rebateu. 

- Gente, por favor. - Eu pedi e João negou com a cabeça, repreendendo ela. 

- Essa mulher é maluca.- Ele murmurou.

- Não começa, João. - Ela esbravejou. 

- Ou! - Repreendi os dois. 

- Essa agora é pra dançar agarradinho. - Gabi disse e então eu senti uma mão segurando a minha. Virei, já sabendo que é. 

- Dança comigo? - Ele perguntou sorrindo. Esse homem é atraente. Mas eu lembrei de Luan no mesmo instante e meu coração doeu. Tentei expulsar o pensamento e assenti para Gabriel. Ele passou o braço em volta da minha cintura, e a outra entre meus cabelos. Começamos a dançar bem colados. Ele tem firmeza. 

- Eu não sei dançar nada. - Falei rindo.

- Ah, para vai. Quem não sabe sou eu. A gente tá só pra lá e pra cá. - Nós rimos. - Mesmo não sabendo, eu não podia perder a oportunidade. - Ele acariciou minha cintura e cheirou meu pescoço. Eu arrepiei. Pescoço é golpe baixo. - Cheirosa demais. - Ele sussurrou e eu me senti atraída. Ele é bonito. Realmente bonito. Qualquer mulher que o olha pensa: caramba, que gato! Eu não sou imune a esse tipo de coisa, mesmo com meu coração amarrado ao Luan. 

- Tá mesmo? - Perguntei.

- Muito. - Ele me olhou e olhou minha boca, sem deixar nossa aproximação se desfazer. Ele está realmente perto. Eu olhei pro lado sorrindo. Tem algo que me impede. - Deixa eu tirar o cabelo pra sentir melhor. - E então colocou meus cabelos para trás e meu pescoço ficou exposto. Ele enterrou seu rosto e eu respirei fundo. Caramba! Senti sua língua e me encolhi sorrindo e ele sorriu também, voltando a me olhar.

- Cê para. 

- Por que? A mulher mais gata que eu já vi tá aqui na minha frente, uai. - Passei a mão por meus cabelos, me sentindo toda embaraçada. 

- Pra quantas você já disse isso? - Eu sorri. 

- Pra nenhuma foi tão verdadeiro como tá sendo agora. - Um ponto pro tatuado. Ele tem lábia! O jeito que ele olha, tudo que ele fala é bem pensado. 

- Você é bom. - Eu ri e ele passou a língua por seus lábios. Se aproximou mais na expectativa de me beijar, mas eu desviei. 

- Mulher difícil, senhor! - Ele reclamou em meu ouvido e eu ri. A música acabou e então Gabi passou pra uma mais agitada. Ele se afastou, mas manteve o braço em minha cintura. - Gabizinha não ajudou. - Fez careta. Lorena me chamou e eu virei. 

- Amiga, olha lá ela. - Apontou pra Gabi que veio se aproximando de nós duas. Ela nos deu o microfone e cantamos um trecho. Foi ridículo! Todos riram, nós duas mais ainda. A noite foi passando. Gabriel tentou de todas as formas. Segurou minha mão por bastante tempo, me abraçou por trás, disse várias coisas em meu ouvido, mas eu me contive. Não quero me arrepender depois. Preciso me entender. Ele é atraente a qualquer mulher hétero, eu não me sinto diferente, mas pensar em Luan pesa. Pesa pra caramba. Só consigo pensar que quero ele. Queria que fosse ele. Inferno!

Lorena não estava muito diferente de mim. Claramente frustrada, ela nunca foi tão ignorada por João. Ele se manteve atento ao seu trabalho. Revezou em ficar conosco e resolver detalhes. Ela teve várias oportunidades de beijar outras bocas, mas não quis. Ela ama o cara e fica fazendo joguinhos.

