domingo, 30 de janeiro de 2022

“ Momentos a dois “ 91

O dia amanheceu e eu ficarei aqui com ele até amanhã à noite. Dormimos juntos, o sol se faz presente. Parece uma celebração pelo clima bom entre nós, mas nós ainda não conversamos. E no fundo, odiei ter recaído. Eu não acho que foi adequado. Ele sempre consegue fácil, é irritante o quanto eu fico fraca. O olhei dormindo e eu suspirei. Ele ronca levemente e sua boca entreaberta mostra seu sono profundo. Meu coração se aqueceu. Eu adoro ver ele dormir. É o momento em que ele é só Luan, o meu Luan. Não tem o Santana, a fama, a loucura… só nós. Se eu pudesse eu ficava eternamente aqui, só olhando. Eu sou tão apaixonada e é por isso que eu não consegui me segurar. Só de ele olhar pra mim eu já quero dizer sim pra tudo. Como pode? Fechei os olhos, assustada com tamanho sentimento. Então, o olhei novamente. Nós transamos mais a noite. Eu gozei tanto e me sinto tão disposta e satisfeita, apesar de meu coração seguir inquieto. Me espreguicei e me aconcheguei nele, cheirando sua bochecha. O acarinhei tanto. Eu adoro mima-lo! Ele resmungou e se mexeu.

- Amor? - Ele disse sonolento e embolado. Não respondi, pois acho que ele ainda está dormindo. Deve tá sonhando. Se mexeu novamente e então seus olhos piscaram. Piscaram novamente e focaram em mim, imediatamente abriu um sorriso preguiçoso.

- Bom dia. - Eu sussurrei, com o rosto bem próximo ao seu. Ele me abraçou, ficando assim de lado como eu.

- Bom dia, minha loira. Como é bom acordar do teu lado. - Cheirou meu pescoço, beijando em seguida.

- Eu tava te olhando dormir. - Confessei e ele me olhou.

- Ah, foi?! - E eu assenti. - Eu adoro te ver dormir, uma pena eu ter acordado depois.

- E eu sei que você ainda tá com sono. - Eu ri e ele me acompanhou.

- É, eu tô. Mas quero aproveitar o máximo aqui com você. 

- Hoje tá um sol gostoso, a gente pode ir na piscina da cobertura, aproveitar esse tempo, sua companhia… 

- Parece uma boa sugestão.

- E nosso neném tá bem? - Acariciou minha bochecha.

- Sim. Nada de reclamações por aqui. - Meu coração derreteu com seu gesto fofo. A versão Luan Pai vai ser de tirar o fôlego, na verdade, já está sendo.

- Tá com fome? - E eu assenti. - Isso nosso bebê sempre tem. - Ele riu.

- Puxou a você. - Acusei.

- Não, não. Você é assim. - Acusou de volta e eu passei uma perna por cima da sua e ele acariciou minha bunda. Eu dormi apenas com a camiseta dele. - Cadê meu beijo? - Ele pediu, olhando minha boca. Mas eu conheço esse olhar. Eu sei que ele tá só procurando uma pontinha de provocação pra fazer disso um sexo incrivelmente maravilhoso. E justamente por saber disse, eu atendi seu pedido. Porém, não sou de muitos beijos na cama após acordar. Nunca me senti bem em dar beijões logo pela manhã. Luan já conseguiu isso comigo, óbvio que sim. Porém, continuo com uma certa resistência. Seus lábios tocaram os meus e sua língua pediu passagem de forma delicada. Eu deixei. Sua mão apertou minha bunda. Tão gostoso. Não consigo entender como ele não acorda com bafo. Não é o hábito habitual, mas não é nada ruim. Nosso beijo foi consideravelmente longo e quando ele quis dar início a outro, eu afastei meu rosto. Eu tô sentindo sua ereção matinal. E não, eu não vou transar agora por mais que seja tentador. Meu filho reclama de fome e eu vou priorizar isso.

- Tô com fome. - Relembrei.

- Desculpa. - Ele passou a língua pelos lábios. Já tá com tesão. Conheço esse olhar. - Vamos alimentar meus bebês. - E então, me deu um tapinha na bunda e sentou-se. - Será que ele vem loirinho igual a você? - Questionou do nada.

- Não sei. - Ri de leve, sentando também. - Pode ser que sim. - E ele olhou minha boca.

- Nossa, velho! Tua boca fica irresistível pela manhã. Puta que pariu. - E negou com a cabeça, levantando um pouco inconformado. Eu tive que rir. É um bobo mesmo. Ele foi para o banheiro e eu o deixei em seu momento. Peguei meu celular e liguei para Clarissa. Sinto falta delas. No segundo toque, ela atendeu.

- Oi, irmã! - Falou animada em meio a um barulho de rua.

- Oi, mana. Saudade. - Eu disse, sentindo meus olhos lagrimejando. Os hormônios estão me matando. Mas poxa, eu tenho razão de estar assim. As duas estão comigo o tempo inteiro e não lembro de ter ficado tão longe assim antes.

- Saudade também. Luan ainda tá vivo? - Ela brincou. Claramente está caminhando, percebo sua respiração um pouco irregular.

- Tá sim. - Suspirei pesado, relembrando da minha recaída. - Como tá por aí? - Quis saber sem lhe dar tempo de questionar nada. Não quero falar sobre nada no momento.

- Tudo uma correria. Tô indo encontrar a Talita agora, precisamos comer. Ela foi pra uma reunião e eu fui visitar possíveis clientes com a mamãe. Mais tarde já prometi que a noite será somente do meu pai. Você sabe como ele fica quando não temos tempo. - E eu ri.

- É verdade! Nossa, que saudade de tá nessa correria também. - Fiz bico, mesmo sabendo que ela não pode ver. Ouvi o barulho do chuveiro. Luan já está no banho.

- Nosso herdeiro é mais importante. Ou herdeira. - Ela riu de leve.

- Eu sei. Só quero voltar logo ao normal.

- E vai. Vai e logo! Você andou se desgastando muito, não pode ser assim daqui pra frente.

- Eu sei. - Voltei a concordar.

 - Irmã, cheguei aqui pra encontrar a Talita. Podemos nos falar depois?

- Claro, vão comer. Manda beijo.

- Mando sim. Um abraço bem apertado e um beijo nessa barriguinha. - Eu sorri.

- Te amo.

- Eu também amo vocês dois. - E então, desliguei sentindo meu coração mais tranquilo. Elas me passam uma segurança. São realmente um Porto Seguro. Voltei a fuçar as redes sociais e perdi a conta dos minutos. Quando percebi, Luan já estava de volta.

- Ainda, uai? - Ele me olhou.

- Ainda. - Ri de leve.

- Vai pro banho, pra gente comer. - Ele me apressou.

- Tá vendo só… o bebê puxou a você. - Eu disse, sentindo minha barriga roncar. Ele apenas negou com a cabeça e eu fui rapidamente para o banheiro. Fiz tudo ligeirinho para conseguir comer logo. Vesti um biquíni azul céu, simples e pequeno. Prendi meus cabelos em um rabo de cavalo e me sinto estranhamente bem. Geralmente fico enjoada pela manhã, mas hoje está sendo tranquilo.

Senti cheiro de café e vi que ele tá terminado de colocar na xícara. Foi quando me viu e eu pude perceber o impacto que ele sentiu só pela maneira que me olhou.

- Nossa! - Foi o que disse. Eu sorri.

- O que você fez pra gente comer? - Me aproximei e vi nada além de pão, mamão, banana e queijo.

- Tô pensando em mudar meu café da manhã. - Me olhou sugestivo e eu ri.

- Não, para de graça. - Sentei na cadeira e logo ele me acompanhou.

- Tem uma manchinha no teu peito. - Ele disse. É bem pequena e levemente vermelha. Foi ele. Depois de eu reclamar pela falta de atenção em meus seios, ele se fartou durante a noite.

- Culpa sua. - O olhei feio. E ele riu despreocupado ao meu lado.

- Você é minha. - Disse dando de ombros e eu bufei.

- A gente precisa conversar né?! - O olhei, decidida a não adiar mais o assunto.

- Agora não, amor. Por favor. - Ele me olhou angustiado. - Bora curtir o dia hoje, depois a gente vê. Por favor. - Suspirei. Assentindo em seguida. - Minha mãe colocou uns iogurtes naturais. Cê viu na geladeira? - Já iniciou um assunto, sem deixar espaço para um clima pesado. 

- Não. - falei surpresa, já levantando. Eu gosto, além de ser saudável. Logo voltei e tomamos café da manhã em um clima tranquilo. Ele me falou sobre os shows, que de agora em diante já estão sendo reduzidos.

- Eu quero ter mais tempo com você e pra você. E agora isso vai ser tornar vocês. No plural. - Eu sorri de lado.

- Eu tô com tanto medo. - Pela primeira vez mostrei minha fragilidade sobre nosso filho diante dele.

- Do que, meu amor? - Ele inclinou a cabeça pro lado, me olhando com toda atenção. Largou até o pedacinho de mamão. 

- De tudo. De ser mãe. De não saber como vai ser tudo, de ter minha família em outro continente. Ter um filho seu. Do Luan Santana. - Suspirei pesado. - Eu me acalmo, paro, penso e acredito que tudo vai dar certo. Mas as vezes eu me sinto assim. - Dei de ombros.

- Ei… - Ele acariciou meu ombro. - Eu tô inteiramente com você, loira. Cê entendeu bem? - Me olhou no fundo dos olhos. - Isso vai ser e já está sendo um desafio tremendo, mas eu tô com você. Não sei se isso é suficiente, mas não vou sair do seu lado. Nossos trabalhos são difíceis, eu sei que sou o Luan Santana e você é Lavínia Bleasby. E justamente por sermos quem somos, por dar conta de tudo, que vamos ser ótimos pais. Tá bom? - Eu assenti, tentando absorver e acreditar nas suas palavras. Luan me magoou tanto nos últimos tempos. Ele se inclinou, beijando meu nariz e em seguida meu olho, minha bochecha, meu maxilar. Beijos sem pressa e com muito carinho. Eu me senti como uma flor sendo regada. E quantas vezes eu acordei querendo isso nos últimos meses. Quantas vezes acordei aflita, triste… quantas vezes chorei. A maternidade é um grande desafio, todos falam. Agora eu estou sentindo na pele que realmente é. E já começa desde o teste positivo. Tudo muda, o mundo gira, são incontáveis questionamentos… não é nada fácil.

- Obrigada. - Eu falei baixinho e ele selou nossos lábios uma, duas vezes.

- Você não tá sozinha. Nunca esquece disso. - Falou com o nariz encostado no meu e eu assenti. - Agora cê come. Come bem. - Passou a ponta do dedo, na ponta do meu nariz. Voltamos a comer e ele sempre falando alguma gracinha. O seu humor está inalcançável. Me pediu para esperá-lo, enquanto vai vestir uma bermuda.

- Fica só de cueca, ué. - E ele me olhou sugestivo.

- Isso é uma proposta? - Eu ri de leve, revirando os olhos.

- Tô falando porque só vai tá nós dois mesmo. - Dei de ombros. Ele me olhou por uns segundo, tentando ler algo.

- Certo. - E então sumiu. O que esse doido entendeu? Que homem mal intencionado.

Fomos para a piscina, mergulhamos um pouco e logo ele sentou nos degraus, encostando as costas no degrau acima.

- Vem cá.

- Você passou protetor? - O olhei preocupada, enquanto ele me olha com carinha de tarado.

- Não. Mas não tem problema, eu passo já. - Apontou para o protetor que eu trouxe e está na borda. - Vem pra cá. - Voltou a me chamar. Ele tá tão gostoso! Decidiu pela cueca box na cor preta, que faz um contraste delicioso com o tom da sua pele. Fui até ele e fiquei de pé, ainda dentro da água, entre as pernas dele.

- Um beijinho, loira. - Eu adoro quando ele pede beijo. Parece muito um um menininho manhoso. Eu fico derretida.

- E depois você vai passar protetor. O sol tá forte. - Alertei, pousando minhas mãos em suas pernas.

- Prometo. - Ele disse já pousando as mãos atrás das minhas orelhas. Inclinou a cabeça e foi em direção aos meus lábios. Os tocou com leveza, mas isso não durou muito. Sua língua pediu passagem e ele intensificou o momento. Lhe dei todo o espaço e ele começou a passear com movimentos acertivos. Eu arrepiei toda, sentindo uma fogueira começando no fim da minha barriga. Beijar ele é tão gostoso. E então, sua língua fez movimentos lentos, quase me fazendo revirar os olhos. Suas mãos se moveram para meus cabelos e mesmo molhados ele os segurou firme, mas não tão forte, mantendo um toque de delicadeza. Chupou minha língua e eu ofeguei, segurando o gemido. Nossa. Nossa! ele continuou a beijar com mais intensidade, seus lábios nos meus com muita vontade. Gemeu na minha boca e eu sorri, em seguida ele sorriu também. Chupou meu lábio e eu abri os olhos para olhá-lo. Ele está com os olhos fechados, mas a carinha de tesão é muito perceptível. Ele chupou de novo e se remexeu. Eu selei nossos lábios, encerrando o beijo e o olhei sorrindo.

- Que carinha de tarado você tem. - Falei, apertando seu maxilar com uma das mãos. Ele riu.

- Culpa do teu beijo. - Falou, olhando a minha boca.

- Tá, mas agora você vai passar protetor. - Mudei de assunto.

- Antes tem que ter mais um beijinho. - Me mostrou o dedo indicador.

- Não. - Coloquei as mãos na cintura e ele olhou meu colo. Mordeu os lábios. E então me olhou de novo. Sorriu e ficou me olhando em silêncio.

- Você judia tanto, loira. Caramba!

- Anda, Luan! Larga de papo. - E ele bufou, levantando. Saiu da piscina e eu pude ver o volume em sua cueca, ele tá excitado. Fui pega no flagra e então ele disse:

- Só vai olhar? - Provocou e eu sorri. Ele abriu o protetor e eu tentei focar em algo que não fosse o volume em sua cueca. Mergulhei, sentindo meus pensamentos bagunçados. Ele sempre causa isso. Consegue me deixar tonta e confusa. Nós precisamos conversar sério e no momento eu só quero sentar nele. Que droga. Voltei a superfície e vi ele entrando na água e voltando a sentar no degrau. - Ê loirinha… mergulha mesmo. - Ele brincou e eu lhe mostrei o dedo do meio de forma infantil.

- Você passou direito?

- Passei, pô. Relaxa. Vem relaxar em mim. - Sugeriu me olhando intensamente.

- Cachorro. - Ri e ele riu também.

- Não sou não. - E continuou me olhando. Acabei cedendo, para minha zero surpresa. Fui até ele e montei em suas pernas. - Opa. - Ele disse, apertando minhas pernas.

- Era isso que você queria? - Passei os braços em volta do seu pescoço.

- Quero muito mais. Você sabe disso. - Passou a língua em meus lábios. E então, segurei seus cabelos e o beijei. Suas mãos rapidamente estavam em minha bunda, apertando, acariciando, enquanto sua língua brinca com a minha. Que gostoso. Que paz. Como é bom! Eu ficaria aqui pra sempre. Minha boca morando na dele, sem a possibilidade de desgrudar. Esse beijo é algo que até hoje eu não consigo definir. Me deixa mole, fico fraca, ao mesmo tempo fico com fogo e me sentindo quente. Pelo jeito ele sempre o mesmo. Eu comecei a sentir sua ereção aumentando. Encerrei o beijo e olhei sua boca vermelha pela pressão do beijo. O olhar já está caidinho de tesão. Eu amo quando ele me olha assim!