Já quase amanhecendo fomos para o camarote. Eu bebi um pouco, mas de forma moderada. Gabi bebeu mais. E agora Lorena está feito uma gata manhosa querendo atenção de João que continua conosco. Ela tá ao lado dele quase o tempo todo, mas ele continua falando com os meninos. É, Gabriel e sua turma estão na mesma mesa e ele continua tentando. Já deixou claro pra rodinha toda que passou a noite toda querendo me beijar e eu chutando os sentimentos dele. É, ele disse com essas palavras. Um homem de lábia, uma boa lábia. Recebi olhares das minhas amigas do tipo: “ Vai, beija. “ Mas não é bem assim. Gabi acabou ficando com um dos caras da rodinha. E continuamos. A boate informou o fechamento. Já amanheceu. Nós só saímos quando fechou.

Na hora de irmos, Gabriel veio se despedir, me encostando em seu carro. Um de seus amigos é quem vai ser o motorista da vez, ficou sem beber, assim como João. 

- Eu vou embora sem um beijinho? - Ele me prendeu, pousando um dos braços no carro e outro em meu quadril. 

- Gabriel, você não desiste. - Eu tentei desconversar, desviando meu rosto, ele movimentou o seu pra encontrar o meu e então eu o olhei. Ele sorriu e eu também. Deus! 

- Passei a noite inteira querendo você, caramba. Eu mereço, isso não vai fazer mal a ninguém. Muito pelo contrário, eu garanto. - E então por impulso eu o beijei, diante de toda sua insistência a noite inteira! Na verdade, eu também senti vontade, mesmo me sentindo confusa. Sua mão apertou meu quadril, seu corpo encostou no meu. Senti meus cabelos sendo presos e a língua dele na minha. Foi um beijo lento e intenso. Ele beija bem. Não se compara com... não vou pensar agora. Prolongamos bastante o beijo, até eu ouvir Gabi me chamando. - Porra. - Ele murmurou e eu ri. 

- Tô indo. 

- Bora pra minha fazendo agora. Passa o dia comigo. 

- Não. - Eu ri. Ele quer sexo, isso eu sei. 

- A gente chama a galera. Não vamos fazer nada demais. - Continuou argumentando. Ergui as sobrancelhas em dúvida. - Gabi. - Ele chamou minha amiga sem perder tempo. - Bora pra fazenda, a galera toda? 

- Por mim, eu topo. - Ela sorriu. Os meninos logo concordaram. Lorena ficou de braços cruzados. Hoje não é um dia bom pra ela. 

- Não sei não. - Olhei pra ele. 

- Lá é bom. Calmo, a gente pode almoçar lá. Festar mais um pouco. - Suspirei e olhei Gabi. 

- Beleza, mas precisamos ir em casa primeiro. - Eu disse. Só se vive uma vez! Quem eu quero não me quer, então vou me divertir antes de voltar a realidade de rejeitada. 

- Cês vão, a gente marca de se encontrar. - Assenti e ele selou nossos lábios. - Gabi. - Ele chamou minha amiga que agora tá de papo com o seu boy da noite. 

- Fala. - Ela o olhou. 

- Essa gata aqui topou. Te mando mensagem marcando certinho nossa saída. 

- Combinado, irmãozinho. - Ela disse, piscando um olho. Ele e eu trocamos mais um beijo e então fui para o carro de João com Gabi e Lore. Os meninos foram com Gabriel. Tentei bloquear meus pensamentos quando senti uma onda de arrependimento me invadir. Lorena foi na frente, Gabi e eu atrás. 

- Vou colocar uma música. - Ela disse já metendo a mão no som do carro. 

- Já colocou né?! - João resmungou. 

- Cê demorou pra beijar o Gabriel. Ele é gente boa, amiga. - Gabi me olhou ainda meio bêbada. 

- Ele parece ser muito legal mesmo. Mas... você sabe.
Não vale a pena ficar perdendo tempo por quem não te merece, Lavínia. - Lorena disse no banco da frente e sei que isso também foi uma indireta. 

- Eu sei. - Suspirei. 

- Conheço Biel uns anos já. Ele é tatuador, mas seu pai tem duas fazendas no interior. Ele já nos levou lá antes. A família dele é muito receptiva. O aniversário dele foi lá esse ano. - Mordi o lábio, analisando todas as informações. Então ele é mais incluído na vida de Gabi do que eu imaginava. 

- É, Biel tá com a gente faz um tempão. Sempre respeitou, ele realmente gostou de você. Não quis ninguém a noite inteira! Esse cara merece aplausos por tanto foco. - Lorena elogiou e eu ri. João me acompanhou. 

- Pelo menos cê deu um beijinho no final né?! - Ele disse. 

- Beijinho nada, beijão. - Gabi ressaltou e nós rimos. Senti meu rosto corar.

- E você? Já tinha ficado com aquele cara? - Perguntei a Gabi. 

- Não. Nós somos amigos faz um tempão também. Nunca tinha rolado nada. Não sei, aconteceu. - Ela deu de ombros. 

- Mas você gostou, danada. - Lorena disse.

- Gostei mesmo. E vou amar ir pra essa fazendo ficar mais um pouco lá. Rapidinho a gente chega. É uma hora daqui. - Gabi me explicou por fim. 

- João e Lorena foram os únicos que ficaram no zero a zero. - eu disse e Lorena bufou. 

- Tô saindo de uma relação conturbada, preciso de um momento. - Ele disse. E então, começou... 

- Ah, então a nossa relação era conturbada? - Lorena o olhou brava.

- E não é?! Você é temperamental, Lorena. Briga por nada e eu ainda não entendi porque me chutou da sua vida. - Gabi e eu nos olhamos, sendo testemunhas de uma conversa que deveria ser em particular. 

- Ah, você não sabe? Tadinho! Que desentendido. E ainda fica me chamando de maluca o tempo inteiro! - Ela disse com o tom de voz alterado. 

- Não vou conversar com você desse jeito, muito menos agora. Se você quiser conversar, fica pra outra hora. - João disse calmamente. Eles são totalmente opostos e ainda assim, se completam. Pensei em Luan e eu. Nós nos completamos também, acho que nunca me senti tão completa como quando eu estava com ele.

Seguimos o restante do caminho em um silêncio constrangedor. Peguei meu celular e vi fotos nossas, da nossa noite, por todos os lugares. Em algumas, Gabriel apareceu, mas nada comprometedor. Pareceu uma turma de amigos e não deixa de ser verdade.

João estacionou. 

- Cê vai, Jô? - Gabi quis saber.

- Acho que não. - Fez careta, se virando para nos olhar.
 
- Bora, poxa. Nós podemos voltar logo no início da tarde. Meu voo de volta já é essa noite. 

- Não sei. - Ele ficou em dúvida. 

- Tá fraquinho. - Lorena alfinetou e ele revirou os olhos.

- Não vou, tá decidido. - Gabi bufou diante da birra dos dois. 

- Beijo, Jô. Te amo. - Se despediu.

- Te amo. Cuidado hein?! Isso vale pra todas. - Ele disse e eu sorri. João é adorável. Me despedi dele com um abraço totalmente desajeitado. 

- Daqui a pouco em chego lá. - Lorena disse e então entendemos que terão uma conversa. Apenas concordamos e saímos. 

- Eu tô um caco. - Gabi disse quando entramos em sua casa.

- Eu também. - Concordei.

- Mas cê não tá pensando em desistir né?! 

- Não. - Sorri, mesmo que no fundo eu esteja. Parece que eu tô fazendo algo muito errado. É como se eu estivesse enganando Luan, mas na verdade, eu estou me enganando agindo dessa forma. Seguimos para seu quarto. - O que cê vai levar? 

- Amiga, lá tem um lago muito bonito. As vezes a gente aproveita pra se refrescar. Então vou levar biquíni. Protetor solar. Meu celular. - Ela riu e eu me joguei em sua cama, logo que entramos. 

- Eu não trouxe biquíni. 

- Eu tenho alguns que nunca usei, boba. 

- Beleza. Bora ver se vai dar certo.

- É, cê tem peitão, quadril mais largo. 

- Então né?! - Concordei. 