- Não vamos transar aqui. - Avisei logo e ele gemeu, erguendo os quadris ligeiramente. E eu tive que reprimir um gemido.

- Ninguém vai ver. - Olhou em meus olhos.

- Luan… quando você tá com tesão você fica muito inconsequente. - Acariciei seus ombros e ele riu.

- Você me deixa inconsequente. Nunca foi assim com mulher nenhuma. - Ergui as sobrancelhas, duvidando. Homem segurando pau dentro das calças? Nunca vi essa história. -  Não acredita em mim? - Me deu um tapa na bunda. Eu sorri e aproximei meu rosto do dele, deixando minha boca a um centímetro da dele. E olhando seus lábios, comecei a rebolar devagarinho. 

- Se bater em mim, eu vou rebolar. - E ele ficou levemente boquiaberto.

- Porra. - Soltou em meio gemido. E eu parei, sentindo que ele cresceu mais. - Não para. - Pediu e mordeu meu queixo.

- Eu não vou entrar na sua.

- Eu quem preciso entrar na sua. - Falou sacana. E começou a beijar meu pescoço. Eu queria muito, muito ser imune a ele. Meu corpo é muito traidor! Sua língua também entrou em contato com a minha pele e esse contato teve reação direta entre minhas pernas. Suas mãos apertando minha bunda e tudo está tão gostoso. Ele procurou minha boca novamente e me deu um beijo quente, me fazendo arfar. Em seguida, desceu os beijos por meu pescoço e meu colo. Seu pau está duro debaixo de mim e eu já sei que perdi essa luta. Ele afastou meu biquíni pro lado e chupou meu seio, me fazendo gemer. Comecei a rebolar inconscientemente para tentar aliviar o desejo entre minhas pernas. Sua língua rodeando meu mamilo, em seguida mais uma chupada. E eu gemi de novo. Olhei pra ele, que está de olhos fechado e faz tudo com tanto desejo. Eu fiquei mais molhada.

- Ok, eu perdi essa. - Disse com a voz baixa e ele sorriu contra a minha pele.

E nós fizemos amor novamente. Sem pressa, olho no olho. Foi intenso, muito intenso. E eu terminei abraçada nele, recebendo carinho em minhas costas e beijinhos em meu ombro. É tão bom receber carinho, eu senti falta disso nos últimos tempos. Já verdade, eu senti falta de tudo e agora eu me sinto tão completa. E nesse momento, eu decidi. Vamos conversar e vamos resolver tudo. Eu quero ficar bem com ele, quero estar com ele. Nosso bebê também, afinal, seremos uma família. E em toda a gravidez eu nunca me senti tão em paz, sem enjoos e mal estar. Parece mágica.

- Bora pro banho? - Ele chamou após alguns minutos em um silêncio confortável.

- Uhum. - Foi o que eu respondi e ele riu de leve.

- Olha aqui. - Pediu é assim eu fiz. Ele acariciou minha bochecha carinhosamente. - Cê tá bem? - Me olhou com atenção.

- Uhum. Muito bem. - Eu disse, encostando meu nariz no dele. Ele sorriu.

- Muito bem? - E eu confirmei com a cabeça, recebendo um beijinho.

Nós saímos da piscina e fomos para o banho quente. Foi renovador. Em seguida, deitamos na cama e ficamos horas conversando sobre o bebê, imaginando, fazendo planos. E quando eu queria entrar no assunto sobre nós dois, ele me calava com um beijo. E tudo bem. Entendi que ele quer levar esse momento leve adiante, mas ele nem imagina que eu já tenho uma resposta e que essa resposta é a que ele quer ouvir.

Decidimos pedir almoço e logo após comermos, minha mãe fez chamada de vídeo e desta vez, estava com Clarissa e Talita. Meus olhos lagrimejaram imediatamente. Nunca estive tão distante da minha realidade, do meu trabalho e delas… é tão diferente e isso me abala. Luan está sentado ao meu lado no sofá, com o braço em volta dos meus ombros e os sorrisos de minhas amigas não passaram despercebidos.

- Oi! Filha, você parece ótima! - Senti meu rosto corar e Luan soltou uma risadinha.

- E aí, minhas lindas. Tudo bem? - Foi simpático. E eu preferi não responder minha mãe. Até porque a resposta: “ mãe, tive uma sessão incrível de sexo de ontem pra hoje “, não seria a melhor resposta.

- Tudo beeeem. - Clarissa e Talita responderam juntas, de forma alongada e eu revirei os olhos, enquanto Luan riu. Minha mãe olhou pra elas franzindo a testa. Ela sabe que perdeu alguma coisa.

- E aí? Muito trabalho? - Mudei de assunto.

- Nada que você precise saber. - Talita disse e eu bufei.

- Queremos saber de você. Minha afilhada está bem? - Clarissa perguntou e levou um tapa de Talita. Minha irmã tem toda certeza de que será uma menina.

- Estamos bem. Decidimos os nomes. - Sorri, acariciando minha barriga.

- Mentira! - Talita berrou.

- Se for menino vai ser Antônio José e se for menina vai ser Maria Manuela - Luan disse.

- Homenagem aos nossos avós. - sorri.

- Anw! - As três disseram em coro. E nós dois rimos.

- Lindos nomes! - Minha mãe disse. - Quero ir aí o quanto antes.

- Acho que mês que vem seria ótimo. Vou fazer um chá revelação. - Eu disse. E então, começamos a conversar e discutir sobre. Luan esteve super envolvido o tempo inteiro e isso fez meus olhos brilharem. Como ele tá empenhado e empolgado nesse papel de pai. Eu sei que será incrível. Independente de suas falhas comigo, eu sei que ser pai era seu grande seu e agora está se realizando. Ele está transparecendo felicidade em cada cantinho do rosto. Sei que o fato de finalmente estarmos bem influência e muito nessa alegria toda.






OOOOOIIII! quase um mês depois e eu apareci! Gente, me desculpem esse péssimo ritmo de postagens e obrigada por continuarem aqui. E sobre o capítulo: climinha bommmm né?! Quem acha que essa vibe boa é definitiva levanta a mão só pra eu ver um negócio… HAHAHAHA 
Espero voltar logooooo!!!
Não tô conseguindo responder os comentários, mas leio tudoooooo e é mto gratificante ver cada uma de vocês la! Obrigada! 
Bjos, Jéssica ❤️

quarta-feira, 5 de janeiro de 2022

“ Aí que mora o perigo “ 90

Eu beijava ela com toda vontade do meu ser, mas ao mesmo tempo com toda a calma do mundo. Saboreando cada milésimo de segundo. As mãos dela apertando meu moletom, sua língua se movimentando lentamente e eu quase gemi. É tão bom! Senti ela querendo encerrar o beijo e eu grunhiu protestando. Ela sorriu e eu chupei seu lábio, enquanto ela dá um tapinha em minhas costas. Droga. Contra vontade eu me afastei.

- Eu tô sem ar. - Ela me olhou afetada.

- Já recuperou? - Perguntei e ela riu. Então, beijei sua bochecha e desci os beijos para seu pescoço. Cheirosa. Pele gostosa. Voltei para seu rosto e olhei sua boca, sem dizer nada voltei a lhe beijar. Não quero dar muito tempo pra ela pensar. Suas mãos agarraram meus cabelos, desta vez foi um beijo ainda mais quente. Procurei sua perna e acariciei. Me esfreguei entre suas pernas e ela arfou. Sim, eu já tô com ereção. O cheiro dela me excita. O beijo depois de tanto tempo, me fez explodir por dentro. Meu corpo tá implorando de joelhos por ela. Como eu preciso! Que saudade. Gemi baixinho e ela apertou meus cabelos rapidamente. Que ela não me peça pra parar. Não me peça pra parar. Chupei sua língua e ela ergueu um tantinho os quadris para se esfregar em mim. Eu sorri em seus lábios e senti um tapinha fraco em minha bochecha. Selei nossos lábios uma, duas, três vezes.

- Luan… - Ela disse, enquanto eu acaricio seus cabelos.

- Fala. - Olhei em seus olhos e eu fechou os olhos com força, grunhindo.

- Melhor parar. - Meu corpo todo ficou tenso.

- O que? Amor… - E ela abriu os olhos novamente. - A gente só tá se beijando.

- Você já tá excitado.

- Eu senti saudade, pô. É normal meu corpo reagir. - E eu não acredito que estou me justificando por estar de pau duro para uma mulher. A minha mulher. - A gente tá só beijando. - Ressaltei quando percebi ela não dizer nada.

- Não sei… - Ela falou claramente em dúvida.

- Eu te ajudo a saber. - Sorri e fui em direção a sua boca. Ela não negou e eu explodi por dentro de novo. Os lábios macios me recebendo e acolhendo. A língua passeando em minha boca. Meu corpo quente começou a incendiar. Procurei sua cintura do minhas mãos e apertei, logo tateei até encontrar a barra do seu moletom e adentrei com minha mão. Ela ofegou e eu chupei gostoso sua língua. Senti sua pele quentinha, nas minhas mãos. O beijo que eu tanto sou alucinado… E eu senti tanto prazer! Eu conseguiria morar facilmente nesse beijo. Nela. Em nós. Me afastei pela falta de fôlego, mas continuei acariciando sua cintura até a altura das suas costelas. Ela não tá com sutiã. Eu me segurei para não subir mais um pouco.

- Seus vídeos tão rolando ainda.

- Não importa. - Falei inebriado. - Te amo, loira. Te amo muito. Pra caralho. - Ela fechou os olhos e grunhiu. Sorri e voltei a beijar seu pescoço, acariciando sua pele quentinha e macia. Deus! É tão gostosa! - Senti saudade de você. Cada pedacinho. - Falei entre beijos, sussurrado.

- Eu sabia que não era uma boa ideia vir pra cá. - Ela disse, claramente afetada por mim.

- Uai, claro que é. Nós dois sempre é bom. - Continuei e procurei sua boca novamente, desta vez, subindo minha mão pra onde eu tanto queria. Apertei de leve seu seio e ela gemeu baixinho em minha boca. Aproveitei para dançar com minha língua, enquanto minha mão acaricia seu mamilo. Eu vou explodir e milhares de pedaços. A gente foi se levando entre beijos e minhas mãos bobas. A TV parou de rolar os vídeos, o silêncio reinou e só se ouve nossos beijos, gemidos e suspiros. Além da chuva lá fora. Parece muito o paraíso.

- Bora pro quarto. - Ela sussurrou na minha boca e meu sorriso tomou conta de tudo.

- Bora. - Concordei e então levantamos. Meu pau incomodando na cueca, visivelmente em minhas calça. Ela parou de frente pra mim e eu acariciei, tentando aliviar meu incômodo. Ela mordeu os lábios e o tocou, me olhando e eu olhando ela. Minha total perdição. 

- Tá bem grande. - Disse em um tom safado, mas com um rostinho falsamente angelical. Acabou comigo!

- Não brinca assim. - Neguei com a cabeça e ela sorriu, me largando e caminhando rebolando. Jogou os cabelos com as mãos e eu suspirei. Perfeita. Perfeita. Perfeita. Cada detalhe. Tudo. Segui ela, observando seu caminhar, nós dois em silêncio e a tensão sexual gritante. Ela abriu a porta do quarto e me olhou, entrando em seguida. Como é sexy, porra! Meu pau latejou de tanto querer. Ela me chamou com um dedo e eu fui feito um cachorro, sem me importar de fechar a porta. No meio do quarto, nos encontramos, ficando realmente próximos.

- É, eu acho que você é a minha fraqueza. - Ela me olhou.

- E você é a minha. - Minhas mãos emaranharam seus cabelos e ela me olhou toda entregue, com os lábios entreabertos e foi o convite que eu precisava. Agarrei sua boca com a minha, nos beijamos com paixão, com saudade e com tesão. Fomos caminhando em pequenos passos e logo nos deitamos na cama. A chuva cessou, deixando somente uns pinguinhos aqui e ali. O som é tranquilizante, enquanto meu coração segue completamente agitado. Como eu posso amar tanto? O corpinho pequeno debaixo de mim, as mãos em minhas costas e ombros, mãozinhas pequenas. Boca carnuda.

- Tira a camisa. - Ela pediu, entre beijos e eu sentei na altura do seu sexo e ela me olhou toda encantada. Eu poderia parar o tempo agora. Tirei meu moletom e ela me observou o tempo inteiro.

- O jeito que você me olha… puta que pariu viu?! - Ela soltou uma risadinha gostosa, que me fez sorrir. A mulher consegue ser linda, sexy e divertida. Eu não troco isso por nada. Me inclinei para frente e procurei seu pescoço, enquanto suas mãos acariciam cada pedaço de pele desnudo. - Você é a mulher mais sexy que eu já vi. - Beijei seu pescoço. - Gostosa. - Lambi. - Meu amor todinho. - Beijei de novo e de novo. - Todinho. - Então, ela puxou meus cabelos de leve e nos olhamos nos olhos.

- Eu amo você. - Ela disse pausadamente. Eu sorri imensamente.

- Diz de novo.

- Eu amo muito você, seu puto. - Ela riu.

- Lavínia! - Repreendi e ela gargalhou. - Puto? - Tentei sair de cima dela, mas ela foi mais rápida e me segurou pelos braços.

- Não, vem cá. - Falou manhosa, porém eu continuei sério. Ela conseguiu estragar o clima. Porra.

- Não. Não. Me solta.

- Não, Luan. - Insistiu. - Amor, por favor. - Ela sabe usar as palavras e eu quis dar uns tapas nessa bunda só pra ela aprender. Suspirei e me rendi. - Deita aqui. - Olhou para o lado e assim eu fiz. Ela sorriu e logo montou em cima de mim. - Você é meu príncipe. - Ela usou a voz de neném e eu não sustentei minha raiva. Meus lábios se curvaram em um sorriso. - É um príncipe muito gato, muito manhosinho. - Acariciou minha barba e eu revirei os olhos, ainda sorrindo. - Eu vou dar muito carinho, tá bom? - Continuou com a voz e eu senti meu rosto corar. 

- Para com isso. - Fiquei sem graça. Apesar de ter morrido de saudade de ser tratado assim por ela, eu nunca vou admitir isso em voz alta.

- Vou parar. Vou fazer agora. - Ela mordeu os lábios, voltando a falar com o tom safado que eu adoro. Apoiada com os joelhos na cama ela foi indo para trás, até seu rosto ficar na altura do cós da minha calça. E sim, meu pau tá pronto. Muito pronto. Revirei os olhos de prazer em antecipação. Ela vai fazer um boquete. Abaixou o cós até o meio das minhas pernas. Ficamos em silêncio, enquanto ela me libera sem pressa. Em seguida, abaixou minha cueca e meu pau saltou. Ela sorriu e em seguida me olhou.

- Saudade de você. - Falei e lambi meus lábios. Eu nem precisaria dizer isso, meu corpo me entrega demais.