- Vou procurar. - Ela seguiu para seu armário. 

- E aqueles dois hein?! Nunca vi eles brigados. - Me referi a Lorena e João. 

- É sempre daquele jeito. Lorena consegue ser uma filha da mãe provocadora. E João sempre tenta se conter. Eu já vi brigas feias, mas sempre causadas por ela. Já conversei muito com aquela cabeça de vento, ela tem que valorizar ele enquanto tem.

- Ela disse que quer namorar com ele.

- Ela também me disse isso faz um tempo, mas depois de ela ter falado isso pra gente na casa dela, parece ser mais real agora. - Gabi me jogou uma opção de biquíni e continuou procurando. - João casaria com ela, apesar de toda essa loucura que vem com ela. Ele mesmo já disse isso pra ela e eu vi! 

- As vezes ela acaba sendo insegura demais. Ele passa muita segurança, não olhou pra ninguém a noite toda.
O comportamento dele sempre é assim. Cê precisa ver.
Tomara que eles se acertem, ou eu mato Lorena no lago dessa fazenda. - Gabi riu e eu também. Vi cerca de quarto opções e por sorte, a última opção deu certo. É um modelinho preto, comum.

Celular de minha amiga tocou. 

- Oi, Biel. - Ela disse ao atender. - Estamos sim. - Me olhou ficando em silêncio. - Uns trinta minutos. - Calou-se novamente. - Cê prefere? - Ouviu ele. - É pertinho mesmo, então fica combinado assim. - Silêncio. - Tá. Beijo. - Desligou. Fiquei olhando ela esperando as informações. - Ele vai passar aqui, acha melhor. - Suspirei.

- Cê num acha que ele tá querendo só transar? - Fiz careta.

- Amiga, qual o problema disso? - Quis me entender.

- Eu não vou transar. Não tem problema, mas eu não vou. - Ri nervosa.

- Ele com certeza transaria com você, mas com absoluta certeza não vai forçar a barra pra que isso aconteça. Fica tranquila. É um programa entre amigos. Biel é muito gente boa e poucas vezes eu vi ele tão interessado. Ele quis você a noite inteira! - Eu sorri. - Amiga, numa festa, cheio de mulher bonita e mesmo você dando fora atrás de fora, ele se manteve focado do que queria. 

- É, você tem razão. - Passei a mão por meu rosto. - Mas eu não consigo parar de pensar no...

- Nem termina essa frase. - Ela me interrompeu. 

- Tá. Nós vamos nos divertir. É só um diazinho. - Sorri, tentando relaxar. Bateram na porta e então Lorena entrou. 

- Oi. - Sorriu de lado. - Seus pais acordaram, amiga. - Eu sorri. Quero vê-los. 

- Nós podemos tomar café rapidinho com eles. E você? - Gabi disse.

- É, e você? Cabeça de vento! A gente só não te chamou de santa aqui. 

- Pra que inimigas não é mesmo? - Ela revirou os olhos. E então sentou na cama. - Conversamos. Estamos bem.

- Você explicou que queria namorar? Hein, sua maluca? - Gabi cobrou e ela riu. 

- Falei. 

- E ele? - Eu quis saber. 

- Disse que ao ver dele, a gente já meio que namorava. Eu falei da importância da oficialização. Ele disse pra eu ficar tranquilo, deixasse com ele e deu aquele sorriso que me causa coisas... - Eu ri dela. 

- Te odeio por ser tão doida! - Gabi disse rindo e ela riu também. 

- Ele vai com a gente. - Esclareceu. 

- Já temos um motorista. - Gabi disse.

- Interesseira. - Eu falei e nós rimos.

Continuamos entre assuntos leves até chegar a hora de irmos. Eu tô nervosa. Não sei como vai ser esse dia, como vai ser com Gabriel.