- É? Muito saudade hein… - Segurou a base e eu puxei o ar para os pulmões. Sei que vou precisar me controlar muito. Muito. Ela se inclinou e me olhando passou a língua por toda a cabecinha. Eu girei, ficando tonto. Em seguida a boca, com a língua. Eu gemi. Minhas veias já estão saltadas e eu tô me segurando muito pra não gozar. Ela sabe. E percebendo isso, foi descendo devagar e eu olhando tudo como uma deliciosa tortura. Sua boca úmida, apertada, sua língua em contato comigo. Meu pau pulsando na boca dela. A carinha de concentração, me ajudando a me segurar.

- Devagar. - Eu pedi, em um fio de voz, quando percebi que ela começaria com os movimentos de vai e vem. Ela começou. Me olhando e indo e vindo. Eu gemi. Gemi de novo. Chupou a pontinha e eu fiz careta, sentindo todos os meus músculos se contraindo. Caralho! - Porra, loira. Tá difícil. - Busquei seus cabelos e puxei, tirando ela.

- Isso não se faz. Eu nem consegui sentir o gostinho ainda. - Ela disse só para provocar. Que safada do Caralho. Meu pau pulsou diante de suas palavras. Corpo traiçoeiro. Ela sorriu e segurou a base novamente.

- Momento delicado, poxa. - Ela quase gemendo.

- Tô indo com carinho, devagar. - Se explicou.

- Mas você… só você. Eu quero gozar só de te olhar. - Minhas palavras pareceram fogo pra ela, incendiando seu olhar.

- Só gozar, amor. - Mordeu os lábios e eu gemi, jogando a cabeça para trás. Não dá. É um jogo perdido. Eu simplesmente não vou conseguir adiar o orgasmo. Ouvi sua risadinha e logo senti sua boca em mim de novo. Gemi mais alto quando ela engoliu tudo e eu senti meu corpo queimando. Fodeu. Começou com movimentos de sucção e não demorou nem dois minutos com ela me chupando. Eu gozei. Ela engoliu tudo, enquanto eu me sinto inebriado na melhor sensação desse mundo. Senti beijos no fim da minha barriga, que foram subindo sem pressa. Sorri com os olhos fechados. O cheiro dela, dos cabelos dela, misturados com o cheiro de sexo. Minha cabeça muito enevoada ainda. Só da ela. Lavínia. Lavínia. Lavínia. Como uma oração. Como a porra de uma deusa.

- Oi. - Ela disse em meu ouvido, com a voz suave, chupando o lóbulo da minha orelha. Arrepiei inteiro.

- Eu te falei que era um momento delicado. - Sorri e ouvi sua risada.

- Eu percebi desde o sofá, amor. - Beijou meu maxilar. E eu abri meus olhos, então, ela me olhou. - Cê tá bem? - Me olhou com carinho.

- Tô mais que bem. - Respondi ainda embriagado pelo orgasmo e ela sorriu. Isso é um sonho? Nós realmente estamos bem e ela realmente me chupou?

- Eu quero muito um oral. - Ela disse, olhando para meu peito. Tá sem graça. Eu sorri.

- Você sabe que não é assim que pede. - Provoquei e ela corou mais. Ergui as sobrancelhas esperando e ela me olhou.

- Você entendeu. - Ela riu sem graça.

- Não, pede pra mim de um jeito bem gostoso.

- De um jeito bem depravado você quis dizer. - Ela me abraçou, ficando totalmente sem graça. Até isso me encanta.

- Me deixa com tesão ouvir você pedindo. - Procurei sua bunda. Ela ainda tá tão vestida. Apertei e lhe dei um tapinha.

- Me chupa. - Ela disse e lambeu minha orelha. Arrepiei inteiro.

- Pede me olhando. - Falei, sentindo total reação em meu pau. Ela riu.

- Isso é sério? - Me olhou ainda corada. É a coisa mais gostosa do mundo. Assenti com a cabeça. Ela ficou me olhando por uns segundos e balançou negativamente com a cabeça.

- Bora lá, você já fez isso antes. - Incentivei, mordendo meus lábios.

- Amor… - Ela encostou a boca na minha, ainda me olhando e ficou parada. Eu sorri e mordi seu lábio inferior. E então, com a boca encostada na minha ela começou a falar. - Eu quero. Que você. Me chupe. - E então me olhou. Meu pau deu uma saltada boa.

- Você tá molhadinha? - Agarrei seus cabelos e ela assentiu. Porra. Essa mulher me excita muito. - Então me mostra. - Ela sorriu e eu liberei seus cabelos. Ela se afastou e ficou de pé. Me apoiei em meus cotovelos e ela foi tirando a roupa, sem deixar de olhar pra mim. Ficou somente de calcinha e eu notei sua cintura um tantinho mais larga. Nosso neném. Eu sorri, completamente apaixonado. - Tá gostosa demais hein?! - Ela colocou uma mecha do cabelo para trás da orelha e subiu na cama novamente, engatinhando até mim. Quando eu pensei que ela iria para, continuou. Só parou quando ficou de joelhos, um em cada lado do meu rosto. Ela tá completamente encharcada. Eu tive a visão privilegiada dela toda depiladinha, me chamando, quase implorando. Agarrei suas pernas e fui de encontro ao seu clítoris. Quando eu beijei, ela gemeu longo. Porra! Que saudade de ouvir, de sentir… minha cabeça começou a girar novamente. O tesão é tanto que eu fico tonto, a sensação de viagem, de eletricidade no corpo. É tão gostoso. Lambi ela, chupando também. Suas mãos logo foram para os meus cabelos. E Meu pau está pronto de novo. Me deliciei nela. Matando toda a vontade e lembrando de todas as vezes que eu quis estar aqui, fazendo isso. Chupar essa mulher é a coisa mais gostosa do mundo! Na verdade, só perde pra quando eu estou dentro dela. Ah, isso é o paraíso.

- Luan. - Ela gemeu meu nome, rebolando. Minha língua passeando por ela. - Eu não vou demorar pra gozar. - Ela disse entre gemidos e eu sorri. É, parece que alguém também estava com saudade. Segurei seus quadris e comecei a chupar sem dó, foi quando ela começou a tremer. Chupadas, alternando com leves lambidas, fez com que ela chegasse ainda mais rápido. Eu conheço esse corpo como ninguém. Ela gemeu meu nome e em seguida afrouxou o aperto em meus cabelos, rebolando devagarinho, cessando o movimento. E então rolou pro lado e fechou os olhos com um sorriso no rosto. Lambi meus lábios ainda sentindo o gosto delicioso dela. Meu pau tá pulsando, dolorosamente duro. Fiquei olhando ela e então seus olhos se abriram e ela olhou pra mim.

- Você sentiu saudade. - Afirmei e ela suspirou alto, ainda me olhando.

- Não dá com você. - Mordeu os lábios e eu me achei o homem mais foda do mundo. Eu sei que meu sexo é incrível, eu sei.

- Vem cá, eu ainda tô com saudade. - Chamei e ela riu de leve, olhando meu pau.

- Minhas pernas são geleias nesse momento. - Me olhou.

- Posso me ajustar a isso. - Me aproximei e fiquei em cima dela. Suas pernas abraçaram meus quadris. - Depois você fica de quatro pra mim? - Ela corou, mas assentiu. - Fica? - Sorri, querendo ver ela falando.

- Fico, amor. - Ela falou impaciente por estar sem graça.

- Quando a gente parar, você não vai saber nem falar teu nome. - Prometi e ela sorriu.

- Eu não duvido disso. - E então, peguei meu pau e encaixei na sua entrada. Fui deslizando devagarinho, sentindo sua temperatura e o espaço reduzido me acolhendo. Ela gemeu, nossos olhos sem desgrudar. Franzi minha testa, sentindo prazer.

- Porra. - Gemi com a voz rouca. A sensação de entrar nela é mágica. - Quentinha demais, amor.

- Então fode. - Ela perdeu os últimos resquícios de vergonha na cara só pelo fato de meu pau estar dentro dela. Eu mexo tanto com essa mulher, que puta que pariu! Eu apenas sorri e comecei a me movimentar. Ela tá tão molhada e pronta! Encostei minha testa na dela, olhando seus olhos. Ela gemeu baixinho e manhoso, enquanto meus quadris trabalham em movimentos de vai e vem. Comecei devagarinho, aumentando aos poucos.

- Você foi a última boceta em que eu estive, é a única que eu quero foder. Agora. Sempre. - Sussurrei essas palavras e ela gemeu longo.

- Mais rápido. - Pediu e eu atendi. Suas mãos puxando meus cabelos de levinho. Sua boca procurou a minha e me beijou com tanta vontade! Sua língua transando com a minha. Que delícia! Comecei a meter forte e ela não conseguiu manter os beijos com seus gemidos interrompendo. Comecei a beijar seu pescoço, mas os gemidos também escapando da minha boca. É tão gostosa. Tão gostosa! Meti mais forte, senti suas unhas em minha pele, meu nome ecoando no quarto. Me pedindo pra foder, dizendo que nada se compara. O suor já se faz presente, deixando tudo mais quente e intenso. Como é bom transar. Como é bom transar com ela!

- Senti tanta saudade! - Falei em seu ouvido.

- Eu também. - Ela disse em tom de gemido. Continuei com minhas estocadas, mas logo pedi para que trocasse de posição. Eu quero muito ela de quatro. Lhe dei espaço e logo ela ficou com sua bunda carnuda toda pra mim. Gemi e meu pau pulsou. Eu enquadraria essa imagem, mas aonde absolutamente ninguém pudesse ver.

- Você é uma delícia, loira. Porra, eu tenho sorte pra caralho. - Ouvi sua risadinha baixa e então ela encostou sem tronco na cama, ficando mais empinada ainda e eu fiquei rapidamente sem fôlego. Sem esperar mais, me posicionei atrás dela e meti fundo. Gememos juntos. Dei um tapinha em sua bunda e depois segurei firme. E eu fiz isso de novo e de novo.

Não sei quantos minutos se passaram, mas não foram muitos. Eu não dei conta. Quando gozamos, caímos exausto e ela deitou em meu peito. Beijei seus cabelos, sabendo que logo eu vou querer mais. Nunca me canso dela.

- Por que você não tocou nos meus seios? - Ela soltou do nada e eu fui pego de surpresa.

- Uai, porque não sei se pode. Você tá grávida e o leite é fabricado aí. Não sei se fica dolorido ou… sei lá.

- Era só perguntar. - Eu sorri.

- Você sentiu falta de um chupadinha lá? - E ela ficou imóvel, sem me responder. - Hãn? Responde, uai.

- Luan, larga de ser tão sem vergonha na cara. - Eu ri alto.

- Você lembra o que tava falando quando gozou? - Sim, ela tava falando putaria. Putaria das grandes.

- Não. Não lembro. - Mentiu, erguendo a cabeça para me olhar.

- Eu lembro. - Sorri maroto.

- Mas você não vai dizer.

- Você disse… - E ela montou em mim tão rápido, quando percebi suas mãos na estavam na minha boca, me impedindo. Eu comecei a rir.

- Não, poxa! Eu fico sem graça! Você sabe e fica fazendo isso. - Franziu a testa. E eu segurei suas mãos.

- Ué, não sei por que você fica sem graça. Só porque você falou… - E ela colocou as mãos na minha boca rapidamente.

- Eu vou sair daqui e você vai ficar sozinho, tô falando sério. - Ameaçou e eu decidi parar. Ela tirou as mãos da minha boca.

- Beleza. - Concordei. - Como você aguentou tanto tempo sem nada? - Mudei de assunto.

- Aguentando. Você ficou com alguém?

- Lavínia, óbvio que não! - Revirei os olhos. - Só conseguia pensar em você o tempo inteiro, pô. Você não tem ideia mesmo… - Ela suspirou.

- Tá, tá. - Ficamos em silêncio nos olhando.

- Eu soube que os hormônios ficam maluquinhos na gravidez. - Comentei. Na verdade, no último mês eu li bastante sobre gravidez.

- É, ficam… - Respondeu vagamente. E eu sorri percebendo que ela não quer se expor.

- Hum… - Segurei o sorriso.

- Cê tá com esse risinho por que? - Falou em tom acusatório.

- Nada, uai.

- Fala, caramba. - Franziu a testa.

- Larga de ser braba. - Repreendi e ela revirou os olhos. - Não é nada. Eu só fiquei imaginando que talvez você tenha passado vontade. Só isso.

- Eu resolvo minhas questões. - Ergueu as sobrancelhas e eu fiquei boquiaberto. Ela se masturbou. Eu ri e ela começou a corar. - Eu odeio você. - Disse me olhando, enquanto eu ainda estou rindo. Ela me deu um tapinha fraco no rosto.

- Você me surpreendeu. - Falei.

- Você não fez nada?

- Loira, quase acabei com a minha mão. Na última semana eu cansei. Meu corpo só queria se fosse você. - Assumi e ela riu de leve.

- Eu acho é pouco. - Fez pouco de mim.

- Você não tem dó mesmo hein?! - Olhei ela que deu de ombros sem remorço algum. Acariciei seus cabelos e beijei sua boca. Foi um beijo suave, envolvente, devagar. E esses beijos foram se repetindo, nem percebi quando o clima esquentou e eu já estava em cima dela. A gente fez amor, sem pressa, aproveitando cada momento. Caímos exaustos um ao lado do outro e dessa vez foi demorado. Não sei quanto tempo ficamos nos amando, foi realmente proveitoso.

- Tô com fome. - foi a primeira coisa que ela falou depois de minutos se recuperando em silêncio.

- É isso que você me diz? - Me fiz de ofendido.

- Tenho um bebê aqui e além de dorminhoco, come desenfreado. - Ela sorriu.

- Cê tá tão gata. Tão gostosa. - Falei, realmente admirado.

- Eu tô engordando, isso sim. - Fez bico.

- Não, não tá não. - Franzi a testa. - Tá linda demais. - Ela sorriu. E então, levantou-se.

- Eu preciso comer. - Reforçou e saiu desfilando. Eu gostei da ideia de ter ela andando pelada pela casa. Nossa casa. Sorri, fechando meus olhos. Parece até que tô sonhando! Não consegui ficar muito tempo longe. Fui pro banho rapidinho e já fui atrás dela, usando somente um roupão. Encontrei ela na cozinha, usando meu moletom. Deve ter voltando no quarto enquanto eu ainda estava no banheiro.

- O que cê tá fazendo aí pra nós? - Perguntei, abraçando ela por trás.

- Macarronada. Rápido e gostoso. - Ela disse, ainda concentrada em sua tarefa. Enquanto eu cheiro o seu pescoço. Cheirosinha.

- Hum… - Falei, ainda beijando seu pescoço. - Você não tá com frio?

- Não, amor. - E eu fui invadindo pelo sentimento do prazer. Ela me chamando assim me deixa tão feliz! - Eu tô perto do fogão, acho que ajuda.

- Cuidado tá? Se sentir frio, tem que se agasalhar. Não pode nem pensar em gripar. - Aconselhei e ela riu de leve.

- Por que? - Quis saber.

- Por causa do nosso filho, amor. - Suspirei. E ela se virou pra mim, desligando o fogo. 

- Algo me diz que você ainda vai me encher muito durante essa gravidez. - Encolheu os olhos. E eu ri.

- Muito provável que sim. - Olhei sua boca, tô doido pra ela beijar. Ela ergueu as sobrancelhas e eu ri.