Ooiiiiiii meninas! Lavínia realmente ficou com outro caraaaaa!!! Será que o Luan vai ficar sabendo? O que vai rolar nesse sítio???? No próximo vai ter mais desse rolê 🤭 Vcs gostaram??? E as sugestões??? Me falem tudoooo! 
Obrigada por cada comentário, respondi cada uma! 😍

domingo, 2 de agosto de 2020

“ Quase “ 46



Gabi juntamente com Lorena me convenceram a viajar para BH. Gabi terá um show especial, pois vai ser a inauguração de uma boate na cidade. Acabei vindo sozinha, afinal, minhas amigas namoram. Talita não tem nada oficial, mas os dois estão mais que oficializados, na minha opinião.

Luan está me evitando o tempo inteiro, mesmo depois de me prometer que não ia se afastar. Isso tem me machucado muito! E eu, como a boba que sou, já chorei mais de uma vez por conta dessa mudança de comportamento sem explicação. Ele disse que esse fim de semana estaria em casa, mas em nenhum momento falou sobre me ver ou algo assim. Talvez eu queira demais. O cara já disse que não quer namoro, apesar de eu gostar dele, não posso obrigá-lo a conviver comigo depois de ter acabado com tudo. Mas sinceramente, no fundo, eu acreditava que iríamos continuar amigos. Não pensei que ele fosse desistir de ter qualquer contato comigo. Ouvi conselhos da minha irmã e de minha amiga Talita. Me disseram para viajar esse fim de semana, que eu precisava disso e aqui estou eu. Dentro de um carro com Lorena, a caminho de sua casa. 

- Eu deixei o quarto de hóspedes todo bonitinho pra você. - Ela disse empolgada, enquanto se concentra no trânsito.

- Não precisava se preocupar tanto, apesar de eu saber que mereço um tratamento de uma deusa. - Ela gargalhou.

- Safada! Que saudade de você. 

- Eu também estava. Vamos aproveitar hoje e amanhã.
 
- E esquecer esses homens que não merecerem nossos pensamentos! - Ela berrou dentro do carro. As duas sabem de tudo que se passou comigo e Luan. Não deixam de ser minhas melhores amigas. Nos conhecemos desde que posso me lembrar, então sempre que temos tempo conversamos por mensagens ou chamadas de vídeo. Lorena terminou com João há três dias. Mas ela vive nesse vai e volta, apesar de os dois não terem nada assumido. 

- Ah, para vai! Você vai tá a noite todinha com o seu pensamento do lado. - Eu alfinetei e ela me olhou rapidamente. 

- Você não venha querer me colocar pra baixo! Aquele homem não vai sequer falar comigo. Isso é sério, Lavínia. Eu não quero mais. 

- Lore, eu ainda acho exagero. 

- Não é não. Ele só me procura quando quer sexo. - Ergui as sobrancelhas sabendo que não é bem assim. Se dependesse de João ele já estaria morando junto com ela. Ela é quem enrola o coitado. 

- Sei. - Decidi não rebater. 

- É verdade. Ele foi até buscar as roupas dele que estavam lá em casa. Acabou, amiga. É de verdade.

- Quando que ele foi buscar? 

- Ontem. - Ela suspirou. 

- Vocês vão voltar logo que eu sei.

- Eu tô decidida. Não quero saber dele. - Me mantive calada e logo chegamos a casa de Lorena. Ela mora sozinha já tem alguns anos e mesmo de longe, eu acompanhei todo seu crescimento. Sua casa é aconchegante e muito bem decorada. 

- É linda, amiga. - Disse parando bem no meio da sua sala.

- Seja bem-vinda ao meu cantinho. - Ela sorriu. - Não é tão grande, mas é bem dividida. Daqui você pode ver minha cozinha. - Eu assenti. A sala e cozinha são decoradas em branco e preto, tudo muito clássico e de bom gosto. 

- Foi você quem decorou?

- Foi. - Ela sorriu orgulhosa.

- Você é maravilhosa! - Revirei os olhos e ela riu.
 
- Vem. Quero te mostrar os dois quartos. - Segui ela pelo corredor e vi dois quartos um ao lado do outro. - Esse é o meu. - Ela disse abrindo a primeira porta. Lindamente decorado também. Tons pastéis nas paredes, móveis pretos. 