- Bora comer. - E então, ela deu um tapinha em meu braço. Eu não consigo acreditar que estamos aqui, que ela fez amor comigo. Que tá me chamando de amor, que tá grávida esperando um filho meu. Tudo isso foi por tanto tempo o meu sonho, não consigo descrever a sensação de ver que é real. De viver tudo isso. Eu espero que ela não se afaste, nós vamos precisar conversar. Eu sei a mulher difícil que eu tenho, sei que isso aqui não significa que ela voltou comigo, mas vou continuar lutando por nós, por nossa família.







OOOOOOOOOIIII! Minha gente, eu prometi vir antes do natal e só apareci agora 🥵 Mas juro que tentei, porém a vida é taaaaao corrida e cheia de acontecimentos. Infelizmente não consegui cumprir o prazo. Espero que o natal tenha sido ótimo e que  esse novo ano seja incrível! Pra quem tá gripada e afins, desejo melhoras! Agora vamos ao capítulo? 

TEVE RECAÍDA SIM! Vocês pediram, eu atendi! Lkkkkk E aí? Vocês gostaram? Quero saber tudooooo!!! Como vai ficar daqui pra frente? 

Queria TANTO ter respondidos os comentários, mas não tá dando certo 🥺🥺 Agradeço cada ummmm! Amo mto essa interação  ❤️
Bjs, jesssica ❤️

domingo, 12 de dezembro de 2021

“ Juntos em um dia chuvoso “ 89

Logo que chegamos ao apartamento começou a chover. O dia em São Paulo estava muito fechado, a chuva era só questão de tempo.

- Acho que vai chover muito. - Comentei, quando ele abriu a porta.

- Acho que sim. - Deu espaço pra eu passar, entrou em seguida. Vi tudo arrumadinho e cheiroso. Ele pagou alguém pra limpar tudo. Ainda nem tá morando aqui.

- Quando cê vem morar aqui? - Perguntei, o testando. Caminhando para a cozinha, ele me respondeu:

- Dentro de umas semanas. Só preciso acertar tudo do que vou trazer, do que vou deixar. Roupas, objetos… essas coisas. - Abriu a geladeira e eu sentei no banquinho próximo ao balcão. - Tudo abastecido por aqui. - Ele me olhou sorrindo, mostrando a geladeira cheia. - Aqui também. - caminhou até o armário e me olhou igual um menino. Todo sorridente. Acabei rindo de leve.

- Bom né?! Não vamos morrer de fome.

- Claro que não. Você e nosso bebê merecem o melhor. - Piscou um olho e eu revirei os olhos. Mas confesso que gostei do seu cuidado e atenção. Parou de frente pra mim, do outro lado do balcão e sorriu. Ele tá claramente empolgado. - Você não fica feia de jeito nenhum né?! - Ele fez careta, ainda sorrindo. Eu corei.

- Luan, eu tô normal. Moletom, cabelo rabo de cavalo e rosto natural. Nada que você não tenha visto antes.

- É que eu não me canso de ver, nem de admirar. - Inclinou a cabeça pro lado e me olhou penetrante. Corei mais e senti meu corpo respondendo facilmente. Corpo traidor!

- Certo, o que vamos fazer agora? - Eu mudei de assunto, levantando. Não podemos ir por esse caminho.

- O que você tem em mente?

- Não sei, uai. Por mim assisto filme, durmo… essas coisas de quem não tá fazendo nada. - Dei de ombros.

- Larga de ser reclamona. Daqui a pouco cê completa os quatro meses, daí vai ficar tudo bem, se Deus quiser. - Caminhei para a sala, sentei no sofá.

- Amém. - Suspirei. Quero meu pequeno feijão em segurança. Ele sentou-se ao meu lado.

- Podemos ver um filme ou série. - Ele deu de ombros.

- Tá, mas tem que ser algo que você nunca assistiu.

- E você também. - E então, ele pegou o controle e ligou a TV. Demoramos longos minutos até que escolhemos uma série de casos policiais. - Comprei oreo pra você. - Ele disse, me olhando. Ele sabe que é o biscoito que eu mais gosto.

- Sério?! De chocolate?

- Claro, pô. Cê acha que eu ia errar o sabor? - Sorriu e eu saltei do sofá, indo saltitante até o armário. Ouvi a gargalhada dele.

- Ah, para de rir! - Reclamei, mas também sorrindo. Abri porta por porta, finalmente achando o oreo. - Luan, você não me ajuda na dieta, poxa. - Reclamei novamente, já voltando.

- Dieta pra que, meu amor? Você tá linda. - Me olhou com afeto e eu desacreditei das suas palavras. Ultimamente minha autoestima anda lá embaixo. E eu sei que com o passar dos meses, vou me sentir pior. Sentei ao seu lado. - Posso dar play?

- Pode. - Eu disse, então ele deu play e com outro controle uma espécie de cortina automática desceu sob todas as janelas, fechando tudo ao redor, deixando a sala escura. O frio, barulho de chuva e ele. Para minha surpresa, senti como se fosse a combinação perfeita.

Se passou-se pouco mais de 10 minutos da série, então ele começou a se aproximar mais.

- Luan, eu tô vendo você. - Falei, olhando a TV e ele riu.

- Larga de chatisse. Tá frio. - Ele me olhou, enquanto eu acabo de devorar meus biscoitos. Ele descaramento se aproximou mais, passando a mão em volta da minha cintura, enterrando o rosto no meu pescoço. Cheirou e eu me arrepiei.

- Ou, cê não vai assistir a série não?! - Cutuquei suas costelas e ele se encolheu todo, enquanto teimosamente beija meu pescoço. Sua mão saiu da minha cintura e segurou meu maxilar. Ele continua me beijando. Eu me remexi, tentando mostrar incômodo. Na verdade, eu tô muito afetada por ele.

- Você não sente falta do meu beijo, não?! - Sussurrou. Olhei pro teto, pedindo força aos céus.

- Luan, não faz meia hora que estamos aqui e você já tá me atacando. Bora assistir a série, poxa. - Segurei seu braço, mas ele com a mão em meu maxilar virou meu rosto em sua direção e com os olhos bem perto dos meus, disse:

- Fala pra mim que cê não sente falta. - Disse olhando minha boca. Meu coração pulando dentro do peito. Senti o calor me tomando e a sensação de ar faltando, o nervosismo no finalzinho da barriga. Desviei o olhar. 

- Sinto, mas você não merece minha saudade. - Assumi e ele riu de leve, se mantendo muito próximo.

- Por que eu não mereço? - Ele disse, ainda olhando minha boca. Evitei contato visual, olhando para um ponto aleatório atrás dele.

- Nós estamos separados. - Relembrei.

- Só você quis isso. E eu tô morrendo de saudade. - E então, ele voltou ao meu pescoço. Eu senti os últimos resquícios de resistência indo embora, foi quando eu levantei. E ele me olhou assustado.

-Aquieta! Sério! - Pedi meio desesperada e ele jogou a cabeça contra o sofá. Fechou os olhos e grunhiu.

- Beleza. Desculpa. Não fica irritada. Vem, vamos assistir. - Me chamou com a mão. 

- Vou ficar na outra ponta do sofá. - Falei, ainda emburrada e ele riu.

- Cê tá brincando né?! - Desacreditou.

- Não! - Caminhei até o extremo do sofá e sentei.

- Não precisa disso.

- Precisa sim. Você não fica quieto, cara. - O olhei irritada. -

- Beleza. Não toco mais em você. - Me olhou ofendido e eu suspirei. Voltei minha atenção para a TV, e o ignorei. Com Luan só funciona assim. No mínimo de abertura, ele vem com tudo. Vi ele cruzar os braços e ficar sério. Ficou emburrado. Paciência, muita paciência.

Minutos se passaram e eu percebi ele estranhamente quieto, quando olhei pro lado, ele tinha pegado no sono, agarrando a almofada. Sorri sozinha. Ele madrugou pra ir me buscar, isso na realidade dele. Olhei as horas e vi que já são cerca de 11:00 da manhã. Como passou rápido! A série é realmente muito boa. Decidi levantar, segui para a cozinha e vou preparar um almoço pra nós dois. Tudo abastecido por aqui, então fica mais fácil.

Cortei verduras, decidi fazer um peixe de forno com legumes. Fiquei distraída em minha tarefa, sem me dar conta de quanto o tempo ia passando. Preparei o arroz e um purê de batata doce. Quando virei, vi ele sentado no banquinho, apoiado no balcão, me observando.

- Você dormiu. - Eu sorri.

- É, acordei cedo. - Sorriu de lado. - O cheiro da comida me acordou.

- Ta cheirando né?! - Falei empolgada e ele concordou. - Tô pensando em fazer uma sobremesa rápida.

- Esse almoço tem algo especial? - Ele estranhou.

- Não, uai. Eu só quis cozinhar. - Dei de ombros. 

- Nosso primeiro almoço no nosso cantinho. - Ele sorriu encantado.

- Verdade. - Falei como se não tivesse nem pensado nisso.

- Tem vinho aqui. Comprei. Você não pode beber, mas eu posso. - Ele riu e eu bufei, lamentando não poder. Levantou-se e rapidamente pegou o vinho e taça. Voltou a sentar no banquinho, enquanto chove muito lá fora. Passou a mão por seus cabelos longos, então colocou vinho na taça, bebendo em seguida. Os olhos em mim. Aquela intensidade toda. Senti um frio delicioso na barriga. Virei de costas. - Tem sorvete aí, amor. - Ele disse. - Já serve de sobremesa, mas se você quiser muito fazer, pode fazer. Tem tudo que você imaginar aí. Pedi que minha mãe fosse junto com a ajudante dela e comprasse tudo que durasse pelo menos um mês. Em pouco tempo venho pra cá, já resolvi esse ponto. - Meu coração acelerou. Ele vem mesmo!

- Então vou fazer brownie. É rapidinho e a gente come com o sorvete. - O olhei rapidamente e vi o mesmo olhar de antes. Como ele consegue me desconcertar tanto? Eu o odeio por isso. 

- Do jeito que você quiser. - E então, bebeu o vinho novamente. Resolvi esquecer que ele está me observando e segui para a sobremesa. Foi rapidinho e em poucos minutos estava pronta. Porém, nesse meio tempo ele tomou umas duas taças e já estava no início da terceira.

- Você vai ficar bêbado. - Alertei.

- Tô bem, loira. - Piscou um olho e eu suspirei silenciosamente. Ele me ajudou a ajeitar a mesa, fizemos isso em um silêncio confortável. Sentamos e começamos a nos servir.

- Queria discutir algo com você.

- Pode falar. - Disse se mostrando muito disponível.

- Eu quero fazer chá revelação. - Ele me olhou com um sorrisinho bobo. Eu amo quando ele sorri assim pra mim.

- Cê acha mesmo que a Bruna não ia fazer isso acontecer? - Eu ri. Sua irmã realmente está bem empolgada e já falou bastante sobre um possível chá.

- Você tem razão. Mas o que você acha? - E então, ele parou de se servir, voltando toda atenção pra mim.

- O que você decidir, meu amor. - Disse delicado e meu coração ficou igualzinho uma geleia. Coração trouxa.

- Certo. - Sorri de lado.

- O que cê acha que é?

- Eu acho que é menino. - Ri de leve.

- É?! Eu tô torcendo pra ser menino. Num aguento se vier uma cópia sua. - Franziu as sobrancelhas.

- Por que?

- Não dá, pô. Meu ciúmes não aguenta não. - Ele me olhou como quem está sofrendo e eu ri.

- Larga de bobagem.

- Tô falando muito sério. - Me olhou tentando passar seriedade. Neguei com a cabeça.

- A gente não falou sobre nomes também. - Mudei de assunto. - Você tem alguma preferência?

- Eu não tenho nenhum nome em mente. Você tem? - Eu assenti, ainda de boca cheia e ele sorriu de lado. Os olhinhos apaixonados, esperando eu conseguir falar.

- Quero que pelo menos o primeiro nome seja Maria e se menino, seja Antônio. 

- Por que?

- Nome da minha avó materna e do meu avô paterno. Quis homenagear. - Dei de ombros. - Você concorda? - Ele riu de leve. 

- Parece que a gente tá falando sobre um contrato. Mas sim, eu concordo. Significa pra você. Mas eu tenho uma condição.

- Pode falar. - Falei, voltando a comer. A comida tá deliciosa!

- Pode ser nome composto? Gostaria de homenagear meus avós paternos. Você sabe, eles significaram muito pra mim.

- Claro! - Falei de imediato, ainda com a boca cheia. E ele sorriu.

- Então fica decidido. Se for menina, vai ser Maria Manuela. Se for menino, vai ser Antônio José.

- Decidido. - Sorri, me sentindo feliz pelo momento. Decidimos os nomes e foi tão simples e tão significativo. E o melhor: nós dois estivemos juntos nisso, concordando e resolvendo de uma forma muito leve.

- Sua comida tá uma delícia. - Elogiou e eu corei, me sentindo levemente tímida.

- Obrigada. Eu também acho. - Fui sincera e ele gargalhou diante da minha sinceridade. Então, ficamos em silêncio. Porém, logo voltamos a falar sobre o anúncio da gravidez que deve acontecer em pouco tempo, logo que eu estiver fora de risco.

- E sobre a nossa separação. - Puxei o assunto. - Quando você vai anunciar?

- Não vou anunciar, Lavínia. - Me olhou sério. O olhei séria também, negando com a cabeça. - Nós vamos formar uma família, pô. Não vou anunciar término coisa nenhuma.

- Você quer que eu faça isso? - Ergui as sobrancelhas, desafiando-o.

- Não faça isso. Não agora. - Pediu.

- E quando, Luan? Quando? 

- Eu te quero de volta. Você, nosso neném. Eu quero morar aqui, ou em qualquer outro lugar com vocês. Dormir sentindo teu cheiro que eu sou apaixonado. - Ele disse com muita naturalidade.

- Mas eu já disse que não quero mais.

- Você não me quer mais? - Me olhou desconfiado.

- Não quero tudo isso que acontece quando estamos juntos.

- Não vai mais ter esse tipo de coisa, poxa. Vou mudar de número, zero contato com mulheres do passado. Trabalhos que te incomodam, não serão cogitados. Eu quero assumir a postura de um homem comprometido.

- Não quero que faça isso por mim, se no fundo você não quer.

- Eu não quero? Tudo que eu mais quero é você. Nunca senti tanta saudade de alguém como eu tenho de você. Chega a ser uma dor física. Não tem sido dias fáceis e tudo que eu mais quero é a paz que você me trás.

- Vou pegar a sobremesa. - Fugi do assunto intenso, levantando. Vi ele terminando de comer, enquanto eu preparo nosso brownie. As palavras ecoando na minha cabeça e logo me senti dentro de uma confusão de sentimentos. Decidi expulsa-los por agora e voltei para a mesa com as sobremesas. - Você lava a louça.

- E você seca.

- Não! Eu já fiz tudo, uai. - Protestei.

- Se eu lavar e secar, eu tenho direito a um pedido. - Ele ergueu as sobrancelhas.

- Não. Luan, seja justo.

- Você que não tá sendo justa.

- Eu? - Fiquei boquiaberta. - Você é impossível mesmo!

- Posso fazer o pedido?

- Não! - Disparei. - Isso não é negociável.

- Você é tão malvada! - Reclamou, começando a comer e para meu alívio, ficou em silêncio. Terminamos em silêncio e começamos a desfazer a mesa. Eu o ajudei a levar a louça para lavar. Entre idas e vindas, ele me barrou. Parando de frente pra mim. Desviei e ele veio junto. Tentei para o outro lado e ele impediu.