- Cê gosta de um preto né?! - Ela riu.

- Eu amo! Esse guarda-roupa foi planejado pra mim. 

- Maravilhoso. - Eu disse realmente boba. 

- Vem, vou te levar aonde cê vai ficar. - Acompanhei ela e logo entramos no outro. Menorzinho, todo branco. Cama de casal, guarda-roupa, TV e um espelho enorme. Simples e muito suficiente. 

- Muito bom, amiga. Quantas pessoas já ficaram aqui? - Eu quis saber, finalmente largando minha mala. 

- Algumas pessoas. - Ela segurou o sorriso e logo soube que muitas. Lorena conhece muita gente, acredito que sua família deve vir sempre também. 

- Filha da mãe! - E nós gargalhamos. 

- Gabi deve tá chegando. Cê tá com fome? 

- O que tem pra comer? 

- Ontem eu fiz uma torta holandesa maravilhosa! 

- Como é feita essa torta? 

- Tem creme de chocolate, bolacha e creme branco. 

- Caramba! Eu quero. Minha boca salivou. 

- Bora logo. - Seguimos para sua cozinha americana e sentamos na cadeiras após ela pegar a sobremesa na geladeira. 

- Amiga, eu exagerei no acerto dessa receita. Mandei muito bem, modéstia à parte. - Eu ri dela. Buscou pratinhos de sobremesa e nos serviu.

- Tá com uma cara boa.

-Não é só a cara que tá boa, filha. Espera só pra cê sentir o gosto. - Eu ri mais uma vez. É bom estar aqui e esquecer um pouco o cara que sou apaixonada e que anda me ignorando sem ter um motivo concreto.

Lorena me deu a sobremesa e não perdi tempo em experimentar. Fechei os olhos e soltei um gemido de satisfação, ela gargalhou com seu jeito espalhafatosa. E eu segurei a risada. 

-Te disse que tava bom, amiga! - Ela bateu uma mão na outra, animada. 

- Muito bom. - Falei após engolir. Ela então começou a comer comigo. 

- E a Gabi nada... - Ela comentou enquanto comemos.
Verdade. Ela tá demorando mesmo. 

- Hoje a noite vai ser espetacular, eu te prometo. 

- Eu sei que vai. 

- Nós precisamos disso. - Me deu um sorriso cheio de cumplicidade e eu lhe devolvi da mesma forma. - Ele não falou mais com você?

- Não. Desde que falei com vocês nenhuma novidade. Acho que devo parar de ir atrás dele, sabe? De buscar contato. 

- Fica complicado, porque os amigos de vocês são as mesmas pessoas.

- É, você nem imagina. A irmã dele, a Bruna. Lembra? - Ela assentiu. - Eu tenho muito apreço por aquela mulher. Ela é realmente uma pessoa maravilhosa. Me convidou pra uma comemoração íntima, pra inauguração da marca de roupas dela. Me mandou um convite muito fofo e ainda me mandou um modelo exclusivo da marca. E mais, mandou pra Clarissa e Talita também. - Lorena se mostrou surpresa.

- Ela é foda hein! - Eu sorri assentindo. 

- Eu não tenho a mínima condição de negar um convite desses. Cê tem noção do quão atenciosa ela foi? - Ela assentiu novamente.

- Aonde vai ser? - E então a ouvimos um toque tomar conta da casa. 

- É a Gabi. - Falamos juntas. Levantamos apressadamente e fomos até a porta encontrando nossa amiga do outro lado. Ela gritou e nós também. Nos abraçamos, as três juntas. 

- Que saudade, amiga! - Ela disse me olhando. 

- Eu também senti sua falta. 

- Entra, vai. - Lorena falou e assim ela fez. Seguimos para a cozinha.

- Você demorou. - Comentei.

- É o trânsito, menina! - Fez careta. - Cês tão comendo? - Ela sorriu ao ver a sobremesa.

- Tem pra você também. Senta aí. - Assim nós fizemos e Lorena serviu ela.