- Luan, da licença. - O olhei séria e vi um sorriso sapeca em seus lábios. Ele adora me tirar do sério!

- Uai, pode passar. - Desviei de novo e ele me impediu. Lhe acertei um tapa na ombro, ficando irritada e ele riu. Me agarrou pela cintura, e eu só estava com o jogo de guardanapos na mão. - Larga de ser braba! - Ele disse, ainda rindo.

- Você faz de propósito. - E então, ele desfez o abraço.

- Eu amo ver você brabinha. Mas quando fica brabona… - Fez careta e eu tive que rir.

- Vai lavar sua louça. - Eu disse e então me virei, já saindo da cozinha.

- Ou, onde cê vai?

- Vou organizar minhas roupas no quarto. - Ele fez uma carinha de coitadinho, espontaneamente.

- Não vai dormir comigo? Só dormir mesmo. - Juntou as sobrancelhas e eu respirei fundo pra resistir.

- Não. Você dorme no seu e eu durmo no meu.

- Você não tem medo de trovão, relâmpago? - Neguei com a cabeça, mesmo ele já sabendo a resposta sobre isso. - Toda mulher tem, só a minha que não. - Virou-se para a louça. - Eu tô lascado de verdade. Segui para o quarto e desfiz minha mala, colocando tudo em seu devido lugar e isso me roubou muitos minutos. Fiquei imaginando como será quando nosso bebê estiver aqui. Me peguei imaginando o rostinho. Será que vai parecer com ele? Se tiver o sorriso, vai ser meu fim. Uma batida na porta me assustou.

- Loira? - É ele.

- Oi. - Respondi.

- Cê não terminou ainda? - Fui até a porta e abri.

- Já tô acabando. E você?

- Já lavei, sequei e guardei. - Ele caminhou até a varanda, onde o tempo está realmente fechado. A chuva somente diminui a intensidade, chega a parar uns minutos, mas logo volta.

- Muito bem. - Zoei e ele me olhou feio.

- Cê não tá falando com seu cachorro. - Reclamou e eu gargalhei. Ele sentou-se na cama. - Isso aqui é tão espaçoso, eu poderia dormir aqui sem problemas.

- Não, sem condições.

- Você não resistiria né?! - O olhei com desdém, enquanto ele me olha com intensidade.

- Você se acha muito, esse é seu problema.

- Você gosta assim que eu sei. - Dei uma falsa risada e ouvi ele rir. - O que vamos fazer agora?

- Não sei, uai. Não tem muita coisa pra fazer em um dia chuvoso, dentro de um apartamento.

- Eu tenho várias ideias… - Falou malicioso e eu o olhei.

- Você não se cansa?

- De me humilhar pra você? Pelo jeito não. Faltou vergonha na cara. - Ele fez careta e eu sorri.
- Idiota.

- Não, não fala assim. - Disse manhoso. Meu coração se aqueceu, relembrando o quando eu amo ele.

- Bora, levanta. Sai do meu quarto. - Ele levantou-se, me olhando sem entender.

- O que cê vai fazer?

- Dormir. - Dei de ombros. Eu peguei o terrível costume de dormir após o almoço. Na verdade, eu durmo a maior parte do tempo.

- E eu?

- Você arruma algo pra fazer, uai. - Coloquei minhas mãos na cintura.

- Me deixa ficar aqui. Só pra ficar perto de você. Não vou te tocar, não depois do fora que cê me deu mais cedo no sofá. - Me olhou com uma certa mágoa. Ele realmente ficou chateado com aquele momento? Ergui as sobrancelhas.

- Jura que vai ficar quieto? - Cruzei os braços.

- Juro, general. - Bateu continência e eu não consegui ficar séria.

- Beleza. Mas na primeira gracinha, você vaza. - Avisei e ele assentiu.

- Vou pegar meu livro. Tô lendo um muito massa. - Disse e já saiu animado para pegar o livro. Suspirei, avaliando novamente o quanto ele está se esforçando. Voltou rapidamente, entrando sem bater, enquanto eu já me encolho debaixo do edredom. Mesmo com a minha roupa quentinha, gostaria de ficar mais agasalhada. - Você tá mesmo com frio. 

- Tá tudo bem? - Me olhou rapidamente preocupado.

- Tá sim, relaxa. - Sorri. - Vem.

- Oh, cê não me chama assim não… - Ele sorriu de lado, falando malicioso e eu ri. Que bobo mais lindo! Não desliguei as luzes, afinal, ele vai ler. Porém, me aconcheguei no travesseiro. Sentindo o cheiro dele mesmo de longe, eu não demorei a dormir.

(…)
horas depois…

Quando eu acordei, já não vi ele na cama. Me arrastei até onde ele estava deitado e cheirei seu travesseiro. A chuva parou, mas ainda está muito fechado o tempo e posso ouvir trovões. Inalei seu cheiro, sentindo uma paz surreal. Como é bom, como é cheiroso! Sorrindo, eu decidi levantar.

Quando cheguei na sala, senti um cheiro bom. Comida?

- Acordou, dorminhoca? - Ele disse, animado.

- Você tá fazendo o que? - Fui até a cozinha.

- Lanchinho pra nós. Já são 17:00 horas. - E eu arregalei meus olhos. Dormi isso tudo? Sem condições!

- Poxa, não sabia que tinha dormido tanto.

- Acho que nosso bebê tá fazendo isso com você. - Ele riu, enquanto eu me apoiei no balcão. Observando ele que acabou de tirar uma omelete do fogão.

- Acho que ele vai puxar a você. - Comecei, amarrando meus cabelos. Ele tá com uma calça de moletom cinza e com uma camisa fazendo o conjunto, e parece que tomou banho.

- Você quis dizer o que com isso? - Me olhou com os olhinhos brilhantes. O jeito que ele me olha é tão singular! Parece que tá olhando pro que tem de mais valioso no mundo.

- Você é dorminhoco! - Falei cheia de razão e ele gargalhou.

- Vem, bora comer. - Disse, caminhando até a mesa. Sentamos frente a frente. Ele continua me olhando daquele jeito. Senti meu rosto esquentando.

- O que foi?! - Perguntei.

- Nada. - Sorriu de lado. - Trouxe uns vídeos que quero te mostrar. - Ergui as sobrancelhas achando que seja algo sobre o clipe.

- Não quero saber. - Fui ácida e ele me olhou sem entender. Comecei a me servir. Ficou uns segundos me olhando e pareceu entender tudo.

- Não é sobre o clipe, loira. São vídeos de quando eu era bebê. Nunca te mostrei, agora quero que veja. Que a gente possa imaginar um pouco mais nosso menino. - De repente, me senti ridícula.

- Ah. Tá bom. - Falei, ficando muito sem graça.

- Larga de paranóia. - Suspirou. - Nem tô lembrando disso e você não consegue esquecer. - Apenas respirei fundo. Ele tem razão. Ficou em silêncio pelo restante do tempo que ficamos comendo. Ele tá chateado comigo, claramente. Droga!

- Pode deixar que eu lavo. - Disse, quando ele levantou.

- Não, eu lavo. Relaxa. - Falou sem me olhar e foi em direção da pia. Suspirei inaudível, me sentindo insatisfeita comigo mesmo. Senti meus olhos querendo lagrimejar e mesmo depois de terminar, continuei sentada à mesa. A chuva voltou, começando com seu barulho terrivelmente alto. - Cê terminou? - Ele se aproximou e desta vez me olhou, porém sem expressão. Assenti e ele pegou tudo que sujei. Voltou e rapidamente lavou.

- Podemos assistir? - Sugeri. Querendo amenizar minhas ações idiotas.

- O que você quer ver? - Ele disse, já caminhando em minha direção.

- Não sei. - Dei de ombros.

- Um filme? - Sugeriu, apoiando os braços na mesa. Como pode ser terrivelmente lindo? Me senti afetada.

- Pode ser. Ou você me mostra seus vídeos de quando era bebê. - Sorri. - A gente pode deitar no sofá. - Sugeri e ele me olhou estranho. Eu quero me redimir.

- Nós dois? No mesmo sofá? - Falou incrédulo. 

- Você não quer ficar perto de mim? - Ergui meu queixo e ele riu.

- Você me quer perto de você? - Ele ergueu as sobrancelhas.

- Luan, é só pra deitar. Você deitou comigo na cama. - Revirei os olhos, tentando manter um pouco de indiferença.

- Beleza. - Ele deu de ombros. Caminhou até a sala, eu o segui. Vi ele conectar o celular à TV, de pé. Deitei no sofá e quando ele terminou me olhou. - Você ocupou o sofá inteiro, pô.

- Tem espaço pra você aqui, uai.

- Onde, Lavínia? - Ele negou com a cabeça. - Eu sento na poltrona, pode ficar a vontade.

- Não! Vem pra cá. - Quase implorei e eu detestei meu tom. Eu só quero acarinhar ele um pouco depois de tantas atitudes ridículas nessas poucas horas juntos. - Você deita entre as minhas pernas. - Vi um início de sorriso, mas ele segurou-se. Assentiu e eu afastei minhas pernas. -

- Não vai esmagar nosso bebê? - Me olhou preocupado.

- Claro que não, Luan! - Revirei os olhos, sorrindo. Ele então se aconchegou. Deitando-se de bruços entre minhas pernas, ficando com a cabeça na altura do meu peito. Meu coração acelerou tanto! Eu esqueci de respirar. O calor do seu corpo próximo ao meu nunca foi tão bom.

- Vou apertar o play. São vários vídeos, não sei se você vai ter paciência.

- Claro que vou. - Falei e comecei a acariciar seus cabelos. Ele suspirou longamente. Como eu amo! Meu coração doeu. Eu nunca amei tanto. E meu coração doeu de novo. Minhas pernas abraçando as dele.

- Não vou falar nada, nem fazer nada. Por mais que eu queira. - Ele disse e eu sorri.

- Acho bom. - Tentei parecer durona. E então, o vídeo começou a rolar. É ele ainda bebê, dentro do berço e chorando muito. Enquanto sua mãe grava e conversa com ele. Eu sorri boba, observando que a covinha dele já dava sinais por ali. O segundo vídeo é ele dando o primeiro passo e sua família celebrando. No vídeo aparece sua avó e ele fez questão de narrar tudo que achava importante.

- Nunca mostrei esses vídeos pra mulher nenhuma. Você é a primeira a ver isso, e enquanto vê isso, tá gerando nosso bebê. - E então ele ergueu a cabeça e me olhou. - Você é o grande amor da minha vida, loira. Nada, ninguém… só você. - Ele me olhou nos olhos e eu coloquei a mão em seus olhos. Ele riu. Não aguento esse contato! - Ou! - Reclamou e eu tirei a mão.

- Me abraça. - Pedi e ele sorrindo o fez. Se mexendo, seu rosto alcançou meu pescoço. A grandiosidade em meio a simplicidade desse momento, tocou o fundo do meu coração.

- Te amo. Muito. Muito. Nosso bebê vai ser lindo. Nosso Antônio José. - Ele disse contra meu pescoço.

- Ou não, hein?! - Ri de leve. - Pode ser uma menininha. Maria Helena. 

- Ah, não! - E ele me olhou de novo. - Não dou conta. - Seu rosto tá bem próximo e seus olhos caíram para minha boca e eu mordi meu lábio inconscientemente. Os olhos dele mudaram. Vi a chama neles. Mordeu os lábios também. - Tô precisando de muito autocontrole agora. - Ele disse baixinho, engolindo seco.

- É, eu sei. - Falei, olhando sua boca também. Eu estou completamente afetada. Acariciei suas costas e ele olhou em meus olhos.

- Amor… - Disse como quem pede permissão e eu nem precisei dizer nada. Ele apenas sabe. Ele apenas conhece. Seus lábios tocaram os meus e fogos explodiram dentro de mim. Dei espaço para a sua língua. E só consigo ouvir o barulho da chuva, a risada dele em mais um vídeo que tá rolando e as batidas aceleradas do meu coração. Sua mão procurou meus cabelos e ele aprofundou o beijo, deixando mais intenso porém ainda lento. Isso me mata! É um beijo tão perfeito que devia ser proibido no mundo! Sua proximidade toda, minha saudade é minha carência fizeram meu corpo ascender. Sua língua maravilhosa agindo em minha boca, fazendo refletir tudo entre minhas pernas. Eu apenas não consigo parar, nem ao menos pedir pra ele se afastar. Eu quero beijar. Eu quero sentir.





OLAAAAAA! com o final desse capítulo espero que vocês tenha esquecido todo ódio que acumularam no coração enquanto eu sumi. Desculpa, gente!!! Esse capítulo simplesmente não fluía nunca! Fora a correria da vida… Foram mais de 500 visualizações no últimos capítulo!!! Sei que não tenho isso tudo de leitoras, então, isso só mostra o quanto vocês estavam ansiosas querendo mais. Fico feliz!!! Espero voltar aqui antes do finalzinho do ano. Então não vou desejar feliz natal, nem feliz ano novo. Quero voltar logo! Agora me digam TUDO que acharam sobre o capítulo. Foram vários acontecimentos entre os dois em poucas horas juntos, lembrando que serão mais 2 dias!! E aí, o que acham que vai acontecer??? 

Tentei responder os comentários, mas o blogger da bugando! Não consegui 🥺 Mas obrigada por cada um!!! Me incentiva demais, vocês ao incríveis ❤️❤️
Bjs, Jéssica ❤️

domingo, 7 de novembro de 2021

“ Cumprindo o acordo “ 88

Quando a gravação acabou o relógio já marcava mais de 2:00 horas da manhã. Tudo que eu mais queria era ver ela, dar um cheirinho e sentir a presença dela. Meu coração ficou apertado, pedindo e implorando. Eu sei, é muito saudade nesses últimos tempos. Porém, sabendo que não vou conseguir realizar minha vontade. Fui para casa e decidi dormir logo, apesar de me sentir empolgado com os resultados de hoje. Foram horas de trabalho, mas sinto que vai ficar incrível!

Tive a sensação de dormir apenas cinco minutos. Porém, coloquei o celular pra despertar bem cedo. Quero ir até Lavínia, convencer ela de ir comigo ver os dois apartamentos. Tomar café com ela e matar essa saudade que meu peito tanto reclama. Peguei meu carro, após encontrar a casa toda em silêncio. Ainda é cedo realmente. Segui meu caminho até o apartamento dela, no trajeto parei numa padaria e consegui ajuda de um funcionário para levar um pão recheado com queijo que eu sei que ela ama. Levei um brownie também. Levei pães comuns, queijo, presunto e porções de salgadinhos. As meninas ainda estarão em casa., muito provavelmente.

O porteiro liberou minha subida e chegando lá, toquei no pequeno botão. Esperei e então, Clarissa abriu a porta.

- Oi, Luan! - Sorriu animada.

- Trouxe o café da manhã. - Mostrei as sacolas. - Vocês não fizeram nada ainda né?! - Fiz careta.

- Nada! Lavínia tá fazendo café, Talita terminando de se vestir. Entra. - E assim fiz. Seguimos até a cozinha e encontrei ela somente de pijama. Shortinho rosa listrado com branco e a camiseta com a mesma estampa.

- Marco, foi você que me levou ontem né?! Eu apaguei, tava com tanto sono. - Ela disparou a falar, enquanto permanece de costas pra mim. Larguei as sacolas na bancada e encostei nela em seguida, cruzando os braços e observando. Meu coração já agradeceu. Clarissa riu e então Lavínia se virou sorrindo, mas logo mudou de expressão quando me viu.

- Bom dia, dorminhoca. - Eu sorri e ela virou-se novamente.

- O que você tá fazendo aqui? - Seus cabelos estão desgrenhados, o que torna ela ainda mais linda. 

- Vim tomar café com você, uai. - Dei de ombros e Clarissa riu. Então, Talita apareceu.

- Bom dia, bom dia! - Disse animada e então me viu. - 

- Cunhado! - Lavínia quase matou ela com o olhar. Já trazendo o café para a mesa.

- Tudo bem, Talitinha? - Sorri.

- Tudo! Você por aqui tão cedo. Caiu da cama? - Ela disse, já sentando na cadeira da mesa.

- Quase isso. Vim tomar café aqui e convencer Lavínia a ir visitar os apartamentos comigo. - Falei, pegando as sacolas e Clarissa foi me ajudando a colocar cada coisa em um recipiente.

- Já disse que não vou. - Lavínia falou, sentando-se também. Ela tá bem brava. Olhei Clarissa que está atrás dela e li seus lábios dizendo “ ela tá com ciúmes “. Então, segurei o sorriso entendendo tudo. As gravações de ontem fizeram essa cabecinha fértil imaginar um trilhão de coisas.

- Eu trouxe aquele pão recheado que você gosta. - Eu disse, lhe dando o pão embrulhado. Ela pegou, mas continuou emburrada.

- Vamos sentar, Luan. - Clarissa convidou e eu fiquei de frente pra Lavínia e ao lado de Talita.

- E aí, como tá o trabalho? - Olhei Talita, enquanto coloco café na xícara.

- Corrido. Nós vamos ter uma viagem… - E então, Lavínia interrompeu:

- Esse assunto, Talita? - Disse irritada. Franzi a testa, ficando curioso.

- O que houve? - Olhei Lavínia, esperando uma explicação.

- Nada que te interessa, Luan.

- Por que você tá tão grossa? - E ela me olhou pela primeira vez.

- Tô normal. Tô falando que não interessa porque não inclui o bebê. Coisas de trabalho. - Tentou justificar.

- Clarissa. - Ergui as sobrancelhas, cruzando os braços.

- Parem de falar como se eu não estivesse aqui! Você não tá me ouvindo? Acabei de explicar! - Ela esbravejou.

- Você fica calma. Não pode tá se estressando. Eu quero entender o que tá acontecendo, só isso. - Falei sério.

- Nós vamos viajar daqui uns quatro dias. Lavínia vai ficar aqui, ela não pode tá viajando. É isso. - Clarissa explicou, ficando numa saia justa.

- Você fica comigo esses dias. - Dei de ombros.

- Tá vendo só?! - Ela levantou. - Eu não sou criança! Parem de me tratar como se eu não pudesse decidir nada por conta própria! Inferno! - Esbravejou e saiu, porém voltou os passos para pegar seu pão e café. Sumiu em direção ao quarto. Respirei fundo.

- Ela tá assim desde quando?

- Desde anteontem. - Talita disse.

- O clipe tá deixando ela… insegura e essas coisas. Eu me sinto péssima de tá entregando ela assim, mas você precisa entender o que tá se passando e a situação de vocês já tá tão difícil. - Clarissa se justificou.

- A gente fica no meio do fogo cruzado. - Talita suspirou. - Ela vai se fechar mais, Luan. Você precisa de paciência com essa cabeça-dura. - Talita me olhou. 

- Eu sei. - Suspirei. - Essa mulher vai me deixar louco. - E então, continuamos conversando. Elas me falaram sobre as datas da viagem e vai coincidir com minhas folgas. Não vou deixar ela sozinha.

Nós comemos e em seguida, fui atrás da esquentada. Bati em sua porta.

- Loira, abre aqui. - Pedi com jeito.

- Luan, eu não vou visitar os apartamentos. Pode ir. E larga de insistência!

- Abre aqui. Tenho uma coisa pra você.

- Não quero, caramba! - Respirei fundo.

- Chocolate, loira. - Tentei, segurando o brownie.

- Pode deixar lá, depois eu pego.

- Eu quero te ver, poxa. - Pedi manhoso.

- Não tem nada de diferente. Eu só tô cada vez mais inchada. - Ela disse um pouco melancólica e então abriu a porta. Vestindo um shortinho e uma camisa minha. Ela pegou quando a gente só ficava e se apossou. Eu sorri.

- Camiseta bonita. - Elogiei e só então ela se deu conta.

- Ah, é que é confortável. - Se justificou. Está somente com um coque. Continuei sorrindo e lhe entreguei o brownie. Ela pegou.

- Posso entrar? - Lhe olhei com a carinha mais doce que eu poderia.

- Pode. - Disse baixo, se rendendo. Me deu espaço e então, fui até sua cama. Vi ela pegando umas roupas na poltrona e levando até o closet. Fiquei acompanhando com os olhos. Como é gata! 

- Bora comigo, amor. - Inclinei minha cabeça pro lado, observando ela voltar.

- Amor, Luan? Cê acha que isso tá certo? - Ela pegou um perfume no criado mudo.

- Tá sim. Você é meu amor. - Sorri e ela bufou.

- Quando você vai anunciar nosso término?

- Não vou anunciar. Larga de coisa. Seus pais nem sabem a verdade, esqueceu? - Ela suspirou, indo até o closet de novo.

- Infelizmente. Eles não receberam bem a notícia da gravidez, enlouqueceriam ao saber que eu engravidei e separei, tudo em dois meses de namoro. - Ela disse e então, apareceu novamente.

- Só tá assim porque você quer. - Lhe olhei intensamente e ela desviou. Eu adoro flertar com ela.

- E então, você já me viu. - Ela me expulsou. Eu ri de leve.

- Você é tão grossa. Vem cá, senta aqui. Você não parou desde que entrei.

- Minha atividades domésticas. Pelo menos organizar meu quarto, eu posso. - Resmungou.

- Vem cá. - Chamei de novo. Que vontade de abraçar e beijar bem muito essa minha coisinha pequena e impossível. Ela suspirou e então, veio em minha direção. Sentou-se. - Como você tá? - Olhei seu rosto de pertinho e meu coração se aqueceu.

- Tô bem. - Deu de ombros.

- Pode ser bem detalhista. - Eu ri de leve.

- Tô bem. Não enjoei, só me senti um pouco tonta. É isso. O último enjoo tem três dias já. E eu acho que minha barriga cresceu um pouquinho. - Eu fiquei fascinado, enquanto ela me falava.

- Foi? Me mostra. - Pedi.

- Eu acho que você não vai perceber. - E então, ficou de pé e levantou a camiseta. E eu não achei diferença. - Tá conseguindo perceber? - Me olhou.

- Não, amor. - Falei intrigado. - Vem mais pra perto. - Chamei e ela se aproximou.

- Não é nada de muito diferente, Luan. Só um tantinho de nada. Parece que eu comi e tô de barriga cheia. - Eu ri com seu exemplo. Segurei sua cintura e trouxe ela mais pra perto, virando-a de frente pra mim, ficando entre minhas pernas. Acariciei a barriguinha pela primeira vez. E foi mágico. O fruto do nosso amor tá aqui. Beijei sua barriga repetidas vezes, carinhosamente. Percebi ela arrepiar.

- Cê vai ficar tão linda com um barrigão. - Sorri, olhando ela e pousando minhas mãos em seus quadris. Ela apenas suspirou, como quem não acredita muito no que eu falo. - Vai sim. - Reforcei. - E vai ficar mais linda se deixar de ser tão braba. - Ela bufou, se afastando, mas eu segurei sua mão antes. - Sabe a primeira coisa que eu quis fazer depois das gravações ontem? Vir aqui. Te ver, te cheirar… meu coração implorou. Fui dormir angustiado, porque eu sinto sua falta. - Ela ficou me olhando sem expressão nenhuma.

- E aí, beijou muito? - E de tudo que eu falei, ela só focou no clipe. Eu ri, levantando e segurei as laterais do seu rosto.

- Por que você é tão ciumenta? - Falei entredentes, enquanto sorrio. Ela revirou os olhos. - Só quero beijar uma boca. - E então, me aproveitei do momento e abracei ela. Afastando seus cabelos antes, cherei seu pescoço, enchendo meus pulmões com seu perfume delicioso. Meu corpo todo reagiu. Tanto tempo sem ela! Senti ela entregue e então beijei seu pescoço repetidas vezes, demoradamente. Ela pousou as mãos na minha cintura e eu já sabia que iria me afastar.

- Para. Você é aproveitador demais! - Reclamou, indo em direção a porta e eu sorri, acompanhando ela.

- Cê vai comigo ver os apartamentos?

- Você vai passar o dia me enchendo? - Retrucou, indo para a sala e vimos as meninas saindo.

- Vou sim. Se for preciso eu remarco, mas só vou quando você for.

- Tchau, galera. - Clarissa disse, rindo de nós dois.

- Tchau, fiquem na santa paz! - Talita se benzeu e saiu. Eu ri.

- Cê vê como elas tratam nós dois? - Lavínia se virou pra mim, sorrindo. Sinto falta de ver esse sorriso pra mim.

- Elas sabem que você é braba.

- Não sou, não. - Fez bico inconscientemente.

- E, aí?! Nós vamos hoje ou eu remarco? - Ergui as sobrancelhas.

- Tá, Luan. Tá. Espero que isso seja rápido. - Ela disse, já andando em direção ao quarto. Fiquei na sala aguardando e então, ela voltou com uma calça jeans e uma blusinha frouxa. Tão delicada e feminina. Eu sou rendido demais.

- Bora! - Falei animado, então fomos. Visitamos o primeiro que é imenso, fica na avenida paulista, mas segundo Lavínia é muito masculino. E mesmo diante da proposta de mobiliar tudo do jeito dela, ela pareceu não estar muito satisfeita. Então, seguimos para o segundo. Também fica na avenida paulista, uma vista incrível e um ambiente imenso. Tudo mais clear.

- Aqui é perfeito. - Ela disse encantada, parando na vista da varanda. Parei ao seu lado.

- É o lugar perfeito. Condomínio de alto patamar, moradores discretos. Como vocês gostariam. - O corretor disse.

- Você poderia escolher esse. - Ela deu de ombros e eu sorri.

- Você vai vir morar comigo. - Pisquei um olho, confiante do que falo e ela revirou os olhos. - Esse então, amigo. Negócio fechado. - Virei para o corretor e apertamos as mãos.

- Bom, eu preciso dar entrada na papelada. Se você puder assinar tudo até o final da tarde, seria ótimo.

- Posso sim. Faz o seguinte, manda pro meu escritório. Passo lá, assino e eles enviam pra você. Pode ser?

- Pode, pode sim. - E então, ele nos agradeceu. Quando voltamos para o carro, olhei as horas e vi que o relógio já marca mais de 9:00 horas da manhã.

- Tô com fome. - Lavínia reclamou, abrindo a porta do carro.

- O que você quer comer? - eu disse, entrando no automóvel.

- Não sei. - Ela franziu a testa, sentando ao meu lado.

- Cê podia ir lá pra casa e passar o dia comigo. - Pedi, olhando ela. - Minha mãe fez bolo de milho. - Argumentei.

- Não, eu quero ir pra casa mesmo. - Ela disse e colocou o cinto, eu suspirei.

- Você ainda me ama? - Perguntei, me sentindo inseguro.

- Luan, crise de autoconfiança num momento desses? Logo você? - Ela ergueu as sobrancelhas.

- Não, uai… é que você tá tão distante. Vai ver o amor acabou pra você.

- Você acha que acaba assim? Só se for no seu mundo. - Disse em tom acusatório.

- Você tá mudando o rumo do assunto. - Bufei, impaciente.

- Me leva pra casa. - Ela disse e então, ligou o som. A mensagem subliminar para que eu fique em silêncio. Assim fomos, mas eu ainda não me sinto pronto pra deixar ela e ir. Eu tô com saudade de nós. Tô me sentindo muito carente. Só queria ficar de denguinho com ela. Receber carinho. Beijo. Brincar e provocar, até ela ficar irritada. Mas ela simplesmente não permite. 

Chegamos em frente ao seu prédio e ela já foi tirando o cinto. Tratei de garantir que as portas estejam travadas.

- Você poderia dizer o que quer comer, eu te levo. - Tentei.

- Não precisa. Você tem gravação ainda hoje, não quero atrapalhar. - E então, o ciúmes estava lá.

- Psiu, loira. - Chamei e ela me olhou. - Ninguém chega aos teus pés. Você é a mais linda desse mundo inteiro, caramba. Eu sou completamente apaixonado. - Pousei minha cabeça no encosto do assento, olhando ela. - E eu tô morrendo de saudade de você. - Falei abertamente. - Do teu beijo, do… - E então, ela colocou a mão na minha boca. 

- Não. Já chega. - Eu ri e ela se agitou, querendo sair.

- Amor! - Eu continuei rindo.

- Destrava, Luan. - Ela disse autoritária.

- Não, uai. Tô conversando com você. - Eu continuei me divertindo.

- Não quero saber dessas coisas. - Franziu a testa.

- Por quê? Você sente saudade também? - Olhei ela intensamente e ela empurrou meu rosto com sua mão e eu ri. - Diz pra mim.

- Não tenho nada pra dizer. - Voltei a olhar ela daquele jeito e ela desviou o olhar.

- Me dá um beijo, loira. Só um beijinho. - Mostrei o dedo indicador e ela me olhou com desdém.

- Tá maluco mesmo. Abre isso. Eu vou gritar.

- Ninguém vai te ouvir. - Dei de ombros, mordendo meus lábios. - Vem cá. - Tentei me aproximar e ela se afastou. Então eu recuei, ainda rindo.

- Você não presta. Basta uma chance e você já vem assim. - E então, eu gargalhei diante da sua agitação. Ela tá morrendo de medo de não se segurar. Recebi um tapa no braço e então outro.

- Ou, ou! - Repreendi e ela me olhou brava.

- Abre. Isso. Agora. - Pediu séria.

- Bora fazer um acordo. - Estendi minha mão e ela cruzou os braços. - Sem acordo? É um bom acordo. - Tentei convencer.

- Larga de bobagem. Anda logo!

- Eu destravo a porta se você ficar comigo no nosso apartamento durante os dias de viagem das meninas. - Ela negou com a cabeça na mesma hora. - E mais. Quero um abraço bem gostoso. Tô carente de você. - Ela bufou.

- Não. Agora abre. - Ergueu as sobrancelhas.

- Então a gente fica aqui. Tenho o dia livre mesmo. - Dei de ombros e ela grunhiu.

- Certo. - Falou baixo.

- O que? - Fingi que não ouvi.

- Certo. Eu disse: certo. - Falou irritada.

- Então aperta minha mão e fala: Luan, eu prometo cumprir nosso acordo. - Mesmo contra a vontade ela fez:

- Luan, prometo cumprir nosso acordo. - E eu sorri.