- E aí? Qual o assunto? - Gabi quis saber.

- A gente tava falando Luan. - Lorena disse e então Gabi me olhou. Contei novamente a história sobre o convite da Bruna.

- Vai, claro que cê vai. Amiga, ela foi muito fofa com você. - Gabi disse.

- É, eu sei. As meninas já confirmaram que vão. Com ou sem mim, mas deixaram ao meu critério decidir.

- Não, é claro que é seu critério. - Lorena disse. - Mas eu não acho que seja muito legal você deixar de ir. Age normal com ele. 

- Quando vai ser? - Gabi perguntou.

- Daqui uma semana e meia, mais ou menos. 

- Já dei minha opinião. - Gabi disse. 

- Eu também. 

- Claro, e eu agradeço. Vou decidir, mas acho que não vou conseguir negar esse convite. 

- Tá, agora vamos para mais um caso! Você terminou mesmo com João? Ele tá com uma cara de bosta. - Gabi riu. 

- Ele só quer sexo, eu não quero mais isso. - Lorena fez careta. 

- Não, o Luan só quer sexo. Agora, o João? Claro que não! - Gabi disse.

- Ou, cê tá maluca né? - Eu perguntei.

- Ele diz a mesma coisa. - Gabi falou rindo.

- Ele diz isso? - Lorena franziu a testa, brava.

- Amiga, ele me disse que vocês estavam bem e você surtou dizendo que não queria mais. Ele ficou sem entender, você acusou ele de várias coisas e deixou ele bem puto. Ele te achou maluca por isso e disse que não quer mais nada. - Gabi repassou pra ela e grunhiu de raiva.

- Desgraçado! Ele é um insensível! Eu tenho demonstrado todo esse tempo que preciso de mais atenção, que quero ficar só com ele, mas ele nunca oficializa nada! - Gabi e eu nos olhamos, chegando numa conclusão:

- Você quer ser pedida em namoro. 

- É! - Ela bateu na mesa e Gabi caiu na risada, eu acompanhei. Lorena é uma figura é única no universo! Desconheço melhor pessoa que ela. - Parem de rir, isso é sério. - Ela fez bico e cruzou os braços. 

- Amiga, o João é maluco por você. Se você tivesse falado isso, ele alugaria até aqueles carros de loucura de amor pra fazer o pedido. - Gabi disse e eu concordei. 
 
- Não ia nada. - Desacreditou e eu bufei. 

- Você vai perder esse homem, Lorena. - Eu disse. 

- Eu não quero mais. - Ela murmurou.

- Eu não digo mais nada. 

- É, deixa ela. Agora me diz você. Ainda viu o Edgar? - Puxei outro assim. 

- Não mais. - Fez bico. - Acho que não vai pra frente. Ele é muito fofo, amiga, mas a distância é grande demais. 

- É, cê tem razão. - Fiz careta.

- É óbvio que eu queria de novo e algo mais. - E então nós rimos, sabendo que ela se refere a sexo. - Mas acho que não vai, não sei quando a gente vai se ver de novo.
 
- Sem pressa, uma hora vocês se encontram e transam. - Lorena disse.

- Nossa, Lorena. Sempre tão sincera. - Gabi disse sorrindo.

- Ué. - Ela deu de ombros e eu ri. Entramos em outros vários assuntos e hora ou outra, eu me peguei quase fazendo xixi de tanto rir. Eu realmente amo essas duas! São um diferencial enorme em minha vida. Pedimos um almoço, que por sinal, estava ótimo. Fizemos um karaokê e tirando Gabi, foi um desastre. Mas isso nos causou mais risadas. Foi ótimo. Gabi se despediu, ela precisa ir antes resolver alguns detalhes de logo mais à noite. Recebi a ligação de meu pai, conversamos por quase meia hora, enquanto Lorena fez beijinho pra nós duas. Logo que desliguei, verifiquei meu WhatsApp, enquanto minha amiga procura um filme na Netflix. Respondi Clarissa, Talita, minha mãe e mais algumas outras mensagens. Nenhuma de Luan. Eu, trouxa que sou, olhei seu último visto. Já faz umas duas horas. Chega Lavínia!