- Então vem cá, me um abraço. - Ela veio e eu senti seu perfume tão pertinho. - Hummm. - Eu suspirei, me sentindo tão em paz. Beijei seu ombro. - Abraça direito, amor. Faz carinho. - Eu pedi, me sentindo uma criança dengosa. Eu tô realmente carente. Ela acariciou minhas costas, delicadamente. Eu sorri. Que coisa boa. - Amo muito você. Muito. Muito. - Sussurrei, falando com todo meu coração.

- Eu preciso ir. - Ela disse baixinho também. Então, liberei ela do abraço.

- Vai cumprir nosso acordo né?! Foi sua palavra.

- Luan, você acha que eu não consigo passar três dias no mesmo teto que você? - Ela me olhou debochada e eu ri.

- Não sei, uai. Cê mal consegue ficar aqui dentro comigo.

- Você tá muito enganado. Agora destrava isso. - Ela pediu e eu atendi.

- Cuida do nosso bebê. - Pedi e ela assentiu. Abriu a porta e se foi. Fiquei olhando até ela desaparecer. Como eu gostaria que estivéssemos bem. Que estivéssemos juntos. Só quero estar em paz com ela, construir nossa família e morar no nosso cantinho. Aonde ela quiser. Seja naquele apartamento, seja em qualquer outro lugar. Meu lar é ela, o resto não importa.

Sem ter opção, acabei voltando pra casa. Aproveitei o tempo com minha família, falei sobre a escolha do apartamento e também fui ao escritório. Resolvi algumas questões de trabalho, então deu a hora de ir gravar. Vai ser mais uma gravação noturna.

|| Lavínia ||

Passei o dia entre dormir, comer e decidi me exercitar um pouco. Minha médica liberou algo bem leve, ou seja, só corri na esteira. Queria qualquer coisa que pudesse me fazer esquecer que o Luan vai passar boa parte da noite naquela gravação. Ele vem se esforçando e além de falar, ele vem mostrando. Comprar o apartamento hoje foi um grande passo. Ele afirmou por meio da sua atitude que quer estar comigo, que quer nossa família e que seja da melhor maneira pra mim. Além do mais, sinto meus hormônios gritando exaustivamente por ele. E até já sonhei com nós dois transando umas duas vezes. Eu sinto tanta falta. Mas eu tenho meu orgulho e meu amor próprio. Sei de tudo que não quero mais. E ainda mais agora, esperando um filho. Ou filha.

Hoje as meninas não me fizeram companhia. Decidiram sair com seus respectivos pares. Clarissa foi encontrar a família de Marco, falarem sobre o casamento que vai acontecer em três meses. O tempo tá voando, eles estão muito empenhados nos preparativos. Pretendo fazer um chá revelação para descobrir o sexo do bebê, ainda não conversei com Luan, mas pelo jeito, teremos tempo nos próximos dias. Eu gostaria que fosse assim, lá para o quarto mês de gestação. No mês seguinte, Clarissa se casará. Teremos muitos eventos e acontecimentos. Eu me sinto empolgada. Tirei a roupa e antes de ir pro banho, me olhei no espelho. Meus seios estão um tantinho maiores, minha barriga tá saltada. Ah, tá sim. É muito pouco, mas eu consigo perceber.

- Meu pequeno feijão, você tá crescendo hein?! - Acariciei minha barriga. - Cê viu o apê maneiro que seu pai comprou hoje? É! Eu também gostei de lá. - Suspirei, lembrando do sorriso daquele filho da mãe. Expulsa, Lavínia. Expulsa tudo isso.

(…)

Os dias se passaram, as gravações acabaram e Luan esteve presente em todos os dias. Minha mãe, meu pai, a família de Luan, todos eles estiveram em constante contato comigo para saber sobre o bebê e eu, sobre nossa saúde. Bruna inclusive veio aqui ontem, passou o dia comigo e fizemos compras no shopping. Compramos as primeiras roupinhas para o bebê, procurando tons neutros. Recebi pressão pra que ela seja a madrinha, mas foram tantas risadas e eu fiquei mais leve.

- Barbie, Luan chegou. - Ouvi a voz de Clarissa e me deu um frio na barriga. Hoje elas viajam. Irão em poucas horas e ele já chegou pra me levar ao apartamento.

- Tô indo. - Falei, me olhando no espelho pela décima vez. Eu confesso que a ida da Natália me deixou um pouco mais tranquila. Mas eu ainda tenho receios quanto a ele. A postura, a atenção… Eu realmente me magoei muito nos últimos tempos. Estar indo não quer dizer que eu voltarei, que estaremos bem. Espero que ele esteja bem ciente disso. Escolhi um conjunto de moletom preto. Calça, com uma camisa de mangas longas. Peguei a pequena malinha que fiz e segui para fora do quarto. Chegando na sala, encontrei ele de pé, conversando animadamente com as meninas. Então, me olhou e eu vi seus olhos brilhando.

- Oi, minha linda. - Sorriu abertamente.

- Oi. Você chegou cedo. - Franzi a testa.

- Uai, no horário marcado. - Abriu os braços, então o abracei. Ele beijou o alto da minha cabeça. Meu Deus, como meu coração tá acelerado. Nunca vou parar de reagir assim a ele? - Como cês tão? - Me olhou, me mantendo em seu abraço. As meninas nos olham derretida.

- Bem. - O olhei. Ele tá tão contente e eu sei que muito é pelo fato de termos três dias só nossos. Eu não faço a mínima ideia de como vai ser isso. Confesso que me sinto nervosa, receosa. Minha razão me diz para não fraquejar, o medo de me machucar logo mais… porém, meu coração e todo meu corpo pedem por ele. Eu espero seguir com minha razão, ainda não sinto que seja a hora de voltar. Apesar de sofrer pela falta dele, a paz que eu sinto hoje é bem maior do que quando eu estava no caos do nosso relacionamento.





OOOOOOIIII! cheguei rápido dessa vez! Não quero falar de coisa triste por aqui, então vamos continuar no nosso mundo de fantasias?! Sobre o capítulo: Muitos acontecimentos! Luan realmente comprou o apartamento, anda aproveitando as oportunidades. A saudade tá gritando entre os dois! Lavínia mantém o orgulho e pretende seguir assim. O clipe aconteceu, veremos como será esse lançamento hein?! Logo mais! E para o próximo capítulo, o que vocês acham que vai rolar? 👀
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Bjs, Jéssica ❤️

terça-feira, 2 de novembro de 2021

“ Os sentimentos que a gravidez trás “ 87

- Pai, eu já falei que não sabia.

- Não me interessa, Luan! - Ele disse, batendo a mão na mesa do escritório. - Eu sei que isso tudo que você vive hoje na música foram por conta de anos de tentativas, mas você tem uma mulher grávida lá fora, que tá claramente exausta, que tá se sentindo sozinha! Como você não percebeu isso na mulher que você ama, porra? - Ele disse alterado e eu respirei fundo, me sentindo sem forças.

- Eu tô sufocado de tanto trabalho, pai. - Falei, desabando na cadeira.

- Vocês discutiram e mesmo assim você ia viajar com uma modelo! Luan, o que você tá pensando? Eu não criei um moleque, porra! Não aja como um! Ela deve tá se sentindo insegura… - Suspirou pesado. - Eu vivi isso com a sua mãe, mas diferente de você eu percebi os sinais. Esse é o momento mais delicado que uma mulher vive. Ou você aprende a ser homem, ou vai perder sua família. - Ele disse, sentindo bem direto.

- Eu queria cancelar esse clipe! - Me exaltei, levantando novamente. - Eu pedi várias vezes.

- Só que antes disso ela não estava grávida! Isso muda tudo!

- Então vamos cancelar esse caralho! - Explodi.

- Não dá mais, Luan. - Ele me olhou. - Você vai lidar com isso feito o homem que eu ainda acredito que você seja. - Suspirou. - Ela. Precisa. Ficar. Bem. - Suspirei. - Ela e o bebê. O meu primeiro neto.

- Pai, vai dar tudo certo. - Respirei fundo. - Eu amo ela, ela sabe disso. Quero seguir tudo que foi conversado aqui. Quero trabalhar menos, no último mês eu quero folga total. Quero tá com ela. Vamos conseguir passar por isso.

- Você sempre me deu orgulho, que não seja diferente daqui pra frente. - E então, eu assenti. Ele deu as costas e saiu. Eu me senti sem chão. Ouvir tudo isso do meu pai… nunca aconteceu algo do tipo antes. Eu falhei. Falhei como parceiro. Como homem e pai. Sim, eu já falhei com nosso bebê no primeiro mês da vinda dele. Meus olhos lacrimejaram e eu deixei as lágrimas esvaziarem meu peito angustiado. Eu tirei alguns minutos para chorar livremente. Chorei, solucei, tirando todo sentindo ruim. Eu sou o homem pra essa mulher. Eu não vou desistir. Tentei me recompor, respirando fundo, limpando meu rosto. Preciso voltar. Fui ao banheiro que temos no escritório e lavei meu rosto, aliviando a vermelhidão. Funguei, tirando todo vestígio de choro. Sequei meu rosto e saí do escritório em direção a sala de refeições. Ao chegar lá, encontrei eles conversando animadamente. Algo sobre o bebê.

- Oi, filho! Senta aqui. - Minha mãe apontou para a cadeira ao lado de Lavínia. O clima pesado se instalou.

- Você tá bem? - Eu perguntei, olhando pra ela. Assentiu, me olhando de volta.

- Você tá? - Assenti também, desviando meu olhar.

- O almoço já tá vindo aí. - Meu pai disse, e logo nossa funcionária foi trazendo tudo.

- Bruna vai ficar maluca quando souber que vai ser tia. - Minha mãe disse.

- Nem me fale… ela vai entra na disputa pra ser madrinha junto com Clarissa e Talita. - Eu ri, juntamente com meus pais. Foi quando começamos a nos servir.

- Espera só pra cê ver quando os meninos souberem… - Eu disse, olhando pra ela.

- Boa sorte pra vocês. - Minha mãe disse. Eu sei que mereço tudo isso. A indiferença dela, as verdades de meu pai, apesar de ser humano e me sentir machucado por ouvir isso, mas sei que mereço. Eu fiz por onde.

Durante o almoço o clima foi ficando mais agradável e minha mãe já começou a fazer planos sobre o quarto do bebê. Lavínia sempre com os olhos brilhando e eu gostei de ver ela feliz. Até que minha mãe arrastou ela para o quarto, dizendo que iria mostrar fotos minhas de quando era bebê e também umas roupinhas que ela guarda até hoje.

- Já era o tempo com sua mulher. - Meu pai disse e eu suspirei. - Cerveja?

- Bora! - Eu disse e então levantamos, pegamos cerveja e fomos indo para o jardim. Chegando lá, sentando no sofá que fica na parte coberta.

- E aí, cê vai querer ajuda com corretor pra encontrar seu apê? - Ele me olhou.

- Quero. Mas não tenho tantas exigência não. Só precisa ser um prédio seguro, na capital e com o maior espaço possível.

- Cobertura? - Ele me olhou.

- Pode ser. - Concordei.

- Vou ver com a equipe e te passo os melhores Contatos. Uma casa você não quer? - Ele franziu a testa.

- Na capital? Fica meio impossível ter tranquilidade. Quando souberem que é a nossa casa… adeus paz.

- Tem razão. Nem acredito ainda que vou ser avô. - Ele riu de leve. E eu o olhei. - Eu tinha um medo grande de você engravidar qualquer uma. Nunca imaginei que a notícia de ser avô fosse me deixar tão leve.

- Eu me cuidava, pai. - Me defendi.

- Pra cima de mim? Nunca fez sem camisinha? Não vem com essa. - Ele bebeu sua cerveja e eu bebi também, sem conseguir negar. Confesso que já fiz. Pouquíssimas vezes, mas sim, já aconteceu.

- Ainda bem que foi com ela. - Suspirei.

- Essa mulher é diferente. Eu soube desde o início, quando ela veio aqui no seu aniversário. - Eu ri, relembrando. Foi a primeira vez dela na minha casa. Arrastei ela pro carro e convenci de a gente transar. Sempre tive tanto tesão nela. Deixei meus próprios convidados, no meu aniversário só pra foder com ela.

- É… eu também senti o mesmo na primeira vez que vi ela. - Comentei. Relembrando da fim de semana na casa de praia. Quando eu vi aquele rostinho… acabou comigo. Eu só conseguia pensar em fazer tudo com ela.

- E vou te falar mais: não vai ser fácil viu?! - Ele se referiu ao fato de ela me perdoar.

- Eu sei. Conheço aquela danada. Mas não vou desistir. - Respirei fundo.

- Vai dar tudo certo, filho. - Ele bateu em meu joelho, então, continuamos conversando. Ele começou a falar sobre minha mãe, quando ela engravidou de mim e que eles também passaram um momento delicado no casamento naquele período por serem muito jovens e tudo mais. Foi bom ouvir de alguém que é meu exemplo, que também já esteve na minha pele.




Nem percebi o tempo passar, quando de repente, Lavínia apareceu. E eu já fiquei bobo só de ver ela.

- Luan, a gente pode fazer a chamada com meus pais? - Falou educadamente.

- Agora, meu bem. - Sorri, levantando imediatamente. O que era pra ser uma cerveja com meu pai, se tornou três. E eu já me sinto um pouquinho diferente. Lavínia apenas revirou os olhos, se virando. Pude ouvir a risada baixa do meu pai. Olhei seu rebolado e fiquei impressionado como a bunda dela fica linda em qualquer roupa. Mas sem roupa fica espetacular.

- Onde a gente vai fazer? - Ela olhou pra trás e me pegou no flagra. - Para de olhar minha bunda! - Reclamou, parando de frente pra mim e eu prendi meus lábios, evitando sorrir.

- Desculpa, força do hábito. - Ela bufou e voltou a andar. - Lá no meu quarto, daí a gente tem mais privacidade. - E em silêncio, ela seguiu para meu quarto, já conhecendo o caminho. Abriu a porta e entrou como quem manda ali. Eu sorri, observando o quanto é bravinha.

- E aí, aonde? - Se virou de novo, ficando de braços cruzados.

- Aonde o que? - Tentei brincar.

- A chamada, Luan. - Começou a bater o pé no chão, impaciente.

- Você não pode ficar irritada. - Relembrei.

- Para de me chantagear com isso toda vez que eu ficar irritada com você. - Franziu a testa.

- Só tô te lembrando. - Falei, olhando em seus olhos.

- Você bebeu? - Me olhou desconfiada.

- Só três cervejas, enquanto minha mãe te sequestrou. - Falei, sentando na cama.

- Você não tá bêbado né?! - Ela continuou desconfiada, me olhando. 

- O que cê acha, Lavínia?! - Bufei, sorrindo em seguida.

- Tô te achando com os olhos muito alegres.

- É porque tô te olhando. Linda pra caramba. - Ela ergueu as sobrancelhas e sem me dar nenhuma moral, sentou-se na cama e deu início a chamada. Me aproximei sentindo seu cheiro que me deixou fraco. É tão difícil ficar perto e não poder tocar, cheirar, beijar… Meus sogros apareceram na tela e eu logo fiquei tenso.

- Oi, gente! Que saudade! - Lavínia disse.

- Oi, meu amor. - Sua mãe sorriu.

- Tô quase no início de um ataque cardíaco. - O pai dela disse, em português e nós rimos.

- Calma, pai. Não é nada grave. - Ela os tranquilizou.

- Oi, sogros. - Dei tchauzinho e eles sorriram.

- Oi, Luan! Como você está? - Meu sogro disse.

- Tô bem. - Falei educadamente.

- Cê tá corado. - Minha sogra observou.

- Tava na beira da piscina, mesmo na sombra o sol faz estrago. - Eu disse, então, Lavínia me olhou. Seu rosto tão pertinho e eu não me contive em olhar sua boca. Logo ela desviou.

- Bom, vou direto ao assunto.

- Ok. - Seus pais responderam juntos.

- Eu estou grávida. - Ela disse, simplesmente. Sua mãe ficou boquiaberta imediatamente e seu pai franziu a testa.

- O que? Puta que pariu! - Ele disse, ainda sério.

- Pai! - Ela o repreendeu.

- Você? Como assim? Vocês estão juntos a pouquíssimo tempo. - Minha sogra disse, ainda muito surpresa.

- Não foi planejado. Mas estamos felizes. - Eu disse.

- É, estamos. - Lavínia falou, mas percebi ela aflita pela reação dos seus pais.

- Parabéns! - Minha sogra finalmente falou, mas ainda muito surpresa. - Eu não sei o que pensar direito… vou ser avó! - Riu incrédula. - Vocês só tem pouco mais de um mês de namoro. - Ela suspirou.

- Filha, você tem tanto trabalho, como vai ser isso? - Seu pai se preocupou.

- Nós vamos dar um jeito. - Percebi Lavínia com a voz embargada. Então, tomei a frente:

- Vou dar uma reduzida nos shows, minha mãe se dispôs estar sempre com a Lavinia por aqui. Ela vai conseguir. Vai ser a melhor mãe desse mundo. - Falei, enquanto acariciei seu cabelo, tentando lhe passar confiança.

- Claro! Eu só fico preocupada de você estar aí… gravidez é tão delicado. - Sua mãe franziu a testa. - Mas você é dedicada, com certeza vai conseguir dar conta de tudo. - Ela tentou acalentar.

- Você acha mesmo? - Lavínia se mostrou vulnerável.

- Claro, filha. - Sua mãe lhe passou confiança.

- Você quer vir passar um tempo aqui? Pelo menos nesse início? - O pai dela perguntou.

- Não posso. - Ela suspirou. - Estou em um período de risco, preciso ficar de repouso. - E então, as expressão foram de absoluto espanto.

- Você tá bem? O que houve? - A mãe dela disparou. Enquanto seu pai bebeu água.

- Eu tô bem. É só… - Ela suspirou. - Muito estresse, por isso me afastei do trabalho e tudo mais.

- Meu bebê… você precisa tomar cuidado. - O pai dela disse, agora em inglês.

- Eu tô cuidando de tudo, pai. - Ela disse.

- Nós estamos. - Corrigi. E pude perceber que ela não citou nossa atual situação. Tadinha, já está claramente mexida com a reação dos pais e não quer deixar tudo pior.

- Quero parabenizar vocês dois, dizer que agora precisam estar mais juntos do que nunca e que meu coração tá na boca. - Meu sogro disse e eu ri de leve. - Não deixe nada acontecer com minha filha. - Ele me pediu e eu me senti culpado, por saber que já tenho uma parcela em tudo isso que tá acontecendo.

- Prometo. Não se preocupa, sogro. - Falei firme.

- Você precisa de mim? - A mãe dela perguntou e eu percebi que a qualquer momento Lavínia iria desabar no choro.

- Não, mãe. Você não pode largar tudo. Eu só preciso ficar um mês de repouso, logo depois tudo volta ao normal. Assim eu espero. Daí vou ver vocês, passo um tempo aí. - Meu coração parou e eu olhei ela aflito. De jeito nenhum que vai pra tão longe com meu filho na barriga, enquanto carrega ódio de mim. Essa não é uma combinação agradável.

- Vem, vem mesmo. - Minha sogra sorriu. E então, continuaram com perguntas que Lavínia e eu nos intercalamos para responder. Até que veio a tão esperada pergunta:

- Vocês vão morar juntos, casar? Como vai ser isso? - Meu sogro foi quem perguntou e eu olhei pra ela, lhe dando total abertura para falar o que preferir.

- Luan tá olhando uns apartamentos. A gente vai morar juntos. - Ela mentiu. Em partes. Sei que não vai comigo agora, mas também não quis dizer aos pais que estamos separados. Eles já estão claramente aflitos de uma gravidez em um namoro tão recente, com um cantor que não para em casa, enquanto eles estão em outro continente. É a filha deles, afinal. É a Lavínia. A que cuida da maior parte da empresa no país, acabaram de iniciar uma nova fase do negócio por aqui e ela já vai precisar se afastar. Eu imagino a preocupação. Acredito que Lavínia os entende também.

- Mas logo a gente vai casar. Eu quero isso. - Falei e ela me olhou com um sorriso falso e um olhar significante. Ela quer me asfixiar agora.

- Ah, que lindos! - Minha sogra se derreteu.

- Mãe, eu preciso ir agora. Meu celular tá descarregando. Lavínia mentiu novamente. - Pai, um beijo. Não se preocupa, estamos bem. - Ela sorriu, lhe passando segurança. Então, eles se despediram nos recomendando cuidados. Logo que a ligação encerrou, ela virou-se pra mim: - Você para de ficar enfeitando tudo.

- Eu quero casar com você. - Eu disse, decidido.

- Mas eu não quero. - Ela respondeu de imediato.

- Então conta a verdade pra eles também, ué. - Dei de ombros.

- Você viu a aflição deles. Não vou contar que o pai do meu filho… - Ela suspirou. - Enfim, não vou repetir tudo. Tô cansada disso. - Passou a mão pelo rosto, impaciente.

- Pai do teu filho errou pra caramba, mas tá correndo atrás do erro. - Procurei sua mão, segurança em seguida. - O pai do teu filho te ama mais que tudo. - Suspirei. - Não vai desistir. - Beijei sua mão e logo ela puxou.

- Muito papo. Sempre muito papo. - Bufou, levantando-se. - Quero ir embora. 

- Beleza. Te levo. - Levantei também, colocando meu celular no bolso.

- Não. Vou de Uber. Você já volta a trabalhar amanhã. - Começou com desculpinhas, então eu parei de frente pra ela e coloquei as mãos no cós da minha calça.

- Você quer mesmo ficar longe de mim né?!

- Luan, eu só preciso respirar. Na boa. Por favor. - E então, eu assenti, sabendo que já abusei muito da minha sorte.

- Então compartilha a corrida comigo. Fico acompanhando. - Ela assentiu.

- Vou me despedir dos seus pais. - Ela avisou.

- Tá, mas antes vem aqui. Rapidinho. - Pedi, voltando a sentar na cama. Ela me avaliou e então, ao ver que é sério, ela sentou. - Amanhã eu preciso voltar para ao trabalho, as gravações do clipe vão começar nos próximos dias… mas por favor, por favor, me fala se houver algum problema. Quero tá junto nas consultas, vou tá sempre em contato com você. Vou tá procurando um apê nesse meio tempo também. Quero mudar o quanto antes pra mais perto de você e sigo na esperança de que logo mais você esteja comigo. - Ela apenas assentiu. - Promete pra mim que vai cumprir isso? Qualquer coisa, loira. - Pedi, quase implorando. - Minha mãe tá aqui pra você também, pro nosso bebê. - Falei olhando em seus olhos.

- Prometo. Obrigada. - Ela disse, mas permaneceu séria.

- Me dá um abraço? - Abri os braços e ela avaliou a possibilidade, me olhando. - Só um abraço. - Apelei, sorrindo de lado e ela suspirou. Passou os braços em volta do meu pescoço, enquanto eu acariciei sua cintura, suas costas, sentindo ela o máximo que eu posso. - Amo você. Esse bebê é um presente. Vocês são as duas coisas mais importante da minha vida hoje. - Beijei seu ombro. - Obrigada por ser a geradora do meu sonho. - Beijei novamente e então, ela se afastou. - Vai dar tudo certo. Confia? - Lhe passei segurança.

- Vai sim. - Ela suspirou.

- Não fica com medo. Você é uma mulher foda. Nosso bebê não vai querer ir embora. - Sorri, tentando deixar tudo mais descontraído.

- Obrigada. - Ela sorriu de lado. Beijei suas duas mãos, em seguida ela levantou. - Agora vou indo. Vou falar com seus pais e já peço o Uber. - Assenti. Levantei e segui ela até a saída. Meus pais lhe deram mais apoio, minha mãe se mostrou estar 100% disponível para o que fosse preciso. Meu pai, a mesma coisa. Não consegui fazer ela ficar mais. Realmente se despediu, o Uber não demorou a chegar e meu coração doeu mais dessa vez. As despedidas dela nunca são boas, mas ela indo, grávida, de mal comigo… fez tudo se tornar pior. De repente, me senti triste e vazio. Não quis mais conversar por hoje e fui para meu quarto. Devo encarar a chegada da minha irmã daqui umas horas e lhe contar a mais nova novidade.

Sozinho, na cama, me permiti imaginar o rostinho do nosso bebê. Tem que vir com os olhos dela. Com a boca também. O narizinho. Sorri sozinho ao perceber que eu quero que tenha tudo dela. Parece uma boneca de tão perfeita. Parando pra conhecer se torna ainda mais impressionante. Linda. Linda. Vai ser um menino. Eu sinto isso. Torço pra isso. Uma mini Lavínia, iria torrar meus neurônios. Eu Geni frustrado ao perceber que serei um pai ciumento caso tenhamos uma menininha. Que Deus me ajude!

(…)

Dias depois

Começamos hoje as gravações do clipe. Teremos gravações noturnas, amanhã vou decidir entre dois apartamentos. Venho insistindo bastante para que Lavínia venha visitar comigo. Nosso contato é muito breve, e só existe por insistência minha. Nunca vi ela tão irredutível. Nos encontramos dois dias atrás, me recebeu com uma carinha de choro e imediatamente eu fiquei preocupado. Então, ela me disse que estava assistindo o filme e que gostaria de comer um pote de sorvete, mas que não pode. Teria que seguir a dieta para o bem do bebê, mas que não comer sorvete deixava ela triste. E ela estava chorando por isso. Eu tive que segurar meu riso e acolher seu momento. Então, lhe disse que um pote não seria possível, mas ela poderia dar uma colheradas e que nesse equilíbrio ela se sentiria melhor. Coloquei um tantinho de sorvete numa caneca e levei até seu quarto. Ela comeu, enquanto eu sentei ao seu lado na cama. O choro cessou. Eu vi uma criancinha ali. Frágil, sensível. Saber da gravidez dela me fez amá-la ainda mais. É incomum e eu simplesmente não consigo explicar. Eu apenas amo mais. Mais e mais.


Ao chegar no local das gravações, encontrei Natália e a equipe do clipe. Serão três dias de gravação, hoje teremos a explosão do carro e algumas cenas de sedução entre nós dois. Amanhã teremos um cena no banheiro, onde vai ser a parte mais quente. Nudez e beijos. Só consigo pensar em Lavínia. A reação vai ser péssima. Para minha sorte, o lançamento só acontecerá após um mês. Nesse tempo, ela vai já ter passado da fase de risco da gravidez. O que não diminui o estrago da reação dela, mas pelo menos nosso bebê estará bem.

|| Lavínia ||

As meninas chegaram e trouxeram sushi pra mim. Eu me senti tão tocada com o pequeno gesto. Eu ando assim ultimamente. Hormônios em uma grande loucura. Eu sei que hoje Luan já está nas gravações do clipe e estou tentando não pensar nisso. Meu bebê não precisa disso. Elas sentaram comigo, na mesa da cozinha e então, Clarissa disse:

-Nós vamos precisar ir em Sidney. - Ela comunicou e eu franzi a testa.

- Nós duas. Você não pode. Só pra esclarecer. - Talita disse e eu senti o mundo afundar. Como vou ficar aqui sem elas?

- Quando? - Perguntei.

- Daqui uns quatro dias. Você poderia ficar com a família do Luan durante esse tempo. Vamos precisar de três dias, resolver coisas da empresa.

- O que tá acontecendo com a empresa? - Me preocupei.

- Nada demais. Apenas uma nova estratégia de marketing. Vou precisar me reunir com a equipe pessoalmente e sua mãe quer a presença da Clarissa em uma visita no laboratório que estão fabricando os novos blushs. Segundo ela, precisa ser pessoalmente. - Talita explicou e eu suspirei.

- É isso, irmã. Talita fica em Sidney, eu viajo com a mamãe para Nova Zelândia, para fazer a visita. Acredito que no máximo três dias estaremos aqui. - Bufei e comecei a comer.

- Você vai pra casa do Luan? - Talita perguntou cuidadosa.

- Não tô morta. Sei me virar sozinha. Vou ficar aqui. - Dei de ombros. E elas se olharam. Nem fodendo eu vou pra casa da família do Luan. Eu os amo, sei que estão disponíveis, mas eu realmente não quero me sentir mais inútil do que agora. Sem contar que estou me roendo de ciúmes sobre esse clipe em cada vez que eu penso sobre.

- As gravações do clipe começaram hoje? - Clarissa perguntou cuidadosa. 

- Sim. - Revirei os olhos. - Mas o que isso tem haver? - Franzi a testa.

- Você tá irritada desde ontem. - Talita me alertou e eu respirei fundo.

- Eu tô com ciúmes, é isso. - Assumi, bufando. - Eu tô ficando inchada e só sei chorar… aquela mulher é espetacular. - Falei, realmente desabafando.

- Mas ele ama você. - Clarissa disse.

- Ah, é! - Talita concordou. Suspirei. Nem sei se ama tanto assim.

- E o seu casamento? - Perguntei a Clarissa, querendo mudar para um assunto mais leve. Ela tá conciliando trabalho com seus planos para o casório que vai acontecer em poucos meses. Será numa igreja no interior de São Paulo, cidade onde Marco nasceu. Vai ser algo bem intimista, mas minha irmã já garantiu que será uma grande festa. Eu até imagino… ela sempre sonhou com esse dia.

- Tá uma loucura. Vou provar docinhos semana que vem. Quero a ajuda de vocês. - Ela sorriu e logo nós concordamos. Eu tento fazer dieta, mas realmente tá difícil não ceder a tudo que eu gostaria de comer. E então, a porta abriu.

- Ô de casa! - Marco gritou. É, ele e Keven tem entrada livre por aqui.

- Cadê as Marias? - Keven berrou. Nós rimos. Logo eles se juntaram a nós e tivemos uma noite tranquila, me fazendo distrair de tudo. Nem lembro quando apaguei.





OOOOOOIIII! Quem tá querendo me matar comenta aqui só pra eu ver um negócio 👀😂 Gente, acho que uns 20 dias longe né?! Pra quem tá no grupo, já expliquei tudo, pra quem não tá, vou explicar de novo: comecei um novo trabalho, com uma nova rotina, então ainda estou me adaptando. Fiquei sem energia pra escrever. Mas consegui! E no feriadinho, tô aqui com capítulo pra vocês. CHEEEEIO de acontecimentos! Os pais da Lavínia ficaram preocupados, ela mentiu pra eles. Gravação do clipe tá aí, Luan continua tentando com ela e ela, com seu ciúmes conhecidíssimo! E ainda, teremos viagem das meninas. E aí? O que vai rolar? 👀 


Comentários respondidoooooosssss 🥰
Bjs, Jéssica ❤️