- Vamos ver esse. - Lorena deu play sem nem perguntar minha opinião.

Mas tudo bem, afinal, só tive tempo de acabar o beijinho e acabei dormindo, pelo cansaço da viagem.

(...)

|| Luan ||

Respirei ofegante, enquanto Jamile sorri satisfeita. Eu quase brochei. É, quase brochei com uma gostosa. Eu não conseguia me concentrar, e mesmo com a boca dela em mim, não havia resultado. Ela chupou muito, foi dedicada. Jamile conhece meu corpo, sabe como estimular. O tesão retraído fez eu me render e enfim relaxar, me permitindo. Lavínia ficou em meus pensamentos até o momento de eu entrar em Jamile. Depois disso, me desliguei e fingi que aquela loira infernal não me abala tanto ao ponto de me fazer quase brochar. 

- Nossa, Luan... - Ela suspirou. - Não muda nunca! Sempre é uma delícia. - Eu sorri diante do seu elogio. Qual homem não gosta de ter o ego massageado? Ainda mais quanto a esse aspecto.

- Você continua um espetáculo. - Lhe devolvi o elogio, mesmo sabendo que meu interior implora por outra pessoa. Que merda! 

- E aí, o que vamos fazer hoje? - Ela me olhou animada.

- Eita, não sei. 

- Nem vem. Você vai sair com a galera. Não sei quando venho aqui de novo. 

- Aonde cês vão? 

- Pra casa do Dudu. - Ela se refere ao Dudu Borges, grande amigo nosso. - Ums modão, comida, bebida.
 
- Não quero beber. - Fiz careta e ela revirou os olhos. 

- Beleza, mas bora. - Insistiu. 

- Bora.
 
- Fechou? - Ela estendeu uma mão e eu peguei.

- Fechou. - Sorri. Ela levantou sem um pingo de vergonha e foi pelada até o banheiro. Eu suspirei e fechei meus olhos. Vai ser bom me reunir com eles. Tentar reviver um tempo antes de Lavínia. Peguei meu celular e percebi que estou repleto de notificações no Instagram. Não perdi tempo e já fui me informar.

É a Lavínia. Gostosa pra caralho! Só a foto dela enviou sensações para meu pau. A foto! Só a foto! Mas que porra!

Vi logo uma postagem sua:




“ Fim de semana no modo BH “

Gata demais! Ela tá em Belo Horizonte? Continuei olhando tudo e vi uma publicação de Gabi:


“ Meu trio reunido! Tudo pra mim 🥰 “

E então uma outra publicação de Lavínia:


“ Minhas Barbies! Nada mudou 🤍 “

Meu pulso acelerou. Comecei a ficar todo ciumento. Ela tá numa balada! Isso já é óbvio. Continuei olhando, ouvi Jamile falar algo ainda dentro do banheiro, mas não entendi. Estou concentrado. Vi algumas fotos dela na chegada. E então eu sorri. É linda até distraída! Como pode? Gabi na frente com três pessoas de sua equipe e mais atrás ela e Lorena. Sua amiga maluquinha. Fechei os olhos e nem quis imaginar o tanto de cara que vão chegar nela hoje. Ê, Luan! Cê tá acabado mesmo.







Ooiiiiii, mores! Esse fim de semana vai ser só um mesmo tá?
Mas acredito que que vcs gostaram! E vão gostar ainda mais do próximo. Luan quase broxou, pensou na Lavínia o tempo inteiro simmm! Lavínia vai curtir a noite simmmm! O que imaginam pro próximo? Acho que vão gostar.
E mais: tá bem perto do nosso casal dar o braço a torcer, mas vamos curtir o processo né?! 🙆🏾‍♀️
Obrigada por cada comentário!!!!! CONSEGUI RESPONDER E TO EMOCIONADA!!! Do NADA deu certtoooo!!! Amo e amo!
Bjs, Jéssica 🤍